Como mudar o nosso comportamento para melhor
-
0:01 - 0:02Olá.
-
0:03 - 0:06Já devem ter reparado
que só tenho metade da barba. -
0:06 - 0:08Não é porque perdi uma aposta.
-
0:08 - 0:11Há muitos anos, fiquei gravemente queimado
-
0:11 - 0:13A maior parte do meu corpo
está coberta de cicatrizes -
0:13 - 0:15incluindo o lado direito do meu rosto.
-
0:15 - 0:17Não tenho cabelo.
Foi isso que aconteceu. -
0:17 - 0:20Parece simétrico, é quase.
-
0:20 - 0:23Mas agora que discutimos os pelos faciais,
-
0:23 - 0:26vamos às ciências sociais.
-
0:26 - 0:32Em particular, pensemos onde
fica o potencial da humanidade -
0:32 - 0:34e onde estamos agora.
-
0:34 - 0:36Se pensarem nisso,
há um grande fosso -
0:36 - 0:39entre onde pensamos poder estar
e onde estamos, -
0:39 - 0:41e é em todo o tipo de áreas.
-
0:41 - 0:43Por isso, vou perguntar-vos:
-
0:43 - 0:47No mês passado, quem comeu mais
do que aquilo que acha que devia? -
0:47 - 0:49Apenas em geral. Ok.
-
0:49 - 0:53No mês passado, quem aqui se exercitou
menos do que aquilo que acha que devia? -
0:53 - 0:56Ok, e para aqueles que levantaram
as mãos duas vezes -
0:56 - 0:59qual foi o maior exercício
que fizeram hoje? -
0:59 - 1:01(Risos)
-
1:02 - 1:06Quantos de vocês já enviaram
mensagens enquanto conduziam? -
1:06 - 1:09Ok, estamos a ficar honestos.
Vamos testar a vossa honestidade. -
1:10 - 1:12Quantas pessoas aqui, no mês passado,
-
1:12 - 1:15não lavou sempre as mãos
depois de sair da casa de banho? -
1:15 - 1:16(Risos)
-
1:16 - 1:18Um bocadinho menos honestos.
-
1:18 - 1:21Já agora, é interessante como estamos
dispostos a admitir enviar SMS e conduzir -
1:21 - 1:24mas não lavar as mãos,
isso é difícil. -
1:24 - 1:25(Risos)
-
1:25 - 1:27E podíamos continuar com isto.
-
1:27 - 1:29O problema é que há muitas coisas
-
1:29 - 1:32que nós sabemos que podíamos fazer
-
1:32 - 1:35— podíamos ser muito, muito diferentes,
mas agimos de uma forma diferente. -
1:35 - 1:38Quando pensamos
como eliminamos esse fosso, -
1:38 - 1:41a resposta usual é:
"Simplesmente, diz às pessoas." -
1:41 - 1:44Por exemplo, dizer às pessoas
que enviar SMS e conduzir é perigoso. -
1:44 - 1:46Sabiam que é perigoso?
Deviam ter deixado de o fazer. -
1:46 - 1:49Dizer às pessoas que algo
é perigoso e elas vão parar. -
1:49 - 1:51Usar o telemóvel enquanto
se conduz é um exemplo. -
1:51 - 1:53Outro exemplo lamentável
é que, nos EUA, -
1:53 - 1:57nós gastamos entre setecentos
a oitocentos milhões de dólares por ano -
1:57 - 1:59no que se chama 'literacia financeira.'
-
1:59 - 2:02E o que obtemos em consequência disso?
-
2:02 - 2:06Um estudo recente analisou
toda a pesquisa já realizada -
2:06 - 2:09em literacia financeira
— a chamada meta-análise. -
2:09 - 2:11Descobriram que,
quando dizemos às pessoas, -
2:12 - 2:14quando lhes ensinamos
literacia financeira, -
2:14 - 2:16elas aprendem e lembram-se.
-
2:16 - 2:19Mas as pessoas executam? Nem por isso.
-
2:19 - 2:21A melhoria é à volta
de três a quatro por cento, -
2:21 - 2:23imediatamente depois do curso,
-
2:23 - 2:25e depois diminui.
-
2:25 - 2:26E, no final,
-
2:26 - 2:30a melhoria é à volta de 0,1%
-
2:30 - 2:34— não é zero, mas o mais humanamente
perto do zero possível. -
2:34 - 2:36(Risos)
-
2:36 - 2:38E essa é a triste notícia.
-
2:38 - 2:40A triste notícia é que dar
informação às pessoas -
2:40 - 2:43não é uma boa receita
para mudar comportamentos. -
2:43 - 2:44Então, qual é?
-
2:44 - 2:47Bem, as ciências sociais
progrediram imenso, -
2:47 - 2:51e a visão básica é que,
se queremos mudar comportamentos, -
2:51 - 2:53teremos de mudar o ambiente.
-
2:53 - 2:57O caminho certo não é mudar as pessoas,
é mudar o seu ambiente. -
2:57 - 3:00E quero apresentar um modelo
simples de como pensar nisto: -
3:00 - 3:02é pensar na mudança de comportamento
-
3:02 - 3:05da mesma forma que pensamos
em lançar um foguetão para o espaço. -
3:06 - 3:08Quando pensamos em
lançar um foguetão para o espaço, -
3:08 - 3:10queremos fazer duas
coisas importantes. -
3:10 - 3:12A primeira é diminuir a fricção.
-
3:12 - 3:15Queremos lançar o foguetão
e ter a menor fricção possível -
3:15 - 3:17assim, tem de ser
o mais aerodinâmico possível. -
3:17 - 3:21E a segunda coisa que queremos
é pôr o máximo de combustível possível, -
3:21 - 3:25para dar mais motivação,
mais energia para cumprir a sua tarefa. -
3:25 - 3:28A mudança de comportamentos
é a mesma coisa. -
3:28 - 3:31Falemos então sobre fricção.
-
3:31 - 3:34Neste estudo em particular
de que vou falar -
3:34 - 3:37há uma farmácia "online".
-
3:37 - 3:39Imaginem que vão ao médico.
-
3:39 - 3:41Têm uma doença prolongada.
-
3:41 - 3:44O médico prescreve
uma medicação, -
3:44 - 3:46vocês inscrevem-se
nesta farmácia "online" -
3:46 - 3:49e recebem o medicamento
pelo correio a cada 90 dias. -
3:49 - 3:52A cada 90 dias, medicamento,
medicamento, medicamento. -
3:52 - 3:56Esta farmácia "online"
quer que as pessoas mudem -
3:56 - 3:59de medicamentos de marca
para genéricos. -
3:59 - 4:01Então, enviam cartas às pessoas,
em que dizem: -
4:01 - 4:04"Mudem para genéricos,
por favor, por favor." -
4:04 - 4:07"Vocês poupam, nós pouparemos,
o vosso patrão poupará dinheiro." -
4:07 - 4:09E o que fazem as pessoas?
-
4:09 - 4:10Nada.
-
4:10 - 4:12Eles tentam de tudo um pouco,
e nada acontece. -
4:12 - 4:16Por isso, durante um ano, eles dão
às pessoas uma oferta fantástica. -
4:16 - 4:17Enviam uma carta a dizer:
-
4:17 - 4:21"Se mudarem agora para genéricos,
será gratuito o ano todo." -
4:21 - 4:23Gratuito todo o ano. Extraordinário!
-
4:23 - 4:26Que percentagem de pessoas
acham que mudaram? -
4:27 - 4:29Menos de 10%.
-
4:29 - 4:31Nesta altura, eles vêm
ao meu escritório. -
4:31 - 4:33E vêm para se queixar.
-
4:34 - 4:35Porque me escolheram?
-
4:35 - 4:38Escrevi alguns artigos sobre
"o fascínio do grátis". -
4:38 - 4:41Nesses artigos, mostrámos
que, se reduzirmos o preço de algo -
4:41 - 4:44de 10 cêntimos para 1 cêntimo,
quase nada acontece. -
4:44 - 4:47Se reduzirmos de um cêntimo para zero,
as pessoas ficam animadas. -
4:47 - 4:48(Risos)
-
4:48 - 4:50E disseram:
"Veja, nós lemos esses artigos -
4:50 - 4:52"sobre dar 'grátis', e demos 'grátis'."
-
4:52 - 4:54"Não funcionou como esperávamos.
O que se passa?". -
4:54 - 4:57Eu disse: "Talvez seja
uma questão de fricção.". -
4:57 - 4:58Eles perguntaram:
"O que quer dizer?" -
4:58 - 5:01Eu disse: "As pessoas
começam com marcas. -
5:01 - 5:03"Não fazem nada
e continuam com as marcas. -
5:04 - 5:07"Para essa mudança, eles têm de optar
por um genérico em vez da marca, -
5:07 - 5:09"mas também têm de fazer outra coisa.
-
5:09 - 5:11"Têm de devolver a carta."
-
5:11 - 5:13Chamamos a isso um "design confuso".
-
5:13 - 5:15Estão duas coisas
a acontecer ao mesmo tempo. -
5:15 - 5:17É marca contra genérico,
-
5:17 - 5:20mas é também não fazer nada
contra fazer alguma coisa. -
5:20 - 5:22Portanto, perguntei:
"Então porque não mudam? -
5:22 - 5:26"Porque não enviamos cartas a dizer:
'Nós estamos a mudar para genéricos. -
5:26 - 5:28" 'Não precisa de fazer nada.'
-
5:28 - 5:31" 'Se quiser ficar com os de marca,
por favor, devolva a carta'." -
5:31 - 5:32(Risos)
-
5:32 - 5:33Certo?
-
5:33 - 5:35O que acham que aconteceu?
-
5:36 - 5:39Advogados, advogados foi o que aconteceu.
-
5:39 - 5:42(Risos)
-
5:44 - 5:46Acontece que isto é ilegal.
-
5:46 - 5:49(Risos)
-
5:51 - 5:54Já agora, para uma troca de ideias
e criatividade, -
5:54 - 5:57fazer coisas que são ilegais
e imorais, está bem, -
5:57 - 6:00desde que estejam
em fase de discussão. -
6:00 - 6:02(Risos)
-
6:02 - 6:04Mas isto era a pureza da ideia,
-
6:04 - 6:08porque, no plano inicial, era a marca
que tinha o benefício da não-ação. -
6:08 - 6:09No meu plano ilegal e imoral,
-
6:09 - 6:12eram os genéricos que tinham
o benefício da não-ação. -
6:12 - 6:15Mas concordaram em dar às pessoas
uma intersecção em T: -
6:15 - 6:17enviar às pessoas uma carta a dizer:
-
6:17 - 6:18"Se não devolverem esta carta,
-
6:18 - 6:21"seremos forçados
a suspender o seu medicamento." -
6:21 - 6:25"Mas, se devolver a carta,
pode escolher a marca a este preço, -
6:25 - 6:27"ou o genérico a este preço".
-
6:27 - 6:29Agora, as pessoas tinham
de tomar uma ação. -
6:29 - 6:31Estavam agora em pé de igualdade.
-
6:31 - 6:33Nenhum deles tinha
o benefício da não-ação. -
6:33 - 6:36Que percentagem pensam que mudou?
-
6:36 - 6:38A vasta maioria mudou.
-
6:38 - 6:40O que é que isso nos diz?
-
6:40 - 6:42As pessoas gostam de genéricos,
ou gostam de marcas? -
6:42 - 6:44Odiamos devolver cartas.
-
6:44 - 6:46(Risos)
-
6:46 - 6:51Esta é a história da fricção:
pequenas coisas são importantes. -
6:51 - 6:55A fricção é agarrar
no comportamento desejado e dizer: -
6:55 - 6:57"Onde é que temos demasiada fricção
-
6:57 - 6:59"que desencoraja as pessoas a agir?"
-
6:59 - 7:02Sempre que virem
que o comportamento desejado -
7:02 - 7:04e o comportamento fácil
não estão alinhados, -
7:04 - 7:06significa que queremos tentar ajustá-los.
-
7:07 - 7:09Essa é a primeira parte.
Falámos sobre a fricção. -
7:09 - 7:11Agora falemos sobre a motivação.
-
7:11 - 7:12Neste estudo em particular,
-
7:12 - 7:16tentámos levar pessoas muito pobres
duma favela chamada Kibera, no Quénia, -
7:16 - 7:19a juntar algum dinheiro
para os tempos mais difíceis. -
7:19 - 7:22Se forem muito, muito pobres,
não têm dinheiro extra, -
7:22 - 7:23vivem sobrevivendo,
-
7:23 - 7:26e de vez em quando,
acontecem coisas más. -
7:26 - 7:30Quando algo mau acontece, não há
dinheiro de parte, pede-se emprestado. -
7:30 - 7:36O povo de Kibera pode pedir emprestado,
por vezes com 10% de juros por semana. -
7:36 - 7:39E depois, claro, é muito
difícil sair disso. -
7:39 - 7:41Se vivem numa situação precária,
algo mau acontece, -
7:41 - 7:44e pedem emprestado,
as coisas pioram ainda mais. -
7:44 - 7:48Por isso, queremos que as pessoas guardem
um pouco para os dias de necessidade. -
7:48 - 7:51E pensámos qual seria a motivação,
-
7:51 - 7:53qual seria o estímulo que
precisávamos de adicionar? -
7:53 - 7:55Tentámos todo o tipo de coisas.
-
7:55 - 7:58A algumas pessoas, enviámos mensagens
uma vez por semana a dizer: -
7:58 - 8:02"Por favor tente guardar 100 xelins"
— cerca de um dólar — "esta semana." -
8:03 - 8:07A outras, enviámos a mensagem
como se fosse escrita pelos filhos deles. -
8:07 - 8:11Assim, dizia: "Olá Mãe, olá Pai,
aqui é o Joãozinho" -
8:11 - 8:13— qualquer que fosse o nome do miúdo —
-
8:13 - 8:16"Tenta juntar 100 xelins esta semana
para o futuro da nossa família". -
8:17 - 8:20Eu sou judeu e, por isso,
um pouco de culpa sempre funciona. -
8:20 - 8:22(Risos)
-
8:22 - 8:24Algumas pessoas ganhavam 10%.
-
8:24 - 8:26"Junta até 100 xelins
e nós damos-te os 10%." -
8:26 - 8:28Algumas pessoas ganhavam 20%.
-
8:28 - 8:31Outras também ganhavam 10% e 20%,
-
8:31 - 8:33mas conseguiram-no com aversão à perda.
-
8:33 - 8:34O que é a aversão à perda?
-
8:34 - 8:37Aversão à perda é a ideia
de que detestamos mais perder -
8:37 - 8:39do que desfrutamos em ganhar.
-
8:39 - 8:42Agora, pensem em alguém
que está na situação dos 10% -
8:42 - 8:43e coloca 40 xelins.
-
8:43 - 8:46Eles põem 40 xelins,
nós damos mais quatro, -
8:46 - 8:47eles agradecem muito.
-
8:47 - 8:49A pessoa desistiu de seis.
-
8:49 - 8:51Eles podiam ter mais seis
se dessem cem, -
8:51 - 8:53mas não veem isso.
-
8:53 - 8:56Assim, criámos
o que chamamos de pré-jogo. -
8:56 - 8:58Pusemos de lado 10 xelins
no início da semana. -
8:58 - 9:00Dissemos: "Isto fica à tua espera!".
-
9:00 - 9:03Então, se alguém põe 40 de lado,
dizemos: "Oh, puseste 40, -
9:03 - 9:05"nós deixamos quatro,
e retiramos seis." -
9:05 - 9:08Em ambos os casos, antes e após o jogo,
-
9:08 - 9:10as pessoas recebem os 10%.
-
9:10 - 9:12Mas no pré-jogo,
-
9:12 - 9:14eles veem o dinheiro
em que não tinham reparado -
9:14 - 9:16a sair das suas contas.
-
9:16 - 9:19Assim, temos; mensagens,
mensagem de miúdos, 10%, 20%, -
9:19 - 9:20pré-jogo, pós-jogo.
-
9:20 - 9:22E nós ainda tínhamos outra situação.
-
9:22 - 9:25Era uma moeda deste tamanho,
-
9:25 - 9:27com 24 números escritos nela.
-
9:27 - 9:31Pedimos-lhes para colocarem
a moeda algures na sua cabana, -
9:31 - 9:34e todas as semanas, pegar numa faca
e raspar o número dessa semana -
9:34 - 9:36— semana um, dois, três, quatro —
-
9:36 - 9:39riscar com um sinal de menos,
se não poupassem nada -
9:39 - 9:42e riscar para cima e para baixo
se poupassem. -
9:42 - 9:43Agora, pensem:
-
9:43 - 9:46Qual desses métodos acham
que funcionou melhor? -
9:46 - 9:49As mensagens, as mensagens
dos miúdos, os 10%, os 20%, -
9:49 - 9:51o início da semana,
o final da semana, ou a moeda? -
9:51 - 9:54Vou dizer-vos o que a maioria
das pessoas pensou. -
9:54 - 9:56Fizemos todos estes estudos de previsão,
-
9:56 - 9:58em ambos os países — EUA e Quénia.
-
9:58 - 10:00As pessoas pensaram que os 20%
os levaria a muita ação, -
10:00 - 10:02os 10% menos,
-
10:02 - 10:04o restante não faria nada
-
10:04 - 10:07— miúdos, moedas, não interessava.
-
10:07 - 10:10As pessoas pensam
que a aversão à perda teria pouco efeito. -
10:11 - 10:13O que realmente aconteceu?
-
10:13 - 10:15Enviar um lembrete uma vez por semana
-
10:15 - 10:17ajuda imenso.
-
10:17 - 10:18Boas notícias!
-
10:18 - 10:21Este programa demorou seis meses.
As pessoas esquecem-se. -
10:21 - 10:22Lembrar às pessoas é importante.
-
10:22 - 10:25Os 10% no final da semana
ajudou mais um pouco. -
10:25 - 10:27Os incentivos financeiros resultam.
-
10:27 - 10:31Os 20% no fim da semana,
tal como os 10%, não há diferença. -
10:31 - 10:34Os 10% no início da semana
ajudam mais um pouco. -
10:34 - 10:36A aversão à perda funciona.
-
10:36 - 10:38Os 20% no início da semana,
-
10:38 - 10:41tal como os 10% no início
da semana, não há diferença. -
10:41 - 10:44E a mensagem dos miúdos
foi tão eficaz -
10:44 - 10:47como os 20% mais a aversão à perda,
-
10:47 - 10:49o que é extraordinário.
-
10:49 - 10:52É fantástico o quão motivador
foram as mensagens dos miúdos. -
10:52 - 10:56Uma conclusão é que
não usamos os miúdos o suficiente. -
10:56 - 10:58(Risos)
-
10:58 - 11:03E, claro, não me refiro
num sentido de trabalho infantil. -
11:04 - 11:06Mas, se pensarem
nos pais e nos seus filhos, -
11:06 - 11:09somos o melhor que podemos
para os nossos filhos, -
11:09 - 11:11e pensamos no futuro.
-
11:11 - 11:12Eu acho que devíamos pensar
-
11:12 - 11:15em como usar esta incrível
fonte de motivação -
11:15 - 11:19para fazer com que os pais
se comportem de uma forma melhor. -
11:19 - 11:22Mas a maior surpresa
neste estudo foi a moeda. -
11:22 - 11:24A moeda basicamente
duplicou as economias -
11:24 - 11:26em comparação com tudo o resto.
-
11:26 - 11:29E a questão agora é: Porquê?
O que havia na moeda? -
11:29 - 11:32Vou dizer-vos como comecei
a pensar na moeda, -
11:32 - 11:33e depois voltaremos a esta questão.
-
11:33 - 11:36Assim, quando pesquiso,
por exemplo, comprar café, -
11:36 - 11:39não preciso de ir a lado nenhum.
Posso sentar-me no meu escritório. -
11:39 - 11:41Comprei café suficiente.
Sei como funciona. -
11:41 - 11:43Estou familiarizado com os detalhes.
-
11:43 - 11:46Quando fazemos pesquisa
num dos lugares mais pobres do mundo, -
11:46 - 11:48temos de ir e visitar,
ver o que se está a passar -
11:48 - 11:51e ter alguma ideia
sobre como o sistema funciona. -
11:52 - 11:53Naquele dia em particular,
-
11:53 - 11:56estou num local chamado Soweto,
na África do Sul, -
11:56 - 11:59e estou num sítio
que vende seguros funerários. -
12:00 - 12:04Nos EUA as pessoas gastam
quantias loucas de dinheiro em casamentos. -
12:04 - 12:06Na África do Sul, é nos funerais.
-
12:06 - 12:11As pessoas gastam salários
de um a dois anos, em funerais. -
12:12 - 12:14Eu estou nesse local
-
12:15 - 12:20— já agora, antes de acharem que
os sul-africanos são irracionais nisto, -
12:20 - 12:21só quero lembrar-vos
-
12:21 - 12:24que gastar muito dinheiro em funerais
em comparação com casamentos, -
12:24 - 12:27pelo menos, só terão de fazê-lo uma vez.
-
12:27 - 12:30(Risos)
-
12:36 - 12:41Então, estou naquele sítio
que vende seguros funerários. -
12:41 - 12:45Aparece um homem com o seu filho
— o seu filho com cerca de 12 anos — -
12:45 - 12:48e compra um seguro funerário
para uma semana. -
12:49 - 12:51Isso cobrirá 90%
das suas despesas funerárias -
12:51 - 12:54somente se morrer nos próximos sete dias.
-
12:54 - 12:58Estas são pessoas muito pobres,
compram pequenas quantidades de seguro -
12:58 - 13:00e pequenas quantidades
de sabão, e tudo o resto. -
13:00 - 13:02E ele consegue esse certificado,
-
13:02 - 13:04e numa forma muito cerimonial,
oferece-o ao filho. -
13:04 - 13:08E ao dar ao filho, eu penso
para mim mesmo, porquê a cerimónia? -
13:08 - 13:09O que está este pai a fazer?
-
13:09 - 13:13Agora, pensem num chefe de família
que decide naquele dia em particular -
13:13 - 13:16direcionar algum dinheiro
em seguros ou em poupanças. -
13:17 - 13:19O que será que a família
irá ver esta noite? -
13:20 - 13:22Eles irão ver menos.
-
13:22 - 13:23Naquele nível de pobreza,
-
13:23 - 13:26existirá menos comida,
menos querosene, menos água, -
13:26 - 13:27algo menos esta noite.
-
13:27 - 13:31O que o pai estava a fazer e o que
a nossa moeda estava a tentar fazer -
13:31 - 13:33é dizer: "Sim, há menos
comida em cima da mesa, -
13:33 - 13:35"mas existe outra atividade".
-
13:36 - 13:40Vocês veem que o que aconteceu, foi que
há atividades económicas importantes -
13:40 - 13:43tal como poupanças e seguros,
que são invisíveis. -
13:43 - 13:46Agora a questão é:
Como as tornamos visíveis? -
13:46 - 13:50Portanto, vamos voltar
ao nosso modelo de foguetão. -
13:50 - 13:53Em primeiro lugar, temos
de observar o sistema -
13:53 - 13:56e ver onde estão as pequenas coisas
que podemos resolver, com a fricção, -
13:56 - 13:59onde é que podemos
eliminar a fricção? -
13:59 - 14:03E a coisa seguinte que queremos fazer
é pensar amplamente no sistema, e dizer: -
14:03 - 14:06"Que outras motivações
podemos introduzir?" -
14:06 - 14:08Esse é um exercício muito mais difícil,
-
14:08 - 14:11e nem sempre sabemos
o que resultará melhor. -
14:11 - 14:13Será que vai ser o dinheiro?
Poderá ser a aversão à perda? -
14:13 - 14:15Será algo que é visível?
-
14:15 - 14:18Não sabemos, e teremos
de tentar coisas diferentes. -
14:18 - 14:21Também temos de perceber que,
às vezes, a nossa intuição nos engana. -
14:21 - 14:25Nem sempre sabemos, necessariamente,
o que melhor funcionará. -
14:25 - 14:27Por isso, se pensarmos nesse fosso
-
14:27 - 14:29entre onde poderíamos estar
e onde estamos -
14:29 - 14:33é uma coisa muito triste
ver esse fosso e pensar nele. -
14:33 - 14:36Mas as boas notícias são
que há muita coisa que podemos fazer. -
14:36 - 14:39Algumas das mudanças são fáceis,
outras são mais complexas. -
14:39 - 14:42Mas, se atacarmos
cada problema diretamente, -
14:42 - 14:45não oferecendo apenas
mais informação às pessoas, -
14:45 - 14:48mas tentando mudar a fricção,
adicionando motivação, -
14:48 - 14:50acho que conseguimos.
-
14:50 - 14:52Podemos eliminar o fosso? Não.
-
14:52 - 14:54Mas podemos melhorar muito mais?
Sim, absolutamente. -
14:55 - 14:56Muito obrigado.
-
14:56 - 15:00(Aplausos)
- Title:
- Como mudar o nosso comportamento para melhor
- Speaker:
- Dan Ariely
- Description:
-
Qual é a melhor forma para fazer as pessoas mudarem de comportamento? Nesta conversa divertida, cheia de informações, o psicólogo Dan Ariely explora o porquê de tomarmos más decisões, mesmo quando sabemos que não devemos tomá-las — e debate algumas dicas que poderão ajudar-nos a fazer a coisa certa (mesmo que seja pelas razões erradas).
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:13
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