Como ultrapassar os nossos preconceitos? Enfrentando-os corajosamente.
-
0:01 - 0:04Este verão, fiz uma grande viagem
por estrada -
0:04 - 0:06e passei um tempo maravilhoso a ouvir
-
0:06 - 0:11o espantoso "The Warmth of Other Suns"
de Isabel Wilkerson. -
0:11 - 0:18Documenta a fuga
de seis milhões de negros do sul -
0:18 - 0:22entre 1915 e 1970,
-
0:22 - 0:24à procura de alívio de toda a brutalidade
-
0:24 - 0:29e a tentar arranjar
melhores oportunidades no norte. -
0:29 - 0:33Está cheio de histórias
da resistência e do fulgor -
0:33 - 0:35dos afro-americanos.
-
0:35 - 0:38Era difícil ouvir todas as histórias
-
0:38 - 0:43dos horrores, da humildade
e das humilhações. -
0:45 - 0:49Era difícil sobretudo ouvir falar
dos espancamentos e incêndios -
0:49 - 0:52e dos linchamentos dos negros.
-
0:52 - 0:53E eu disse:
-
0:53 - 0:55"Isto é muito profundo,
-
0:55 - 0:58"preciso de uma pausa,
vou ligar a telefonia". -
0:59 - 1:02Liguei-a e lá estava:
-
1:02 - 1:04Ferguson, no Missouri,
-
1:04 - 1:06Michael Brown,
-
1:07 - 1:09um negro de 18 anos,
-
1:09 - 1:15desarmado, baleado por um polícia branco,
estendido morto no chão, -
1:15 - 1:18a esvair-se em sangue durante quatro horas
-
1:18 - 1:23enquanto a avó, crianças e vizinhos
observavam horrorizados. -
1:23 - 1:25E eu pensei:
-
1:26 - 1:28"Voltamos ao mesmo".
-
1:29 - 1:33Esta violência, esta brutalidade
contra os negros -
1:33 - 1:36existe há séculos.
-
1:36 - 1:40É sempre a mesma história,
só com nomes diferentes. -
1:40 - 1:44Podia ter sido Amadou Diallo,
-
1:45 - 1:47podia ter sido Sean Bell,
-
1:47 - 1:50podia ter sido Oscar Grant,
-
1:50 - 1:53podia ter sido Trayvon Martin.
-
1:54 - 1:57Esta violência, esta brutalidade,
-
1:57 - 2:00é uma coisa que faz parte
da nossa psique nacional. -
2:00 - 2:03Faz parte da nossa história coletiva.
-
2:03 - 2:06Que vamos fazer quanto a isto?
-
2:07 - 2:12Vocês sabem que uma parte de nós mesmos
ainda atravessa a rua, -
2:13 - 2:15tranca as portas,
-
2:15 - 2:18corre as persianas,
-
2:17 - 2:20quando vemos jovens negros?
-
2:20 - 2:21Essa parte...
-
2:22 - 2:26Sei que não andamos
a alvejar pessoas na rua, -
2:26 - 2:30mas afirmo que os mesmos
estereótipos e preconceitos -
2:30 - 2:33que alimentam este tipo
de incidentes trágicos -
2:33 - 2:36estão dentro de nós.
-
2:36 - 2:39Também fomos criados com eles.
-
2:39 - 2:46Acredito que podemos acabar
com este tipo de incidentes, -
2:46 - 2:49impedir que aconteçam estes Fergusons,
-
2:49 - 2:54olhando para nós mesmos
e estando dispostos a mudar. -
2:54 - 2:57Por isso, faço-vos um apelo à ação.
-
2:58 - 3:02Há três coisas que gostava de vos propor
hoje para refletirem -
3:02 - 3:06como formas de impedir
que voltem a acontecer Fergusons: -
3:07 - 3:09três coisas que acho que nos podem ajudar
-
3:09 - 3:12a alterar a nossa imagem de jovens negros,
-
3:12 - 3:17três coisas que, espero, os protegerão
-
3:17 - 3:20mas também abrirão o mundo,
-
3:20 - 3:21para que eles possam prosperar.
-
3:21 - 3:23São capazes de imaginar isso?
-
3:23 - 3:28Conseguem imaginar o nosso país
a aceitar os jovens negros -
3:28 - 3:31considerando-os como
uma parte do nosso futuro, -
3:31 - 3:36dando-lhes a abertura, a graça
que damos às pessoas que amamos? -
3:36 - 3:38Como não seriam melhores as nossas vidas?
-
3:38 - 3:41Como não seria melhor o nosso país?
-
3:41 - 3:43Vou começar pelo número um.
-
3:44 - 3:47Temos que sair da negação.
-
3:47 - 3:51Precisamos de deixar
de tentar ser boas pessoas. -
3:52 - 3:54Precisamos de pessoas reais.
-
3:54 - 3:56Eu faço um trabalho muito diversificado,
-
3:56 - 3:58as pessoas vêm ter comigo
no início da "workshop" e dizem: -
3:58 - 4:01"Mrs. Diversity Lady,
ainda bem que está aqui... -
4:02 - 4:03(Risos)
-
4:04 - 4:07"... mas não temos um único osso
preconceituoso no nosso corpo". -
4:07 - 4:09E eu: "A sério?
-
4:09 - 4:12"Porque eu faço este trabalho
todos os dias -
4:12 - 4:14"e vejo todos os meus preconceitos".
-
4:14 - 4:17Ainda há pouco tempo, num avião,
-
4:17 - 4:21ouvi a voz duma mulher piloto
no sistema de audiocomunicação -
4:21 - 4:24e fiquei tão excitada,
tão entusiasmada, do tipo: -
4:24 - 4:26"Mulheres! Estamos a progredir!
-
4:26 - 4:28"Já chegámos à estratosfera!"
-
4:28 - 4:29(Risos)
-
4:29 - 4:32Estava bom tempo, depois começou
a haver turbulência e sobressaltos -
4:32 - 4:33e eu:
-
4:33 - 4:35"Espero bem que ela saiba guiar".
-
4:35 - 4:37(Risos)
-
4:37 - 4:38Eu sei. Esperem!
-
4:38 - 4:41Eu só percebi que era um preconceito
-
4:41 - 4:44quando regressei e havia um tipo a guiar,
-
4:44 - 4:45turbulento e desajeitado
-
4:45 - 4:48e eu nunca pus em causa
a confiança no condutor masculino. -
4:48 - 4:50O piloto é sempre bom.
-
4:50 - 4:52É este o problema.
-
4:53 - 4:57Se me perguntassem explicitamente,
eu diria: -
4:57 - 5:00"Mulher a conduzir? Fantástico!"
-
5:00 - 5:03Mas parece que,
quando as coisas se complicam, -
5:03 - 5:05e há problemas, algum risco,
-
5:05 - 5:09entro num preconceito
que nem sabia que tinha. -
5:09 - 5:12Aviões a jato a acelerar no céu,
-
5:12 - 5:13quero um homem.
-
5:14 - 5:16É a minha predefinição.
-
5:16 - 5:18Os homens são a minha predefinição.
-
5:18 - 5:20Quem é a vossa predefinição?
-
5:21 - 5:23Em quem confiam?
-
5:23 - 5:25De quem têm medo?
-
5:25 - 5:29Com quem implicitamente
nos sentimos ligados? -
5:29 - 5:31De quem fugimos?
-
5:32 - 5:34Vou contar-vos o nós aprendemos.
-
5:34 - 5:40O teste da associação implícita,
que mede os preconceitos inconscientes -
5:40 - 5:42— vão à Internet e façam-no "online" —
-
5:42 - 5:44já foi feito por cinco milhões de pessoas.
-
5:44 - 5:47Acontece que
a nossa predefinição é "branco". -
5:47 - 5:50Gostamos de pessoas brancas.
-
5:50 - 5:53Preferimos os brancos.
O que é que eu quero dizer com isso? -
5:53 - 5:57Quando mostramos às pessoas imagens
de homens negros e homens brancos, -
5:58 - 6:01associamos mais rapidamente
-
6:02 - 6:06essa imagem com uma palavra positiva,
esse branco com uma palavra positiva, -
6:06 - 6:09do que quando tentamos associar
-
6:09 - 6:12uma palavra positiva
com um rosto negro e vice-versa. -
6:12 - 6:14Quando vemos um rosto negro,
-
6:14 - 6:20é-nos mais fácil ligar o negro à negativa
-
6:21 - 6:22do que o branco à negativa.
-
6:22 - 6:27Uns 70% das pessoas brancas
que fazem o teste preferem os brancos. -
6:29 - 6:32Uns 50% das pessoas negras
que fazem o teste preferem os brancos. -
6:34 - 6:37Nós estávamos todos de fora
quando chegou a contaminação. -
6:40 - 6:46O que fazer quanto ao facto de
o nosso cérebro associar automaticamente? -
6:46 - 6:51Uma das coisas em que provavelmente
estão a pensar -
6:51 - 6:53e de que provavelmente gostam,
sabem o que é? -
6:53 - 6:57"Eu vou redobrar
a minha cegueira quanto à cor. -
6:57 - 6:59"Vou empenhar-me nisso".
-
6:59 - 7:01Vou sugerir-vos; Não!
-
7:01 - 7:04Fomos o mais longe que pudemos
a tentar fazer a diferença, -
7:04 - 7:06a tentar não reparar na cor.
-
7:06 - 7:08O problema nunca foi repararmos na cor,
-
7:08 - 7:11Foi o que fazíamos
quando reparávamos na cor. -
7:11 - 7:13É um falso ideal.
-
7:14 - 7:17Enquanto estivermos preocupados,
fingindo que não reparamos, -
7:17 - 7:21não temos consciência das formas
em que a diferença étnica -
7:21 - 7:24está a alterar
as possibilidades das pessoas, -
7:24 - 7:27o que as impede de se esforçarem
-
7:27 - 7:31e, por vezes, lhes provoca
uma morte precoce. -
7:32 - 7:36Na verdade, os cientistas
estão a dizer-nos: -
7:36 - 7:39"Não vale a pena. Nem sequer
pensem na cegueira quanto à cor". -
7:39 - 7:42O que eles nos sugerem
-
7:42 - 7:46é que olhemos para negros espantosos.
-
7:47 - 7:48(Risos)
-
7:48 - 7:53Olhemos para eles cara a cara
e os memorizemos, -
7:53 - 7:58porque, quando olhamos
para pessoas negras espantosas -
7:58 - 8:01isso ajuda-nos a dissociar
-
8:01 - 8:06a associação que ocorre
automaticamente no nosso cérebro. -
8:06 - 8:08Porque é que julgam
que eu estou a mostrar -
8:08 - 8:11estes homens negros lindíssimos
por detrás de mim? -
8:11 - 8:12(Risos)
-
8:12 - 8:15Há tantos, que tive que eliminar muitos.
-
8:15 - 8:17Ok, a resposta é esta:
-
8:17 - 8:21Estou a tentar mudar
as vossas associações automáticas -
8:21 - 8:23sobre quem são os homens negros.
-
8:23 - 8:25Estou a tentar lembrar-vos
-
8:25 - 8:30que os jovens negros se transformam
em seres humanos espantosos -
8:30 - 8:35que mudaram a nossa vida
e a tornou melhor. -
8:36 - 8:37Portanto, é esta a resposta.
-
8:39 - 8:41A outra possibilidade na ciência,
-
8:41 - 8:44— e é apenas uma mudança temporária
nas nossas deduções automáticas — -
8:44 - 8:46mas uma coisa que sabemos
-
8:46 - 8:51é que, se arranjarmos uma pessoa branca,
odiosa, que conhecermos, -
8:51 - 8:54e a colarmos ao pé duma pessoa de cor,
-
8:54 - 8:56um negro, que seja fabuloso,
-
8:56 - 9:00por vezes, isso também
pode levar-nos a dissociar. -
9:00 - 9:05Pensem no assassino Jeffrey Dahmer
e em Colin Powell. -
9:05 - 9:07Basta olhar para eles, não é?
-
9:07 - 9:08(Risos)
-
9:08 - 9:11Portanto, procurem os vossos preconceitos.
-
9:11 - 9:14Por favor, saiam da vossa negação
e procurem dados que a desmintam, -
9:14 - 9:19que provem que os vossos
velhos estereótipos são incorretos. -
9:19 - 9:21Este é o número um. Número dois:
-
9:21 - 9:26O que vou dizer é: aproximem-se
dos jovens negros em vez de fugirem deles. -
9:26 - 9:29Não é o mais difícil de fazer,
-
9:29 - 9:32mas também é uma das coisas
-
9:32 - 9:35em que temos que estar conscientes
e ter uma intenção. -
9:35 - 9:39Eu estava na área de Wall Street,
já há uns anos. -
9:39 - 9:42Estava com uma colega minha,
que é maravilhosa. -
9:42 - 9:45Ela faz comigo trabalho sobre diversidade
e é de cor, é coreana. -
9:45 - 9:47Estávamos na rua, a noite ia adiantada.
-
9:47 - 9:50Estávamos perdidas, a pensar
para onde é que devíamos de ir. -
9:50 - 9:52Vi uma pessoa do outro
lado da rua e pensei: -
9:52 - 9:54"Ótimo, um negro".
-
9:55 - 9:57Dirigi-me a ele, sem sequer pensar.
-
9:57 - 9:59E ela: "Oh, é interessante".
-
10:01 - 10:03O tipo era negro.
-
10:03 - 10:07Eu acho que os negros geralmente
sabem para onde vão. -
10:07 - 10:11Não sei porque é que penso assim,
mas é o que penso. -
10:11 - 10:12(Risos)
-
10:13 - 10:16E ela: "Oh, estás a dizer:
'Ah, um negro!'? -
10:16 - 10:18"Eu ia dizer, 'Uh, um negro'".
-
10:19 - 10:23Outra direção. A mesma necessidade,
o mesmo tipo, as mesmas roupas, -
10:23 - 10:26a mesma hora, a mesma rua,
uma reação diferente. -
10:26 - 10:29E ela: "Sinto-me tão mal.
Sou uma conselheira de diversidade. -
10:29 - 10:31"Caí nessa do negro.
Eu sou uma mulher de cor. Oh, meu Deus!" -
10:31 - 10:35E eu: "Sabes que mais? Por favor.
Temos que descontrair". -
10:36 - 10:39É preciso perceberem
que eu tenho antepassados negros". -
10:39 - 10:42(Risos)
-
10:42 - 10:46O meu pai é negro.
Percebem o que estou a dizer? -
10:46 - 10:49Tenho um filho negro com 1,96 m.
Sou casada com um negro. -
10:49 - 10:51A minha componente negra
é tão ampla e tão profunda -
10:51 - 10:56que podia imaginar muito bem
quem era aquele negro, -
10:56 - 10:58e era o meu tipo de negro.
-
10:58 - 11:01Ele disse: "Minhas senhoras,
sei onde querem ir, Eu levo-as lá". -
11:03 - 11:06Os preconceitos são as histórias
que nós inventamos sobre as pessoas -
11:06 - 11:08antes de sabermos
quem elas são na realidade. -
11:08 - 11:11Mas como vamos saber quem elas são
-
11:11 - 11:15quando nos disseram para as evitarmos
e termos medo delas? -
11:15 - 11:19Vou pedir-vos para avançarem
de encontro ao vosso desconforto. -
11:20 - 11:22Não estou a pedir-vos
que corram riscos perigosos. -
11:22 - 11:27Estou a dizer, ao menos
façam um inventário, -
11:27 - 11:31alarguem os vossos círculos
sociais e profissionais. -
11:32 - 11:34Quem está no vosso círculo?
-
11:34 - 11:35Quem falta?
-
11:36 - 11:41Quantas relações autênticas têm
-
11:41 - 11:46com jovens negros, pessoas,
homens e mulheres? -
11:46 - 11:50Ou de qualquer outra importante diferença
em relação a quem vocês são -
11:50 - 11:53e a como vocês vivem, por assim dizer?
-
11:54 - 11:56Sabem que mais? Olhem à vossa volta.
-
11:56 - 11:59Pode haver alguém a trabalhar
na vossa sala de aulas, -
11:59 - 12:02na vossa igreja, algures,
há aí algum jovem negro -
12:02 - 12:04Vocês são amáveis, Dizem olá.
-
12:04 - 12:08Eu estou a dizer,
vão mais fundo, mais perto, -
12:08 - 12:10e construam um tipo de relação
-
12:10 - 12:16um tipo de amizade que faça
com que vejam a pessoa no seu todo -
12:16 - 12:19e combatam realmente os estereótipos.
-
12:19 - 12:21Conheço alguns que andam por aí.
-
12:21 - 12:23porque tenho amigos brancos que dirão:
-
12:23 - 12:26"Não fazes ideia de
como eu sou desajeitado. -
12:26 - 12:28"Acho que isso comigo não vai funcionar.
-
12:28 - 12:30"De certeza que vou estragar tudo".
-
12:30 - 12:34Pode ser, mas não se trata de perfeição.
-
12:34 - 12:36Trata-se de ligação.
-
12:36 - 12:41Não vão sentir-se confortáveis
antes de se sentirem desconfortáveis. -
12:41 - 12:44Ou seja, é preciso fazê-lo.
-
12:44 - 12:46Jovens negros, o que eu estou a dizer
-
12:46 - 12:50é que, se aparecer alguém, de modo genuino
e autêntico, aceitem o convite. -
12:51 - 12:53Nem toda a gente está para vos tramar.
-
12:53 - 12:57Procurem as pessoas
que vos veem como seres humanos. -
12:57 - 13:01É a empatia e a solidariedade
-
13:01 - 13:05que resulta de relações
com pessoas diferentes de nós. -
13:05 - 13:08Acontece uma coisa
deveras poderosa e bela: -
13:08 - 13:11começamos a perceber
que elas somos nós, -
13:11 - 13:16que elas fazem parte de nós,
que elas somos nós na nossa família, -
13:17 - 13:19e deixamos de ser espetadores
-
13:20 - 13:24e passamos a ser atores,
passamos a ser defensores -
13:24 - 13:26e tornamo-nos aliados.
-
13:26 - 13:32Saiam do vosso conforto
para uma coisa maior, mais brilhante, -
13:31 - 13:36porque é assim que impedimos
que aconteça outro Ferguson. -
13:36 - 13:39É assim que criamos uma comunidade
-
13:39 - 13:42em que todos, em especial
os jovens negros, podem prosperar. -
13:42 - 13:45A última coisa vai ser mais difícil,
bem sei, -
13:45 - 13:48mas vou expô-la na mesma.
-
13:48 - 13:53Quando vemos qualquer coisa, temos
que ter a coragem de dizer qualquer coisa, -
13:53 - 13:56mesmo às pessoas que amamos.
-
13:57 - 13:58Ora vejam, é feriado
-
13:58 - 14:04e estamos sentados à mesa,
a passar um bom bocado. -
14:04 - 14:06Aliás, é o que acontece
com muitos de nós, num feriado. -
14:06 - 14:09Temos que ouvir as conversas
em volta da mesa. -
14:11 - 14:15Começamos por dizer coisas como:
-
14:15 - 14:17"Avó! Que fanática!".
-
14:17 - 14:19(Risos)
-
14:20 - 14:22"O tio Joe é racista!?".
-
14:23 - 14:27Estão a ver, adoramos
a avó e o tio Joe. A sério. -
14:28 - 14:32Sabemos que são boas pessoas,
mas o que eles dizem é incorreto. -
14:33 - 14:36Precisamos de ser capazes
de dizer qualquer coisa -
14:36 - 14:39porque sabem quem mais está à mesa?
-
14:41 - 14:44As crianças também estão à mesa.
-
14:43 - 14:46E nós admiramo-nos
por estes preconceitos não morrerem -
14:46 - 14:49e passarem de geração em geração?
-
14:49 - 14:51É porque nós não dizemos nada.
-
14:52 - 14:54Temos que estar preparados para dizer:
-
14:54 - 14:58"Avó, já não chamamos isso às pessoas".
-
14:58 - 15:03"Tio Joe, não é verdade
que ele merecesse isso. -
15:04 - 15:06"Ninguém merece isso".
-
15:07 - 15:08Temos que estar preparados
-
15:10 - 15:15para não isolar as crianças
da fealdade do racismo -
15:15 - 15:18quando os pais negros
não se podem dar ao luxo de o fazer, -
15:18 - 15:22principalmente os que têm
filhos negros jovens. -
15:23 - 15:26Temos que encarar
os nossos queridos, o nosso futuro, -
15:26 - 15:30e temos que lhes dizer
que temos um país espantoso -
15:31 - 15:33com ideais incríveis,
-
15:34 - 15:37que trabalhámos de modo incrível
e fizemos algum progresso -
15:37 - 15:39mas ainda não terminámos.
-
15:40 - 15:44Ainda temos dentro de nós esta coisa velha
-
15:44 - 15:46sobre a superioridade
-
15:46 - 15:49e isso leva-nos a interiorizá-la
ainda mais -
15:49 - 15:53nas nossas instituições,
na nossa sociedade e gerações, -
15:53 - 15:56e provoca o desespero,
-
15:56 - 16:02as disparidades e uma desvalorização
devastadora dos jovens negros. -
16:03 - 16:06"Continuamos a lutar",
é o que temos que lhes dizer, -
16:06 - 16:10reparando tanto na cor como no carácter
-
16:10 - 16:12dos jovens negros,
-
16:12 - 16:16mas que nós, e esperamos
que eles também, -
16:16 - 16:20fazemos parte das forças de mudança
desta sociedade -
16:20 - 16:27que se levantarão contra a injustiça
e estamos dispostos, acima de tudo, -
16:27 - 16:32a construir uma sociedade
em que os jovens negros -
16:32 - 16:36possam ser vistos por tudo aquilo que são
-
16:37 - 16:41Tantos negros espantosos,
-
16:42 - 16:49os que são os estadistas mais espantosos
que jamais houve, -
16:50 - 16:52soldados corajosos,
-
16:54 - 16:57trabalhadores incríveis, esforçados.
-
16:57 - 17:01São pessoas que são poderosos pregadores.
-
17:03 - 17:06São cientistas incríveis,
artistas e escritores. -
17:08 - 17:11São atores dinâmicos.
-
17:12 - 17:15São avós babados,
-
17:17 - 17:19filhos carinhosos.
-
17:20 - 17:23São pais muito fortes
-
17:25 - 17:28e são jovens com os seus próprios sonhos.
-
17:30 - 17:31Obrigada.
-
17:31 - 17:35(Aplausos)
- Title:
- Como ultrapassar os nossos preconceitos? Enfrentando-os corajosamente.
- Speaker:
- Vernā Myers
- Description:
-
Os nossos preconceitos podem ser perigosos, mortais mesmo, como vimos nos casos de Michael Brown em Ferguson, no Missouri, e de Eric Garner, em Staten Island, em Nova Iorque. A defensora da diversidade, Vernā Myers, observa de perto algumas das atitudes inconscientes que temos para com grupos marginais. Faz um apelo a toda a gente: "Reconheçam os vossos preconceitos. Depois avancem, em vez de se afastarem, para os grupos que vos tornam desconfortáveis". Numa palestra divertida, apaixonada e importante, mostra-nos como fazer.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:49
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How to overcome our biases? Walk boldly toward them | ||
Ana Caldeira edited Portuguese subtitles for How to overcome our biases? Walk boldly toward them | ||
Ana Caldeira accepted Portuguese subtitles for How to overcome our biases? Walk boldly toward them | ||
Ana Caldeira edited Portuguese subtitles for How to overcome our biases? Walk boldly toward them | ||
Ana Caldeira edited Portuguese subtitles for How to overcome our biases? Walk boldly toward them | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How to overcome our biases? Walk boldly toward them | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How to overcome our biases? Walk boldly toward them | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How to overcome our biases? Walk boldly toward them |