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Consumo colaborativo| Rachel Botsman | TEDxSydney

  • 0:12 - 0:16
    Obrigada por manter expectativas altas,
    isso é sempre bom.
  • 0:16 - 0:21
    Hoje vou falar com vocês
    sobre o aumento do consumo colaborativo.
  • 0:21 - 0:23
    Vou tentar explicar o que é
  • 0:23 - 0:26
    e tentar convencê-los,
    em apenas 15 minutos,
  • 0:26 - 0:30
    de que isto não é uma ideia inconsistente
    ou uma tendência passageira,
  • 0:30 - 0:32
    mas uma poderosa força
    cultural e econômica
  • 0:32 - 0:35
    reinventando não apenas
    o que nós consumimos,
  • 0:35 - 0:37
    mas como consumimos.
  • 0:37 - 0:40
    Vou começar com um exemplo
    supostamente simples.
  • 0:40 - 0:42
    Levantem as mãos quantos de vocês
  • 0:42 - 0:46
    têm livros, CDs, DVDs, ou vídeos
  • 0:46 - 0:48
    guardados em sua casa
  • 0:48 - 0:52
    que provavelmente não vão usar mais,
    mas que não conseguem jogar fora?
  • 0:53 - 0:58
    Não consigo ver todas as mãos,
    mas me parece que todos vocês, correto?
  • 0:58 - 0:59
    Na prateleira de nossa casa,
  • 0:59 - 1:03
    temos uma caixa
    com os DVDs da série "24 Horas",
  • 1:03 - 1:05
    temporada seis, para ser mais exata.
  • 1:05 - 1:09
    Acho que ganhamos de Natal
    uns três anos atrás.
  • 1:09 - 1:12
    Meu marido Chris e eu adoramos esta série.
  • 1:12 - 1:15
    Mas sejamos sinceros,
    depois de assistir uma vez, talvez duas,
  • 1:15 - 1:17
    você não quer realmente assistir de novo,
  • 1:17 - 1:20
    porque já sabe como Jack Bauer
    vai derrotar os terroristas.
  • 1:20 - 1:24
    Então isso está na nossa prateleira,
    obsoleto para nós,
  • 1:24 - 1:27
    mas com valor latente para outra pessoa.
  • 1:27 - 1:30
    Antes de continuar,
    preciso confessar uma coisa.
  • 1:30 - 1:35
    Eu morei em Nova Iorque por dez anos
    e sou uma grande fã de "Sex and the City".
  • 1:35 - 1:37
    Adoraria assistir o primeiro filme de novo
  • 1:37 - 1:40
    como uma prévia para a continuação
    que será lançada em breve.
  • 1:40 - 1:42
    E com que facilidade eu poderia trocar
  • 1:42 - 1:44
    nossa indesejada cópia de "24 Horas"
  • 1:44 - 1:47
    por uma desejada cópia
    de "Sex and the City"?
  • 1:47 - 1:49
    Vocês podem ter percebido
  • 1:49 - 1:51
    o surgimento de um novo setor
    chamado "swap trading".
  • 1:51 - 1:54
    A analogia mais fácil para swap trading
  • 1:54 - 1:58
    é a de um serviço de namoro virtual
    para todas suas mídias indesejadas.
  • 1:58 - 2:02
    Esse serviço usa a Internet
    para criar um mercado infinito
  • 2:02 - 2:06
    e juntar as pessoas A, as "que têm",
    com pessoas C, as "que querem",
  • 2:06 - 2:08
    quem quer que elas sejam.
  • 2:08 - 2:13
    Semana passada fui a um destes sites,
    apropriadamente chamado "Swaptree",
  • 2:13 - 2:18
    e lá existiam mais de 59.300 itens
  • 2:18 - 2:22
    que poderia trocar imediatamente
    pela minha cópia de "24 Horas".
  • 2:22 - 2:23
    E vejam só,
  • 2:23 - 2:27
    em Reseda, Califórnia, estava Rondoron,
  • 2:27 - 2:31
    que queria trocar sua cópia
    "praticamente nova" de "Sex and the City"
  • 2:31 - 2:33
    pela minha cópia de "24 Horas".
  • 2:33 - 2:37
    Em outras palavras,
    o Swaptree resolve o problema
  • 2:37 - 2:40
    de encontrar quem tem o que quero
    e quer o que tenho,
  • 2:40 - 2:43
    chamado pelos economistas
    de "dupla coincidência dos desejos",
  • 2:43 - 2:45
    em aproximadamente 60 segundos.
  • 2:45 - 2:48
    E o melhor é que ele vai imprimir
    uma etiqueta de postagem,
  • 2:48 - 2:51
    pois ele sabe o destino do item.
  • 2:51 - 2:56
    Existe muita tecnologia
    por trás de sites como o Swaptree,
  • 2:56 - 2:59
    mas esse não é meu interesse,
    e nem o "swap trading" por si só.
  • 2:59 - 3:04
    Minha paixão, ao que dediquei
    os últimos anos pesquisando,
  • 3:04 - 3:07
    são os comportamentos colaborativos
    e mecanismos de confiança
  • 3:07 - 3:10
    inerentes a estes sistemas.
  • 3:10 - 3:11
    Quando você pensa nisso,
  • 3:11 - 3:15
    teria parecido uma ideia
    maluca alguns anos atrás,
  • 3:15 - 3:18
    que eu trocaria minhas coisas
    com um completo desconhecido
  • 3:18 - 3:23
    cujo verdadeiro nome eu não sei
    e sem nenhum dinheiro trocando de mãos.
  • 3:23 - 3:27
    Ainda assim, 99% das trocas no Swaptree
    foram bem-sucedidas.
  • 3:27 - 3:32
    E o 1% que recebeu nota negativa
    foi por razões menores,
  • 3:32 - 3:35
    como o produto não ter chegado
    no prazo previsto.
  • 3:35 - 3:37
    Então o que está acontecendo aqui?
  • 3:37 - 3:40
    Uma dinâmica extremamente poderosa
  • 3:40 - 3:44
    com enormes implicações
    comerciais e culturais está em curso.
  • 3:44 - 3:50
    Especificamente, esta tecnologia
    está permitindo confiança entre estranhos.
  • 3:50 - 3:53
    Nós vivemos em uma aldeia global
  • 3:53 - 3:57
    onde podemos imitar as relações
    que costumavam ocorrer cara a cara,
  • 3:57 - 4:01
    mas numa escala e de maneira
    que nunca tinham sido possíveis antes.
  • 4:01 - 4:02
    O que está acontecendo
  • 4:02 - 4:05
    é que as redes sociais
    e as tecnologias de tempo real
  • 4:05 - 4:08
    estão nos levando ao passado.
  • 4:08 - 4:11
    Nós estamos barganhando, negociando,
    trocando, compartilhando,
  • 4:11 - 4:15
    mas isso esá sendo reinventado
    de maneiras mais dinâmicas e atrativas.
  • 4:15 - 4:16
    O que eu acho fascinante
  • 4:16 - 4:20
    é que conectamos nosso
    mundo para compartilhar,
  • 4:20 - 4:22
    seja em nossa vizinhança, em nossa escola,
  • 4:22 - 4:25
    em nosso escritório,
    ou em nossa rede no Facebook,
  • 4:25 - 4:29
    e isso está criando uma economia
    de "o que é meu é seu".
  • 4:29 - 4:34
    Desde o poderoso eBay,
    o avô dos mercados de trocas,
  • 4:34 - 4:37
    até empresas de compartilhamento
    de carros como a GoGet,
  • 4:37 - 4:39
    onde você paga uma taxa mensal
    para alugar carros por hora,
  • 4:39 - 4:43
    até plataformas sociais de empréstimo,
    como o Zopa,
  • 4:43 - 4:47
    que vai pegar qualquer um nessa audiência
    que tenha US$ 100 para emprestar,
  • 4:47 - 4:50
    e juntar com quem precise emprestado
    em qualquer parte do mundo,
  • 4:50 - 4:52
    estamos compartilhando
    e colaborando de novo
  • 4:52 - 4:54
    de maneiras que, eu acredito,
  • 4:54 - 4:57
    sejam mais harmoniosas do que hippies.
  • 4:57 - 5:00
    Eu chamo isso
    de "onda de consumo colaborativo".
  • 5:00 - 5:04
    Antes de mergulhar em diferentes sistemas
    de consumo colaborativo,
  • 5:04 - 5:09
    gostaria de tentar responder a pergunta
    que todo autor se faz:
  • 5:09 - 5:12
    "De onde veio esta ideia?"
  • 5:12 - 5:14
    Eu gostaria de dizer que um dia acordei
  • 5:14 - 5:17
    e disse: "Vou escrever
    sobre consumo colaborativo",
  • 5:17 - 5:22
    mas na verdade foi uma teia complicada
    de ideias aparentemente desconexas.
  • 5:22 - 5:23
    Durante o próximo minuto
  • 5:23 - 5:27
    vocês verão algo como
    uma queima de fogos conceitual
  • 5:27 - 5:30
    de todos os pontos
    que passaram pela minha cabeça.
  • 5:30 - 5:34
    A primeira coisa que percebi,
    alguns anos atrás,
  • 5:34 - 5:36
    foi a quantidade de conceitos surgindo,
  • 5:36 - 5:38
    de sabedoria das multidões a "smart mobs",
  • 5:38 - 5:42
    sobre como é ridiculamente fácil
    agrupar pessoas para um propósito.
  • 5:42 - 5:46
    E associados a esta mania das massas
    existiam exemplos por todo o mundo,
  • 5:46 - 5:48
    desde a eleição de um presidente
  • 5:48 - 5:51
    até a inFAMOUS Wikipedia,
    e tudo que há entre eles,
  • 5:51 - 5:54
    daquilo que numerosas pessoas
    podem conseguir.
  • 5:54 - 5:59
    Sabe quando você aprende uma palavra nova
    e começa a vê-la em todos os lugares?
  • 5:59 - 6:04
    Foi o que me aconteceu quando percebi
    que estávamos mudando
  • 6:04 - 6:10
    de consumidores passivos para criadores,
    para colaboradores altamente qualificados.
  • 6:10 - 6:15
    O que está acontecendo é que a Internet
    está removendo o intermediário,
  • 6:15 - 6:18
    de forma que todos, de um designer
    de camisetas a uma tricoteira,
  • 6:18 - 6:21
    podem ganhar a vida
    com venda direta ao consumidor.
  • 6:21 - 6:24
    E a força onipresente desta revolução
    da comunicação direta
  • 6:24 - 6:28
    indica que o compartilhamento
    está ocorrendo a taxas fenomenais.
  • 6:28 - 6:32
    É fantástico pensar
    que a cada minuto desta fala,
  • 6:32 - 6:37
    vinte e cinco horas de vídeos
    serão carregados no YouTube.
  • 6:37 - 6:41
    O que acho fascinante nestes exemplos
  • 6:41 - 6:44
    é como eles realmente estão tocando
    nossos instintos primitivos.
  • 6:44 - 6:46
    Quero dizer, nós somos primatas
  • 6:46 - 6:49
    e nascemos e crescemos
    para dividir e cooperar.
  • 6:49 - 6:52
    E vínhamos fazendo isso
    por milhares de anos,
  • 6:52 - 6:56
    seja quando caçávamos em grupo,
    ou plantávamos em cooperativas,
  • 6:56 - 7:00
    antes da chegada desse grande sistema
    chamado hiperconsumismo
  • 7:00 - 7:04
    e de construirmos cercas
    em torno de nossos próprios feudos.
  • 7:04 - 7:06
    Mas as coisas estão mudando.
  • 7:06 - 7:11
    E uma das razões disso
    são os nativos digitais, a geração Y.
  • 7:11 - 7:15
    Eles crescem compartilhando:
    arquivos, videogames, conhecimento.
  • 7:15 - 7:17
    Isso é natural para eles.
  • 7:17 - 7:20
    Então nós, os milenares,
  • 7:20 - 7:21
    somos como a infantaria
  • 7:21 - 7:25
    passando da cultura do "eu"
    para a cultura do "nós".
  • 7:25 - 7:31
    Tudo isso passava pela minha cabeça
    pelo final de 2008.
  • 7:31 - 7:34
    A razão pela qual
    isso tem acontecido tão rápido
  • 7:34 - 7:36
    é a colaboração móvel.
  • 7:36 - 7:38
    Nós vivemos em uma época conectada
  • 7:38 - 7:42
    na qual podemos localizar qualquer um,
    a qualquer hora, em tempo real,
  • 7:42 - 7:44
    a partir de um pequeno aparelho
    em nossas mãos.
  • 7:44 - 7:48
    Tudo isso passava pela minha cabeça
    pelo final de 2008,
  • 7:48 - 7:51
    quando, é claro, ocorreu
    a grande crise financeira.
  • 7:51 - 7:54
    Thomas Friedman é um dos meus
    colunistas favoritos do New York Times,
  • 7:54 - 7:57
    e ele comentou de forma muito pertinente
  • 7:57 - 7:59
    que 2008 foi o ano
    em que demos de cara na parede.
  • 7:59 - 8:04
    Quando a mãe natureza e o mercado
    disseram: "Chega".
  • 8:04 - 8:09
    Racionalmente sabemos que uma economia
    baseada no hiperconsumismo
  • 8:09 - 8:12
    é um Esquema Ponzi, um castelo de cartas.
  • 8:12 - 8:16
    É difícil sabermos
    individualmente o que fazer.
  • 8:16 - 8:18
    Então tudo isto é muito blábláblá, certo?
  • 8:18 - 8:20
    Havia muito ruído e complexidade
    em minha cabeça
  • 8:20 - 8:24
    até eu perceber que tudo isso acontecia
    por causa de quatro pontos chave.
  • 8:24 - 8:28
    Um, a crença renovada
    na importância da comunidade
  • 8:28 - 8:31
    e a redefinição total do real significado
    de amigo e vizinho.
  • 8:31 - 8:36
    Dois, uma enxurrada de redes sociais
    e tecnologias de tempo real
  • 8:36 - 8:39
    mudando a forma como nos comportamos.
  • 8:39 - 8:42
    Três, preocupações ambientais urgentes
    e não resolvidas.
  • 8:42 - 8:44
    E quatro, uma recessão global
  • 8:44 - 8:48
    que impactou fundamentalmente
    o comportamento dos consumidores.
  • 8:48 - 8:53
    Esses quatro pontos estão se fundindo
    e criando a grande mudança,
  • 8:53 - 8:58
    saindo do século 20,
    caracterizado pelo hiperconsumismo,
  • 8:58 - 9:02
    para o século 21, caracterizado
    pelo consumo colaborativo.
  • 9:02 - 9:05
    Acredito que estamos
    em um ponto de inflexão
  • 9:05 - 9:10
    onde os comportamentos colaborativos,
    através de sites como Flickr e Twitter,
  • 9:10 - 9:12
    que têm se tornado
    uma segunda natureza on-line,
  • 9:12 - 9:15
    têm sido aplicados em diversas
    áreas de nossas vidas diárias.
  • 9:15 - 9:18
    Do trânsito matinal
    à forma como a moda é desenhada
  • 9:18 - 9:23
    e à forma como cultivamos,
    estamos consumindo e colaborando novamente
  • 9:25 - 9:30
    Meu coautor, Roo Rogers, e eu
    coletamos milhares de exemplos
  • 9:30 - 9:32
    de consumo colaborativo ao redor do mundo.
  • 9:32 - 9:36
    E apesar deles variarem muito
    em escala, maturidade e propósito,
  • 9:36 - 9:37
    quando mergulhamos neles,
  • 9:37 - 9:41
    percebemos que poderiam
    ser organizados em três sistemas.
  • 9:41 - 9:44
    O primeiro consiste
    em mercados de redistribuição,
  • 9:44 - 9:49
    como o Swaptree,que são aqueles
    nos quais um item de segunda-mão
  • 9:49 - 9:51
    é movido de onde não é necessário
  • 9:51 - 9:54
    para algum lugar ou alguém
    onde seja necessário.
  • 9:54 - 9:57
    Eles cada vez mais estão sendo pensados
    como o quinto "R":
  • 9:57 - 10:00
    reduzir, reusar, reciclar,
    reparar e redistribuir,
  • 10:00 - 10:03
    pois eles aumentam
    o ciclo de vida de um produto
  • 10:03 - 10:05
    e dessa forma reduzem o lixo.
  • 10:05 - 10:07
    O segundo consiste
    no estilo de vida colaborativo.
  • 10:07 - 10:12
    É o compartilhamento de recursos
    tais como dinheiro, habilidades e tempo.
  • 10:12 - 10:15
    Eu acredito que em alguns anos
  • 10:15 - 10:19
    expressões como "coworking",
    "couchsurfing" e "banco de tempo"
  • 10:19 - 10:22
    passarão a fazer parte
    do vocabulário cotidiano.
  • 10:22 - 10:26
    Um dos meus exemplos favoritos
    de estilo de vida colaborativo
  • 10:26 - 10:29
    é chamado "Landshare".
  • 10:29 - 10:31
    É um projeto no Reino Unido
  • 10:31 - 10:36
    que une o Sr. Jones,
    que tem espaço sobrando no seu terreno,
  • 10:36 - 10:39
    com a Sra Smith,
    uma aspirante a agricultora.
  • 10:39 - 10:41
    Juntos eles cultivam seu próprio alimento.
  • 10:41 - 10:44
    É uma dessas ideias que apesar
    de brilhantes são tão simples,
  • 10:44 - 10:47
    que você se pergunta como
    não foi posta em prática antes.
  • 10:47 - 10:51
    E o terceiro sistema
    são os sistemas produto-serviço.
  • 10:51 - 10:53
    São aqueles em que você paga
    pelo benefício do produto,
  • 10:53 - 10:57
    o que ele faz por você,
    sem precisar possuir o produto.
  • 10:57 - 11:03
    Esta ideia é particularmente poderosa
    para coisas com alto índice de ociosidade.
  • 11:03 - 11:05
    E pode ser qualquer coisa,
  • 11:05 - 11:08
    desde acessórios de bebê
    até artigos de moda.
  • 11:08 - 11:11
    Quantos de vocês têm uma furadeira?
    Certo.
  • 11:11 - 11:17
    Essa furadeira será usada
    por 12 ou 13 minutos em toda sua vida.
  • 11:17 - 11:19
    (Risos)
  • 11:19 - 11:20
    É meio ridículo, certo?
  • 11:20 - 11:23
    Porque o que você precisa é do buraco,
    e não da furadeira.
  • 11:23 - 11:25
    (Risos)
  • 11:25 - 11:27
    (Aplausos)
  • 11:27 - 11:30
    Porque não aluga uma furadeira,
    ou melhor ainda,
  • 11:30 - 11:33
    aluga a sua para outras pessoas
    e ganha dinheiro com ela?
  • 11:33 - 11:35
    Esses três sistemas vêm juntos,
  • 11:35 - 11:38
    permitindo que as pessoas
    compartilhem recursos,
  • 11:38 - 11:42
    sem sacrificar seus estilos de vida,
    ou suas preciosas liberdades pessoais.
  • 11:42 - 11:44
    Não estou pedindo às pessoas
  • 11:44 - 11:47
    que compartilhem gentilmente
    na caixa de areia.
  • 11:48 - 11:50
    Quero dar um exemplo
  • 11:50 - 11:52
    de como o consumo colaborativo
    pode ser poderoso
  • 11:52 - 11:54
    para mudar comportamentos.
  • 11:54 - 11:59
    Um carro padrão custa
    US$ 8 mil ao ano para rodar.
  • 11:59 - 12:03
    Mas este carro fica ocioso
    durante 23 horas por dia.
  • 12:03 - 12:06
    Então quando você considera
    estes dois fatos,
  • 12:06 - 12:08
    começa a fazer menos sentido
  • 12:08 - 12:11
    que seja necessário
    possuir seu próprio carro.
  • 12:11 - 12:13
    Aí entram as empresas
    de compartilhamento de carros
  • 12:13 - 12:16
    como a ZipCar e a GoGet.
  • 12:16 - 12:23
    Em 2009, a Zipcar pegou 250 participantes
    de 13 cidades diferentes.
  • 12:23 - 12:26
    Todos eles assumiam ser
    dependentes de carro
  • 12:26 - 12:30
    e novatos em compartilhar de carros,
    e abriram mão de suas chaves por um mês.
  • 12:30 - 12:34
    Em vez de usar carro, precisaram caminhar,
    andar de bicicleta, pegar o trem,
  • 12:34 - 12:36
    ou outras formas de transporte público.
  • 12:36 - 12:41
    Eles só podiam usar sua conta no Zipcar
    quando fosse absolutamente necessário.
  • 12:41 - 12:45
    Após um mês, o resultado deste desafio
    foi assombroso.
  • 12:45 - 12:50
    Foram perdidos 187 quilos
    só em exercício extra.
  • 12:50 - 12:57
    Mas minha estatística favorita
    é que 100 dos 250 participantes
  • 12:57 - 13:00
    não quiseram suas chaves de volta.
  • 13:00 - 13:01
    Em outras palavras,
  • 13:01 - 13:05
    os dependentes de carro
    perderam seu desejo de possuir um.
  • 13:05 - 13:09
    Sistemas produto-serviço existem há anos,
    pense nas bibliotecas e lavanderias.
  • 13:09 - 13:11
    Mas acho que estão
    entrando em uma nova era,
  • 13:11 - 13:15
    porque a tecnologia torna
    fácil e divertido compartilhar.
  • 13:15 - 13:18
    Há uma citação ótima, escrita
    no New York Times, que diz:
  • 13:18 - 13:20
    "Compartilhar está para a propriedade
  • 13:20 - 13:22
    como o iPod está para a fita K-7,
  • 13:22 - 13:26
    e a energia solar para a mina de carvão".
  • 13:26 - 13:29
    Eu também acredito que nossa geração,
  • 13:29 - 13:32
    nossa relação para atender o que queremos,
  • 13:32 - 13:36
    é bem menos tangível
    que para qualquer geração anterior.
  • 13:36 - 13:40
    Eu não quero o DVD,
    eu quero o filme que ele contém.
  • 13:40 - 13:43
    Não quero uma secretária eletrônica,
    quero a mensagem que ela guarda.
  • 13:43 - 13:47
    Não quero um CD,
    quero a música que ele toca.
  • 13:47 - 13:49
    Em outras palavras, eu não quero coisas.
  • 13:49 - 13:52
    Quero as necessidades
    ou experiências que elas atendem.
  • 13:52 - 13:57
    Isto está alimentando uma grande mudança,
    na qual o uso é melhor que a posse,
  • 13:57 - 14:00
    ou como coloca Kevin Kelly,
    editor da revista Wired:
  • 14:00 - 14:03
    "O acesso é melhor que a posse".
  • 14:03 - 14:07
    À medida em que nossas posses
    se desmaterializam na nuvem,
  • 14:07 - 14:09
    uma linha difusa começa a aparecer
  • 14:09 - 14:13
    entre o que é meu, o que é seu,
    e o que é nosso.
  • 14:13 - 14:15
    Quero dar-lhes um exemplo
  • 14:15 - 14:18
    que mostra a velocidade
    com que esta evolução está acontecendo.
  • 14:18 - 14:21
    Isto representa um intervalo de oito anos.
  • 14:21 - 14:24
    Nós passamos da propriedade
    tradicional de um carro,
  • 14:24 - 14:27
    para empresas de compartilhamento,
    como a ZipCar e a GoGet,
  • 14:27 - 14:31
    para plataformas
    de compartilhamento de caronas,
  • 14:31 - 14:34
    para a modalidade mais recente,
    que é o aluguel de carro pessoal,
  • 14:34 - 14:36
    na qual você pode
    efetivamente ganhar dinheiro
  • 14:36 - 14:41
    alugando para seu vizinho aquele carro
    que fica ocioso 23 horas por dia.
  • 14:41 - 14:45
    Todos estes sistemas
    requerem um grau de confiança,
  • 14:45 - 14:48
    e a base deste trabalho é a reputação.
  • 14:48 - 14:52
    No antigo sistema de consumo
    nossa reputação não importava tanto,
  • 14:52 - 14:57
    porque nosso crédito era mais importante
    que qualquer tipo de avaliação pessoal.
  • 14:57 - 15:01
    Mas com a web nós deixamos um rastro.
  • 15:01 - 15:04
    A cada spam que denunciamos,
  • 15:04 - 15:07
    a cada ideia que divulgamos,
    comentários que compartilhamos,
  • 15:07 - 15:10
    estamos sinalizando
    a qualidade da nossa colaboração
  • 15:10 - 15:12
    e se somos ou não confiáveis.
  • 15:12 - 15:15
    Voltemos ao primeiro exemplo, Swaptree.
  • 15:16 - 15:21
    Posso ver que Rondoron
    completou 553 negócios
  • 15:21 - 15:24
    com uma taxa de sucesso de 100%.
  • 15:24 - 15:27
    Em outras palavras,
    posso confiar nessa pessoa.
  • 15:28 - 15:31
    Agora, prestem atenção,
    é apenas uma questão de tempo
  • 15:31 - 15:35
    até sermos capazes de efetuar
    uma pesquisa como a do Google
  • 15:35 - 15:39
    e ver um quadro cumulativo
    do nosso capital de reputação,
  • 15:39 - 15:45
    e ela vai determinar nosso acesso
    ao consumo colaborativo.
  • 15:45 - 15:47
    É uma nova moeda social, por assim dizer,
  • 15:47 - 15:50
    que pode ser tão importante
    quanto nossa avaliação de crédito.
  • 15:50 - 15:53
    Agora um pensamento final,
  • 15:53 - 15:57
    acredito que estamos em um período
    em que estamos acordando
  • 15:57 - 16:02
    dessa enorme ressaca
    de futilidade e desperdício.
  • 16:02 - 16:05
    E estamos dando um salto
    para criar um sistema mais sustentável
  • 16:05 - 16:08
    construído para servir nossas
    necessidades inatas
  • 16:08 - 16:10
    de comunidade e identidade individual.
  • 16:10 - 16:14
    Acredito que isso será citado
    como uma revolução, por assim dizer,
  • 16:14 - 16:17
    quando a sociedade,
    diante de grandes desafios,
  • 16:17 - 16:21
    fez uma mudança drástica
    do gasto e obtenção individual
  • 16:21 - 16:24
    para uma redescoberta do bem coletivo.
  • 16:24 - 16:30
    Sei que trouxe muitas coisas para vocês,
    então fiz uma recapitulação em vídeo,
  • 16:30 - 16:36
    que vai resumir tudo isso
    e vou voltar para uma pequena frase.
  • 16:36 - 16:38
    (Música) (Vídeo)
  • 16:38 - 16:42
    [O que é meu é seu,
    a ascenção do consumo colaborativo]
  • 16:42 - 16:44
    [Mercados de redistribuição]
  • 16:44 - 16:47
    [Sistemas produto-serviço]
  • 16:47 - 16:50
    [Estilos de vida colaborativos]
  • 16:50 - 16:52
    [Consumo colaborativo]
  • 16:52 - 16:54
    [Trocas, barganhas, empréstimos,
    aluguéis, e permutas]
  • 16:54 - 16:56
    [Redefinidas através da tecnologia
    e comunidades]
  • 16:56 - 16:59
    [para reinventar não só o que
    consumimos, mas como consumimos]
  • 16:59 - 17:02
    [Mas qual o tamanho e alcance desta onda?]
  • 17:02 - 17:03
    [Sistemas produto-serviço:]
  • 17:03 - 17:07
    [Pague pelo benefício do produto,
    sem precisar possuí-lo realmente]
  • 17:07 - 17:09
    [Que meio de transporte
    mais cresce no mundo?]
  • 17:09 - 17:10
    [Compartilhamento de bicicletas]
  • 17:10 - 17:14
    [Grandes cidades dos EUA estão implantando
    o compartilhamento de bicicletas]
  • 17:14 - 17:16
    [e esse é um fenômeno global]
  • 17:17 - 17:20
    [Valor estimado do mercado
    de compartilhamento de carros em 2015]
  • 17:20 - 17:22
    [US$ 12,5 bilhões]
  • 17:22 - 17:24
    [Grandes empresas de automóveis
    sendo saneadas]
  • 17:24 - 17:27
    [Cresce 51,5% o total de associados
    a compartilhamento de carros]
  • 17:27 - 17:31
    [2009: Zipcar lança aplicativo para iPhone
    100 mil downloads na primeira semana]
  • 17:31 - 17:34
    [Cresce aluguel direto de itens,
    de jipes a escavadeiras]
  • 17:34 - 17:35
    [Volume estimado: US$ 36 bilhões]
  • 17:35 - 17:37
    [Mercados de redistribuição]
  • 17:37 - 17:40
    [Bens desnecessários redistribuídos
    para alguém ou onde necessários]
  • 17:40 - 17:43
    [Mercado estimado de troca 2009:
    US$ 500 bilhões]
  • 17:43 - 17:46
    ["Freecycle": terceiro termo ambiental
    mais pesquisado depois de]
  • 17:46 - 17:48
    ["aquecimento global",
    "reciclagem", antes de "Terra"]
  • 17:48 - 17:51
    [Mais de 9,1 milhões de itens
    doados ao ano pelo Freecycle]
  • 17:51 - 17:54
    [Empilhados teriam sete vezes
    a altura do Everest]
  • 17:54 - 17:57
    [2 de abril de 2010: 23 mil livros
    trocados apenas no BookMooch]
  • 17:57 - 17:58
    [Estilos de vida colaborativo]
  • 17:58 - 18:00
    [Compartilhamento e troca
    de recursos e bens:]
  • 18:00 - 18:03
    [tempo, comida, espaço,
    habilidades e dinheiro]
  • 18:03 - 18:05
    [Crescimento de feiras
    de produtores locais nos EUA]
  • 18:05 - 18:07
    [1994: 1.775 feiras, 2006: 4.385,
    2009: 5.274]
  • 18:07 - 18:10
    [Existem mais feiras de produtores
    que Walmarts nos EUA]
  • 18:10 - 18:13
    [Bens e serviços trocados por negócios
    em 2008: US$ 10 bilhões]
  • 18:13 - 18:17
    [Terra no site Sharedearth após
    três meses de lançamento: 269,5 hectares]
  • 18:17 - 18:19
    [Expectativa: mais de 9 mil hectares
    no fim de 2010]
  • 18:19 - 18:22
    [Previsão de empréstimos diretos:
    US$ 5,8 bilhões no fim de 2010]
  • 18:22 - 18:26
    [10% do mercado total de empréstimo
    pessoal, incluindo grandes bancos]
  • 18:26 - 18:28
    [Serviço de hospedagem mais visitado
    na internet: Couchsurfing]
  • 18:28 - 18:31
    [Média de 40 milhões de páginas
    visitadas por dia]
  • 18:31 - 18:33
    [Estranhos podem confiar uns nos outros?]
  • 18:33 - 18:36
    [4.725.624 estadias de couchsurfing
    classificadas como positivas: 99,797%]
  • 18:36 - 18:38
    [Esta onda socioeconômica
    é realmente grande]
  • 18:38 - 18:40
    [e está apenas começando]
  • 18:40 - 18:45
    [século 20 = hiperconsumismo
    século 21 = consumo colaborativo]
  • 18:45 - 18:49
    [Junte-se ao movimento
    www.collaborativeconsumption.com ]
  • 18:49 - 18:51
    (Aplausos) Obrigada.
  • 18:54 - 18:57
    Estou numa missão para tornar
    o compartilhamento legal,
  • 18:57 - 18:59
    uma missão para tornar
    o compartilhamento harmonioso.
  • 18:59 - 19:04
    Porque eu realmente acredito que ele pode
    romper modelos obsoletos de negócio
  • 19:04 - 19:08
    ajudar-nos a ultrapassar formas de consumo
    exacerbadas e ineficazes
  • 19:08 - 19:11
    e ensinar-nos quando o suficiente
    é realmente suficiente.
  • 19:11 - 19:12
    Muito obrigada.
  • 19:12 - 19:15
    (Aplausos)
Title:
Consumo colaborativo| Rachel Botsman | TEDxSydney
Description:

Esta palestra foi dada num evento TEDx local, produzido independentemente das Conferências TED.
Rachel Botsman afirma que estamos "conectados para compartilhar", e mostra como websites como Zipcar e Swaptree estão mudando as regras do comportamento humano.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
19:26

Portuguese, Brazilian subtitles

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