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Readaptar os subúrbios

  • 0:01 - 0:03
    Nos últimos 50 anos,
  • 0:03 - 0:05
    tivemos uma forte construção dos subúrbios
  • 0:05 - 0:07
    com muitas consequências indesejadas.
  • 0:07 - 0:10
    Vou falar de algumas dessas consequências
  • 0:10 - 0:14
    e apresentar uma série de projetos
    realmente interessantes
  • 0:14 - 0:16
    que creio que nos dão fortes razões
  • 0:16 - 0:18
    para ficarmos muito otimistas
  • 0:18 - 0:21
    em como o grande projeto de "design"
    e desenvolvimento para os próximos 50 anos
  • 0:21 - 0:24
    será a readaptação de subúrbios.
  • 0:24 - 0:27
    Quer seja a reconstrução
    de centros comerciais decadentes,
  • 0:27 - 0:30
    tornar habitáveis
    grandes armazéns comerciais
  • 0:30 - 0:33
    ou reconstruir sapais
  • 0:33 - 0:35
    em antigos parques de estacionamento.
  • 0:35 - 0:37
    Eu acredito que o número
    crescente de espaços,
  • 0:37 - 0:40
    decadentes ou não rentáveis
  • 0:40 - 0:43
    principalmente de espaços comerciais
  • 0:43 - 0:44
    pelos subúrbios
  • 0:44 - 0:47
    nos dá uma tremenda oportunidade
  • 0:47 - 0:49
    para pegar naquelas paisagens
  • 0:49 - 0:51
    que, de momento, são menos sustentáveis
  • 0:51 - 0:55
    e convertê-las
    em lugares mais sustentáveis.
  • 0:55 - 0:58
    O que este processo nos permite fazer
  • 0:58 - 1:00
    é redirecionar mais do nosso crescimento
  • 1:00 - 1:04
    para as comunidades existentes
    que precisam desse impulso
  • 1:04 - 1:06
    e que têm já a infraestrutura pronta,
  • 1:06 - 1:09
    em vez de continuarmos
    a arrancar árvores
  • 1:09 - 1:12
    e a arrasar os espaços
    verdes da periferia.
  • 1:13 - 1:15
    Porque é que isto é importante?
  • 1:15 - 1:18
    Penso que há diversas razões.
  • 1:18 - 1:21
    Sem entrar em grande pormenor,
    vou mencionar algumas.
  • 1:21 - 1:24
    Numa perspetiva de alterações climáticas,
  • 1:24 - 1:26
    o habitante urbano médio nos EUA
  • 1:26 - 1:29
    tem uma pegada de carbono
    equivalente a um terço
  • 1:29 - 1:32
    da do habitante suburbano médio,
  • 1:32 - 1:35
    principalmente porque os habitantes
    dos subúrbios conduzem muito mais,
  • 1:35 - 1:38
    e porque, como moram
    em vivendas separadas,
  • 1:38 - 1:41
    têm uma superfície exterior muito maior
  • 1:41 - 1:43
    por onde se dissipa energia.
  • 1:43 - 1:47
    Portanto, estritamente de uma perspetiva
    de alterações climáticas,
  • 1:48 - 1:52
    as cidades são já
    relativamente "verdes".
  • 1:52 - 1:54
    A grande oportunidade
  • 1:54 - 1:57
    para reduzir as emissões de gases
    com efeito de estufa
  • 1:57 - 2:00
    está na urbanização dos subúrbios.
  • 2:00 - 2:06
    A quilometragem que fazemos
    duplicou, por vivermos nos subúrbios.
  • 2:07 - 2:10
    Isso fez aumentar a nossa dependência
    de petróleo importado
  • 2:10 - 2:12
    apesar dos ganhos
    em eficiência nos automóveis.
  • 2:12 - 2:14
    Estamos a conduzir tanto
  • 2:14 - 2:17
    que a tecnologia não tem conseguido
    acompanhar este crescimento.
  • 2:17 - 2:19
    A saúde pública é outra razão
  • 2:19 - 2:21
    para considerarmos
    a readaptação dos subúrbios.
  • 2:21 - 2:23
    Investigadores no CDC
    e em outros institutos
  • 2:23 - 2:27
    têm associado cada vez mais
    os padrões de desenvolvimento suburbano
  • 2:27 - 2:29
    aos estilos de vida sedentários.
  • 2:29 - 2:32
    E estes têm vindo a ser associados
  • 2:32 - 2:35
    com o alarmante crescimento
    dos níveis de obesidade
  • 2:35 - 2:38
    visível nestes mapas.
  • 2:38 - 2:41
    Por sua vez, essa obesidade tem causado
  • 2:41 - 2:44
    um grande aumento
    de doenças coronárias e diabetes
  • 2:44 - 2:46
    até ao ponto em que,
    uma criança que nasça hoje
  • 2:46 - 2:50
    tem 33% de probabilidade
    de vir a ter diabetes.
  • 2:50 - 2:53
    Esta taxa de crescimento tem acompanhado
  • 2:53 - 2:57
    a tendência para as crianças
    não irem a pé para a escola,
  • 2:57 - 3:00
    mais uma vez, devido aos nossos padrões
    de desenvolvimento suburbano.
  • 3:00 - 3:03
    Finalmente temos a questão do preço.
  • 3:03 - 3:06
    Até que ponto podemos suportar
  • 3:06 - 3:09
    os custos de viver em subúrbios
  • 3:09 - 3:12
    considerando o preço dos combustíveis?
  • 3:12 - 3:14
    A expansão suburbana para terrenos baratos
  • 3:14 - 3:16
    durante os últimos 50 anos
  • 3:16 - 3:19
    — sabem, os terrenos baratos
    na periferia —
  • 3:19 - 3:22
    ajudou várias gerações de famílias
    a desfrutar do Sonho Americano.
  • 3:22 - 3:24
    Mas cada vez mais,
  • 3:24 - 3:26
    as poupanças prometidas numa lógica
  • 3:26 - 3:28
    "vai conduzindo para a periferia
  • 3:28 - 3:31
    "até conseguires que te aprovem
    um empréstimo bancário"
  • 3:31 - 3:32
    essas poupanças são anuladas
  • 3:32 - 3:35
    quando consideramos
    os custos de transportes.
  • 3:35 - 3:37
    Por exemplo aqui em Atlanta
  • 3:37 - 3:42
    cerca de metade dos agregados
    ganha entre 20 e 50 mil dólares por ano.
  • 3:42 - 3:47
    E gasta 29% do seu rendimento
    em habitação
  • 3:47 - 3:51
    e 32% em transportes.
  • 3:51 - 3:53
    Estes são valores de 2005.
  • 3:53 - 3:56
    Ou seja, antes de termos chegado
    a 1 dólar por litro.
  • 3:56 - 4:01
    As pessoas tendem a não contabilizar
    os custos de transporte.
  • 4:02 - 4:05
    E eles não vão decair nos próximos tempos.
  • 4:05 - 4:08
    Quer vocês adorem o ambiente
    idílico e privado dos subúrbios
  • 4:08 - 4:10
    quer detestem as suas zonas
    comerciais sem alma,
  • 4:10 - 4:13
    há razões por que é importante
    recuperar e reequipar.
  • 4:13 - 4:15
    Mas... será prático?
  • 4:15 - 4:17
    Penso que sim.
  • 4:17 - 4:20
    June Williamson e eu
    temos investigado este tema
  • 4:20 - 4:21
    há mais de uma década.
  • 4:21 - 4:25
    Já encontrámos mais
    de 80 projetos variados
  • 4:26 - 4:28
    que são impulsionados pelo mercado.
  • 4:28 - 4:31
    O que está a conduzir
    o mercado em particular?
  • 4:31 - 4:34
    Primeiro: grandes alterações demográficas.
  • 4:35 - 4:37
    Costumamos pensar nos subúrbios
  • 4:37 - 4:40
    como lugares feitos
    para a vida em família.
  • 4:40 - 4:43
    Porém já não é esse o caso.
  • 4:43 - 4:46
    Desde o ano 2000,
  • 4:46 - 4:50
    dois terços dos agregados suburbanos
    não têm crianças.
  • 4:51 - 4:54
    Simplesmente,
    ainda não tínhamos atingido isso.
  • 4:55 - 4:58
    As razões para isto têm muito a ver
    com a predominância
  • 4:58 - 5:01
    de dois grandes grupos demográficos.
  • 5:01 - 5:04
    São eles os Baby Boomers
    agora em idade de reforma,
  • 5:04 - 5:06
    depois há um hiato,
  • 5:06 - 5:08
    e a Geração X, que é um grupo pequeno.
  • 5:08 - 5:10
    Ainda estão a ter filhos.
  • 5:10 - 5:15
    Mas a Geração Y ainda nem começou
    a atingir a idade para ter filhos.
  • 5:15 - 5:17
    Eles são o próximo grande grupo.
  • 5:18 - 5:22
    Portanto o resultado disso,
    previsto pelos demógrafos,
  • 5:22 - 5:27
    é que até 2025, 75 a 85 %
    dos novos agregados familiares
  • 5:27 - 5:29
    não terão crianças suficientes.
  • 5:30 - 5:33
    Diz ainda a pesquisa de mercado,
    — a pesquisa de consumo —
  • 5:33 - 5:35
    ao perguntar aos boomers e à Geração Y
  • 5:35 - 5:37
    o que é que eles gostariam,
  • 5:37 - 5:39
    onde é que eles gostariam de viver,
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    revela-nos que vai haver uma forte procura
  • 5:42 - 5:44
    — que já é visível —
  • 5:45 - 5:50
    de estilos de vida mais urbanos
    dentro dos subúrbios.
  • 5:51 - 5:54
    Basicamente os Boomers querem
    poder envelhecer onde estão
  • 5:54 - 5:58
    e a Geração Y gostaria de ter
    um modo de vida urbano,
  • 5:58 - 6:01
    ma a maioria dos seus empregos
    continuará a ser fora dos subúrbios.
  • 6:01 - 6:04
    O outro forte impulsionador da mudança
  • 6:04 - 6:08
    é o desempenho económico puro
    do "Asfalto Ruinoso".
  • 6:08 - 6:12
    Creio que este seria um nome fantástico
    para uma banda de rock alternativo.
  • 6:12 - 6:15
    Mas na indústria imobiliária,
    habitualmente, usam o termo
  • 6:15 - 6:18
    para se referirem a parques
    de estacionamento subutilizados.
  • 6:18 - 6:21
    E os subúrbios estão cheios deles.
  • 6:22 - 6:24
    Quando os subúrbios do pós-guerra
    foram construídos
  • 6:24 - 6:28
    lá longe nos terrenos baratos,
    bem longe do centro,
  • 6:28 - 6:32
    fez sentido construir parques
    de estacionamento à superfície.
  • 6:32 - 6:34
    Estes lugares foram ultrapassados,
  • 6:34 - 6:38
    e ultrapassados de novo
    à medida que a periferia foi alastrando.
  • 6:38 - 6:43
    Acontece que agora eles têm
    uma localização relativamente central.
  • 6:43 - 6:46
    Já não fazem sentido.
  • 6:46 - 6:49
    Aqueles terrenos têm mais valor
    do que dedicados ao estacionamento.
  • 6:49 - 6:53
    Faz sentido agora ir lá
    construir umas fundações
  • 6:53 - 6:56
    e construir na vertical, nesses terrenos.
  • 6:56 - 7:00
    Então o que se pode fazer
    com um centro comercial decadente,
  • 7:00 - 7:02
    ou com um centro de escritórios morto?
  • 7:02 - 7:05
    Acontece que se pode fazer muitas coisas.
  • 7:05 - 7:07
    Numa economia em baixo crescimento,
    como a nossa,
  • 7:07 - 7:11
    a re-habitação é uma
    das estratégias mais populares.
  • 7:12 - 7:15
    Este aqui é um centro comercial
    abandonado, em St. Louis
  • 7:15 - 7:18
    que foi recuperado
    como um espaço para a arte.
  • 7:18 - 7:20
    Tornou-se um centro
    de estúdios para artistas,
  • 7:20 - 7:22
    grupos teatrais, trupes de dança.
  • 7:22 - 7:26
    Não está a trazer tanta receita fiscal
    como em tempos trazia.
  • 7:26 - 7:28
    Mas está a servir a sua comunidade.
  • 7:28 - 7:30
    Ao menos mantém as luzes acesas.
  • 7:30 - 7:33
    Está a tornar-se, penso eu,
    numa grande instituição.
  • 7:33 - 7:37
    Outros centros comerciais
    oram re-habitados como lares de idosos,
  • 7:38 - 7:41
    universidades, todo o tipo
    de espaços para escritórios.
  • 7:41 - 7:45
    Encontrámos também exemplos
    de grandes armazéns
  • 7:45 - 7:50
    que foram convertidos em todo
    o tipo de usos na comunidade
  • 7:50 - 7:55
    — muitas escolas, muitas igrejas
    e muitas bibliotecas como esta aqui.
  • 7:55 - 7:58
    Esta era uma pequena mercearia,
    um supermercado Food Lion
  • 7:58 - 8:01
    que agora é uma biblioteca pública.
  • 8:02 - 8:05
    Além de ser um belo trabalho
    de adaptação e reutilização,
  • 8:05 - 8:08
    eles demoliram parte do estacionamento,
  • 8:08 - 8:10
    construíram valetas
    para recolher e tratar as águas
  • 8:10 - 8:15
    construíram mais passeios
    para ligar os bairros.
  • 8:15 - 8:20
    E do que era apenas um armazém
    ao longo de uma zona comercial,
  • 8:20 - 8:23
    fizeram um local
    onde a comunidade se reúne.
  • 8:23 - 8:27
    Este é um centro comercial em forma de "L"
  • 8:27 - 8:29
    em Phoenix, no estado do Arizona.
  • 8:29 - 8:32
    Fizeram apenas
    uma nova pintura em tons vivos,
  • 8:32 - 8:34
    uma mercearia gourmet,
  • 8:34 - 8:36
    e puseram um restaurante
    na antiga estação dos correios.
  • 8:36 - 8:41
    Nunca subestimem o poder da comida
    para dar a volta a um local
  • 8:41 - 8:43
    transformando-o num ponto de interesse.
  • 8:43 - 8:46
    Têm tido tanto sucesso que agora ocuparam
    a zona do outro lado da rua.
  • 8:47 - 8:51
    Os anúncios das imobiliárias na zona
    escrevem orgulhosamente:
  • 8:51 - 8:54
    "Pertíssimo do Le Grande Orange"
  • 8:54 - 8:57
    Porque proporcionou a este bairro
  • 8:57 - 9:01
    o que os sociólogos costumam
    chamar "o terceiro lugar".
  • 9:01 - 9:03
    Se o nosso lar é o primeiro lugar,
  • 9:03 - 9:05
    o local de trabalho é o segundo lugar,
  • 9:05 - 9:07
    o terceiro lugar é aquele
    onde gostamos de ir
  • 9:07 - 9:09
    e construir laços comunitários.
  • 9:09 - 9:12
    Especialmente por os subúrbios
    se estarem a tornar
  • 9:12 - 9:14
    menos centrados na vida familiar,
  • 9:14 - 9:17
    os agregados familiars
    têm uma verdadeira sede
  • 9:17 - 9:19
    de mais terceiros lugares.
  • 9:20 - 9:23
    Os projetos de recuperação
    mais espetaculares
  • 9:23 - 9:25
    são os da próxima categoria,
  • 9:25 - 9:27
    a próxima estratégia, de reconstrução.
  • 9:27 - 9:29
    Durante as épocas
    de forte expansão económica
  • 9:29 - 9:32
    houve vários projetos radicais
    de redesenvolvimento
  • 9:32 - 9:34
    em que o prédio original foi arrasado
  • 9:34 - 9:36
    e o local foi totalmente reconstruído
  • 9:36 - 9:38
    com uma densidade
    significativamente maior,
  • 9:38 - 9:41
    como que um bairro compacto,
    urbano e pedonalizado.
  • 9:41 - 9:44
    Porém, alguns foram projetos
    de natureza incremental.
  • 9:44 - 9:46
    Aqui temos Mashpee Commons,
  • 9:46 - 9:48
    a readaptação mais antiga que encontrámos.
  • 9:48 - 9:50
    Eles têm vindo a urbanizar,
    nos últimos 20 anos,
  • 9:50 - 9:52
    gradualmente
  • 9:52 - 9:54
    por cima deste parque de estacionamento.
  • 9:54 - 9:58
    As fotos a preto e branco mostram
    o centro comercial básico dos anos 60.
  • 9:58 - 10:02
    Os mapas por cima mostram
    a sua transformação gradual
  • 10:02 - 10:07
    numa aldeia compacta, de uso misto
    em estilo Nova Inglaterra.
  • 10:07 - 10:10
    Agora tem planos aprovados
  • 10:10 - 10:15
    para se ligar às novas zonas
    residenciais do bairro,
  • 10:15 - 10:17
    através de estradas nacionais
  • 10:17 - 10:19
    e para se ligar também ao lado oposto.
  • 10:19 - 10:23
    Portanto, umas vezes é gradual,
    outras vezes é uma mudança completa.
  • 10:24 - 10:27
    Aqui temos outro projeto
    sobre os parques de estacionamento,
  • 10:27 - 10:30
    trata-se de um centro de escritórios
    na periferia de Washington D.C.
  • 10:30 - 10:34
    Quando a Metrorail expandiu
    as linhas para os subúrbios
  • 10:34 - 10:36
    e abriu uma estação perto deste local,
  • 10:36 - 10:42
    os seus proprietários decidiram
    construir um novo nível de estacionamento
  • 10:42 - 10:45
    e a seguir colocar sobre
    o estacionamento de superfície
  • 10:45 - 10:49
    uma nova rua principal, apartamentos,
    e condomínios fechados,
  • 10:49 - 10:51
    mas mantendo os prédios
    de escritórios existentes.
  • 10:52 - 10:54
    Este é o local em 1940.
  • 10:54 - 10:58
    Era apenas uma pequena quinta
    na aldeia de Hyattsville.
  • 10:58 - 11:00
    Por altura de 1980, tinha sido subdividida
  • 11:00 - 11:02
    entre uma grande galeria
    comercial, de um lado,
  • 11:02 - 11:04
    e um centro de escritórios do outro.
  • 11:04 - 11:08
    Tinha também uma biblioteca
    e uma igreja do lado mais à direita.
  • 11:08 - 11:12
    Hoje, a circulação, a rua principal
    e a nova zona residencial
  • 11:12 - 11:14
    foram todas construídas.
  • 11:14 - 11:16
    Eventualmente, prevejo que as ruas
  • 11:16 - 11:19
    se expandirão por via de reconstrução
    da galeria comercial.
  • 11:19 - 11:22
    Já foram anunciados planos
    para serem reconstruídos
  • 11:22 - 11:24
    muitos destes apartamentos no jardim,
  • 11:24 - 11:26
    acima do centro comercial .
  • 11:26 - 11:29
    Os transportes públicos são um forte
    impulsionador para a adaptação.
  • 11:30 - 11:31
    Aqui está.
  • 11:31 - 11:34
    Podemos ver estes condomínios
    todos modernos
  • 11:34 - 11:37
    por entre os prédios de escritórios,
    o espaço público e a nova rua principal.
  • 11:38 - 11:40
    Este é um dos meus favoritos, Belmar.
  • 11:40 - 11:43
    Acho que eles construíram
    um lugar mesmo atrativo
  • 11:43 - 11:46
    e empregaram métodos 100% "verdes".
  • 11:46 - 11:49
    Há enormes painéis fotovoltaicos
    nos telhados
  • 11:49 - 11:51
    e também geradores eólicos.
  • 11:51 - 11:55
    Este local era um enorme centro comercial
    numa zona de 40 hectares.
  • 11:55 - 11:59
    Agora são 22 quarteirões
    urbanos e pedonalizados
  • 11:59 - 12:01
    com ruas abertas ao público,
  • 12:01 - 12:03
    dois parques, oito carreiras de autocarro
  • 12:03 - 12:05
    e vários tipos de habitação.
  • 12:05 - 12:08
    Tudo isto trouxe a Lakewood, Colorado
  • 12:08 - 12:13
    uma "baixa" da cidade
    que este subúrbio nunca tinha tido.
  • 12:13 - 12:16
    Aqui é o centro comercial
    nos seus melhores dias.
  • 12:16 - 12:18
    Tinham feito o baile de finalistas
    no centro comercial.
  • 12:18 - 12:20
    As pessoas adoravam-no.
  • 12:20 - 12:23
    E aqui está o local em 1975
    com o centro comercial.
  • 12:23 - 12:26
    Por volta de 1995,
    a galeria comercial estava acabada.
  • 12:26 - 12:28
    A loja-âncora tinha-se mantido.
  • 12:28 - 12:29
    Isto sucede em muitos casos.
  • 12:29 - 12:32
    As grandes lojas ocupam vários andares,
    são de melhor construção.
  • 12:32 - 12:34
    São facilmente readaptadas.
  • 12:34 - 12:36
    Mas as de piso térreo...
  • 12:36 - 12:38
    essas passaram à história.
  • 12:38 - 12:41
    Aqui está como o projeto se desenvolveu.
  • 12:41 - 12:43
    Este projeto, penso eu,
    tem boas ligações
  • 12:43 - 12:45
    em relação aos bairros existentes.
  • 12:45 - 12:49
    Oferece a 1500 famílias a opção
    de um estilo de vida mais urbano.
  • 12:50 - 12:52
    Cerca de dois terços
    da construção está concluído.
  • 12:52 - 12:55
    Aqui vemos o aspeto da nova rua principal.
  • 12:55 - 12:56
    Um grande sucesso.
  • 12:56 - 12:58
    E ajudou a impulsionar
  • 12:58 - 13:02
    oito dos 13 centros comercias
    regionais em Denver
  • 13:02 - 13:06
    que foram ou anunciaram
    que vão ser readaptados.
  • 13:06 - 13:09
    Mas é importante notar
    que toda esta readaptação
  • 13:09 - 13:14
    não consiste apenas em aparecerem
    máquinas a arrasarem a cidade inteira.
  • 13:14 - 13:17
    Não, trata-se de zonas-enclave pedonais
  • 13:17 - 13:20
    nos locais onde havia propriedades
    que não eram rentáveis.
  • 13:21 - 13:26
    Isto é, oferece-se às pessoas mais escolha,
    não se lhes tiram opções.
  • 13:27 - 13:32
    Porém, não é suficiente
    criar zonas pedonais.
  • 13:32 - 13:35
    Queremos também tentar
    transformações sistémicas.
  • 13:35 - 13:38
    Queremos também
    readaptar os corredores.
  • 13:38 - 13:42
    Aqui vemos um que foi readaptado
    na Califórnia.
  • 13:42 - 13:45
    Eles pegaram na avenida comercial
  • 13:45 - 13:47
    visível na imagens
    a preto e branco, em baixo,
  • 13:47 - 13:51
    e construíram uma alameda que se tornou
    a rua principal para a cidade.
  • 13:51 - 13:55
    A transformação
    foi de um local indesejável,
  • 13:55 - 13:57
    feio e inseguro,
  • 13:57 - 14:02
    para um local atrativo, bonito, digno,
  • 14:02 - 14:04
    para uma morada de prestígio.
  • 14:04 - 14:06
    Espero que se vá tornando visível
  • 14:06 - 14:08
    Construíram a câmara municipal,
    atraíram dois hotéis.
  • 14:08 - 14:11
    Podia imaginar belas habitações
    por ali acima
  • 14:11 - 14:14
    sem se arrancar uma única árvore.
  • 14:14 - 14:16
    Aqui estão grandes melhorias.
  • 14:16 - 14:19
    Mas eu gostaria de ver mais avenidas
    a serem readaptadas.
  • 14:20 - 14:23
    No entanto, a densificação
    não vai resultar em todos os casos.
  • 14:23 - 14:28
    Por vezes, tornar os espaços verdes
    é, de facto, a melhor resposta.
  • 14:28 - 14:31
    Há muito para aprender
    com o sucesso de bancos de terrenos
  • 14:31 - 14:33
    a compra rápida
    de terras desocupadas
  • 14:33 - 14:34
    em cidades como Flint, Michigan
  • 14:34 - 14:37
    Há também uma moda
    do cultivo de terras nos subúrbios
  • 14:37 - 14:39
    — os "Jardins de Guerra"
    na era da internet.
  • 14:39 - 14:43
    Mas o aspeto mais importante
    da devolução dos espaços à Natureza
  • 14:43 - 14:46
    talvez seja a oportunidade
    para restaurar a ecologia local,
  • 14:46 - 14:48
    como se vê neste exemplo
    à saída de Mineápolis.
  • 14:48 - 14:50
    Quando o centro comercial fechou,
  • 14:50 - 14:54
    a cidade restaurou os sapais
    que havia no local originalmente,
  • 14:54 - 14:56
    criando terrenos com vista para o lago
  • 14:56 - 14:59
    que, por sua vez, atraíram
    investimento privado,
  • 14:59 - 15:02
    o primeiro investimento privado
    num bairro muito pobre
  • 15:02 - 15:04
    em mais de 40 anos.
  • 15:04 - 15:07
    Portanto eles conseguiram
    restaurar a ecologia do local
  • 15:07 - 15:10
    e a economia local ao mesmo tempo.
  • 15:10 - 15:13
    Este é outro exemplo
    de restauro de espaços verdes.
  • 15:13 - 15:15
    Faz sentido em mercados
    imobiliários fortes.
  • 15:15 - 15:18
    Este em Seattle fica no local
    do estacionamento de um centro comercial
  • 15:18 - 15:20
    adjacente a uma estação
    de transportes públicos.
  • 15:20 - 15:23
    A linha ondulada é um caminho
  • 15:23 - 15:25
    ao longo de um ribeiro
    que foi desenterrado.
  • 15:25 - 15:28
    O ribeiro tinha sido coberto
    com a construção do estacionamento.
  • 15:28 - 15:31
    Quando desenterramos as vias de água
  • 15:31 - 15:33
    melhoramos em muito a qualidade da água
  • 15:33 - 15:35
    e a sua contribuição para os habitats.
  • 15:35 - 15:38
    Mostrei-vos já algumas adaptações
    de primeira geração.
  • 15:39 - 15:40
    O que se segue?
  • 15:40 - 15:43
    Penso que temos
    três desafios para o futuro.
  • 15:43 - 15:46
    O primeiro é o de planear a readaptação
  • 15:46 - 15:50
    de forma sistémica,
    à escala metropolitana.
  • 15:50 - 15:52
    Temos que conseguir apontar
  • 15:52 - 15:54
    quais as áreas que deviam ser
    novas zonas verdes.
  • 15:54 - 15:56
    Onde deveremos reconstruir?
  • 15:56 - 15:59
    E onde deveremos encorajar nova habitação?
  • 15:59 - 16:03
    Estes slides mostram duas imagens
    de um projeto maior
  • 16:03 - 16:05
    que tentou fazer isto
    para a cidade de Atlanta.
  • 16:05 - 16:08
    Eu chefiei uma equipa
    a quem pediram que imaginassem
  • 16:08 - 16:10
    Atlanta daqui por 100 anos.
  • 16:10 - 16:13
    Nós optámos por inverter
    o alastrar dos subúrbios
  • 16:13 - 16:16
    em 3 passos simples
    — dispendiosos mas simples.
  • 16:16 - 16:19
    Primeiro, em 100 anos,
    transportes públicos
  • 16:19 - 16:22
    em todos as principais
    vias férreas e rodoviárias.
  • 16:22 - 16:24
    Segundo, em 100 anos,
  • 16:24 - 16:26
    zonas sem construção
    com 300 metros
  • 16:26 - 16:28
    em torno de todas as vias de água.
  • 16:28 - 16:31
    É algo radical, mas nós temos
    um "pequeno" problema com a falta de água.
  • 16:31 - 16:33
    Em 100 anos, serão inviáveis
  • 16:33 - 16:36
    as subdivisões que fiquem
    demasiado perto da água
  • 16:36 - 16:38
    ou demasiado longe
    dos transportes públicos.
  • 16:38 - 16:41
    Por isso criámos o "Eco Acre Transfer",
    uma bolsa imobiliária
  • 16:41 - 16:43
    para transferir
    direitos de desenvolvimento
  • 16:43 - 16:45
    para os corredores
    de transportes públicos
  • 16:45 - 16:48
    permitindo a recuperação de espaços verdes
  • 16:48 - 16:49
    nas zonas assim libertas,
  • 16:49 - 16:52
    para a produção de alimentos e energia.
  • 16:53 - 16:56
    O segundo desafio
  • 16:56 - 16:59
    é a melhoria da qualidade
    do "design" da arquitetura
  • 16:59 - 17:01
    das novas urbanizações.
  • 17:02 - 17:06
    Ilustro isto com uma imagem
    da democracia em ação.
  • 17:06 - 17:08
    Esta manifestação está a decorrer
  • 17:08 - 17:11
    numa nova urbanização
    em Silver Spring, Maryland,
  • 17:11 - 17:15
    num parque da cidade
    coberto de relva sintética.
  • 17:15 - 17:17
    As novas urbanizações
    são por vezes acusadas
  • 17:17 - 17:20
    de serem exemplos
    de falsos centros urbanos
  • 17:20 - 17:23
    e urbanismo instantâneo.
  • 17:23 - 17:25
    E há um fundo de verdade.
  • 17:25 - 17:28
    Não há nada mais artificial que um parque
    da cidade com relvado sintético.
  • 17:29 - 17:31
    Devo dizer que estes locais
    são muito híbridos.
  • 17:32 - 17:34
    São modernos, mas tentam parecer antigos.
  • 17:34 - 17:38
    Têm ruas de aspeto urbano mas
    espaços de estacionamento suburbano.
  • 17:39 - 17:43
    A sua população é mais diversificada
    do que no subúrbio típico
  • 17:43 - 17:45
    mas menos do que nas cidades.
  • 17:45 - 17:52
    São locais públicos mas que são geridos
    por empresas privadas.
  • 17:52 - 17:58
    A sua aparência exterior
    — com o relvado sintético —
  • 17:58 - 18:01
    é suficiente para me arrepiar.
  • 18:01 - 18:05
    Por isso, fico contente ao saber
    que o urbanismo está a fazer o seu papel.
  • 18:05 - 18:08
    O facto de estar a haver
    uma manifestação significa
  • 18:08 - 18:11
    que a disposição das zonas,
    ruas e quarteirões,
  • 18:11 - 18:14
    a disponibilização de espaços públicos
  • 18:14 - 18:15
    com os compromissos visíveis,
  • 18:15 - 18:17
    é ainda assim uma grande melhoria.
  • 18:17 - 18:20
    Temos é que conseguir melhor arquitetura.
  • 18:20 - 18:22
    O último desafio é para todos vós.
  • 18:22 - 18:24
    Quero que adiram à manifestação
  • 18:24 - 18:28
    e comecem a exigir lugares suburbanos
    mais sustentáveis
  • 18:28 - 18:31
    — ou lugares mais sustentáveis,
    ponto final.
  • 18:31 - 18:34
    Culturalmente, costumamos pensar
  • 18:34 - 18:38
    que o centro da cidade deve ser dinâmico
    e é essa a expetativa.
  • 18:38 - 18:41
    No entanto, parece que a expetativa
    é que os subúrbios devem ficar congelados
  • 18:41 - 18:45
    na forma adolescente em que foram criados.
  • 18:45 - 18:48
    É tempo de os deixarmos crescer.
  • 18:48 - 18:52
    Então peço-vos que apoiem
    as mudanças na definição de zonas,
  • 18:52 - 18:56
    a redução do número vias para automóveis,
    as melhorias em infraestruturas,
  • 18:56 - 18:59
    e as readaptações que chegarão em breve
    a um bairro perto de vós.
  • 18:59 - 19:00
    Obrigada.
  • 19:00 - 19:03
    (Aplausos)
Title:
Readaptar os subúrbios
Speaker:
Ellen Dunham-Jones
Description:

Ellen Dunham-Jones dá o tiro de partida para o grande projeto de "design" sustentável para os próximos 50 anos: recuperar e reequipar os subúrbios. A seguir: reabilitação de centros comerciais mortos, grandes armazéns falidos tornados habitáveis, parques de estacionamento transformados em sapais cheios de vida.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
19:03
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Retrofitting suburbia
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Retrofitting suburbia
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Retrofitting suburbia
Nuno Lima added a translation

Portuguese subtitles

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