Encontrando sua voz em uma sociedade extrovertida | Abigail Smith | TEDxStLawrenceU

Você se considera extrovertido, introvertido, ou ambivertido? Abigail Smith, estudante da Universidade de St. Lawrence, tem medo de falar em público. Mas você jamais pensaria isso assistindo à suaapresentação nesta palestra sobre como é se adaptar a situações sociais para pessoas tímidas e introvertidas.

Abi é uma estudante do segundo ano da Universidade de St. Lawrence que planeja completar uma graduação dupla em Administração em Artes Liberais e Comunicação, com uma segunda habilitação em espanhol. Ela é uma de três bolsistas Vilas de sua classe e, recentemente, se tornou a correspondente do campus para a divisão de St Lawrence da Her Campus. o maior site e comunidade global para mulheres em universidades. Abi é também membra do time feminino de squash de sua universidade.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx.

Rosa Parks, pioneira do movimento
pelos direitos civis.

Steve Wozniak, inventor do mais famoso
modelo computacional.

Bill Gates, gênio da tecnologia.

Sir Isaac Newton,
físico de renome mundial.

J. K. Rowling, autora da bem-sucedida
série de livros.

Dr. Seuss, um dos mais famosos
autores de livros infantis.

Nosso mundo não seria o mesmo
sem esses líderes introvertidos.

Levante a mão se você
tem medo de falar em público.

Graças a Deus.
Pensei que eu fosse a única aqui.

Durante a minha palestra,

vou falar sobre como conquistei
a autoconfiança necessária

para ter a coragem de estar aqui,
hoje, diante de todos vocês.

Na segunda série, geralmente me descreviam

como uma garota tímida que ainda
não tinha conseguido se enturmar.

Eu preferia colorir e ler livros sozinha
a estar com os meus colegas.

Um dia, minha professora, Sra. Spaniard,
que conhecia bem a minha timidez,

ligou para os meus pais

para combinar nossas roupas
pra aula do dia seguinte.

Eis uma foto de mim e da Sra. Spaniard
naquele mesmo dia,

vestindo os mesmos suéteres azuis.

Apesar da minha timidez, eu também
sempre tive um lado brincalhão.

Quando criança, eu tinha muitas ambições

e estava sempre pensando
sobre o meu futuro.

Desde pequena eu queria seguir
os passos de meu pai.

Eu costumava perguntar pra ele:
"Pai, com o que você trabalha?"

E ele simplificava o que realmente faz,

que é trabalhar com capital privado,

usando termos acessíveis a uma criança,
dizendo que vendia coisas às pessoas.

Então, por muito tempo,

eu pensei que meu pai
trabalhava vendendo móveis.

(Risos)

E, é claro, eu também queria
trabalhar vendendo móveis.

Esse objetivo mudou rapidamente à medida
que aumentava o meu interesse por rochas.

Até o ensino médio,
eu queria ser arqueóloga.

Minha obsessão por arqueologia
cresceu de tal forma que, um ano,

pedi à minha avó
um lapidador de pedras

e um detector de metais
de presente de Natal.

Eu estava certa de que acharia
algum tipo de ouro ou outro item valioso

enterrado no meu quintal usando
esse detector de metais.

Apesar da minha necessidade constante
de pensar sobre futuro,

que francamente não mudou nada,

eu sempre tive muito receio
em seguir esses objetivos.

Como é que eu, uma garota quieta
e tímida, conseguiria ter minha voz ouvida

e perseguir os meus sonhos
em uma sociedade que fala tão mais alto?

Introvertidos preferem se isolar,
e sua energia advém de estarem sozinhos,

enquanto extrovertidos
preferem se socializar

e sentem-se mais energizados
com a presença de outros.

Eu atribuo a minha timidez
e o meu medo de desaprovação social

à minha completa introversão.

Entretanto, nunca achei que me encaixava
bem na definição de introversão.

Então, à medida que crescia,
pensava comigo mesma:

"Como a minha personalidade
realmente se encaixa

no sistema binário de completa
introversão ou extroversão?"

Eu me sentia insegura

sobre como a minha personalidade
se encaixava nesse sistema,

até me deparar
com uma citação de Carl Jung,

um terapeuta de renome
e fundador da psicologia analítica.

Ele propôs que não existe
introversão total ou extroversão total.

"Tal homem estaria num asilo de malucos."

Eu acreditava que eu era uma introvertida
num mundo de extrovertidos

até o ensino médio.

Então, eu sempre agi de acordo.

No ensino fundamental eu não tinha
problemas em ser eu mesma com meus amigos,

mas assim que precisava lidar com gente
com quem não me sentia à vontade,

eu ficava tensa e sentia que estava
agindo de maneira estranha.

Por mais que eu adorasse
a escola e os meus amigos,

a minha parte favorita do dia

era esperar pelo meu carro,

do lado da minha mochilinha
rosa de bolinhas,

pra que eu pudesse ir pra casa
e ficar sozinha.

A perspectiva que eu tinha

sobre como minha personalidade
se encaixava na sociedade

mudou quando eu fui para um internato.

Agora que a minha escola
era também a minha casa,

eu percebia muito mais a minha introversão
do que no ensino fundamental.

Depois de um longo dia de aulas
e trabalhos em grupo,

o meu primeiro instinto

era subir pro meu quarto
e passar um tempo sozinha.

Mas quando eu fazia isso,
sentia que estava ficando de fora

enquanto todo mundo se integrava
e se conhecia melhor,

mas eu nunca estava satisfeita
passando todo o meu tempo sozinha,

e também nunca estava satisfeita
estando com outras pessoas o tempo todo.

Então eu não entendia direito
como eu me encaixava.

Desde a Grécia Antiga,

quando falar em público

era uma expectativa
na nossa sociedade democrática,

a extroversão sempre foi o ideal.

A nossa cultura foi construída
sobre o individualismo

e no princípio de poder ter a voz ouvida.

Nós damos muito pouca atenção
ao poder da criatividade,

que na maioria das vezes é apoiado
pela solidão e pela ponderação,

características incorporadas
por introvertidos.

Esse ideal sabota a resiliência silenciosa

que muitos sustentam em nossa sociedade.

A introversão não deve
ser vista como um fardo

quando ela pode ser uma oportunidade
para o sucesso.

Como nós vivemos nesse ideal
de extroversão,

eu me sentia pressionada
a sair de minha zona de conforto

e ser extrovertida também.

No fim do meu segundo ano,

eu assisti a uma conferência sobre justiça
social em Seattle, Washington.

Como membro do grupo juvenil
desta conferência,

nós devíamos nos juntar no palco,

mas falar sobre nossas
experiências era opcional.

Sendo introvertida, na época,
tinha pavor de falar em público.

Nada mudou, mesmo eu estando aqui,
hoje, diante de todos vocês.

E sem qualquer intenção

de falar na frente de mais
de mil pessoas nesta conferência,

meu corpo agiu antes
que minha mente pudesse pará-lo.

Eu dei um passo a frente
e segurei o microfone.

Num mundo que privilegia extrovertidos,

meu passo confiante em direção
àquele microfone

foi o primeiro passo do meu desafio
do introvertido autoimposto.

Eu segui em frente com meu desafio
do introvertido

num esforço para me tornar
uma ambivertida funcional,

uma pessoa que incorpora qualidades

tanto de introvertidos
quanto de extrovertidos.

Para construir uma personalidade
mais harmônica

em nossa sociedade extrovertida,

eu optei por me tornar a líder
de um grupo de debates no ensino médio.

No começo, eu me sentia
muito desconfortável

liderando discussões pesadas
sobre abuso de drogas e álcool,

relacionamentos saudáveis
e não-saudáveis e "bullying",

com pessoas que eu mal conhecia.

Mas com o passar do ano,
o meu nervosismo diminuiu.

Pela primeira vez, eu não me senti
confusa sobre como eu me encaixava.

Eu estava confiante que minha
personalidade importava,

e orgulhosa de me considerar
uma ambivertida.

De acordo com a minha experiência,
ser ambivertido é como ser um balão.

Balões foram feitos para se expandir
e chegar à sua capacidade máxima,

mas existe um limite para essa expansão.

E então, com o passar do tempo,

eles começam a murchar
e voltam ao seu estado inicial.

Como uma ambivertida
que prefere a introversão,

eu luto para expandir meu balão
de maneira extrovertida.

De forma a crescer e encontrar
equilíbrio em minha vida,

eu me expandi ao máximo que posso.

No entanto, depois de fazer isso,

eu sei que é importante voltar ao estado
em que me sinto mais confortável.

E é por isso que, depois dessa palestra,

garanto a você que vou
estar enrolada na cama

assistindo a uma série de TV.

Eu expandi o meu balão além
do que pensava ser possível

durante o verão do meu segundo ano
do ensino médio.

Eu continuei persistindo
no meu desafio do introvertido

quando participei de um curso de verão
sobre empreendedorismo

em Boston, Massachusetts.

Eu adquiri uma compreensão sobre mim mesma
que eu jamais havia tido

e comecei a compartilhar a minha voz
de forma mais frequente e confiante.

Eu precisei criar dois planos de negócios
durante este programa,

e os apresentei para investidores.

Fui a diretora executiva
de ambas as minhas empresas,

e nunca me senti intimidada
ou com medo de compartilhar minhas idéias.

Eu estava empolgada
com o que havia criado,

e me tornei mais extrovertida
com a experiência.

Às vezes, basta encontrar
a sua paixão na vida

para se sentir confortável
em um mundo extrovertido.

Num mundo barulhento onde
eu costumava me manter quieta,

minha voz finalmente importava
e eu finalmente era ouvida

Meu desafio do introvertido se provou
uma jornada de sucesso,

e hoje me considero uma ambivertida
altamente funcional

em situações que não são fáceis
para introvertidos.

O equilíbrio que eu encontrei
em minha vida foi a ambiversão,

e me vi capaz de interagir
num mundo extrovertido

sem nunca deixar de ser eu mesma.

Rosa Parks, pioneira do movimento
pelos direitos civis.

Steve Wozniak, inventor do mais famoso
modelo computacional.

Bill Gates, gênio da tecnologia.

Sir Isaac Newton,
físico de renome mundial.

J. K. Rowling, autora da bem-sucedida
série de livros.

Dr. Seuss, um dos mais famosos
autores de livros infantis.

Estes introvertidos nos mostram

que líderes não precisam ser sociáveis,
extrovertidos ou efusivos para liderar.

Pessoas podem liderar introduzindo
coisas de formas não-convencionais.

Como diz Gandhi:

"De uma maneira gentil,
você pode agitar o mundo".

Obrigada.

(Aplausos)