A verdadeira relação entre idade e chance de sucesso
-
0:00 - 0:03Hoje é um dia muito especial para mim,
-
0:03 - 0:05porque é meu aniversário.
-
0:05 - 0:07(Aplausos)
-
0:09 - 0:12Obrigado a todos vocês
por participarem da festa. -
0:12 - 0:13(Risos)
-
0:13 - 0:18Mas toda vez que damos uma festa,
tem alguém lá para estragar tudo, não é? -
0:18 - 0:19(Risos)
-
0:19 - 0:21Sou físico.
-
0:21 - 0:25Desta vez, trouxe outro físico
para fazer isso. -
0:25 - 0:28O nome dele é Albert Einstein, meu xará,
-
0:28 - 0:29e foi ele quem disse
-
0:29 - 0:34que uma pessoa que não fez
contribuições importantes à ciência -
0:34 - 0:36até os 30 anos de idade
-
0:36 - 0:37nunca fará.
-
0:37 - 0:38(Risos)
-
0:38 - 0:41Vocês não precisam consultar a Wikipédia
-
0:41 - 0:42para saber que tenho mais de 30.
-
0:42 - 0:44(Risos)
-
0:44 - 0:47Na realidade, ele está nos dizendo
-
0:47 - 0:50que, quando se trata de minha ciência,
-
0:50 - 0:51sou inútil.
-
0:52 - 0:58Felizmente, tive minha quota
de sorte na carreira. -
0:58 - 1:02Por volta dos 28 anos,
fiquei muito interessado por redes -
1:02 - 1:06e, alguns anos depois, conseguimos
publicar alguns artigos importantes -
1:06 - 1:10que informaram a descoberta
de redes sem escala -
1:10 - 1:15e deram origem a uma nova disciplina
que chamamos hoje de ciência das redes. -
1:15 - 1:18Se vocês se importarem com isso,
poderão obter um PhD em ciência das redes -
1:19 - 1:21em Budapeste, em Boston,
-
1:21 - 1:23e estudar no mundo todo.
-
1:23 - 1:25Alguns anos mais tarde,
-
1:25 - 1:28quando me mudei para Harvard
primeiro como um ano sabático, -
1:28 - 1:31eu me interessei por outro tipo de rede:
-
1:31 - 1:34naquela época, as redes
dentro de nós mesmos, -
1:35 - 1:38como os genes, as proteínas
e os metabólitos se ligam uns aos outros -
1:38 - 1:41e como se conectam a doenças.
-
1:41 - 1:46Esse interesse levou a um crescimento
importante dentro da medicina, -
1:46 - 1:50que inclui a Network Medicine
Division de Harvard, -
1:50 - 1:53com mais de 300 pesquisadores
que usam essa perspectiva -
1:53 - 1:56para tratar pacientes
e desenvolver novas curas. -
1:57 - 1:59Alguns anos atrás,
-
1:59 - 2:02pensei em aproveitar essa ideia de redes
-
2:02 - 2:04e nosso conhecimento em redes
-
2:04 - 2:05em uma área diferente,
-
2:05 - 2:07isto é, para entender o sucesso.
-
2:08 - 2:09Por que fizemos isso?
-
2:09 - 2:11Pensamos que, até certo ponto,
-
2:11 - 2:15nosso sucesso é determinado
pelas redes das quais fazemos parte, -
2:15 - 2:19que nossas redes podem
nos impulsionar ou nos deter. -
2:19 - 2:20Eu estava curioso
-
2:20 - 2:23se poderíamos usar o conhecimento,
o "big data" e a competência -
2:23 - 2:24do desenvolvimento das redes
-
2:25 - 2:28para quantificar
como essas coisas acontecem. -
2:28 - 2:30Este é um resultado disso.
-
2:30 - 2:33Vemos aqui uma rede de galerias em museus
-
2:33 - 2:34que se conectam entre si.
-
2:35 - 2:39Por meio deste mapa,
elaborado no ano passado, -
2:39 - 2:44podemos prever com muita precisão
o sucesso de um artista -
2:44 - 2:48se tivermos as primeiras
cinco exposições de sua carreira. -
2:49 - 2:52Quando pensamos em sucesso,
-
2:52 - 2:55percebemos que o sucesso
não se trata apenas de redes; -
2:55 - 2:58há muitas outras dimensões envolvidas.
-
2:58 - 3:01Uma das coisas que precisamos
para o sucesso, obviamente, -
3:01 - 3:03é o desempenho.
-
3:03 - 3:06Vamos definir qual é a diferença
entre desempenho e sucesso. -
3:06 - 3:08Desempenho é o que você faz:
-
3:08 - 3:12a velocidade a que você corre,
o tipo de quadros que você pinta, -
3:12 - 3:14o tipo de artigos que você publica.
-
3:14 - 3:16Contudo, em nossa definição de trabalho,
-
3:16 - 3:21o sucesso se trata do que a comunidade
percebe a partir do que você fez, -
3:21 - 3:22do seu desempenho:
-
3:22 - 3:26como ela reconhece
e recompensa você por isso. -
3:26 - 3:28Em outros termos,
-
3:28 - 3:32seu desempenho trata-se de você,
mas seu sucesso trata-se de todos nós. -
3:33 - 3:37Essa foi uma mudança
muito importante para nós, -
3:37 - 3:39porque, quando definimos o sucesso
-
3:39 - 3:43como uma medida coletiva
que a comunidade nos fornece, -
3:43 - 3:44ele se tornou mensurável,
-
3:44 - 3:49porque, se estiver na comunidade,
haverá vários pontos de dados a respeito. -
3:49 - 3:54Então, vamos à escola,
fazemos exercícios, praticamos, -
3:54 - 3:57porque acreditamos
que o desempenho leva ao sucesso. -
3:58 - 4:00Mas, da maneira que começamos a explorar,
-
4:00 - 4:03percebemos que desempenho e sucesso
são coisas muito diferentes -
4:03 - 4:06quando se trata da matemática do problema.
-
4:06 - 4:08Darei um exemplo.
-
4:08 - 4:13Vemos aqui o homem
mais rápido do mundo, Usain Bolt. -
4:14 - 4:18É claro que ele vence a maioria
das competições das quais participa. -
4:18 - 4:20Sabemos que ele é o mais rápido
-
4:20 - 4:23porque temos um cronômetro
para medir a velocidade. -
4:23 - 4:27O interessante sobre ele
é que, quando vence, -
4:27 - 4:32ele não vence superando os adversários
de modo significativo. -
4:32 - 4:37Ele corre, no máximo, 1% mais rápido
do que quem perde a corrida. -
4:38 - 4:41Não só corre 1% mais rápido
do que o segundo lugar, -
4:41 - 4:44como também não corre dez vezes
mais rápido do que eu. -
4:44 - 4:46E não sou bom corredor, acreditem.
-
4:46 - 4:48(Risos)
-
4:48 - 4:51Sempre que conseguimos medir o desempenho,
-
4:51 - 4:53notamos algo muito interessante:
-
4:53 - 4:56o desempenho é limitado.
-
4:56 - 4:59Isso significa que não há grandes
variações no desempenho humano. -
5:00 - 5:03Varia apenas em um intervalo estreito,
-
5:03 - 5:06e precisamos do cronômetro
para medir as diferenças. -
5:06 - 5:09Não significa que não conseguimos
diferenciar os bons dos melhores, -
5:09 - 5:12mas é muito difícil
distinguir os melhores. -
5:12 - 5:14O problema é que a maioria de nós
-
5:14 - 5:19trabalha em áreas sem cronômetro
para medir nosso desempenho. -
5:19 - 5:21Tudo bem, o desempenho é limitado.
-
5:21 - 5:24Não há grandes diferenças entre nós
quando se trata de nosso desempenho. -
5:24 - 5:25E quanto ao sucesso?
-
5:26 - 5:29Vamos mudar para um assunto
diferente, como livros. -
5:29 - 5:34Uma medida de sucesso para os escritores
é a quantidade de leitores de sua obra. -
5:35 - 5:39Quando meu livro anterior
foi lançado, em 2009, -
5:39 - 5:41eu estava na Europa falando com o editor
-
5:41 - 5:43e fiquei interessado:
"Quem eram meus concorrentes?" -
5:44 - 5:47Havia alguns incríveis.
-
5:47 - 5:48Naquela semana...
-
5:48 - 5:49(Risos)
-
5:49 - 5:52Dan Brown lançou "O Símbolo Perdido",
-
5:52 - 5:56e "A Última Música" também foi lançado,
-
5:56 - 5:57de Nicholas Sparks.
-
5:57 - 6:00Quando analisamos a lista,
-
6:00 - 6:02percebemos que, em termos de desempenho,
-
6:02 - 6:05quase não há diferença
entre esses livros ou os meus. -
6:05 - 6:07Certo?
-
6:08 - 6:11Talvez se a equipe de Nicholas Sparks
trabalhasse um pouco mais, -
6:11 - 6:13ele poderia facilmente ficar em primeiro,
-
6:13 - 6:16porque é quase por acidente
acabar no topo da lista. -
6:16 - 6:20Eu disse: "Vamos analisar os números",
pois sou uma pessoa de dados. -
6:20 - 6:24Vejamos quais foram as vendas
para Nicholas Sparks. -
6:24 - 6:26Acontece que, no fim de semana inicial,
-
6:26 - 6:29Nicholas Sparks vendeu
mais de 100 mil cópias, -
6:29 - 6:31o que é um número incrível.
-
6:31 - 6:34É possível chegar ao topo da lista
dos mais vendidos do "New York Times" -
6:34 - 6:36com a venda de 10 mil cópias por semana.
-
6:36 - 6:40Ele superou em dez vezes
o necessário para ficar em primeiro. -
6:40 - 6:42Mas ele não ficou em primeiro.
-
6:42 - 6:43Por quê?
-
6:43 - 6:47Porque Dan Brown tinha vendido 1,2 milhão
de cópias naquele final de semana. -
6:47 - 6:49(Risos)
-
6:49 - 6:53Gosto dessas quantidades
porque mostram que, realmente, -
6:53 - 6:57quando se trata de sucesso,
ele é ilimitado, -
6:57 - 7:03que o melhor não é apenas
um pouco maior do que o segundo melhor, -
7:03 - 7:06mas recebe mais ordens de grandeza,
-
7:06 - 7:08porque o sucesso é uma medida coletiva.
-
7:08 - 7:13Nós o atribuímos a elas,
em vez de merecê-lo por nosso desempenho. -
7:13 - 7:18Percebemos que desempenho,
que é o que fazemos, é limitado, -
7:18 - 7:21mas sucesso, que é coletivo, é ilimitado,
-
7:21 - 7:22o que nos faz pensar:
-
7:22 - 7:25"Como obtemos essas enormes
diferenças de sucesso -
7:25 - 7:28quando temos diferenças
tão pequenas no desempenho?" -
7:29 - 7:32Recentemente lancei um livro
dedicado a essa mesma pergunta. -
7:32 - 7:35Eles não me deram tempo suficiente
para examinar tudo isso. -
7:35 - 7:37Voltarei à pergunta:
-
7:37 - 7:40certo, você tem sucesso;
quando isso deveria aparecer? -
7:40 - 7:44Vamos voltar ao "spoiler"
do grupo e nos perguntar: -
7:45 - 7:49"Por que Einstein
fez essa declaração ridícula, -
7:49 - 7:52de que, somente antes dos 30 anos,
poderíamos ser criativos?" -
7:52 - 7:56Porque ele se viu rodeado
de todos esses físicos incríveis -
7:56 - 7:59que criaram a mecânica quântica
e a física moderna, -
7:59 - 8:03e estavam todos na faixa dos 20
e início dos 30 anos quando fizeram isso. -
8:04 - 8:05E não é apenas ele.
-
8:05 - 8:07Não é só um viés de observação,
-
8:07 - 8:11porque há uma área completa
de pesquisa sobre gênios -
8:11 - 8:13que documentou o fato
-
8:13 - 8:16de que, se analisarmos as pessoas
que admiramos no passado, -
8:16 - 8:19e depois examinarmos a idade
em que fizeram sua maior contribuição, -
8:19 - 8:22seja na música, na ciência
-
8:22 - 8:23ou na engenharia,
-
8:23 - 8:29a maioria delas estava na faixa dos 20,
30, início dos 40 anos, no máximo. -
8:30 - 8:33Mas há um problema
com essa pesquisa sobre gênios. -
8:33 - 8:36Em primeiro lugar, ela nos deu a impressão
-
8:37 - 8:40de que criatividade é igual a juventude,
-
8:40 - 8:42o que é doloroso, não é mesmo?
-
8:42 - 8:44(Risos)
-
8:44 - 8:48Também tem um viés de observação,
-
8:48 - 8:53porque só analisa gênios
e não cientistas comuns -
8:53 - 8:55e não analisa todos nós e pergunta:
-
8:55 - 8:58"É verdade que a criatividade desaparece
à medida que envelhecemos?" -
8:58 - 9:00É exatamente o que tentamos fazer,
-
9:00 - 9:04e é importante ter referências.
-
9:04 - 9:07Vamos analisar
um cientista comum, como eu, -
9:07 - 9:08e minha carreira.
-
9:08 - 9:12Vemos aqui todos os artigos que publiquei
-
9:12 - 9:17desde meu primeiro, em 1989,
quando eu ainda estava na Romênia, -
9:17 - 9:18até este ano.
-
9:19 - 9:21Verticalmente, vemos o impacto do artigo,
-
9:21 - 9:23ou seja, quantas citações,
-
9:23 - 9:27quantos outros artigos escritos
citaram esse trabalho. -
9:27 - 9:31Nessa análise, vemos que minha carreira
tem cerca de três fases diferentes. -
9:31 - 9:34Nos primeiros dez anos,
tive que trabalhar muito -
9:34 - 9:35e não consegui muito.
-
9:35 - 9:37Ninguém parece se importar com o que faço.
-
9:37 - 9:39Quase não há impacto.
-
9:39 - 9:41(Risos)
-
9:41 - 9:43Naquela época, eu estava fazendo
ciência dos materiais, -
9:44 - 9:47e então descobri redes por mim mesmo
-
9:47 - 9:49e comecei a publicar em redes.
-
9:49 - 9:52Isso levou de um artigo
de alto impacto para outro. -
9:52 - 9:55Eu me senti bem
nessa fase de minha carreira. -
9:55 - 9:57(Risos)
-
9:57 - 10:00A pergunta é: "E agora?"
-
10:01 - 10:03Não sabemos, porque ainda
não houve tempo suficiente -
10:03 - 10:06para descobrir o impacto desses artigos.
-
10:06 - 10:07Leva tempo para saber.
-
10:08 - 10:09Quando analisamos os dados,
-
10:09 - 10:13parece que Einstein e a pesquisa
sobre gênios estavam certos, -
10:13 - 10:14e estou nessa fase de minha carreira.
-
10:14 - 10:16(Risos)
-
10:19 - 10:23Dissemos: "Tudo bem, vamos descobrir
como isso realmente acontece, -
10:23 - 10:25primeiro na ciência".
-
10:25 - 10:28Para não ter o viés de seleção,
-
10:28 - 10:30analisar apenas gênios,
-
10:30 - 10:33acabamos reconstruindo
a carreira de cada cientista -
10:33 - 10:36de 1900 até hoje
-
10:36 - 10:40e descobrindo para todos eles
sua melhor conquista, -
10:40 - 10:42se ganharam o Prêmio Nobel ou não,
-
10:42 - 10:46ou ninguém sabe o que fizeram,
nem mesmo sua melhor conquista. -
10:46 - 10:48É o que vemos neste slide.
-
10:48 - 10:49Cada linha é uma carreira,
-
10:49 - 10:54e um ponto azul claro no topo da carreira
indica a melhor conquista. -
10:54 - 10:56A pergunta é:
-
10:56 - 10:59"Quando eles, na verdade,
fizeram sua maior descoberta?" -
10:59 - 11:00Para quantificar,
-
11:00 - 11:03analisamos a probabilidade
de fazermos nossa maior descoberta -
11:03 - 11:06em, digamos, um, dois, três
ou dez anos em nossa carreira? -
11:07 - 11:10Não estamos analisando a idade real,
mas o que chamamos de "idade acadêmica". -
11:10 - 11:14Nossa idade acadêmica começa
ao publicarmos nossos primeiros artigos. -
11:14 - 11:15Sei que alguns de vocês ainda são bebês.
-
11:15 - 11:17(Risos)
-
11:17 - 11:19Vamos analisar a probabilidade
-
11:19 - 11:22de publicarmos nosso artigo
de maior impacto. -
11:22 - 11:25Vemos que, de fato,
a pesquisa sobre gênios está certa. -
11:25 - 11:28A maioria dos cientistas tende a publicar
seu artigo de maior impacto -
11:28 - 11:31nos primeiros 10, 15 anos de carreira,
-
11:31 - 11:34e há um declínio após esse período.
-
11:34 - 11:39É tão rápido que estou prestes...
tenho exatamente 30 anos de carreira, -
11:39 - 11:41e a chance de eu publicar um artigo
-
11:41 - 11:44que tenha um impacto maior
do que qualquer coisa que fiz antes -
11:44 - 11:46é de menos de 1%.
-
11:46 - 11:49Estou nessa fase de minha carreira,
segundo esses dados. -
11:50 - 11:51Mas há um problema.
-
11:52 - 11:55Não estamos controlando adequadamente.
-
11:55 - 11:56O controle seria:
-
11:56 - 12:01"Como seria um cientista que faz
contribuições aleatórias para a ciência?" -
12:01 - 12:04"Ou qual é a produtividade do cientista?"
-
12:04 - 12:06"Quando eles escrevem artigos?"
-
12:06 - 12:09Assim medimos a produtividade
-
12:09 - 12:11e, surpreendentemente, a produtividade,
-
12:11 - 12:13a probabilidade de escrever um artigo
-
12:13 - 12:15no primeiro, décimo
ou vigésimo ano de carreira -
12:15 - 12:19é indistinguível da probabilidade
de ter o impacto -
12:19 - 12:20naquela parte de nossa carreira.
-
12:21 - 12:23Para encurtar a história,
-
12:23 - 12:27depois de muitos testes estatísticos,
só há uma explicação para isso: -
12:27 - 12:30nós, cientistas, trabalhamos
-
12:30 - 12:34de modo que cada artigo que escrevemos,
cada projeto que fazemos, -
12:34 - 12:37tenha exatamente a mesma chance
de ser nossa melhor conquista. -
12:38 - 12:43Ou seja, a descoberta
é como um bilhete de loteria. -
12:43 - 12:47Quanto mais bilhetes de loteria compramos,
maiores são nossas chances, -
12:47 - 12:51tanto que a maioria dos cientistas
compra a maioria dos bilhetes de loteria -
12:51 - 12:54nos primeiros 10, 15 anos de carreira.
-
12:54 - 12:57Depois disso, sua produtividade diminui.
-
12:57 - 12:59Eles deixam de comprar bilhetes de loteria
-
12:59 - 13:03e parece que não são criativos.
-
13:03 - 13:05Na realidade, eles pararam de tentar.
-
13:06 - 13:09Quando reunimos os dados,
a conclusão é muito simples: -
13:09 - 13:12"O sucesso pode vir a qualquer momento".
-
13:12 - 13:16Pode ser o primeiro ou o último
artigo de sua carreira. -
13:16 - 13:20É totalmente aleatório
no espaço dos projetos. -
13:20 - 13:22É a produtividade que muda.
-
13:22 - 13:23Darei um exemplo.
-
13:23 - 13:26Este é Frank Wilczek,
que recebeu o Prêmio Nobel de Física -
13:26 - 13:30pelo primeiro artigo que escreveu
na carreira como aluno de pós-graduação. -
13:31 - 13:32(Risos)
-
13:32 - 13:35Mais interessante é John Fenn,
-
13:35 - 13:39que, aos 70 anos, foi aposentado à força
pela Universidade Yale. -
13:39 - 13:41Fecharam o laboratório dele
-
13:41 - 13:45e, naquele momento, ele se mudou
para a Virginia Commonwealth University, -
13:45 - 13:47abriu outro laboratório,
-
13:47 - 13:50e foi lá, aos 72 anos,
que publicou um artigo -
13:50 - 13:54pelo qual, 15 anos depois,
recebeu o Prêmio Nobel de Química. -
13:55 - 13:58Pensamos: "Tudo bem, a ciência é especial,
-
13:58 - 14:01mas e quanto a outras áreas
em que precisamos ser criativos?" -
14:01 - 14:05Darei outro exemplo típico:
-
14:05 - 14:07empreendedorismo.
-
14:07 - 14:08Vale do Silício,
-
14:08 - 14:11a terra da juventude, não é mesmo?
-
14:11 - 14:12De fato, ao analisarmos,
-
14:12 - 14:17percebemos que os maiores prêmios,
como o TechCrunch Awards, e outros, -
14:17 - 14:18estão todos destinados a pessoas
-
14:18 - 14:24com idade média no final dos 20
e bem no início dos 30 anos. -
14:24 - 14:28Analisamos a quem os capitalistas
de risco dão o dinheiro, -
14:28 - 14:30algumas das maiores empresas
de capital de risco, -
14:30 - 14:32todas as pessoas
com pouco mais de 30 anos. -
14:33 - 14:34Sabemos, é claro,
-
14:34 - 14:39que há uma crença no Vale do Silício
de que juventude é igual a sucesso. -
14:40 - 14:42Isso não ocorre
quando analisamos os dados, -
14:42 - 14:45porque não se trata apenas
de formar uma empresa, -
14:45 - 14:47que é semelhante à produtividade:
tentar, tentar, tentar, -
14:47 - 14:50quando analisamos quais desses indivíduos
-
14:50 - 14:54criam uma empresa e uma saída de sucesso.
-
14:54 - 14:57Recentemente, alguns de nossos colegas
analisaram exatamente essa questão. -
14:57 - 15:01Acontece que pessoas
na faixa dos 20 e 30 anos -
15:01 - 15:04criam um número enorme de empresas,
-
15:04 - 15:06mas a maioria delas quebra.
-
15:06 - 15:10Quando analisamos as saídas bem-sucedidas,
vemos, nesse enredo em particular, -
15:10 - 15:14que, quanto maior a idade, maior a chance
de conquistar o mercado de ações -
15:14 - 15:16ou a venda da empresa com sucesso.
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15:17 - 15:20Isso é tão forte que, se você
estiver na faixa dos 50 anos, -
15:20 - 15:24terá duas vezes mais chances
de ter uma saída bem-sucedida -
15:24 - 15:25do que se estiver na faixa dos 30 anos.
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15:27 - 15:29(Aplausos)
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15:32 - 15:35Finalmente, o que vemos na verdade?
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15:35 - 15:39Vemos que criatividade não tem idade.
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15:39 - 15:41Produtividade sim, certo?
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15:41 - 15:46Isso me diz que, no final,
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15:46 - 15:48se continuarmos tentando,
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15:48 - 15:50(Risos)
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15:50 - 15:54ainda podemos ter cada vez mais sucesso.
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15:54 - 15:56Minha conclusão é muito simples:
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15:56 - 15:58saio do palco,
de volta ao meu laboratório. -
15:58 - 15:59Obrigado.
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15:59 - 16:01(Aplausos)
- Title:
- A verdadeira relação entre idade e chance de sucesso
- Speaker:
- Albert-László Barabási
- Description:
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Apoiado pela análise matemática, o teórico de redes Albert-László Barabási explora os mecanismos ocultos que levam ao sucesso, não importa a área, e revela uma relação intrigante entre idade e chance de sucesso.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:16