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Title:
Porque é que devemos ler "The Joy Luck Club", de Amy Tan? — Sheila Marie Orfano
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Description:
Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/why-should-you-read-the-joy-luck-club-by-amy-tan-sheila-marie-orfano
Em casa da sua tia An-mei, Jing-Mei senta-se, contrariada, no canto este da mesa do majongue. Nos cantos norte, sul e oeste estão as tias, membros de longa data do Joy Luck Club. Esta reunião é o ponto de partida para uma série de histórias interligadas no romance de Amy Tan. Sheila Marie Orfano explora porque é que o romance ainda cativa leitores do mundo inteiro.
Lição de Sheila Marie Orfano, realização de Kayu Leung & Alo Trusz.
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Speaker:
Sheila Marie Orfano
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Em casa da sua tia An-mei,
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Jing-Mei senta-se, contrariada,
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no canto este da mesa do majongue.
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Nos cantos norte, sul e oeste
estão as tias,
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membros de longa data
do Joy Luck Club.
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Este grupo de famílias migrantes
junta-se todas as semanas
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para trocar mexericos,
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saborear "wonton" e "chaswei" doce
e jogar majongue.
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Mas a fundadora do clube, Suyuan,
mãe de Jing-Mei, morreu há pouco tempo.
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A princípio, Jing-Mei recusa
substituí-la na mesa.
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Mas, quando as tias revelam um segredo
bem escondido da vida de Suyuan,
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Jing-Mei percebe que ainda tem
muito a aprender sobre a mãe
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e sobre si mesma.
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No romance de estreia de Amy Tan,
de 1989, "The Joy Luck Club",
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esta reunião à mesa do majongue
é o ponto de partida
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para uma série de histórias interligadas.
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O livro tem uma estrutura solta
que imita o formato do jogo chinês.
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Tal como o majongue
se joga em quatro partidas,
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com quatro mãos cada, pelo menos,
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o livro está dividido em quatro partes,
cada uma com quatro capítulos.
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Alternadamente situados
na China ou em São Francisco,
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cada capítulo narra uma única história
de uma das quatro matriarcas
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do Joy Luck Club
ou das suas filhas nascidas nos EUA.
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Essas histórias transportam os leitores
a zonas de guerra
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e a aldeias da China rural,
e aos casamentos modernos
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e reuniões tensas
em volta da mesa do jantar.
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Afloram temas de sobrevivência
e perda, de amor e da sua falta,
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de ambições
e da sua realidade insatisfeita.
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Num deles, a Tia Lin planeia
fugir da família hostil
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do seu prometido marido,
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o que acabou por a levar até aos EUA.
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Noutro, o dia à moda americana
da família de Hsu, na praia,
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acaba em tragédia,
quando Rose não aguenta
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a responsabilidade
que a mãe lhe atribuiu.
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A tragédia resultante traumatiza
a família durante anos.
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Estes contos ilustram as divisões
comuns que se podem formar
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entre gerações e culturas,
principalmente em famílias migrantes.
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Todas as mães experimentaram
grandes dificuldades
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durante a sua vida na China
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e trabalharam incansavelmente
para darem aos seus filhos
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melhores oportunidades nos EUA.
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Mas as filhas sentem o peso
da frustração dos pais
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em relação às esperanças
e às altas expetativas.
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Jing-Mei sente esta pressão quando joga
majongue com as amigas da mãe.
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Preocupa-se: "Veem em mim as filhas delas,
tão ignorantes,
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tão inconscientes de todas
as verdades e esperanças
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como as que elas trouxeram para os EUA".
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Vezes sem conta,
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as mães esforçam-se por lembrar
às filhas a sua história e o seu legado.
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Entretanto, as filhas esforçam-se
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por reconciliar a perceção
que as mães têm delas,
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com quem elas são na verdade.
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"A minha filha conhece-me?"
perguntam algumas das histórias.
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"Porque é que a minha mãe
não percebe?" respondem outras.
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Nas suas interrogações,
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Tan fala das ansiedades
que muitos imigrantes sofrem
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que se sentem alienadas
da sua terra natal
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e desligadas do seu país adotivo.
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Entrelaçando os contos destas
quatro mães e filhas,
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Tan torna claro que Jing-Mei
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e as suas iguais encontram a força
para lidar com os problemas diários
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nos valores que as mães lhes transmitiram.
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Quando "The Joy Luck Club"
foi publicado,
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Tan não esperava um grande êxito.
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Mas contra as previsões dela,
o livro foi um enorme êxito
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da crítica e comercial.
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Hoje, estas personagens
ainda cativam leitores de todo o mundo.
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Não só pela forma como falam
com os sino-americanos
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e os imigrantes, sobre as suas experiências
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mas também por revelar
uma verdade mais profunda:
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a necessidade de ser visto e compreendido
por aqueles que amamos.