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Como nos assumirmos no trabalho, seja em que for

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    Sair do armário.
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    É comum pensarmos
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    que é uma experiência específica
    da comunidade LGBTQ+.
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    Mas todos temos segredos
    guardados no armário.
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    Pode ser algo sobre a nossa casa
    ou a vida familiar,
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    sobre a nossa saúde física ou mental.
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    Talvez vocês não sejam alérgicos a gatos,
    só não gostem deles.
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    Talvez seja o vosso caso.
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    Seja o que for que estão
    a manter dentro do armário,
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    isso modela a forma
    como andam pelo mundo.
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    E isso inclui o vosso trabalho.
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    Então como agir nesse aspeto importante,
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    mas às vezes difícil,
    de falar sobre quem somos?
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    Quando alguém se assume à nossa frente,
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    o que é que podemos fazer
    para o ouvir e apoiar?
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    [A forma como trabalhamos]
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    [Patrocinado pela Dropbox]
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    Olá, chamo-me Micah.
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    Mas nem sempre foi assim.
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    Ao fim de um ano no meu atual trabalho,
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    comecei o meu processo
    de me assumir como trans.
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    Quando me reuni com os recursos humanos
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    para falar sobre como
    me reapresentar a todos,
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    ninguém tinha uma resposta.
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    Ninguém do meu trabalho
    se assumira trans antes disso
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    e é por isso que estou aqui
    para vos oferecer
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    três dicas sobre como falar
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    em coisas que são difíceis de falar.
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    Para vocês que estão
    do outro lado da conversa
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    eu também tenho conselhos para vocês,
    sobre como ouvir melhor,
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    reagir e ser um aliado ativo
    para um vosso colega.
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    Eu não posso dar-vos as palavras exatas,
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    porque elas têm de ser vossas.
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    Afinal, não sabemos
    o que está a manter-te no armário
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    Mas quaisquer que sejam,
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    espero que estas dicas vos deem uma base
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    que vos ajude a decidir
    o que vocês querem dizer
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    e como querem dizer.
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    Saibam o que querem
    e não querem nessa conversa
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    Para isso, interroguem-se
    sobre coisas como, por exemplo:
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    Precisarei de alguma coisa
    da pessoa a quem estou a contar isto?
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    Para onde é que eu quero
    que a conversa evolua
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    se é que quero que ela evolua?
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    E como quero que essa pessoa
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    entenda as minhas relações
    com este aspeto de quem sou?
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    Então, no meu caso, eu sabia
    que queria que me chamassem
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    pelo meu novo nome e pronomes
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    Mas eu também não queria
    que me evitassem
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    com medo de se enganarem.
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    Isso ia levar tempo.
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    E eu queria que isso fosse
    como um facto comum
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    sobre quem eu sou.
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    Então agora sabemos
    o que queremos comunicar.
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    Vamos conversar sobre como dizer isso.
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    Definindo o tom.
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    Vocês vão querer apresentar
    essa informação
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    da mesma forma que querem
    que as pessoas reajam.
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    Eles vão procurar e ouvir pistas
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    sobre qual é a reação apropriada.
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    É algo que vocês querem
    que seja festejado?
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    "Eu sou trans!"
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    Ou vocês só querem falar disso
    e seguir com a vossa vida?
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    "Ah, a propósito, eu sou trans."
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    Não há uma forma certa
    de dizê-lo para toda a gente.
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    O mais importante aqui
    é o que está certo para vocês.
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    Outra coisa, nós não podemos
    controlar a forma
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    como toda a gente vai reagir a isso.
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    Mas podemos ter o controlo
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    sobre como eles compreendem
    a nossa relação
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    com essa parte de quem somos.
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    Agora que sabemos o que queremos dizer
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    e como queremos dizê-lo,
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    onde queremos que começa
    a conversa a partir daqui?
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    O meu conselho é propor
    um "plano de ação".
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    Isso vai ajudar-vos a manter
    o controlo da conversa
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    dando instruções às pessoas
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    sobre o que elas devem fazer
    ou dizer em seguida.
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    Eu queria que isto fosse
    como qualquer facto comum
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    sobre quem sou.
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    Por isso, decidi usar
    a minha saída do armário
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    para resolver um problema vulgar.
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    E enviei o seguinte email:
  • 2:53 - 2:55
    "Olá a todos, preciso da vossa ajuda.
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    "Estou no mercado à procura
    de um hidratante para a minha pele seca.
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    "Também estou no processo
    de me assumir como trans.
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    "Mudei o meu nome para Micah
    e os meus pronomes são ele e dele.
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    "Se tiverem alguma pergunta
    sobre a minha mudança de pronomes
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    "ou os meus problemas de pele,
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    "podem enviar-me um 'e-mail'
  • 3:10 - 3:12
    "para as minhas novas
    informações de contacto.
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    "Também quero dizer que,
    quando a minha pele está seca,
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    "ela não é tão sensível.
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    "Todos vamos confundir
    o meu nome e pronomes
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    "Incluindo eu próprio.
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    "Quando isso acontecer,
    não entrem em pânico!
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    "Sejam compreensivos
    com vocês mesmos.
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    "todos juntos vamos
    aprendendo com os erros.
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    "Eu tenho muita sorte
    de trabalhar num lugar
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    "onde me sinto aceite
    de qualquer forma,
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    "ser um homem transgénero,
    ser uma pessoa com pele seca
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    "ou, neste caso, as duas coisas."
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    Agora, vou ser sincero:
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    não fiz muitas mudanças
    na minha rotina de cuidados da pele
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    desde que enviei aquele "email".
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    Mas posso dizer que
    me sinto muito mais confortável
  • 3:46 - 3:47
    na minha própria pele.
  • 3:47 - 3:50
    E é por causa de respostas como estas:
  • 3:50 - 3:52
    [Tens todo o amor + apoio, Micah!
  • 3:52 - 3:54
    [E fica a saber que eu recomendo
    os produtos Clinique.
  • 3:54 - 3:56
    [Tu és o melhor.
  • 3:56 - 3:58
    [És e sempre serás
    a minha pessoa favorita (no trabalho).
  • 3:58 - 4:00
    [Mesmo tendo uma terrível pele seca.]
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    [Obrigado por seres tu.
  • 4:02 - 4:05
    [Quando quiseres falar
    de pele seca, de género, de corpo, etc.
  • 4:05 - 4:06
    [estarei aqui para ti.]
  • 4:06 - 4:09
    [Obrigado por nos deixares
    confundir as coisas...]
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    Vocês devem estar a pensar
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    que, se eu for o ouvinte nesta conversa,
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    o que eu poderei fazer
    para apoiar um meu colega
  • 4:16 - 4:18
    além de talvez lhe recomendar
    o meu dermatologista?
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    Bom, para os iniciantes:
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    escutem de peito aberto
    e com empatia no coração.
  • 4:22 - 4:24
    Vão querer ouvir especialmente
  • 4:24 - 4:26
    a linguagem específica
    que a pessoa está a usar
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    para se descrever a si mesmo
    e à sua experiência
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    porque é a mesma linguagem
    que vão querer usar ao responderem.
  • 4:31 - 4:34
    Vocês podem sentir-se
    tentados a fazer perguntas
  • 4:34 - 4:35
    sobre a sua identidade.
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    Antes de fazerem perguntas,
    perguntem a vocês mesmos:
  • 4:37 - 4:40
    Encontrarei resposta a essa pergunta
    num motor de pesquisa?
  • 4:40 - 4:42
    Muito provavelmente sim.
  • 4:42 - 4:44
    E se a resposta for não, perguntem:
  • 4:44 - 4:47
    "É uma pergunta demasiado pessoal
    para eu perguntar ao meu colega?"
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    Uma pergunta que será correto fazer:
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    "Há alguma coisa que eu possa fazer
    para te apoiar?"
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    Esta é uma nota para o caso de estarem
    a responder na hora e pessoalmente.
  • 4:55 - 4:57
    Mas se quiserem ser um aliado ativo,
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    a conversa não termina aí,
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    ela continua com os vossos colegas
    e os recursos humanos,
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    sobre como podem fazer
    um local de trabalho mais inclusivo
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    para a identidade dessa pessoa.
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    Há todas as hipóteses
    de não o ajudar só a ele
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    mas talvez a mais alguém igual a ele.
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    Agora, no meu caso,
  • 5:12 - 5:14
    seria adicionando pronomes
    na assinatura do "e-mail"
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    e pedir aos colegas para fazerem o mesmo
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    para ajudarem a normalizá-lo
    na organização.
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    Também pode ser falar
    com os recursos humanos
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    sobre ter mais políticas de cuidados
    de saúde para inclusão de trans.
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    O meu último conselho é para o ouvinte
    e para o líder da conversa.
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    Lembrem-se que ele é a mesma pessoa
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    que vocês sempre conheceram.
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    Foi o peso dos estereótipos e dos estigmas
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    que sempre nos fecharam no armário.
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    Temos medo de que as pessoas
    nos vejam como uma coisa
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    em vez de nos verem
    com o aspeto de quem somos
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    e sempre fomos.
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    Eu sei que também foi esse o meu caso,
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    mas tornou-se mais fácil para mim
    dizer: "Chamo-me Micah"
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    não só pela forma como vi ser aceite,
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    mas também por ser aceite com entusiasmo
    pelos meus colegas de trabalho.
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    Então, seja o que for que
    vos mantém no armário,
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    espero que estas dicas vos deem força
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    para trazer o vosso eu verdadeiro
    para o local de trabalho
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    e talvez sentir-se mais confortáveis
    na vossa pele.
Title:
Como nos assumirmos no trabalho, seja em que for
Speaker:
Micah Eames
Description:

Quando o coordenador dos "media" Micah Eames se assumiu como trans no trabalho, rapidamente se deu conta de que ia ter conversas complicadas com os seus colegas de trabalho. Aqui está o seu conselho de como podemos abrir-nos quanto à nossa identidade no trabalho e o que os nossos colegas podem fazer para ajudar.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
06:04

Portuguese subtitles

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