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Title:
Por que a especialização prematura nem sempre significa sucesso na carreira
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Description:
Uma vantagem nem sempre nos ajuda a alcançar o sucesso. Com exemplos no esporte, na tecnologia e na economia, o jornalista David Epstein nos conta como a especialização prematura em uma habilidade específica pode prejudicar nosso desenvolvimento a longo prazo e explica os benefícios de um "período de amostragem", no qual tentamos coisas novas e nos concentramos no desenvolvimento de uma série de habilidades. Saiba como essa mentalidade mais ampla e contraintuitiva (e um cronograma mais tolerante) pode levar a uma vida pessoal e profissional mais gratificante.
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Speaker:
David Epstein
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Eu gostaria de abordar
o desenvolvimento do potencial humano
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e começar com talvez a história moderna
de desenvolvimento de maior impacto.
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Muitos de vocês já devem ter ouvido falar
da regra das 10 mil horas.
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Talvez até a adotem
como um modelo de vida.
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A ideia principal é: para ser
excelente em qualquer coisa,
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são necessárias 10 mil horas
de prática concentrada.
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Portanto, é melhor começar
o mais cedo possível.
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O garoto-propaganda
dessa história é Tiger Woods.
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Seu pai lhe deu um taco de golfe
quando ele tinha sete meses.
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Aos dez meses, ele começou a imitar
o movimento do pai.
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Aos dois anos, podemos acessar o YouTube
e vê-lo em rede nacional.
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Aos 21 anos, ele é o maior
jogador de golfe do mundo.
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A clássica história das 10 mil horas.
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Outra história retratada
em vários best-sellers
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é a das três irmãs Polgar,
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cujo pai decidiu lhes ensinar xadrez
de uma maneira muito técnica
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desde muito cedo.
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Ele queria mesmo mostrar
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que, com uma vantagem na prática focada,
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qualquer criança poderia se tornar
um gênio em tudo.
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De fato, duas de suas filhas se tornaram
as melhores jogadoras de xadrez.
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Quando me tornei redator de ciências
da "Sports Illustrated",
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fiquei curioso.
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Se a regra das 10 mil horas estiver certa,
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devemos ver que atletas de elite
têm uma vantagem
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na suposta "prática deliberada".
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É uma prática treinada,
com foco na correção de erros,
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e não apenas uma brincadeira.
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Quando cientistas
estudam atletas de elite,
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eles os veem passarem mais tempo
na prática deliberada,
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o que não é uma grande surpresa.
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Quando acompanham esses atletas
ao longo de seu desenvolvimento,
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o padrão é o seguinte:
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no início, as elites futuras
passam menos tempo
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na prática deliberada
de seu esporte definitivo.
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Elas tendem a ter o que os cientistas
chamam de "período de amostragem",
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em que testam uma série
de atividades físicas,
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adquirem habilidades gerais,
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descobrem seus interesses e habilidades
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e se especializam
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até mais tarde do que colegas
que param em níveis inferiores.
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Quando percebi isso, eu disse:
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"Puxa, isso não é compatível
com a regra das 10 mil horas".
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Comecei a me perguntar sobre outras áreas
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que associamos à especialização
prematura obrigatória,
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como a música.
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O padrão é geralmente semelhante.
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Esta pesquisa é de um
dos melhores conservatórios,
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e quero chamar sua atenção
para o seguinte:
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os músicos excepcionais não passavam
mais tempo na prática deliberada
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do que a média dos músicos
até o terceiro instrumento.
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Também tendiam a ter
um período de amostragem,
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até mesmo músicos
que consideramos precoces,
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como Yo-Yo Ma.
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Ele teve esse período.
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Só passou mais rápido por ele
do que a maioria dos músicos.
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No entanto, essa pesquisa
é quase totalmente ignorada.
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Muito mais impacto
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tem a primeira página do livro
"Grito de guerra da mãe-tigre",
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em que a autora conta
como deu um violino à filha.
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Parece que ninguém
se lembra da parte do livro
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em que a filha diz:
"Foi você quem escolheu, não eu",
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e desiste.
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Ao ver esse tipo de padrão surpreendente
nos esportes e na música,
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eu me perguntava sobre áreas que afetam
ainda mais pessoas, como a educação.
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Um economista descobriu
um experimento natural
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no ensino superior
da Inglaterra e da Escócia.
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No período em que ele estudava,
os sistemas eram muito semelhantes.
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Menos na Inglaterra, os alunos
tinham que se especializar na adolescência
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para se inscrever em um curso específico,
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enquanto na Escócia, podiam continuar
tentando coisas na universidade
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se quisessem.
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E sua pergunta era: quem ganha a troca?
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Aqueles que se especializam cedo ou tarde?
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Os que se especializam cedo
saltam para uma liderança de receita
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pois dominam
mais habilidades específicas.
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Os que se especializam tarde
tentam coisas diferentes
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e, quando escolhem, se adaptam melhor,
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ou o que os economistas
chamam de "fator de qualidade".
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Suas taxas de crescimento
são mais rápidas.
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Em seis anos, eles acabam
com essa lacuna de renda.
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Aqueles que se especializam cedo
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abandonam a carreira
em quantidade muito maior,
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pois foram obrigados a escolher muito cedo
e fizeram escolhas insatisfatórias.
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Quem se especializa tarde
perde no curto prazo
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e ganha no longo prazo.
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Se pensássemos em escolha
de carreira como namoro,
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talvez não houvesse a pressão
para se estabelecer tão rápido.
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Fiquei interessado
ao ver esse padrão de novo,
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explorando as origens de desenvolvimento
de pessoas cujo trabalho eu admirava,
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como Duke Ellington, que evitava
aulas de música quando criança
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para se concentrar em beisebol,
pintura e desenho.
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Ou Maryam Mirzakhani,
que não se interessava por matemática,
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sonhava em ser romancista,
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e se tornou a primeira e até então única
mulher a ganhar a Medalha Fields,
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o prêmio mais prestigiado
do mundo da matemática.
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Ou Vincent Van Gogh,
com cinco carreiras diferentes,
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que as considerava como verdadeira vocação
antes de fracassar de modo impressionante,
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e, aos 20 anos, adquiriu um livro
chamado "Le Guide de l'ABC du Dessin".
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Isso funcionou bem.
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Claude Shannon era engenheiro elétrico
da Universidade de Michigan
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que fez um curso de filosofia
só para cumprir um requisito.
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Nesse curso, ele aprendeu
sobre um sistema lógico de quase um século
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pelo qual afirmações verdadeiras e falsas
podiam ser codificadas como 1s e 0s
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e resolvidas como problemas matemáticos.
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Isso levou ao desenvolvimento
do código binário,
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que é hoje a base de todos
os nossos computadores digitais.
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Finalmente, meu exemplo de pessoa,
Frances Hesselbein...
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este sou eu com ela...
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Ela conseguiu seu primeiro emprego
profissional aos 54 anos
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e chegou a se tornar a CEO da Girl Scouts,
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que ela salvou.
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Ela triplicou os membros da minoria,
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acrescentou 130 mil voluntários,
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e esta é uma das insígnias
que resultou de seu mandato:
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um código binário para meninas
que aprendem sobre computadores.
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Hoje, Frances dirige
um instituto de liderança,
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onde trabalha, em Manhattan,
todos os dias úteis.
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E ela tem apenas 104 anos.
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Quem sabe o que vem a seguir.
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Nunca ouvimos histórias
de desenvolvimento como essa.
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Não soubemos da pesquisa
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que revelou que ganhadores do Nobel
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têm 22 vezes mais chances
de ter um passatempo fora do trabalho
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do que cientistas típicos.
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Nunca soubemos.
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Mesmo quando os artistas
ou a obra são muito famosos,
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não ouvimos essas histórias.
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Por exemplo, eis um atleta que acompanhei.
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Aqui está ele aos seis anos,
em um uniforme de rúgbi escocês.
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Ele tentou jogar tênis,
esquiar, fazer luta livre.
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Sua mãe era treinadora de tênis,
mas ela se recusou a treiná-lo
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porque ele não costumava
devolver as bolas.
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Ele jogou basquete,
tênis de mesa, fez natação.
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Quando os treinadores quiseram
que ele jogasse com os mais velhos,
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ele recusou, pois só queria saber
de luta livre profissional
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após o treino com os amigos.
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Ele tentou mais esportes:
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handebol, vôlei, futebol,
badminton, skate...
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Então, quem é este amador?
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Este é Roger Federer,
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tão famoso quanto Tiger Woods;
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mas mesmo entusiastas do tênis
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geralmente não sabem nada
sobre sua história de desenvolvimento.
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Qual é o motivo, embora essa seja a norma?
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Acho que, em parte, porque a história
de Tiger é muito dramática,
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mas também porque parece
uma narrativa organizada
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que podemos extrapolar para qualquer coisa
em que queremos ser bons em nossa vida.
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Mas acho que isso é um problema,
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porque, de muitas maneiras,
o golfe é um modelo especialmente horrível
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de quase tudo o que as pessoas
querem aprender.
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O golfe é o exemplo
do que o psicólogo Robin Hogarth
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chamou de "ambiente
de aprendizado benigno".
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Ambientes de aprendizado benignos
têm metas e passos seguintes claros;
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regras claras e que nunca mudam;
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quando fazemos algo, recebemos
um feedback rápido e preciso;
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o trabalho do ano seguinte
parecerá o do ano que passou.
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Xadrez: também um ambiente
de aprendizado benigno.
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A vantagem do mestre no xadrez é baseada
no conhecimento de padrões recorrentes
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e, por isso, é muito fácil de automatizar.
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No outro extremo, estão
"ambientes de aprendizagem malignos",
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onde metas e passos seguintes
podem não estar claros.
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As regras podem mudar.
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Podemos ou não receber feedback
quando fizermos algo.
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Ele pode estar atrasado, impreciso,
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e o trabalho do ano seguinte
pode não parecer o do ano que passou.
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Qual desses parece o mundo
em que cada vez mais viveremos?
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De fato, nossa necessidade
de pensar de modo adaptável
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e de acompanhar as partes interconectadas
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mudou totalmente nossa percepção,
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de modo que, ao observarmos este diagrama,
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o círculo central à direita
talvez pareça maior para nós
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porque o cérebro é atraído
para a relação das partes no todo,
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ao passo que quem não foi exposto
ao trabalho moderno,
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com a exigência de pensamento
adaptável e conceitual,
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verá corretamente que os círculos
centrais têm o mesmo tamanho.
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Aqui estamos nós
no mundo maligno do trabalho,
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onde a hiperespecialização,
às vezes, pode dar errado.
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Por exemplo, em uma pesquisa em 12 países
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que combinou pessoas
com os anos de estudo de seus pais,
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seus resultados em testes
e seus próprios anos de estudo,
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a diferença foi que alguns tiveram
educação voltada à carreira
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e outros, educação geral mais ampla.
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O padrão era que aqueles
com a educação voltada à carreira
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têm mais chances de ser
contratados após o treinamento,
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e de ganhar mais dinheiro imediatamente,
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mas são menos adaptáveis
num mundo em mudança,
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que passam muito menos tempo
na força de trabalho em geral
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que ganham no curto prazo
e perdem no longo prazo.
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Ou considerem um famoso estudo
de 20 anos de especialistas
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que fazem previsões
geopolíticas e econômicas.
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Os que faziam as piores previsões
eram os mais especializados,
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que haviam passado toda a carreira
estudando um ou dois problemas
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e viam o mundo inteiro
por uma perspectiva ou modelo mental.
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Alguns deles pioraram
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à medida que acumulavam
experiência e qualificações.
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Os que faziam as melhores previsões eram
pessoas brilhantes com interesses amplos.
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Em algumas áreas, como a medicina,
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a especialização crescente tem sido
tanto inevitável quanto benéfica,
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sem dúvida.
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No entanto, é uma faca de dois gumes.
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Há alguns anos, uma das cirurgias
mais populares para dor no joelho
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foi testada num estudo
controlado com placebo.
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Alguns pacientes passaram
por "cirurgia placebo":
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os cirurgiões fazem uma incisão,
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batem como se fizessem algo,
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depois costuram a incisão do paciente.
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Isso funciona bem.
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Até o momento, cirurgiões especializados
continuam a fazer muito esse procedimento.
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Então, se a hiperespecialização nem sempre
é o truque em um mundo maligno, qual é?
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Pode ser difícil falar a respeito,
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porque nem sempre se parece
com este caminho.
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Às vezes, parece sinuoso, em ziguezague
ou mantendo uma visão mais ampla.
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Pode parecer que fica para trás.
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Mas quero falar
sobre alguns desses truques.
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Se analisarmos a pesquisa sobre inovação
tecnológica, ela mostra, cada vez mais,
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que as patentes de maior impacto
não são de autoria de pessoas
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que se aprofundam cada vez mais
numa área da tecnologia,
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como classificada pelo Escritório
de Patentes dos EUA,
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mas por equipes que incluem pessoas
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que trabalharam num grande número
de classes de tecnologia diferentes
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e mesclaram itens de áreas diferentes.
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Uma pessoa cujo trabalho admiro
e que esteve à frente disso
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é um japonês chamado Gunpei Yokoi.
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Yokoi não se saiu bem
nas provas de eletrônica na escola.
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Teve que se contentar com um emprego
na manutenção de máquinas
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de uma empresa de cartas
de baralho em Quioto.
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Ele não estava equipado para trabalhar
com tecnologia de ponta,
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mas havia tantas informações
facilmente disponíveis
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que talvez ele pudesse combinar
coisas já bem conhecidas
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de modo que os especialistas
não conseguiam perceber.
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Ele combinou tecnologias bem conhecidas
da indústria de calculadoras
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com outras bem conhecidas
da indústria de cartões de crédito
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e criou jogos portáteis.
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E eles foram um sucesso.
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Ele transformou a empresa
de cartas de baralho,
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fundada em uma loja do século 19
com fachada de madeira,
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em uma operação de brinquedos e jogos.
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Vocês já devem ter ouvido;
chama-se Nintendo.
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A filosofia criativa de Yokoi
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se traduziu em "pensamento lateral
com tecnologia conhecida",
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pegando tecnologia bem conhecida
e usando-a de maneiras novas.
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E sua obra-prima foi esta:
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o Game Boy.
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Piada tecnológica em todos os sentidos.
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Foi lançado ao mesmo tempo
que os concorrentes da Saga e da Atari,
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e os derrotou,
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porque Yokoi sabia que seus clientes
não se importavam com a aparência,
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mas com a durabilidade, a portabilidade,
a acessibilidade, a duração da bateria,
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a seleção de jogos.
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Eis o meu, que achei no porão
da casa de meus pais.
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Ele já viu dias melhores.
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Mas dá pra ver a luz vermelha acesa.
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Liguei e joguei Tetris,
o que achei impressionante
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porque as baterias
haviam expirado em 2007 e 2013.
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Essa vantagem de amplitude também é válida
em áreas mais subjetivas.
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Em um estudo fascinante sobre o que leva
alguns criadores de quadrinhos
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a terem maior probabilidade
de criar quadrinhos de sucesso,
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dois pesquisadores
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descobriram que não eram
nem os anos de experiência na área,
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nem os recursos da editora,
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nem o número de quadrinhos
criados anteriormente.
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Era o número de gêneros diferentes
que um criador havia produzido.
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E, curiosamente,
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uma pessoa de visão ampla
não poderia ser totalmente substituída
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por uma equipe de especialistas.
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Talvez não criamos tantas
pessoas assim quanto poderíamos,
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porque, logo no início,
elas parecem estar atrás,
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e não tendemos a incentivar nada
que não pareça uma vantagem
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ou especialização.
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Na realidade, acho que, na busca
bem-intencionada de uma vantagem,
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causamos um curto-circuito
contraproducente
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até no modo como aprendemos coisas novas
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em um nível básico.
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Num estudo do ano passado, salas de aula
de matemática da sétima série dos EUA
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receberam aleatoriamente
tipos distintos de aprendizagem.
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Algumas receberam
a chamada "prática bloqueada".
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Ou seja, recebemos o tipo de problema A,
AAAAA, BBBBB e assim por diante.
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O progresso é rápido,
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as crianças estão felizes,
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está tudo ótimo.
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Outras salas de aula receberam
a chamada "prática intercalada".
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É como pegar todos os tipos de problemas,
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jogá-los num chapéu
e tirá-los aleatoriamente.
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O progresso é mais lento,
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as crianças ficam mais frustradas.
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Mas, em vez de aprender
a executar procedimentos,
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elas aprendem a combinar uma estratégia
a um tipo de problema.
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E, quando o teste chega,
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o grupo intercalado
vence o grupo de prática bloqueada.
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Não passa nem perto.
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Achei muito dessa pesquisa
profundamente contraintuitiva,
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a ideia de que uma vantagem,
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seja na escolha
de uma carreira ou um curso
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ou no aprendizado de coisas novas,
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pode, às vezes, prejudicar
o desenvolvimento de longo prazo.
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Naturalmente, acho que há
tantas maneiras de ter sucesso
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quanto há pessoas.
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Mas acho que tendemos apenas
a incentivar o caminho de Tiger,
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quando, cada vez mais, num mundo maligno,
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também precisamos de pessoas
que sigam o caminho de Roger.
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Ou, como disse o eminente
físico e matemático
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e escritor maravilhoso, Freeman Dyson,
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que faleceu ontem...
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espero estar honrando as palavras dele...
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Como disse ele:
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para um ecossistema saudável, precisamos
tanto de pássaros quanto de sapos.
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Os sapos caem na lama,
vendo todos os detalhes.
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Os pássaros voam alto,
sem ver esses detalhes,
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mas integram o conhecimento dos sapos.
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E precisamos de ambos.
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O problema, disse Dyson,
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é que dizemos a todos
para se tornarem sapos.
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E eu acho
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que, em um mundo maligno,
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isso é cada vez mais imprudente.
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