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Dilema ético: o caso dos hambúrgueres envenenados - George Siedel e Christine Ladwig

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    Alguns anos atrás, você fundou uma empresa
    que produz hambúrgueres sem carne.
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    Seu produto agora é vendido
    em lojas do mundo todo.
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    Mas você recentemente recebeu
    péssimas notícias:
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    três pessoas de uma mesma cidade
    morreram após comerem seus hambúrgueres.
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    A polícia concluiu que um criminoso
    sabotou a sua marca,
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    injetando veneno no seu produto
    em pelo menos dois mercados.
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    O culpado usou um instrumento ultrafino
    que não deixou traços na embalagem,
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    tornando impossível determinar
    que produtos foram comprometidos.
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    Seus hambúrgueres foram imediatamente
    tirados dos dois mercados
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    onde as vítimas os compraram.
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    As mortes viraram manchetes,
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    o assassino ainda está à solta
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    e as vendas despencaram.
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    Você precisa rapidamente desenvolver
    uma estratégia para lidar com a crise.
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    Seu time pensou em três opções:
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    1. Não fazer nada.
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    2. Retirar os produtos
    dos mercados da cidade e destruí-los.
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    Ou 3. Retirar e destruir
    os produtos no mundo inteiro.
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    Qual você escolhe?
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    A advogada de sua empresa explica
    que a lei não exige a retirada do produto
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    porque a culpa é toda do criminoso.
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    Ela recomenda a primeira opção,
    a de não fazer nada,
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    porque a retirada dos produtos
    poderia parecer uma admissão de culpa.
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    Mas seria essa a estratégia mais ética?
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    Para medir o nível de ética
    de cada escolha,
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    você poderia fazer
    uma "análise dos interessados".
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    Isso permitiria avaliar os interesses
    de alguns dos implicados -
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    investidores, funcionários, e clientes -
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    por ordem de prioridade.
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    Com a primeira opção,
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    seus conselheiros preveem
    que a crise vai acabar passando.
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    As vendas vão melhorar, mas provavelmente
    seriam inferiores aos níveis anteriores
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    por causa do dano à marca.
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    Como resultado, você terá
    que despedir alguns funcionários,
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    e os investidores
    sofrerão pequenas perdas.
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    Mas mais clientes morreriam se o assassino
    envenenasse embalagens em outros lugares.
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    A segunda opção é cara a curto prazo
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    e vai exigir mais demissões
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    e mais perdas financeiras
    para os investidores.
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    Mas essa opção é mais segura
    para os clientes da cidade
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    e poderia gerar a confiança
    de que as vendas vão se recuperar.
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    A terceira opção
    é a mais cara a curto prazo.
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    e exigirá demissões de funcionários
    e perdas de investidores significantes.
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    Embora não haja evidências de que esses
    crimes sejam uma ameaça internacional,
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    essa opção oferece
    a melhor proteção aos clientes.
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    Dado o conflito entre
    os interesses de seus clientes
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    e os de seus investidores e funcionários,
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    qual estratégia é a mais ética?
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    Para tomar essa decisão,
    você poderia realizar alguns testes.
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    O primeiro é o Teste do Utilitarista.
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    O utilitarismo é uma filosofia voltada
    a alcançar o máximo possível de benefícios
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    para o maior número de pessoas possível.
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    Qual seria o impacto
    de cada opção sob esses termos?
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    O segundo é o Teste da Família.
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    Como você se sentiria
    explicando sua decisão à sua família?
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    O terceiro é o Teste do Jornal.
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    Como você se sentiria lendo sua decisão
    na primeira página do jornal local?
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    E finalmente, você poderia usar
    o Teste do Mentor.
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    Se alguém que você admira
    fosse tomar essa decisão, o que ele faria?
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    O CEO da Johnson & Johnson, James Burke,
    passou por algo parecido em 1982,
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    depois de um criminoso envenenar garrafas
    de Tylenol com cianeto, em Chicago.
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    Sete pessoas morreram
    e as vendas desabaram.
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    Os analistas do ramo disseram
    que a empresa estava perdida.
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    Em resposta, Burke decidiu tirar o Tylenol
    de todas as prateleiras do mundo todo,
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    afirmando que a segurança do cliente
    era a prioridade da empresa.
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    Johnson & Johnson recolheram e destruíram
    algo em torno de 32 milhões de garrafas,
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    equivalentes a US$ 250 milhões atualmente.
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    1,5 milhões das garrafas
    recolhidas foram testadas
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    e 3 delas, todas da cidade de Chicago,
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    continham cianeto.
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    A decisão de Burke ajudou a empresa
    a recuperar a confiança dos clientes,
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    e as vendas dos produtos
    melhoraram dentro de um ano.
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    Por causa dos assassinatos do Tylenol,
    Johnson & Johnson tornou-se líder
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    no desenvolvimento de embalagens
    resistentes a violação,
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    e o governo instituiu
    regulações mais restritas.
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    O assassino, entretanto, nunca foi pego.
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    A decisão de Burke evitou mais mortes
    pelo envenenamento inicial,
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    mas o governo federal investigou centenas
    de incidentes de violação semelhantes,
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    envolvendo outros produtos
    nas semanas seguintes.
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    Será que eles poderiam ter sido evitados
    com uma resposta diferente?
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    Burke agiu no interesse do público
    ou de sua empresa?
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    Foi uma decisão ética ou de marketing?
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    Como em todos os dilemas de ética,
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    não há uma resposta
    claramente certa ou errada.
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    E para seu império de hambúrgueres
    sem carne, a escolha continua sendo sua.
Title:
Dilema ético: o caso dos hambúrgueres envenenados - George Siedel e Christine Ladwig
Speaker:
George Siedel e Christine Ladwig
Description:

Veja a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/ethical-dilemma-the-burger-murders-george-siedel-and-christine-ladwig

Você fundou uma empresa que fabrica hambúrgueres sem carne que são vendidos em lojas do mundo inteiro. Mas você recentemente recebeu péssimas notícias: três pessoas da mesma cidade morreram depois de comer seus hambúrgueres. Um criminoso injetou veneno no seu produto! As mortes viraram manchete, e as vendas despencaram. Como você lidaria com a crise? George Siedel e Christine Ladwig explicam as diferentes estratégias desse dilema ético.

Lição de George Siedel e Christine Ladwig, direção de Patrick Smith

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:25

Portuguese, Brazilian subtitles

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