Como Diferenciar Sátiras de Informações Falsas

Alguns sites de sátira se esforçam para marcar a si mesmos como satíricos. Outros não. Então, o que acontece quando as pessoas confundem sátiras com informações reais? Neste episódio, analisamos como a sátira é marcada - corretamente ou não - na internet. Daniel Funke do Politifact e os satiristas Jeremy Levick e Rajat Suresh se juntam a nós.

Politifact: https://www.politifact.com/

Fontes
Como uma rede de desinformação utilizou a sátira para torná-la uma fonte popular de notícias falsas no Facebook: https://www.politifact.com/article/2020/jan/21/one-most-popular-false-news-sites-facebook-part-pa/
Paródia de "Amanpour & Company": https://twitter.com/jeremylevick/status/1245174763808608256

Não se esqueça de Curtir & Se Inscrever: https://bit.ly/3dziPoH

"Take on Fake" desmascara notícias falsas que são vistas ou compartilhadas on-line para mostrar como você pode se manter bem-informado. Hari Sreenivasan percorre o labirinto das informações falsas, vai além de uma manchete e encontra fontes confiáveis para revelar a verdade.

#TakeOnFake

[Vídeo no Twittter]
Interessante, interessante...

Eu acho que há muita confusão
quando as pessoas saem de casa.

No que devemos prestar atenção?

Hari Sreenwasan: Nunca fui parodiado
em todo o meu tempo no jornalismo.

Até que é divertido, certo?

Estavam zombando de um programa
em que trabalhei, "Amanpour & Company".

Como já estávamos pesquisando
sobre sátiras e informações falsas,

decidi encurralar esses dois caras

e pedir que explicassem a piada para mim.

Jeremy Levick e Rajat Sures
são comediantes e satiristas

que vivem no Brooklyn.

Jeremy Levick: Se você é
comediante ou "satirista",

uma palavra que acho pretensiosa
e que não vou usar.

Rajat Sures: Mas somos pretensiosos.
Somos, sim. Somos.

HS: Vocês fizeram recentemente
uma sátira de “Amanpour & Company”.

De onde veio a ideia?

RS: Estávamos consumindo
muitos vídeos desse tipo e...

HS: Algo como: "Ei, tem um cara moreno.
Eu conheço um cara moreno."

RS: (Risos) Não, foi uma lógica
bem mais inteligente do que essa.

JL: Foi assim: apenas achamos
realmente divertido,

como contar uma piada do Jeff Foxworthy
e levá-la muito a sério.

Um homem dirigia na estrada,
atropelou um cervo

e o chamou de "fast food" , comida rápida.
RS: Certo.

HS: Estamos vendo a sátira ser usada

para desinformar as pessoas.

Imaginavam que ela seria
usada dessa forma?

JL: A sátira sempre corre esse risco.

Ajuda se você tiver um grande nome

por trás do seu conteúdo,
como o The Onion ou o SNL.

Quando você mesmo cria
e publica as coisas,

especialmente na internet,

não tem essas marcas
identificando o conteúdo,

então há o risco de espalhar
informações falsas e desinformação.

HS: Sátiras sendo confundidas
com notícias reais.

Se vê muito disso on-line.

Veja este exemplo.

Um título chamativo
em um tweet do The New Yorker:

"Trump otimista sobre ganhar
o Prêmio Nobel de Medicina".

Muitas pessoas comentaram,
parecendo acreditar que era verdade.

Alguns acharam que era do The Onion.

Não era.

Mas era sátira, como distinguir?

Bem, clique no artigo

e verá

que o The New Yorker deixou
muito claro que era uma sátira.

Eles fazem isso com tudo;
desde "The Borowitz Report",

uma coluna de sátiras.

Até a miniatura no Twitter
tem uma pista no slogan da coluna,

a citação: "Não são as notícias".

Este exemplo é de um artigo corretamente
marcado num site de sátiras famoso

e, ainda assim, pessoas se enganaram.

Logo, o que acontece
quando uma sátira não tem contexto?

Pior ainda, o que acontece
quando tiram o contexto de propósito?

Foi isso que um repórter descobriu
em uma rede de sites

que tira sátiras de seu contexto original,

remove qualquer marcação ou aviso,

e as republica como se fossem
artigos de "notícias" genuínas.

Daniel Funke: Vimos centenas desses sites
proliferarem desde dezembro.

No Facebook, eles são
muito compartilhados.

Um site que estávamos monitorando

era regularmente uma das mais populares
fontes de notícias falsas no Facebook.

Tinha centenas de milhares
de ações de engajamento

em cada artigo que postava.

Embora cópias de sátiras pareçam

um jeito simples de espalhar
informações falsas e desinformação,

esses sites são geridos por pessoas
que sabem muito bem o que estão fazendo.

HS: Por que fazem isso?

DF: O PolitiFact investigou
centenas desses sites

e em quase todos
há rastreadores do Google AdSense,

o que significa
que qualquer clique naquele site

irá para suas impressões do Google Ads.

Então, quanto mais pessoas
visualizam aquele artigo,

mais pagamentos
o proprietário do site recebe.

HS: Como saber diferenciar uma piada

de uma notícia real?

DF: Sempre pesquise
o máximo que puder sobre o site

antes de compartilhar algo.

Sempre vá para o site
e encontre a página "Sobre nós".

Se não houver muitas informações nela,

ou se houver erros ortográficos,
ou se parecer genérica,

pode ser um sinal
de que o site não é confiável.

E na dúvida, se não conseguir
achar nada sobre o site,

apenas não compartilhe.

Não há problema em não compartilhar
algo nas redes sociais.

É melhor prevenir do que remediar.

HS: A sátira é feita para provocar,
causar uma reação emocional,

chamar sua atenção, talvez provocar
uma risada ou mudar sua opinião;

mas não para espalhar informações falsas.

Então não seja enganado on-line.

Leia além dos títulos.

Se algo parece tão absurdo
que pode ter sido escrito

por caras como nossos amigos
Rajat e Jeremy, talvez tenha sido mesmo.

Até a próxima.
Não espalhe notícias falsas.

Fique com a verdade.

Sou Hari Sreenivasan.
Este foi o "Take on Fake".

JL: Minha mãe realmente queria explicar
para todos que responderam

e não entenderam. (Risos)

RS: Então a resposta
para sua pergunta é usar a mãe...

JL: Eu diria que sim.

HS: Nossa, ele precisou
que a mãe explicasse a piada.

JL: Acho que eu deveria dar algo
como uma conta falsa para minha mãe,

para que não possa
ser rastreada até mim. (Risos)