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Como ultrapassar os nossos preconceitos? Enfrentando-os corajosamente.

  • 0:01 - 0:04
    Este verão, fiz uma grande viagem
    por estrada
  • 0:04 - 0:06
    e passei um tempo maravilhoso a ouvir
  • 0:06 - 0:11
    o espantoso "The Warmth of Other Suns"
    de Isabel Wilkerson.
  • 0:11 - 0:18
    Documenta a fuga
    de seis milhões de negros do sul
  • 0:18 - 0:22
    entre 1915 e 1970,
  • 0:22 - 0:24
    à procura de alívio de toda a brutalidade
  • 0:24 - 0:29
    e a tentar arranjar
    melhores oportunidades no norte.
  • 0:29 - 0:33
    Está cheio de histórias
    da resistência e do fulgor
  • 0:33 - 0:35
    dos afro-americanos.
  • 0:35 - 0:38
    Era difícil ouvir todas as histórias
  • 0:38 - 0:43
    dos horrores, da humildade
    e das humilhações.
  • 0:45 - 0:49
    Era difícil sobretudo ouvir falar
    dos espancamentos e incêndios
  • 0:49 - 0:52
    e dos linchamentos dos negros.
  • 0:52 - 0:53
    E eu disse:
  • 0:53 - 0:55
    "Isto é muito profundo,
  • 0:55 - 0:58
    "preciso de uma pausa,
    vou ligar a telefonia".
  • 0:59 - 1:02
    Liguei-a e lá estava:
  • 1:02 - 1:04
    Ferguson, no Missouri,
  • 1:04 - 1:06
    Michael Brown,
  • 1:07 - 1:09
    um negro de 18 anos,
  • 1:09 - 1:15
    desarmado, baleado por um polícia branco,
    estendido morto no chão,
  • 1:15 - 1:18
    a esvair-se em sangue durante quatro horas
  • 1:18 - 1:23
    enquanto a avó, crianças e vizinhos
    observavam horrorizados.
  • 1:23 - 1:25
    E eu pensei:
  • 1:26 - 1:28
    "Voltamos ao mesmo".
  • 1:29 - 1:33
    Esta violência, esta brutalidade
    contra os negros
  • 1:33 - 1:36
    existe há séculos.
  • 1:36 - 1:40
    É sempre a mesma história,
    só com nomes diferentes.
  • 1:40 - 1:44
    Podia ter sido Amadou Diallo,
  • 1:45 - 1:47
    podia ter sido Sean Bell,
  • 1:47 - 1:50
    podia ter sido Oscar Grant,
  • 1:50 - 1:53
    podia ter sido Trayvon Martin.
  • 1:54 - 1:57
    Esta violência, esta brutalidade,
  • 1:57 - 2:00
    é uma coisa que faz parte
    da nossa psique nacional.
  • 2:00 - 2:03
    Faz parte da nossa história coletiva.
  • 2:03 - 2:06
    Que vamos fazer quanto a isto?
  • 2:07 - 2:12
    Vocês sabem que uma parte de nós mesmos
    ainda atravessa a rua,
  • 2:13 - 2:15
    tranca as portas,
  • 2:15 - 2:18
    corre as persianas,
  • 2:17 - 2:20
    quando vemos jovens negros?
  • 2:20 - 2:21
    Essa parte...
  • 2:22 - 2:26
    Sei que não andamos
    a alvejar pessoas na rua,
  • 2:26 - 2:30
    mas afirmo que os mesmos
    estereótipos e preconceitos
  • 2:30 - 2:33
    que alimentam este tipo
    de incidentes trágicos
  • 2:33 - 2:36
    estão dentro de nós.
  • 2:36 - 2:39
    Também fomos criados com eles.
  • 2:39 - 2:46
    Acredito que podemos acabar
    com este tipo de incidentes,
  • 2:46 - 2:49
    impedir que aconteçam estes Fergusons,
  • 2:49 - 2:54
    olhando para nós mesmos
    e estando dispostos a mudar.
  • 2:54 - 2:57
    Por isso, faço-vos um apelo à ação.
  • 2:58 - 3:02
    Há três coisas que gostava de vos propor
    hoje para refletirem
  • 3:02 - 3:06
    como formas de impedir
    que voltem a acontecer Fergusons:
  • 3:07 - 3:09
    três coisas que acho que nos podem ajudar
  • 3:09 - 3:12
    a alterar a nossa imagem de jovens negros,
  • 3:12 - 3:17
    três coisas que, espero, os protegerão
  • 3:17 - 3:20
    mas também abrirão o mundo,
  • 3:20 - 3:21
    para que eles possam prosperar.
  • 3:21 - 3:23
    São capazes de imaginar isso?
  • 3:23 - 3:28
    Conseguem imaginar o nosso país
    a aceitar os jovens negros
  • 3:28 - 3:31
    considerando-os como
    uma parte do nosso futuro,
  • 3:31 - 3:36
    dando-lhes a abertura, a graça
    que damos às pessoas que amamos?
  • 3:36 - 3:38
    Como não seriam melhores as nossas vidas?
  • 3:38 - 3:41
    Como não seria melhor o nosso país?
  • 3:41 - 3:43
    Vou começar pelo número um.
  • 3:44 - 3:47
    Temos que sair da negação.
  • 3:47 - 3:51
    Precisamos de deixar
    de tentar ser boas pessoas.
  • 3:52 - 3:54
    Precisamos de pessoas reais.
  • 3:54 - 3:56
    Eu faço um trabalho muito diversificado,
  • 3:56 - 3:58
    as pessoas vêm ter comigo
    no início da "workshop" e dizem:
  • 3:58 - 4:01
    "Mrs. Diversity Lady,
    ainda bem que está aqui...
  • 4:02 - 4:03
    (Risos)
  • 4:04 - 4:07
    "... mas não temos um único osso
    preconceituoso no nosso corpo".
  • 4:07 - 4:09
    E eu: "A sério?
  • 4:09 - 4:12
    "Porque eu faço este trabalho
    todos os dias
  • 4:12 - 4:14
    "e vejo todos os meus preconceitos".
  • 4:14 - 4:17
    Ainda há pouco tempo, num avião,
  • 4:17 - 4:21
    ouvi a voz duma mulher piloto
    no sistema de audiocomunicação
  • 4:21 - 4:24
    e fiquei tão excitada,
    tão entusiasmada, do tipo:
  • 4:24 - 4:26
    "Mulheres! Estamos a progredir!
  • 4:26 - 4:28
    "Já chegámos à estratosfera!"
  • 4:28 - 4:29
    (Risos)
  • 4:29 - 4:32
    Estava bom tempo, depois começou
    a haver turbulência e sobressaltos
  • 4:32 - 4:33
    e eu:
  • 4:33 - 4:35
    "Espero bem que ela saiba guiar".
  • 4:35 - 4:37
    (Risos)
  • 4:37 - 4:38
    Eu sei. Esperem!
  • 4:38 - 4:41
    Eu só percebi que era um preconceito
  • 4:41 - 4:44
    quando regressei e havia um tipo a guiar,
  • 4:44 - 4:45
    turbulento e desajeitado
  • 4:45 - 4:48
    e eu nunca pus em causa
    a confiança no condutor masculino.
  • 4:48 - 4:50
    O piloto é sempre bom.
  • 4:50 - 4:52
    É este o problema.
  • 4:53 - 4:57
    Se me perguntassem explicitamente,
    eu diria:
  • 4:57 - 5:00
    "Mulher a conduzir? Fantástico!"
  • 5:00 - 5:03
    Mas parece que,
    quando as coisas se complicam,
  • 5:03 - 5:05
    e há problemas, algum risco,
  • 5:05 - 5:09
    entro num preconceito
    que nem sabia que tinha.
  • 5:09 - 5:12
    Aviões a jato a acelerar no céu,
  • 5:12 - 5:13
    quero um homem.
  • 5:14 - 5:16
    É a minha predefinição.
  • 5:16 - 5:18
    Os homens são a minha predefinição.
  • 5:18 - 5:20
    Quem é a vossa predefinição?
  • 5:21 - 5:23
    Em quem confiam?
  • 5:23 - 5:25
    De quem têm medo?
  • 5:25 - 5:29
    Com quem implicitamente
    nos sentimos ligados?
  • 5:29 - 5:31
    De quem fugimos?
  • 5:32 - 5:34
    Vou contar-vos o nós aprendemos.
  • 5:34 - 5:40
    O teste da associação implícita,
    que mede os preconceitos inconscientes
  • 5:40 - 5:42
    — vão à Internet e façam-no "online" —
  • 5:42 - 5:44
    já foi feito por cinco milhões de pessoas.
  • 5:44 - 5:47
    Acontece que
    a nossa predefinição é "branco".
  • 5:47 - 5:50
    Gostamos de pessoas brancas.
  • 5:50 - 5:53
    Preferimos os brancos.
    O que é que eu quero dizer com isso?
  • 5:53 - 5:57
    Quando mostramos às pessoas imagens
    de homens negros e homens brancos,
  • 5:58 - 6:01
    associamos mais rapidamente
  • 6:02 - 6:06
    essa imagem com uma palavra positiva,
    esse branco com uma palavra positiva,
  • 6:06 - 6:09
    do que quando tentamos associar
  • 6:09 - 6:12
    uma palavra positiva
    com um rosto negro e vice-versa.
  • 6:12 - 6:14
    Quando vemos um rosto negro,
  • 6:14 - 6:20
    é-nos mais fácil ligar o negro à negativa
  • 6:21 - 6:22
    do que o branco à negativa.
  • 6:22 - 6:27
    Uns 70% das pessoas brancas
    que fazem o teste preferem os brancos.
  • 6:29 - 6:32
    Uns 50% das pessoas negras
    que fazem o teste preferem os brancos.
  • 6:34 - 6:37
    Nós estávamos todos de fora
    quando chegou a contaminação.
  • 6:40 - 6:46
    O que fazer quanto ao facto de
    o nosso cérebro associar automaticamente?
  • 6:46 - 6:51
    Uma das coisas em que provavelmente
    estão a pensar
  • 6:51 - 6:53
    e de que provavelmente gostam,
    sabem o que é?
  • 6:53 - 6:57
    "Eu vou redobrar
    a minha cegueira quanto à cor.
  • 6:57 - 6:59
    "Vou empenhar-me nisso".
  • 6:59 - 7:01
    Vou sugerir-vos; Não!
  • 7:01 - 7:04
    Fomos o mais longe que pudemos
    a tentar fazer a diferença,
  • 7:04 - 7:06
    a tentar não reparar na cor.
  • 7:06 - 7:08
    O problema nunca foi repararmos na cor,
  • 7:08 - 7:11
    Foi o que fazíamos
    quando reparávamos na cor.
  • 7:11 - 7:13
    É um falso ideal.
  • 7:14 - 7:17
    Enquanto estivermos preocupados,
    fingindo que não reparamos,
  • 7:17 - 7:21
    não temos consciência das formas
    em que a diferença étnica
  • 7:21 - 7:24
    está a alterar
    as possibilidades das pessoas,
  • 7:24 - 7:27
    o que as impede de se esforçarem
  • 7:27 - 7:31
    e, por vezes, lhes provoca
    uma morte precoce.
  • 7:32 - 7:36
    Na verdade, os cientistas
    estão a dizer-nos:
  • 7:36 - 7:39
    "Não vale a pena. Nem sequer
    pensem na cegueira quanto à cor".
  • 7:39 - 7:42
    O que eles nos sugerem
  • 7:42 - 7:46
    é que olhemos para negros espantosos.
  • 7:47 - 7:48
    (Risos)
  • 7:48 - 7:53
    Olhemos para eles cara a cara
    e os memorizemos,
  • 7:53 - 7:58
    porque, quando olhamos
    para pessoas negras espantosas
  • 7:58 - 8:01
    isso ajuda-nos a dissociar
  • 8:01 - 8:06
    a associação que ocorre
    automaticamente no nosso cérebro.
  • 8:06 - 8:08
    Porque é que julgam
    que eu estou a mostrar
  • 8:08 - 8:11
    estes homens negros lindíssimos
    por detrás de mim?
  • 8:11 - 8:12
    (Risos)
  • 8:12 - 8:15
    Há tantos, que tive que eliminar muitos.
  • 8:15 - 8:17
    Ok, a resposta é esta:
  • 8:17 - 8:21
    Estou a tentar mudar
    as vossas associações automáticas
  • 8:21 - 8:23
    sobre quem são os homens negros.
  • 8:23 - 8:25
    Estou a tentar lembrar-vos
  • 8:25 - 8:30
    que os jovens negros se transformam
    em seres humanos espantosos
  • 8:30 - 8:35
    que mudaram a nossa vida
    e a tornou melhor.
  • 8:36 - 8:37
    Portanto, é esta a resposta.
  • 8:39 - 8:41
    A outra possibilidade na ciência,
  • 8:41 - 8:44
    — e é apenas uma mudança temporária
    nas nossas deduções automáticas —
  • 8:44 - 8:46
    mas uma coisa que sabemos
  • 8:46 - 8:51
    é que, se arranjarmos uma pessoa branca,
    odiosa, que conhecermos,
  • 8:51 - 8:54
    e a colarmos ao pé duma pessoa de cor,
  • 8:54 - 8:56
    um negro, que seja fabuloso,
  • 8:56 - 9:00
    por vezes, isso também
    pode levar-nos a dissociar.
  • 9:00 - 9:05
    Pensem no assassino Jeffrey Dahmer
    e em Colin Powell.
  • 9:05 - 9:07
    Basta olhar para eles, não é?
  • 9:07 - 9:08
    (Risos)
  • 9:08 - 9:11
    Portanto, procurem os vossos preconceitos.
  • 9:11 - 9:14
    Por favor, saiam da vossa negação
    e procurem dados que a desmintam,
  • 9:14 - 9:19
    que provem que os vossos
    velhos estereótipos são incorretos.
  • 9:19 - 9:21
    Este é o número um. Número dois:
  • 9:21 - 9:26
    O que vou dizer é: aproximem-se
    dos jovens negros em vez de fugirem deles.
  • 9:26 - 9:29
    Não é o mais difícil de fazer,
  • 9:29 - 9:32
    mas também é uma das coisas
  • 9:32 - 9:35
    em que temos que estar conscientes
    e ter uma intenção.
  • 9:35 - 9:39
    Eu estava na área de Wall Street,
    já há uns anos.
  • 9:39 - 9:42
    Estava com uma colega minha,
    que é maravilhosa.
  • 9:42 - 9:45
    Ela faz comigo trabalho sobre diversidade
    e é de cor, é coreana.
  • 9:45 - 9:47
    Estávamos na rua, a noite ia adiantada.
  • 9:47 - 9:50
    Estávamos perdidas, a pensar
    para onde é que devíamos de ir.
  • 9:50 - 9:52
    Vi uma pessoa do outro
    lado da rua e pensei:
  • 9:52 - 9:54
    "Ótimo, um negro".
  • 9:55 - 9:57
    Dirigi-me a ele, sem sequer pensar.
  • 9:57 - 9:59
    E ela: "Oh, é interessante".
  • 10:01 - 10:03
    O tipo era negro.
  • 10:03 - 10:07
    Eu acho que os negros geralmente
    sabem para onde vão.
  • 10:07 - 10:11
    Não sei porque é que penso assim,
    mas é o que penso.
  • 10:11 - 10:12
    (Risos)
  • 10:13 - 10:16
    E ela: "Oh, estás a dizer:
    'Ah, um negro!'?
  • 10:16 - 10:18
    "Eu ia dizer, 'Uh, um negro'".
  • 10:19 - 10:23
    Outra direção. A mesma necessidade,
    o mesmo tipo, as mesmas roupas,
  • 10:23 - 10:26
    a mesma hora, a mesma rua,
    uma reação diferente.
  • 10:26 - 10:29
    E ela: "Sinto-me tão mal.
    Sou uma conselheira de diversidade.
  • 10:29 - 10:31
    "Caí nessa do negro.
    Eu sou uma mulher de cor. Oh, meu Deus!"
  • 10:31 - 10:35
    E eu: "Sabes que mais? Por favor.
    Temos que descontrair".
  • 10:36 - 10:39
    É preciso perceberem
    que eu tenho antepassados negros".
  • 10:39 - 10:42
    (Risos)
  • 10:42 - 10:46
    O meu pai é negro.
    Percebem o que estou a dizer?
  • 10:46 - 10:49
    Tenho um filho negro com 1,96 m.
    Sou casada com um negro.
  • 10:49 - 10:51
    A minha componente negra
    é tão ampla e tão profunda
  • 10:51 - 10:56
    que podia imaginar muito bem
    quem era aquele negro,
  • 10:56 - 10:58
    e era o meu tipo de negro.
  • 10:58 - 11:01
    Ele disse: "Minhas senhoras,
    sei onde querem ir, Eu levo-as lá".
  • 11:03 - 11:06
    Os preconceitos são as histórias
    que nós inventamos sobre as pessoas
  • 11:06 - 11:08
    antes de sabermos
    quem elas são na realidade.
  • 11:08 - 11:11
    Mas como vamos saber quem elas são
  • 11:11 - 11:15
    quando nos disseram para as evitarmos
    e termos medo delas?
  • 11:15 - 11:19
    Vou pedir-vos para avançarem
    de encontro ao vosso desconforto.
  • 11:20 - 11:22
    Não estou a pedir-vos
    que corram riscos perigosos.
  • 11:22 - 11:27
    Estou a dizer, ao menos
    façam um inventário,
  • 11:27 - 11:31
    alarguem os vossos círculos
    sociais e profissionais.
  • 11:32 - 11:34
    Quem está no vosso círculo?
  • 11:34 - 11:35
    Quem falta?
  • 11:36 - 11:41
    Quantas relações autênticas têm
  • 11:41 - 11:46
    com jovens negros, pessoas,
    homens e mulheres?
  • 11:46 - 11:50
    Ou de qualquer outra importante diferença
    em relação a quem vocês são
  • 11:50 - 11:53
    e a como vocês vivem, por assim dizer?
  • 11:54 - 11:56
    Sabem que mais? Olhem à vossa volta.
  • 11:56 - 11:59
    Pode haver alguém a trabalhar
    na vossa sala de aulas,
  • 11:59 - 12:02
    na vossa igreja, algures,
    há aí algum jovem negro
  • 12:02 - 12:04
    Vocês são amáveis, Dizem olá.
  • 12:04 - 12:08
    Eu estou a dizer,
    vão mais fundo, mais perto,
  • 12:08 - 12:10
    e construam um tipo de relação
  • 12:10 - 12:16
    um tipo de amizade que faça
    com que vejam a pessoa no seu todo
  • 12:16 - 12:19
    e combatam realmente os estereótipos.
  • 12:19 - 12:21
    Conheço alguns que andam por aí.
  • 12:21 - 12:23
    porque tenho amigos brancos que dirão:
  • 12:23 - 12:26
    "Não fazes ideia de
    como eu sou desajeitado.
  • 12:26 - 12:28
    "Acho que isso comigo não vai funcionar.
  • 12:28 - 12:30
    "De certeza que vou estragar tudo".
  • 12:30 - 12:34
    Pode ser, mas não se trata de perfeição.
  • 12:34 - 12:36
    Trata-se de ligação.
  • 12:36 - 12:41
    Não vão sentir-se confortáveis
    antes de se sentirem desconfortáveis.
  • 12:41 - 12:44
    Ou seja, é preciso fazê-lo.
  • 12:44 - 12:46
    Jovens negros, o que eu estou a dizer
  • 12:46 - 12:50
    é que, se aparecer alguém, de modo genuino
    e autêntico, aceitem o convite.
  • 12:51 - 12:53
    Nem toda a gente está para vos tramar.
  • 12:53 - 12:57
    Procurem as pessoas
    que vos veem como seres humanos.
  • 12:57 - 13:01
    É a empatia e a solidariedade
  • 13:01 - 13:05
    que resulta de relações
    com pessoas diferentes de nós.
  • 13:05 - 13:08
    Acontece uma coisa
    deveras poderosa e bela:
  • 13:08 - 13:11
    começamos a perceber
    que elas somos nós,
  • 13:11 - 13:16
    que elas fazem parte de nós,
    que elas somos nós na nossa família,
  • 13:17 - 13:19
    e deixamos de ser espetadores
  • 13:20 - 13:24
    e passamos a ser atores,
    passamos a ser defensores
  • 13:24 - 13:26
    e tornamo-nos aliados.
  • 13:26 - 13:32
    Saiam do vosso conforto
    para uma coisa maior, mais brilhante,
  • 13:31 - 13:36
    porque é assim que impedimos
    que aconteça outro Ferguson.
  • 13:36 - 13:39
    É assim que criamos uma comunidade
  • 13:39 - 13:42
    em que todos, em especial
    os jovens negros, podem prosperar.
  • 13:42 - 13:45
    A última coisa vai ser mais difícil,
    bem sei,
  • 13:45 - 13:48
    mas vou expô-la na mesma.
  • 13:48 - 13:53
    Quando vemos qualquer coisa, temos
    que ter a coragem de dizer qualquer coisa,
  • 13:53 - 13:56
    mesmo às pessoas que amamos.
  • 13:57 - 13:58
    Ora vejam, é feriado
  • 13:58 - 14:04
    e estamos sentados à mesa,
    a passar um bom bocado.
  • 14:04 - 14:06
    Aliás, é o que acontece
    com muitos de nós, num feriado.
  • 14:06 - 14:09
    Temos que ouvir as conversas
    em volta da mesa.
  • 14:11 - 14:15
    Começamos por dizer coisas como:
  • 14:15 - 14:17
    "Avó! Que fanática!".
  • 14:17 - 14:19
    (Risos)
  • 14:20 - 14:22
    "O tio Joe é racista!?".
  • 14:23 - 14:27
    Estão a ver, adoramos
    a avó e o tio Joe. A sério.
  • 14:28 - 14:32
    Sabemos que são boas pessoas,
    mas o que eles dizem é incorreto.
  • 14:33 - 14:36
    Precisamos de ser capazes
    de dizer qualquer coisa
  • 14:36 - 14:39
    porque sabem quem mais está à mesa?
  • 14:41 - 14:44
    As crianças também estão à mesa.
  • 14:43 - 14:46
    E nós admiramo-nos
    por estes preconceitos não morrerem
  • 14:46 - 14:49
    e passarem de geração em geração?
  • 14:49 - 14:51
    É porque nós não dizemos nada.
  • 14:52 - 14:54
    Temos que estar preparados para dizer:
  • 14:54 - 14:58
    "Avó, já não chamamos isso às pessoas".
  • 14:58 - 15:03
    "Tio Joe, não é verdade
    que ele merecesse isso.
  • 15:04 - 15:06
    "Ninguém merece isso".
  • 15:07 - 15:08
    Temos que estar preparados
  • 15:10 - 15:15
    para não isolar as crianças
    da fealdade do racismo
  • 15:15 - 15:18
    quando os pais negros
    não se podem dar ao luxo de o fazer,
  • 15:18 - 15:22
    principalmente os que têm
    filhos negros jovens.
  • 15:23 - 15:26
    Temos que encarar
    os nossos queridos, o nosso futuro,
  • 15:26 - 15:30
    e temos que lhes dizer
    que temos um país espantoso
  • 15:31 - 15:33
    com ideais incríveis,
  • 15:34 - 15:37
    que trabalhámos de modo incrível
    e fizemos algum progresso
  • 15:37 - 15:39
    mas ainda não terminámos.
  • 15:40 - 15:44
    Ainda temos dentro de nós esta coisa velha
  • 15:44 - 15:46
    sobre a superioridade
  • 15:46 - 15:49
    e isso leva-nos a interiorizá-la
    ainda mais
  • 15:49 - 15:53
    nas nossas instituições,
    na nossa sociedade e gerações,
  • 15:53 - 15:56
    e provoca o desespero,
  • 15:56 - 16:02
    as disparidades e uma desvalorização
    devastadora dos jovens negros.
  • 16:03 - 16:06
    "Continuamos a lutar",
    é o que temos que lhes dizer,
  • 16:06 - 16:10
    reparando tanto na cor como no carácter
  • 16:10 - 16:12
    dos jovens negros,
  • 16:12 - 16:16
    mas que nós, e esperamos
    que eles também,
  • 16:16 - 16:20
    fazemos parte das forças de mudança
    desta sociedade
  • 16:20 - 16:27
    que se levantarão contra a injustiça
    e estamos dispostos, acima de tudo,
  • 16:27 - 16:32
    a construir uma sociedade
    em que os jovens negros
  • 16:32 - 16:36
    possam ser vistos por tudo aquilo que são
  • 16:37 - 16:41
    Tantos negros espantosos,
  • 16:42 - 16:49
    os que são os estadistas mais espantosos
    que jamais houve,
  • 16:50 - 16:52
    soldados corajosos,
  • 16:54 - 16:57
    trabalhadores incríveis, esforçados.
  • 16:57 - 17:01
    São pessoas que são poderosos pregadores.
  • 17:03 - 17:06
    São cientistas incríveis,
    artistas e escritores.
  • 17:08 - 17:11
    São atores dinâmicos.
  • 17:12 - 17:15
    São avós babados,
  • 17:17 - 17:19
    filhos carinhosos.
  • 17:20 - 17:23
    São pais muito fortes
  • 17:25 - 17:28
    e são jovens com os seus próprios sonhos.
  • 17:30 - 17:31
    Obrigada.
  • 17:31 - 17:35
    (Aplausos)
Title:
Como ultrapassar os nossos preconceitos? Enfrentando-os corajosamente.
Speaker:
Vernā Myers
Description:

Os nossos preconceitos podem ser perigosos, mortais mesmo, como vimos nos casos de Michael Brown em Ferguson, no Missouri, e de Eric Garner, em Staten Island, em Nova Iorque. A defensora da diversidade, Vernā Myers, observa de perto algumas das atitudes inconscientes que temos para com grupos marginais. Faz um apelo a toda a gente: "Reconheçam os vossos preconceitos. Depois avancem, em vez de se afastarem, para os grupos que vos tornam desconfortáveis". Numa palestra divertida, apaixonada e importante, mostra-nos como fazer.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:49

Portuguese subtitles

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