Return to Video

A corrida para decifrar uma língua misteriosa - Susan Lupack

  • 0:07 - 0:10
    No início do século 20, na ilha de Creta,
  • 0:10 - 0:14
    o arqueólogo britânico Arthur Evans
    descobriu cerca de 3 mil tabuinhas
  • 0:14 - 0:17
    inscritas com símbolos estranhos.
  • 0:17 - 0:19
    Ele achava que esses símbolos
    representavam a língua falada
  • 0:19 - 0:22
    pela civilização mais antiga da Europa.
  • 0:22 - 0:25
    O significado desses símbolos
    iludiria estudiosos por 50 anos.
  • 0:26 - 0:29
    Evans descobriu essas tabuinhas
    em meio aos afrescos coloridos
  • 0:29 - 0:33
    e aos corredores intrincados
    do palácio de Cnossos.
  • 0:33 - 0:35
    Ele deu à civilização o nome de minoica,
  • 0:35 - 0:39
    em homenagem ao mítico
    soberano de Creta, o rei Minos.
  • 0:39 - 0:41
    Ele achava que a escrita,
    batizada de Linear B,
  • 0:41 - 0:43
    representava a língua minoica,
  • 0:43 - 0:47
    e estudiosos de todo o mundo
    tinham suas próprias teorias.
  • 0:47 - 0:50
    Seria a língua perdida dos etruscos?
  • 0:50 - 0:53
    Ou talvez representasse
    uma forma primitiva de basco?
  • 0:53 - 0:57
    O mistério se intensificou porque Evans
    mantinha as tabuinhas bem guardadas.
  • 0:57 - 1:01
    Apenas 200 das inscrições
    foram publicadas durante sua vida.
  • 1:01 - 1:03
    Mas ele não foi capaz
    de decifrar a escrita.
  • 1:03 - 1:07
    No entanto, conseguiu fazer
    duas observações precisas:
  • 1:07 - 1:09
    as tabuinhas eram
    registros administrativos,
  • 1:09 - 1:11
    e a escrita era um silabário,
  • 1:11 - 1:15
    em que cada símbolo representava
    uma consoante e uma vogal,
  • 1:15 - 1:18
    combinadas com caracteres em que cada um
    representava uma palavra inteira.
  • 1:18 - 1:21
    Evans se dedicou à Linear B
    por três décadas
  • 1:21 - 1:24
    até que uma estudiosa
    do Brooklyn, Nova York,
  • 1:24 - 1:25
    chamada Alice Kober
  • 1:25 - 1:27
    partisse para resolver o mistério.
  • 1:27 - 1:30
    Kober era professora de línguas
    clássicas do Brooklyn College
  • 1:30 - 1:33
    quando poucas mulheres
    ocupavam tais cargos.
  • 1:33 - 1:37
    Para ajudar em sua busca,
    ela aprendeu muitas línguas.
  • 1:37 - 1:40
    Sabia que precisaria de conhecimento
    para decifrar a Linear B.
  • 1:40 - 1:43
    Nas duas décadas seguintes,
    ela analisou os símbolos.
  • 1:44 - 1:46
    Trabalhando com as poucas
    inscrições disponíveis,
  • 1:46 - 1:49
    ela anotava a frequência
    com que cada símbolo aparecia.
  • 1:49 - 1:53
    Depois registrava com que frequência
    cada símbolo aparecia próximo a outro.
  • 1:53 - 1:57
    Ela guardava suas descobertas em papéis
    de rascunho em caixas de cigarros
  • 1:57 - 2:00
    devido ao fornecimento escasso de papel
    durante a Segunda Guerra Mundial.
  • 2:00 - 2:02
    Ao analisar essas frequências,
  • 2:02 - 2:05
    ela descobriu que a Linear B
    dependia de terminações de palavras
  • 2:05 - 2:07
    para a gramática das frases.
  • 2:07 - 2:11
    A partir disso, ela começou a construir
    um gráfico das relações entre os sinais,
  • 2:11 - 2:15
    aproximando-se mais do que ninguém
    antes de decifrar a Linear B.
  • 2:15 - 2:20
    Mas ela morreu, provavelmente de câncer,
    em 1950, aos 43 anos.
  • 2:21 - 2:24
    Enquanto Kober analisava
    as tabuinhas de Cnossos,
  • 2:24 - 2:26
    um arquiteto chamado Michael Ventris
  • 2:26 - 2:28
    também trabalhava
    para decifrar a Linear B.
  • 2:28 - 2:33
    Ele ficou obcecado com a Linear B
    como aluno, depois de ouvir Evans falar.
  • 2:33 - 2:37
    Até se dedicou a decifrar a escrita
    enquanto servia na Segunda Guerra Mundial.
  • 2:38 - 2:41
    Após a guerra, Ventris se baseou
    no padrão de Kober
  • 2:41 - 2:44
    a partir de um conjunto recém-divulgado
    de inscrições da Linear B
  • 2:44 - 2:48
    obtidas de um local arqueológico
    diferente chamado Pilos,
  • 2:48 - 2:50
    na Grécia continental.
  • 2:50 - 2:53
    Seu verdadeiro avanço ocorreu
    quando ele comparou as tabuinhas de Pilos
  • 2:53 - 2:55
    com as de Cnossos
  • 2:55 - 2:58
    e viu que certas palavras apareciam
    nas tabuinhas de um local,
  • 2:58 - 2:59
    mas não do outro.
  • 3:00 - 3:03
    Ele se perguntava se aquelas palavras
    representavam os nomes de lugares
  • 3:03 - 3:05
    específicos para cada local.
  • 3:05 - 3:07
    Ele sabia que, ao longo dos séculos,
  • 3:07 - 3:09
    nomes de lugares tendem
    a permanecer constantes
  • 3:09 - 3:14
    e decidiu comparar a Linear B
    a um antigo silabário da ilha de Chipre.
  • 3:15 - 3:19
    A escrita cipriota foi usada
    centenas de anos após a Linear B,
  • 3:19 - 3:21
    mas alguns dos símbolos eram semelhantes.
  • 3:21 - 3:23
    Ele se perguntava se os sons
    também seriam semelhantes.
  • 3:23 - 3:27
    Quando Ventris ligou
    alguns sons do silabário cipriota
  • 3:27 - 3:28
    às inscrições da Linear B,
  • 3:28 - 3:31
    ele chegou à palavra Cnossos,
  • 3:31 - 3:34
    o nome da cidade onde Evans
    havia descoberto as tabuinhas.
  • 3:34 - 3:38
    Em um efeito dominó,
    Ventris desvendou a Linear B,
  • 3:38 - 3:40
    com cada palavra revelando mais claramente
  • 3:40 - 3:44
    que a língua da Linear B
    não era minoica, mas grega.
  • 3:44 - 3:49
    Ventris morreu em um acidente de carro
    4 anos depois, aos 34 anos,
  • 3:49 - 3:52
    mas sua descoberta reescreveu
    um capítulo da história.
  • 3:52 - 3:56
    Evans insistia que os minoicos haviam
    conquistado os gregos do continente
  • 3:56 - 3:59
    e, por este motivo, exemplos da Linear B
    foram encontrados no continente.
  • 3:59 - 4:03
    Mas a descoberta de que a Linear B
    representava o grego, e não o minoico,
  • 4:03 - 4:05
    mostrou que havia acontecido o oposto:
  • 4:05 - 4:07
    os gregos do continente invadiram Creta
  • 4:07 - 4:10
    e adotaram a escrita minoica
    em sua própria língua.
  • 4:10 - 4:12
    Mas a história ainda não acabou.
  • 4:13 - 4:15
    A língua atual dos minoicos,
  • 4:15 - 4:18
    representada por outra escrita
    chamada Linear A,
  • 4:18 - 4:20
    ainda não foi decifrada.
  • 4:20 - 4:22
    Isso permanece um mistério,
  • 4:22 - 4:24
    pelo menos por enquanto.
Title:
A corrida para decifrar uma língua misteriosa - Susan Lupack
Speaker:
Susan Lupack
Description:

Veja a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/the-race-to-decode-a-mysterious-language-susan-lupack

No início do século 20, o arqueólogo Arthur Evans descobriu cerca de 3 mil tabuinhas inscritas com símbolos estranhos. Ele achava que a escrita, batizada de Linear B, representava a língua minoica, enquanto outros tinham suas próprias teorias. Seria a língua perdida dos etruscos? Ou uma forma primitiva de basco? O significado dela iludiria os estudiosos por 50 anos. Susan Lupack explora as misteriosas inscrições.

Lição de Susan Lupack, direção de Movult.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:24

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions