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Hip-hop e Shakespeare? | Akala | TEDxAldeburgh

  • 0:05 - 0:07
    Boa tarde, senhoras e senhores.
  • 0:07 - 0:09
    Peço o favor de reinicializarem o relógio.
  • 0:09 - 0:11
    Está marcando quatro minutos.
  • 0:11 - 0:13
    Deve ser da palestra anterior... Ótimo!
  • 0:13 - 0:15
    Tudo bem! Meu nome é Akala.
  • 0:15 - 0:17
    Sou da The Hip-hop Shakespeare Company.
  • 0:17 - 0:20
    Antes de entrarmos
    na filosofia de nosso trabalho,
  • 0:20 - 0:22
    o significado e o propósito dele,
  • 0:22 - 0:24
    vou desafiar vocês para um pequeno teste.
  • 0:24 - 0:26
    Fizemos esse teste surpresa algumas vezes.
  • 0:26 - 0:28
    Falaremos sobre isso depois.
  • 0:28 - 0:31
    Vou dizer simplesmente algumas citações,
  • 0:31 - 0:34
    de uma linha, extraídas de algumas
    de minhas músicas de hip-hop favoritas
  • 0:34 - 0:37
    ou de minhas peças e meus sonetos
    favoritos de Shakespeare.
  • 0:37 - 0:39
    E vocês vão me dizer, levantando a mão,
  • 0:39 - 0:42
    se acham que é hip-hop ou Shakespeare.
  • 0:42 - 0:43
    (Risos)
  • 0:43 - 0:45
    Faz sentido? Tudo bem.
  • 0:45 - 0:47
    A primeira é...
  • 0:47 - 0:51
    "Para destruir a beleza da qual veio."
  • 0:51 - 0:56
    "Para destruir a beleza da qual veio."
  • 0:56 - 0:58
    Quem acha que é hip-hop,
    levante a mão, por favor.
  • 1:00 - 1:03
    Quem acha que é Shakespeare,
    levante a mão, por favor.
  • 1:03 - 1:06
    Ótimo, 70% para Shakespeare.
  • 1:06 - 1:10
    É de um senhor chamado Sean Carter,
    mais conhecido como Jay-Z,
  • 1:10 - 1:12
    da música "Can I live?"
  • 1:13 - 1:14
    Vamos para outra.
  • 1:15 - 1:20
    "Talvez seja ódio o que eu lanço,
    talvez seja alimento para o espírito."
  • 1:20 - 1:25
    "Talvez seja ódio o que eu lanço,
    talvez seja alimento para o espírito."
  • 1:26 - 1:27
    Hip-hop?
  • 1:30 - 1:31
    Shakespeare?
  • 1:32 - 1:35
    Votação em massa
    para Shakespeare. Interessante.
  • 1:36 - 1:38
    Alguém já ouviu falar
    de um senhor chamado Eminem?
  • 1:38 - 1:40
    (Risos)
  • 1:40 - 1:41
    Não é Shakespeare.
  • 1:41 - 1:44
    É de um trabalho de Eminem com Jay-Z,
    chamado "Renegade".
  • 1:44 - 1:45
    Vamos para mais algumas.
  • 1:46 - 1:51
    "É mais vantagem fazer uso de armas
    partidas do que das mãos vazias."
  • 1:51 - 1:55
    "É mais vantagem fazer uso de armas
    partidas do que das mãos vazias."
  • 1:57 - 1:58
    Hip-hop?
  • 2:01 - 2:02
    Shakespeare?
  • 2:03 - 2:05
    Está dividido, com vantagem
    para Shakespeare.
  • 2:05 - 2:08
    Essa é de Shakespeare,
    de uma peça conhecida como "Otelo".
  • 2:10 - 2:11
    Vamos para...
  • 2:11 - 2:15
    "Não nasci sob a influência
    de um planeta rimador."
  • 2:15 - 2:19
    "Não nasci sob a influência
    de um planeta rimador."
  • 2:21 - 2:22
    Hip-hop?
  • 2:24 - 2:25
    Shakespeare?
  • 2:27 - 2:29
    Essa é de Shakespeare,
    de "Muito Barulho por Nada".
  • 2:29 - 2:31
    Vamos para mais duas.
  • 2:31 - 2:33
    Vamos para...
  • 2:33 - 2:38
    "O rei mais benevolente se comunica
    por meio de seus sonhos."
  • 2:38 - 2:43
    "O rei mais benevolente se comunica
    por meio de seus sonhos."
  • 2:44 - 2:45
    Hip-hop?
  • 2:47 - 2:48
    Shakespeare?
  • 2:49 - 2:50
    Houve um empate.
  • 2:51 - 2:54
    É de um senhor chamado RZA,
    líder do grupo Wu-Tang Clan.
  • 2:54 - 2:58
    Vamos voltar ao Wu-Tang mais tarde,
    falaremos muito a respeito dele.
  • 2:58 - 3:00
    É um dos principais expoentes
    da filosofia do hip-hop,
  • 3:00 - 3:03
    um coletivo que teve
    uma influência enorme sobre mim.
  • 3:03 - 3:05
    Mas falaremos novamente sobre eles.
  • 3:05 - 3:08
    Última citação do dia. Vamos para...
  • 3:09 - 3:14
    "Sócrates, filosofias e hipóteses
    não conseguem definir."
  • 3:14 - 3:19
    "Sócrates, filosofias e hipóteses
    não conseguem definir."
  • 3:19 - 3:20
    Hip-hop?
  • 3:22 - 3:23
    Shakespeare?
  • 3:24 - 3:26
    Maioria para hip-hop, e isso é hip-hop.
  • 3:26 - 3:29
    É Wu-Tang novamente,
    é de um senhor chamado Inspectah Deck.
  • 3:29 - 3:33
    Curiosamente, essa citação
    vem de uma música
  • 3:33 - 3:35
    chamada "Triumph"
    do álbum "Wu-Tang Forever".
  • 3:35 - 3:39
    "Wu-Tang Forever" foi o primeiro álbum
    de hip-hop a ser o número um deste país.
  • 3:39 - 3:43
    Ele fez o hip-hop cruzar
    com esse tipo de lirismo,
  • 3:43 - 3:46
    mas vamos voltar a isso mais tarde
    e falar sobre o Wu-Tang, como eu disse.
  • 3:47 - 3:52
    Como podem ver, não foi tão claro
    como muitos de nós poderiam ter pensado.
  • 3:52 - 3:55
    A linguagem usada, os temas tratados,
  • 3:55 - 3:58
    vários elementos dificultam muito
    quando o contexto é retirado,
  • 3:58 - 4:00
    quando nossa percepção é retirada,
  • 4:00 - 4:04
    e temos que analisar apenas
    a linguagem crua das duas formas de arte.
  • 4:04 - 4:07
    Não se preocupem, fizemos
    esse exercício mais de 400 vezes
  • 4:07 - 4:09
    e, até agora, ninguém acertou tudo.
  • 4:09 - 4:12
    Nem mesmo alguns professores mais antigos
  • 4:12 - 4:15
    das instituições de Shakespeare
    mais respeitadas do país,
  • 4:15 - 4:17
    Não darei nomes.
  • 4:17 - 4:18
    (Risos)
  • 4:18 - 4:22
    É desnecessário dizer:
    desafia a percepção de muitas pessoas
  • 4:22 - 4:23
    e vamos mais além,
  • 4:23 - 4:26
    analisando outros paralelos
    entre hip-hop e Shakespeare,
  • 4:26 - 4:27
    em outros elementos
    que eles compartilham.
  • 4:27 - 4:31
    Uma das coisas principais
    compartilhada entre ambos é o ritmo.
  • 4:31 - 4:34
    O pentâmetro iâmbico:
    di-dan, di-dan, di-dan, di-dan, di-dan.
  • 4:34 - 4:37
    Cinco conjuntos, duas batidas;
    é, na verdade, um ritmo maravilhoso
  • 4:37 - 4:40
    para usar na música hip-hop
    e traduzir de um modo
  • 4:40 - 4:43
    que até os compositores
    atuais acham difícil.
  • 4:43 - 4:44
    A que me refiro?
  • 4:44 - 4:48
    É muito difícil de levar,
    mesmo um MC profissional,
  • 4:48 - 4:50
    uma letra escrita sobre o "grime".
  • 4:50 - 4:53
    O grime tem 140 bpm,
    um tempo muitíssimo rápido.
  • 4:54 - 4:56
    Levar a mesma letra
  • 4:56 - 4:59
    ao que consideramos uma batida tradicional
    do hip-hop, 70 a 80 bpm,
  • 5:00 - 5:03
    é uma técnica muito difícil,
    mesmo compondo agora,
  • 5:03 - 5:04
    com a música em mãos.
  • 5:04 - 5:07
    No entanto, o pentâmetro iâmbico
    nos permite fazer exatamente isso.
  • 5:08 - 5:10
    Vou lhes mostrar em vez de falar.
  • 5:10 - 5:11
    Prestem atenção.
  • 5:18 - 5:19
    Música, por favor.
  • 5:20 - 5:23
    (Música)
  • 5:23 - 5:25
    Alguns devem conhecer
    o que estão prestes a ouvir,
  • 5:25 - 5:26
    outros não.
  • 5:27 - 5:30
    É o poema mais famoso
    de Shakespeare: "Soneto 18".
  • 5:30 - 5:34
    Não o adaptei para se encaixar no ritmo,
    mas apenas escutem atentamente.
  • 5:34 - 5:35
    Tudo bem.
  • 5:35 - 5:36
    E aí?
  • 5:39 - 5:41
    "Como hei de comparar-te
    a um dia de verão?
  • 5:41 - 5:43
    És muito mais amável e mais amena:
  • 5:43 - 5:45
    Os ventos sopram os doces botões de maio,
  • 5:45 - 5:48
    E o verão finda antes
    que possamos começá-lo:
  • 5:48 - 5:50
    Por vezes, o Sol lança seus cálidos raios,
  • 5:50 - 5:52
    Ou esconde o rosto dourado sob a névoa;
  • 5:52 - 5:54
    E tudo que é belo um dia acaba,
  • 5:54 - 5:57
    Seja pelo acaso ou por sua natureza;
  • 5:57 - 5:59
    Mas teu eterno verão jamais se extingue,
  • 5:59 - 6:01
    Nem perde o frescor que só tu possuis;
  • 6:01 - 6:03
    Nem a Morte virá arrastar-te sob a sombra,
  • 6:03 - 6:06
    Quando os versos te elevarem à eternidade:
  • 6:06 - 6:08
    Enquanto a humanidade
    puder respirar e ver,
  • 6:08 - 6:10
    Viverá meu canto, e ele te fará viver.
  • 6:10 - 6:12
    Enquanto a humanidade
    puder respirar e ver,
  • 6:12 - 6:15
    Viverá meu canto, e ele te fará viver."
  • 6:16 - 6:18
    (Aplausos)
  • 6:21 - 6:24
    Como podem ver, fica bem no ritmo.
  • 6:24 - 6:26
    Está muito perto da batida.
  • 6:26 - 6:29
    Agora vamos tentar um estilo e um tempo
    de batida totalmente diferentes.
  • 6:29 - 6:34
    Vocês verão a mesma letra se encaixar
    porque o ritmo é consistente.
  • 6:34 - 6:35
    Vamos tentar.
  • 6:35 - 6:37
    (Música)
  • 6:42 - 6:44
    "Como hei de comparar-te
    a um dia de verão?
  • 6:44 - 6:45
    És muito mais amável e mais amena:
  • 6:45 - 6:47
    Os ventos sopram os doces botões de maio,
  • 6:47 - 6:49
    E o verão finda antes
    que possamos começá-lo:
  • 6:49 - 6:53
    Por vezes, o Sol lança seus cálidos raios,
    ou esconde o rosto dourado sob a névoa;
  • 6:53 - 6:56
    E tudo que é belo um dia acaba,
    seja pelo acaso ou por sua natureza;
  • 6:56 - 7:00
    Mas teu eterno verão jamais se extingue,
    nem perde o frescor que só tu possuis;
  • 7:00 - 7:04
    Nem a Morte virá arrastar-te sob a sombra,
    quando os versos te elevarem à eternidade:
  • 7:04 - 7:06
    Enquanto a humanidade
    puder respirar e ver,
  • 7:06 - 7:09
    Viverá meu canto, e ele te fará viver."
  • 7:10 - 7:12
    (Aplausos)
  • 7:15 - 7:18
    Gostaria que todos vocês colocassem
    a mão no coração por um instante.
  • 7:22 - 7:24
    Agora, se sentirem o coração,
  • 7:24 - 7:27
    espera-se que ele esteja batendo
    em conjuntos de dois,
  • 7:27 - 7:30
    um desligado, um ligado, di-dan,
    ou um iambo, como nós o chamamos.
  • 7:30 - 7:34
    Se não estiver, sugiro que consultem
    um médico o mais rápido possível.
  • 7:34 - 7:36
    Podem tirar as mãos do coração agora...
  • 7:36 - 7:40
    Mas é por isso que esse ritmo
    é tão intrínseco,
  • 7:40 - 7:43
    porque a música imita
    o ritmo e os sons da vida.
  • 7:43 - 7:45
    O pulso da vida.
  • 7:45 - 7:49
    Assim, o pentâmetro iâmbico,
    apesar de ser um ritmo muito simples,
  • 7:49 - 7:51
    é intrínseco a muitas formas de música.
  • 7:51 - 7:53
    Em outros lugares, há ritmos diferentes,
  • 7:53 - 7:55
    como os da África Ocidental,
    que é sobre o três.
  • 7:55 - 7:59
    As pessoas falam em tercinas basicamente.
  • 7:59 - 8:02
    Descobrimos que esse ritmo funciona
    como um aparelho mnemônico,
  • 8:02 - 8:04
    para que os jovens se lembrem das letras,
  • 8:04 - 8:09
    mas também como um modo de entender
    um pouco do que está sendo dito.
  • 8:09 - 8:12
    O ritmo nos ajuda a entender isso,
    a comunicar sentimentos
  • 8:12 - 8:14
    e, claro, no hip-hop, a tonalidade,
  • 8:14 - 8:16
    o jeito que você diz o que está dizendo,
  • 8:16 - 8:18
    o humor com o qual é dito
  • 8:18 - 8:19
    e o ritmo com o qual se está dizendo
  • 8:19 - 8:22
    são tão importantes quanto o que é dito.
  • 8:22 - 8:24
    Mas, voltando às filosofias
  • 8:24 - 8:27
    e às percepções ou concepções
    dessas duas formas de arte,
  • 8:27 - 8:29
    sobre as quais achamos
    que conhecemos muito,
  • 8:29 - 8:30
    vamos começar com Shakespeare.
  • 8:31 - 8:34
    Nos últimos três ou quatro anos,
  • 8:34 - 8:38
    tendo trabalhado com milhares de jovens,
  • 8:38 - 8:39
    em centenas de oficinas,
  • 8:39 - 8:44
    descobrimos coisas muito interessantes
    sobre a percepção acerca de Shakespeare:
  • 8:44 - 8:45
    quem as pessoas acham que ele foi,
  • 8:45 - 8:49
    quais crenças ele herdou
    da época em que viveu,
  • 8:49 - 8:52
    as pessoas de seu convívio,
    a formação dele.
  • 8:52 - 8:56
    Algumas delas são, assim como no hip-hop,
    um absurdo completo.
  • 8:56 - 8:59
    Essa ideia, por exemplo,
    de que Shakespeare falava,
  • 8:59 - 9:02
    como dizem as pessoas,
    com sotaque "fino" ou inglês da rainha
  • 9:02 - 9:03
    e pronúncia padrão.
  • 9:03 - 9:06
    Sabemos que essa pronúncia
    não foi inventada
  • 9:06 - 9:08
    após 100 anos da morte de Shakespeare.
  • 9:08 - 9:11
    Ele nunca ouviu o que hoje
    consideramos o inglês da rainha.
  • 9:11 - 9:13
    Quando estava vivo, as pessoas falavam
  • 9:13 - 9:15
    como uma mistura da pronúncia
    de Yorkshire e Cornwall.
  • 9:15 - 9:18
    Por exemplo, a palavra "hours"
    era pronunciada "urrs".
  • 9:18 - 9:20
    "Urrs", "urrs" e "urrs".
  • 9:20 - 9:22
    Ou: "mood" e "blood"... rimam!
  • 9:22 - 9:27
    "Mud" e "blud" era o modo como as pessoas
    pronunciavam essas palavras.
  • 9:28 - 9:29
    Na época em que ele viveu,
  • 9:29 - 9:32
    o abismo entre ricos e pobres
    era maior do que é hoje,
  • 9:32 - 9:36
    embora parecemos estar fazendo
    o possível para recriar esse abismo.
  • 9:36 - 9:39
    Porém ele vivia numa época
    muito tumultuada e violenta,
  • 9:39 - 9:42
    e recebemos quase uma visão
    saneada dessa violência,
  • 9:42 - 9:44
    modificando nossa visão do passado.
  • 9:44 - 9:46
    Sabemos que mais de 90%
    do público de Shakespeare
  • 9:46 - 9:48
    não sabia ler nem escrever.
  • 9:48 - 9:51
    Como é que, no século 21, na Grã-Bretanha,
  • 9:51 - 9:56
    ele passou a ser visto quase
    como o garoto-propaganda do elitismo
  • 9:56 - 9:58
    e, até mesmo dentro disso,
    agora vamos discutir:
  • 9:58 - 10:01
    ele escreveu mesmo suas próprias peças?
  • 10:01 - 10:02
    Porque, é claro, isso se resume
  • 10:02 - 10:05
    a quem pode ser o guardião
    do conhecimento e quem não pode.
  • 10:05 - 10:07
    Shakespeare não foi à faculdade.
  • 10:07 - 10:10
    Não teve a excelência acadêmica
    de Oxford e Cambridge.
  • 10:10 - 10:12
    Alguns precisam vê-lo assim,
  • 10:12 - 10:15
    como alguém que não tem o direito
    de ser guardião do conhecimento.
  • 10:15 - 10:18
    Temos que encontrar uma explicação
    para a inteligência dele,
  • 10:18 - 10:21
    em vez de apenas aceitá-la
    como um fato real.
  • 10:21 - 10:23
    Isso me leva ao hip-hop.
  • 10:24 - 10:26
    Muitas pessoas têm opiniões
    sobre o hip-hop, é claro.
  • 10:26 - 10:29
    A mídia teve opiniões
    muito fortes sobre o hip-hop.
  • 10:29 - 10:31
    Mas encontrei, trabalhando
    com milhares de pessoas,
  • 10:31 - 10:33
    centenas de oficinas,
  • 10:33 - 10:35
    e interações com essas instituições,
  • 10:35 - 10:39
    muitas pessoas com opinião sobre o hip-hop
    que não conhecem nada a respeito.
  • 10:39 - 10:41
    Zero. Nada. O que quero dizer com isso?
  • 10:41 - 10:43
    Na própria palavra "hip-hop",
  • 10:43 - 10:47
    "hip" vem da palavra em wolof "hipi".
  • 10:47 - 10:48
    Wolof é uma língua senegalesa,
  • 10:48 - 10:51
    que significa "abrir os olhos e ver",
    como um esclarecimento.
  • 10:51 - 10:54
    A palavra "hop", do inglês,
    significa movimento.
  • 10:54 - 10:58
    Assim, "hip-hop" significa
    "movimento inteligente".
  • 10:58 - 11:00
    O hip-hop contém cinco elementos
  • 11:00 - 11:03
    conforme estabelecido por seus fundadores
    na cidade de Nova York.
  • 11:03 - 11:04
    Contém cinco elementos:
  • 11:04 - 11:08
    DJ, MC, "breaking", grafite
  • 11:08 - 11:11
    e o quinto elemento,
    sobre o qual quero falar hoje:
  • 11:11 - 11:12
    conhecimento,
  • 11:12 - 11:16
    um elemento que talvez não vemos muito
    na televisão ou no rádio,
  • 11:16 - 11:19
    mas é claro que as representações
    dessa cultura atualmente
  • 11:19 - 11:21
    não são propriedade dos fundadores dela.
  • 11:21 - 11:22
    Porém, quando se entende,
  • 11:22 - 11:25
    de volta aos impérios medievais
    da África Ocidental
  • 11:25 - 11:28
    de Mali, Songai, Gao, antigo Gana,
  • 11:28 - 11:30
    há um personagem que os malianos
    chamam de "griot".
  • 11:30 - 11:33
    Esses griots existem até hoje;
    quem eram eles?
  • 11:33 - 11:37
    O griot era poeta rítmico oral, cantor,
  • 11:37 - 11:42
    músico, guardião da história,
    da tradição espiritual, entre outros,
  • 11:42 - 11:44
    desses impérios, dessa cultura.
  • 11:44 - 11:45
    Quando começamos a entender
  • 11:45 - 11:50
    como as tradições culturais musicais orais
    se manifestaram de muitos modos complexos,
  • 11:50 - 11:53
    nas Américas, e ajudaram a influenciar
    o jazz, o blues, o funk,
  • 11:53 - 11:55
    até o hip-hop,
  • 11:55 - 11:56
    temos uma noção muito maior
  • 11:56 - 12:01
    do que os fundadores Afrika Bambaataa,
    Kool DJ Herc e Grandmaster Flash
  • 12:01 - 12:03
    tentaram fazer quando codificaram
    essa cultura dessa maneira.
  • 12:03 - 12:05
    Entendido nesse contexto, é claro,
  • 12:05 - 12:08
    o hip-hop torna-se
    uma proposta muito diferente
  • 12:08 - 12:12
    da que tem sido representada muitas vezes,
  • 12:12 - 12:15
    quando entendemos
    o que acontecia em Nova York
  • 12:15 - 12:17
    no fim dos anos 1970, início dos 1980.
  • 12:17 - 12:19
    O povo saía de uma era pós-direitos civis,
  • 12:19 - 12:23
    com influência estética da literatura
    de Amiri Baraka ou James Baldwin,
  • 12:23 - 12:27
    influenciado por Muhammed Ali
    e pelo funk de James Brown,
  • 12:27 - 12:30
    a propósito, o baterista
    mais "sampleado" da história.
  • 12:30 - 12:34
    A famosa faixa dele se tornou
    a base de toda a música hip-hop.
  • 12:34 - 12:36
    Esse é o único contexto
    intelectualmente real
  • 12:36 - 12:38
    no qual podemos situar
    o hip-hop como cultura.
  • 12:38 - 12:42
    Cresci nesse contexto,
    que me influenciou bastante.
  • 12:42 - 12:47
    Até meados dos anos 1990,
    no entanto, ainda era normal
  • 12:47 - 12:50
    que os rappers de maior sucesso comercial
    se vangloriassem da inteligência deles,
  • 12:50 - 12:53
    falassem em desistir
    da ciência, do conhecimento,
  • 12:53 - 12:56
    difundir a matemática
    e, ao mesmo tempo,
  • 12:56 - 12:59
    falassem de como era a vida
    nos projetos de Nova York.
  • 12:59 - 13:02
    Não havia contradição
    entre esses dois elementos
  • 13:02 - 13:05
    e, novamente, tratava-se de quem
    era o guardião do conhecimento,
  • 13:05 - 13:08
    quem tomaria as rédeas do jogo.
  • 13:08 - 13:10
    Uma das coisas
    mais inspiradoras do hip-hop
  • 13:10 - 13:13
    foi que as pessoas impedidas de fazer,
  • 13:13 - 13:14
    sem tentar ser quem não eram,
  • 13:14 - 13:16
    sem se vestir de outro modo
  • 13:16 - 13:18
    nem falar de forma diferente,
  • 13:18 - 13:20
    decidiram:
  • 13:20 - 13:22
    "Seremos guardiões desse conhecimento.
  • 13:22 - 13:23
    Seremos autodidatas
  • 13:23 - 13:26
    e transmitiremos esse conhecimento
    por meio da música".
  • 13:26 - 13:28
    Os principais expoentes disso,
    e minha maior influência,
  • 13:28 - 13:31
    foi esse grupo que já
    mencionei: Wu-Tang Clan.
  • 13:31 - 13:34
    Quando lançaram "Wu-Tang Forever",
    eu estava na escola.
  • 13:34 - 13:39
    Foi o primeiro álbum que uniu pessoas
    que escutavam todo tipo de música.
  • 13:39 - 13:43
    Até então, o hip-hop, ainda em Londres,
  • 13:43 - 13:47
    só atraía um segmento específico
    de pessoas em minha escola.
  • 13:47 - 13:49
    Então, "Wu-Tang Forever" foi lançado
  • 13:49 - 13:51
    e, de repente, crianças
    que ouviam heavy metal,
  • 13:51 - 13:52
    as que curtiam Blur e Oasis,
  • 13:52 - 13:55
    todas elas se uniram em torno desse álbum.
  • 13:55 - 13:57
    E do que se tratava?
  • 13:57 - 14:02
    Era um discurso inteligente,
    abertamente orgulhoso,
  • 14:02 - 14:04
    tão inegável que realmente agradava,
  • 14:04 - 14:06
    em minha opinião, e atraía a todos.
  • 14:06 - 14:09
    Vou lhes mostrar um exemplo de um poema,
  • 14:09 - 14:11
    eu chamaria assim,
    mas alguns diriam que é um rap,
  • 14:11 - 14:15
    do líder desse grupo,
    um senhor chamado RZA.
  • 14:15 - 14:16
    Falei sobre ele antes.
  • 14:16 - 14:18
    Ele também produziu a música
    do filme "Kill Bill".
  • 14:18 - 14:20
    Alguns devem conhecê-lo por isso.
  • 14:20 - 14:22
    Ele escreveu o poema "Twelve Jewels",
  • 14:22 - 14:24
    que lhes dará uma ideia, como eu disse,
  • 14:24 - 14:27
    de um dos MCs de maior
    sucesso de sua época,
  • 14:27 - 14:31
    de como era normal ter tanto orgulho
    do intelecto de alguém.
  • 14:31 - 14:33
    A peça é "Twelve Jewels",
    que está na internet.
  • 14:33 - 14:34
    Só vou compartilhar um pouco.
  • 14:34 - 14:36
    É assim:
  • 14:37 - 14:40
    "Na pré-existência das equações
    bioquímicas e matemáticas,
  • 14:40 - 14:44
    as manifestações de rocha,
    planta, ar, fogo e água,
  • 14:44 - 14:47
    sem suas formações básicas,
    sólidas, líquidas e gasosas,
  • 14:47 - 14:50
    que faz com que as massas de terra,
    os catalisadores do espaço,
  • 14:50 - 14:53
    toda a matéria existente
    e essa densa terceira dimensão
  • 14:53 - 14:55
    devam observar uma compreensão física.
  • 14:55 - 14:57
    Deve afetar um nervo.
  • 14:57 - 15:00
    A sabedoria é o poeta sábio que fala
    para despertar o idiota adormecido.
  • 15:00 - 15:04
    A quarta dimensão é o tempo,
    que está dentro da mente,
  • 15:04 - 15:06
    quando as correntes energizam
    na parte posterior da coluna.
  • 15:06 - 15:09
    Observe como minha energia Qi
    afeta um nervo vital.
  • 15:09 - 15:12
    Um desvio com a língua
    perfura como espada o pulmão.
  • 15:12 - 15:15
    Você não sabia que as palavras
    matam tão rápido quanto as balas?
  • 15:15 - 15:18
    Quando você carrega
    pensamentos negativos do cérebro,
  • 15:18 - 15:21
    e a boca puxa o gatilho que aciona
    a maldade direto do inferno.
  • 15:21 - 15:24
    Dos fossos do estômago
    em que habita a negatividade".
  • 15:24 - 15:28
    Esse é apenas um pequeno trecho
    de "Twelve Jewels" de RZA.
  • 15:28 - 15:29
    Mas é interessante,
  • 15:29 - 15:32
    porque, quando você entende
    esse tipo de lirismo,
  • 15:32 - 15:36
    percebe que o hip-hop carrega
    o mesmo poder que Shakespeare.
  • 15:36 - 15:39
    A filosofia transmuta,
    como toda grande arte,
  • 15:39 - 15:40
    para questionar o mundo ao redor.
  • 15:40 - 15:42
    Isso nos leva à conclusão
  • 15:42 - 15:45
    sobre nosso trabalho
    com a The Hip-hop Shakespeare Company
  • 15:45 - 15:48
    de produções teatrais a educativas
  • 15:48 - 15:51
    até cinema e TV,
    em que trabalhamos no momento.
  • 15:51 - 15:52
    Do que se trata isso?
  • 15:52 - 15:55
    Trata-se de quem será
    o guardião do conhecimento?
  • 15:55 - 15:59
    No século 21, caracterizado
    por sociedades pós-industriais,
  • 15:59 - 16:00
    que não requerem massas de trabalhadores,
  • 16:00 - 16:03
    não as formaremos mais
    para trabalhar em fábricas.
  • 16:03 - 16:05
    Essas são questões importantes.
  • 16:05 - 16:07
    Qual é o propósito da educação atualmente?
  • 16:07 - 16:09
    O que ensinaremos aos jovens?
  • 16:09 - 16:12
    O que capacitaremos a próxima geração
    para fazer e formar?
  • 16:12 - 16:15
    Será que capacitaremos
    cada indivíduo numa sociedade
  • 16:15 - 16:18
    na qual, cada vez mais,
    o sucesso ou o fracasso dela
  • 16:18 - 16:23
    vai depender da mente, das ideias
    de seus integrantes?
  • 16:23 - 16:26
    Capacitaremos pessoas a desejarem
    ser o melhor que puderem?
  • 16:26 - 16:28
    Para alcançar o potencial pleno?
  • 16:28 - 16:29
    Onde quer que nasceram nessa sociedade,
  • 16:29 - 16:33
    será que continuaremos trabalhando
    do jeito antigo e enraizado de pensar,
  • 16:33 - 16:36
    no qual as pessoas têm que ficar
    em posições e lugares,
  • 16:36 - 16:38
    ou as incentivaremos a pensarem grande?
  • 16:38 - 16:40
    Porque alguém na vida de Shakespeare
  • 16:40 - 16:42
    o incentivou a se tornar
    um guardião do conhecimento,
  • 16:42 - 16:46
    mas, se essa pessoa não houvesse existido,
    teríamos perdido a obra dele,
  • 16:46 - 16:48
    de modo semelhante com o hip-hop.
  • 16:48 - 16:50
    Então, é sobre isso que queremos pensar:
  • 16:50 - 16:53
    a quem pertence e a quem
    não pertence a educação,
  • 16:53 - 16:56
    e usar essas formas de arte
    e esses dois mundos
  • 16:56 - 16:57
    aparentemente heterogêneos,
  • 16:57 - 16:58
    e uni-los,
  • 16:58 - 17:01
    para mostrar a unidade da cultura humana,
  • 17:01 - 17:05
    unidade nas ideias pelas quais lutamos,
  • 17:05 - 17:07
    em atividades que buscamos,
  • 17:07 - 17:09
    e para inspirar as pessoas
    a seguirem sua própria forma
  • 17:09 - 17:14
    de características artísticas,
    literárias, culturais e sociais.
  • 17:14 - 17:16
    Vou compartilhar com vocês uma peça final,
  • 17:16 - 17:19
    que é um pouco mais...
    não quero dizer "divertido",
  • 17:19 - 17:21
    mas um pouco mais...
  • 17:21 - 17:23
    como um jogo e um desafio.
  • 17:23 - 17:27
    Teve origem numa rádio,
    no "Freestyles" da Radio 1 Extra,
  • 17:27 - 17:29
    há cerca de dois anos e meio ou três anos.
  • 17:29 - 17:32
    Como uma brincadeira, o DJ me disse:
  • 17:32 - 17:34
    "Eis uma lista de 27 peças de Shakespeare.
  • 17:34 - 17:36
    Tente encaixá-las em um estilo livre".
  • 17:36 - 17:38
    Por sorte, conseguimos, não sei como;
    tivemos uns dez minutos.
  • 17:38 - 17:41
    Não foi um estilo livre real,
    no sentido mais verdadeiro,
  • 17:41 - 17:44
    mas fizemos como uma música
    que, posteriormente, colocamos no álbum.
  • 17:44 - 17:47
    A primeira parte contém
    27 peças de Shakespeare,
  • 17:47 - 17:48
    e as partes seguintes
  • 17:48 - 17:51
    contêm 16 das citações mais famosas
    de Shakespeare entrelaçadas.
  • 17:51 - 17:54
    É intitulada "Comedy, Tragedy, History".
  • 17:54 - 17:56
    Podem procurar na web, e é assim.
  • 17:56 - 17:59
    Vou fazer aqui; vamos ver como vai ser.
  • 17:59 - 18:00
    "Akala é um garoto brilhante.
  • 18:00 - 18:02
    Você é 'A Comédia dos Erros'.
  • 18:02 - 18:03
    Seus berros são música aos amigos.
  • 18:03 - 18:06
    Faço minha parte,
    você é invejosa como 'Otelo'.
  • 18:06 - 18:07
    Quem é você? O que vai fazer?
  • 18:07 - 18:10
    'A Megera Domada'
    no 'Sonho de uma Noite de Verão'.
  • 18:10 - 18:12
    Não somos 'Romeu e Julieta'.
  • 18:12 - 18:13
    Sou 'Júlio César', está bem?
  • 18:13 - 18:17
    'O Mercador de Veneza' não vendeu seu CD,
    mas 'Bem Está o que Bem Acaba'.
  • 18:17 - 18:19
    Seu filho é como 'Macbeth';
    você, para o inferno.
  • 18:19 - 18:20
    É 'Medida por Medida',
  • 18:20 - 18:23
    'As Alegres Comadres de Windsor'
    e não 'Rei Lear'.
  • 18:23 - 18:24
    Conheço o 'Timão de Atenas'.
  • 18:24 - 18:26
    Quando eu voltar como 'Hamlet', você paga.
  • 18:26 - 18:27
    Garoto Akala faz 'Como Quiserem'.
  • 18:27 - 18:29
    É 'Muito Barulho por Nada'.
  • 18:29 - 18:31
    Estou tenso, não preciso
    da 'Noite de Reis'.
  • 18:31 - 18:32
    'A Tempestade' já passou.
  • 18:32 - 18:34
    Claro que sou o único com a força.
  • 18:34 - 18:35
    Você é história como 'Henrique IV'.
  • 18:35 - 18:37
    Sou fogo; as coisas estão terríveis.
  • 18:37 - 18:39
    É melhor correr como 'Péricles'.
  • 18:39 - 18:41
    Fora da escala,
    frio como 'Conto do Inverno',
  • 18:41 - 18:43
    'Tito Andrônico' estava
    fadado ao fracasso."
  • 18:43 - 18:44
    São 27 peças.
  • 18:44 - 18:45
    (Risos)
  • 18:45 - 18:46
    Prestem atenção.
  • 18:46 - 18:48
    (Aplausos)
  • 18:50 - 18:55
    E há um final que contém 16 das citações
    mais famosas de Shakespeare.
  • 18:55 - 18:56
    "'O homem sábio sabe que é um tolo.'
  • 18:56 - 18:59
    'Não tentes um homem
    desesperado' com um bolo.
  • 18:59 - 19:00
    Por que tiras de Pedro e pagas a Paulo?
  • 19:00 - 19:03
    'Alguns elevam-se pelo pecado,
    outros caem pela virtude.'
  • 19:03 - 19:06
    E se ganhares o mundo?
    Mas vender a alma é profundo?
  • 19:06 - 19:09
    'O mundo é minha ostra', e estou faminto.
    Queres saber como me sinto.
  • 19:09 - 19:12
    Não é piada, espero que não ria.
    Poeta ou pobre, como me definiria?
  • 19:12 - 19:15
    Sou eloquente, embora residente
    na cidade distante seja irrelevante.
  • 19:15 - 19:19
    'Aquilo a que chamamos rosa, mesmo
    com outro nome, cheiraria igualmente bem.'
  • 19:19 - 19:22
    Sou poeta, inteligente como 'o Bardo'.
    Fazer rap não é um fardo.
  • 19:22 - 19:23
    Akala, Akala, 'por que és tu?'
  • 19:23 - 19:25
    Rap de Shakespeare e o segredo nu.
  • 19:25 - 19:28
    'O acaso me poderá coroar', é meu destino.
    Tu ainda falas que é um desatino.
  • 19:28 - 19:32
    Devoras covardes, milhares com certeza.
    Sabes que 'o nome do rei é uma fortaleza'?
  • 19:32 - 19:36
    Nunca deves falar isso, não há segredos.
    Ensino tese, como os antigos gregos.
  • 19:36 - 19:39
    Não há desculpas, 'no olho da mente',
    vejo as coisas adequadamente.
  • 19:39 - 19:42
    Parar-me, não, nunca poderia.
    'Tenho uma vida encantada' que mudaria.
  • 19:42 - 19:46
    Com certeza, 'espadas, só na língua',
    para acabar com toda a míngua.
  • 19:46 - 19:49
    'As carriças fazem presas
    onde as águias não ousam pousar.'
  • 19:49 - 19:51
    Não sou bom em falar
    e amaldiçoo para rimar.
  • 19:51 - 19:54
    Com os versos sou o primeiro
    a ensaiar bem ligeiro.
  • 19:54 - 19:55
    'Fora com sua cabeça' e não se esqueça.
  • 19:55 - 19:58
    Rap com Akala, 'apesar de ser
    loucura, revela método.'
  • 19:58 - 20:01
    'Espadas, só na língua' e com paixão,
    faço rap sem perdão.
  • 20:01 - 20:04
    À moda militar, o padrão de meu rap
    não há quem negue.
  • 20:04 - 20:08
    Tenho mais anéis do que Saturno.
    Versos não me deixam taciturno.
  • 20:08 - 20:12
    Akala, de Shakespeare faz rap.
    Não quiseste ouvir, mas tu deves.
  • 20:12 - 20:15
    Rico como joia na 'orelha de um etíope'.
    Fales para quem não viu ou é míope."
  • 20:15 - 20:17
    Foi um prazer.
  • 20:17 - 20:19
    (Aplausos) (Vivas)
Title:
Hip-hop e Shakespeare? | Akala | TEDxAldeburgh
Description:

Artista de hip-hop, Akala é dono de uma gravadora e empreendedor social que une rap, rock e electro-punk a uma narrativa lírica poderosa. Nesta palestra, Akala demonstra e explora as relações entre Shakespeare e hip-hop, e abre um debate cultural mais amplo acerca da linguagem e do poder dela.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
20:24

Portuguese, Brazilian subtitles

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