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Como mudar o nosso comportamento para melhor

  • 0:01 - 0:02
    Olá.
  • 0:03 - 0:06
    Já devem ter reparado
    que só tenho metade da barba.
  • 0:06 - 0:08
    Não é porque perdi uma aposta.
  • 0:08 - 0:11
    Há muitos anos, fiquei gravemente queimado
  • 0:11 - 0:13
    A maior parte do meu corpo
    está coberta de cicatrizes
  • 0:13 - 0:15
    incluindo o lado direito do meu rosto.
  • 0:15 - 0:17
    Não tenho cabelo.
    Foi isso que aconteceu.
  • 0:17 - 0:20
    Parece simétrico, é quase.
  • 0:20 - 0:23
    Mas agora que discutimos os pelos faciais,
  • 0:23 - 0:26
    vamos às ciências sociais.
  • 0:26 - 0:32
    Em particular, pensemos onde
    fica o potencial da humanidade
  • 0:32 - 0:34
    e onde estamos agora.
  • 0:34 - 0:36
    Se pensarem nisso,
    há um grande fosso
  • 0:36 - 0:39
    entre onde pensamos poder estar
    e onde estamos,
  • 0:39 - 0:41
    e é em todo o tipo de áreas.
  • 0:41 - 0:43
    Por isso, vou perguntar-vos:
  • 0:43 - 0:47
    No mês passado, quem comeu mais
    do que aquilo que acha que devia?
  • 0:47 - 0:49
    Apenas em geral. Ok.
  • 0:49 - 0:53
    No mês passado, quem aqui se exercitou
    menos do que aquilo que acha que devia?
  • 0:53 - 0:56
    Ok, e para aqueles que levantaram
    as mãos duas vezes
  • 0:56 - 0:59
    qual foi o maior exercício
    que fizeram hoje?
  • 0:59 - 1:01
    (Risos)
  • 1:02 - 1:06
    Quantos de vocês já enviaram
    mensagens enquanto conduziam?
  • 1:06 - 1:09
    Ok, estamos a ficar honestos.
    Vamos testar a vossa honestidade.
  • 1:10 - 1:12
    Quantas pessoas aqui, no mês passado,
  • 1:12 - 1:15
    não lavou sempre as mãos
    depois de sair da casa de banho?
  • 1:15 - 1:16
    (Risos)
  • 1:16 - 1:18
    Um bocadinho menos honestos.
  • 1:18 - 1:21
    Já agora, é interessante como estamos
    dispostos a admitir enviar SMS e conduzir
  • 1:21 - 1:24
    mas não lavar as mãos,
    isso é difícil.
  • 1:24 - 1:25
    (Risos)
  • 1:25 - 1:27
    E podíamos continuar com isto.
  • 1:27 - 1:29
    O problema é que há muitas coisas
  • 1:29 - 1:32
    que nós sabemos que podíamos fazer
  • 1:32 - 1:35
    — podíamos ser muito, muito diferentes,
    mas agimos de uma forma diferente.
  • 1:35 - 1:38
    Quando pensamos
    como eliminamos esse fosso,
  • 1:38 - 1:41
    a resposta usual é:
    "Simplesmente, diz às pessoas."
  • 1:41 - 1:44
    Por exemplo, dizer às pessoas
    que enviar SMS e conduzir é perigoso.
  • 1:44 - 1:46
    Sabiam que é perigoso?
    Deviam ter deixado de o fazer.
  • 1:46 - 1:49
    Dizer às pessoas que algo
    é perigoso e elas vão parar.
  • 1:49 - 1:51
    Usar o telemóvel enquanto
    se conduz é um exemplo.
  • 1:51 - 1:53
    Outro exemplo lamentável
    é que, nos EUA,
  • 1:53 - 1:57
    nós gastamos entre setecentos
    a oitocentos milhões de dólares por ano
  • 1:57 - 1:59
    no que se chama 'literacia financeira.'
  • 1:59 - 2:02
    E o que obtemos em consequência disso?
  • 2:02 - 2:06
    Um estudo recente analisou
    toda a pesquisa já realizada
  • 2:06 - 2:09
    em literacia financeira
    — a chamada meta-análise.
  • 2:09 - 2:11
    Descobriram que,
    quando dizemos às pessoas,
  • 2:12 - 2:14
    quando lhes ensinamos
    literacia financeira,
  • 2:14 - 2:16
    elas aprendem e lembram-se.
  • 2:16 - 2:19
    Mas as pessoas executam? Nem por isso.
  • 2:19 - 2:21
    A melhoria é à volta
    de três a quatro por cento,
  • 2:21 - 2:23
    imediatamente depois do curso,
  • 2:23 - 2:25
    e depois diminui.
  • 2:25 - 2:26
    E, no final,
  • 2:26 - 2:30
    a melhoria é à volta de 0,1%
  • 2:30 - 2:34
    — não é zero, mas o mais humanamente
    perto do zero possível.
  • 2:34 - 2:36
    (Risos)
  • 2:36 - 2:38
    E essa é a triste notícia.
  • 2:38 - 2:40
    A triste notícia é que dar
    informação às pessoas
  • 2:40 - 2:43
    não é uma boa receita
    para mudar comportamentos.
  • 2:43 - 2:44
    Então, qual é?
  • 2:44 - 2:47
    Bem, as ciências sociais
    progrediram imenso,
  • 2:47 - 2:51
    e a visão básica é que,
    se queremos mudar comportamentos,
  • 2:51 - 2:53
    teremos de mudar o ambiente.
  • 2:53 - 2:57
    O caminho certo não é mudar as pessoas,
    é mudar o seu ambiente.
  • 2:57 - 3:00
    E quero apresentar um modelo
    simples de como pensar nisto:
  • 3:00 - 3:02
    é pensar na mudança de comportamento
  • 3:02 - 3:05
    da mesma forma que pensamos
    em lançar um foguetão para o espaço.
  • 3:06 - 3:08
    Quando pensamos em
    lançar um foguetão para o espaço,
  • 3:08 - 3:10
    queremos fazer duas
    coisas importantes.
  • 3:10 - 3:12
    A primeira é diminuir a fricção.
  • 3:12 - 3:15
    Queremos lançar o foguetão
    e ter a menor fricção possível
  • 3:15 - 3:17
    assim, tem de ser
    o mais aerodinâmico possível.
  • 3:17 - 3:21
    E a segunda coisa que queremos
    é pôr o máximo de combustível possível,

  • 3:21 - 3:25
    para dar mais motivação,
    mais energia para cumprir a sua tarefa.
  • 3:25 - 3:28
    A mudança de comportamentos
    é a mesma coisa.
  • 3:28 - 3:31
    Falemos então sobre fricção.
  • 3:31 - 3:34
    Neste estudo em particular
    de que vou falar
  • 3:34 - 3:37
    há uma farmácia "online".
  • 3:37 - 3:39
    Imaginem que vão ao médico.
  • 3:39 - 3:41
    Têm uma doença prolongada.
  • 3:41 - 3:44
    O médico prescreve
    uma medicação,
  • 3:44 - 3:46
    vocês inscrevem-se
    nesta farmácia "online"
  • 3:46 - 3:49
    e recebem o medicamento
    pelo correio a cada 90 dias.
  • 3:49 - 3:52
    A cada 90 dias, medicamento,
    medicamento, medicamento.
  • 3:52 - 3:56
    Esta farmácia "online"
    quer que as pessoas mudem
  • 3:56 - 3:59
    de medicamentos de marca
    para genéricos.
  • 3:59 - 4:01
    Então, enviam cartas às pessoas,
    em que dizem:
  • 4:01 - 4:04
    "Mudem para genéricos,
    por favor, por favor."
  • 4:04 - 4:07
    "Vocês poupam, nós pouparemos,
    o vosso patrão poupará dinheiro."
  • 4:07 - 4:09
    E o que fazem as pessoas?
  • 4:09 - 4:10
    Nada.
  • 4:10 - 4:12
    Eles tentam de tudo um pouco,
    e nada acontece.
  • 4:12 - 4:16
    Por isso, durante um ano, eles dão
    às pessoas uma oferta fantástica.
  • 4:16 - 4:17
    Enviam uma carta a dizer:
  • 4:17 - 4:21
    "Se mudarem agora para genéricos,
    será gratuito o ano todo."
  • 4:21 - 4:23
    Gratuito todo o ano. Extraordinário!
  • 4:23 - 4:26
    Que percentagem de pessoas
    acham que mudaram?
  • 4:27 - 4:29
    Menos de 10%.
  • 4:29 - 4:31
    Nesta altura, eles vêm
    ao meu escritório.
  • 4:31 - 4:33
    E vêm para se queixar.
  • 4:34 - 4:35
    Porque me escolheram?
  • 4:35 - 4:38
    Escrevi alguns artigos sobre
    "o fascínio do grátis".
  • 4:38 - 4:41
    Nesses artigos, mostrámos
    que, se reduzirmos o preço de algo
  • 4:41 - 4:44
    de 10 cêntimos para 1 cêntimo,
    quase nada acontece.
  • 4:44 - 4:47
    Se reduzirmos de um cêntimo para zero,
    as pessoas ficam animadas.
  • 4:47 - 4:48
    (Risos)
  • 4:48 - 4:50
    E disseram:
    "Veja, nós lemos esses artigos
  • 4:50 - 4:52
    "sobre dar 'grátis', e demos 'grátis'."
  • 4:52 - 4:54
    "Não funcionou como esperávamos.
    O que se passa?".
  • 4:54 - 4:57
    Eu disse: "Talvez seja
    uma questão de fricção.".
  • 4:57 - 4:58
    Eles perguntaram:
    "O que quer dizer?"
  • 4:58 - 5:01
    Eu disse: "As pessoas
    começam com marcas.
  • 5:01 - 5:03
    "Não fazem nada
    e continuam com as marcas.
  • 5:04 - 5:07
    "Para essa mudança, eles têm de optar
    por um genérico em vez da marca,
  • 5:07 - 5:09
    "mas também têm de fazer outra coisa.
  • 5:09 - 5:11
    "Têm de devolver a carta."
  • 5:11 - 5:13
    Chamamos a isso um "design confuso".
  • 5:13 - 5:15
    Estão duas coisas
    a acontecer ao mesmo tempo.
  • 5:15 - 5:17
    É marca contra genérico,
  • 5:17 - 5:20
    mas é também não fazer nada
    contra fazer alguma coisa.
  • 5:20 - 5:22
    Portanto, perguntei:
    "Então porque não mudam?
  • 5:22 - 5:26
    "Porque não enviamos cartas a dizer:
    'Nós estamos a mudar para genéricos.
  • 5:26 - 5:28
    " 'Não precisa de fazer nada.'
  • 5:28 - 5:31
    " 'Se quiser ficar com os de marca,
    por favor, devolva a carta'."
  • 5:31 - 5:32
    (Risos)
  • 5:32 - 5:33
    Certo?
  • 5:33 - 5:35
    O que acham que aconteceu?
  • 5:36 - 5:39
    Advogados, advogados foi o que aconteceu.
  • 5:39 - 5:42
    (Risos)
  • 5:44 - 5:46
    Acontece que isto é ilegal.
  • 5:46 - 5:49
    (Risos)
  • 5:51 - 5:54
    Já agora, para uma troca de ideias
    e criatividade,
  • 5:54 - 5:57
    fazer coisas que são ilegais
    e imorais, está bem,
  • 5:57 - 6:00
    desde que estejam
    em fase de discussão.
  • 6:00 - 6:02
    (Risos)
  • 6:02 - 6:04
    Mas isto era a pureza da ideia,
  • 6:04 - 6:08
    porque, no plano inicial, era a marca
    que tinha o benefício da não-ação.
  • 6:08 - 6:09
    No meu plano ilegal e imoral,
  • 6:09 - 6:12
    eram os genéricos que tinham
    o benefício da não-ação.
  • 6:12 - 6:15
    Mas concordaram em dar às pessoas
    uma intersecção em T:
  • 6:15 - 6:17
    enviar às pessoas uma carta a dizer:
  • 6:17 - 6:18
    "Se não devolverem esta carta,
  • 6:18 - 6:21
    "seremos forçados
    a suspender o seu medicamento."
  • 6:21 - 6:25
    "Mas, se devolver a carta,
    pode escolher a marca a este preço,
  • 6:25 - 6:27
    "ou o genérico a este preço".
  • 6:27 - 6:29
    Agora, as pessoas tinham
    de tomar uma ação.
  • 6:29 - 6:31
    Estavam agora em pé de igualdade.
  • 6:31 - 6:33
    Nenhum deles tinha
    o benefício da não-ação.
  • 6:33 - 6:36
    Que percentagem pensam que mudou?
  • 6:36 - 6:38
    A vasta maioria mudou.
  • 6:38 - 6:40
    O que é que isso nos diz?
  • 6:40 - 6:42
    As pessoas gostam de genéricos,
    ou gostam de marcas?
  • 6:42 - 6:44
    Odiamos devolver cartas.
  • 6:44 - 6:46
    (Risos)
  • 6:46 - 6:51
    Esta é a história da fricção:
    pequenas coisas são importantes.
  • 6:51 - 6:55
    A fricção é agarrar
    no comportamento desejado e dizer:
  • 6:55 - 6:57
    "Onde é que temos demasiada fricção
  • 6:57 - 6:59
    "que desencoraja as pessoas a agir?"
  • 6:59 - 7:02
    Sempre que virem
    que o comportamento desejado
  • 7:02 - 7:04
    e o comportamento fácil
    não estão alinhados,
  • 7:04 - 7:06
    significa que queremos tentar ajustá-los.
  • 7:07 - 7:09
    Essa é a primeira parte.
    Falámos sobre a fricção.
  • 7:09 - 7:11
    Agora falemos sobre a motivação.
  • 7:11 - 7:12
    Neste estudo em particular,
  • 7:12 - 7:16
    tentámos levar pessoas muito pobres
    duma favela chamada Kibera, no Quénia,
  • 7:16 - 7:19
    a juntar algum dinheiro
    para os tempos mais difíceis.
  • 7:19 - 7:22
    Se forem muito, muito pobres,
    não têm dinheiro extra,
  • 7:22 - 7:23
    vivem sobrevivendo,
  • 7:23 - 7:26
    e de vez em quando,
    acontecem coisas más.
  • 7:26 - 7:30
    Quando algo mau acontece, não há
    dinheiro de parte, pede-se emprestado.
  • 7:30 - 7:36
    O povo de Kibera pode pedir emprestado,
    por vezes com 10% de juros por semana.
  • 7:36 - 7:39
    E depois, claro, é muito
    difícil sair disso.
  • 7:39 - 7:41
    Se vivem numa situação precária,
    algo mau acontece,
  • 7:41 - 7:44
    e pedem emprestado,
    as coisas pioram ainda mais.
  • 7:44 - 7:48
    Por isso, queremos que as pessoas guardem
    um pouco para os dias de necessidade.
  • 7:48 - 7:51
    E pensámos qual seria a motivação,
  • 7:51 - 7:53
    qual seria o estímulo que
    precisávamos de adicionar?
  • 7:53 - 7:55
    Tentámos todo o tipo de coisas.
  • 7:55 - 7:58
    A algumas pessoas, enviámos mensagens
    uma vez por semana a dizer:
  • 7:58 - 8:02
    "Por favor tente guardar 100 xelins"
    — cerca de um dólar — "esta semana."
  • 8:03 - 8:07
    A outras, enviámos a mensagem
    como se fosse escrita pelos filhos deles.
  • 8:07 - 8:11
    Assim, dizia: "Olá Mãe, olá Pai,
    aqui é o Joãozinho"
  • 8:11 - 8:13
    — qualquer que fosse o nome do miúdo —
  • 8:13 - 8:16
    "Tenta juntar 100 xelins esta semana
    para o futuro da nossa família".
  • 8:17 - 8:20
    Eu sou judeu e, por isso,
    um pouco de culpa sempre funciona.
  • 8:20 - 8:22
    (Risos)
  • 8:22 - 8:24
    Algumas pessoas ganhavam 10%.
  • 8:24 - 8:26
    "Junta até 100 xelins
    e nós damos-te os 10%."
  • 8:26 - 8:28
    Algumas pessoas ganhavam 20%.
  • 8:28 - 8:31
    Outras também ganhavam 10% e 20%,
  • 8:31 - 8:33
    mas conseguiram-no com aversão à perda.
  • 8:33 - 8:34
    O que é a aversão à perda?
  • 8:34 - 8:37
    Aversão à perda é a ideia
    de que detestamos mais perder
  • 8:37 - 8:39
    do que desfrutamos em ganhar.
  • 8:39 - 8:42
    Agora, pensem em alguém
    que está na situação dos 10%
  • 8:42 - 8:43
    e coloca 40 xelins.
  • 8:43 - 8:46
    Eles põem 40 xelins,
    nós damos mais quatro,
  • 8:46 - 8:47
    eles agradecem muito.
  • 8:47 - 8:49
    A pessoa desistiu de seis.
  • 8:49 - 8:51
    Eles podiam ter mais seis
    se dessem cem,
  • 8:51 - 8:53
    mas não veem isso.
  • 8:53 - 8:56
    Assim, criámos
    o que chamamos de pré-jogo.
  • 8:56 - 8:58
    Pusemos de lado 10 xelins
    no início da semana.
  • 8:58 - 9:00
    Dissemos: "Isto fica à tua espera!".
  • 9:00 - 9:03
    Então, se alguém põe 40 de lado,
    dizemos: "Oh, puseste 40,
  • 9:03 - 9:05
    "nós deixamos quatro,
    e retiramos seis."
  • 9:05 - 9:08
    Em ambos os casos, antes e após o jogo,
  • 9:08 - 9:10
    as pessoas recebem os 10%.
  • 9:10 - 9:12
    Mas no pré-jogo,
  • 9:12 - 9:14
    eles veem o dinheiro
    em que não tinham reparado
  • 9:14 - 9:16
    a sair das suas contas.
  • 9:16 - 9:19
    Assim, temos; mensagens,
    mensagem de miúdos, 10%, 20%,
  • 9:19 - 9:20
    pré-jogo, pós-jogo.
  • 9:20 - 9:22
    E nós ainda tínhamos outra situação.
  • 9:22 - 9:25
    Era uma moeda deste tamanho,
  • 9:25 - 9:27
    com 24 números escritos nela.
  • 9:27 - 9:31
    Pedimos-lhes para colocarem
    a moeda algures na sua cabana,
  • 9:31 - 9:34
    e todas as semanas, pegar numa faca
    e raspar o número dessa semana
  • 9:34 - 9:36
    — semana um, dois, três, quatro —
  • 9:36 - 9:39
    riscar com um sinal de menos,
    se não poupassem nada
  • 9:39 - 9:42
    e riscar para cima e para baixo
    se poupassem.
  • 9:42 - 9:43
    Agora, pensem:
  • 9:43 - 9:46
    Qual desses métodos acham
    que funcionou melhor?
  • 9:46 - 9:49
    As mensagens, as mensagens
    dos miúdos, os 10%, os 20%,
  • 9:49 - 9:51
    o início da semana,
    o final da semana, ou a moeda?
  • 9:51 - 9:54
    Vou dizer-vos o que a maioria
    das pessoas pensou.
  • 9:54 - 9:56
    Fizemos todos estes estudos de previsão,
  • 9:56 - 9:58
    em ambos os países — EUA e Quénia.
  • 9:58 - 10:00
    As pessoas pensaram que os 20%
    os levaria a muita ação,
  • 10:00 - 10:02
    os 10% menos,
  • 10:02 - 10:04
    o restante não faria nada
  • 10:04 - 10:07
    — miúdos, moedas, não interessava.
  • 10:07 - 10:10
    As pessoas pensam
    que a aversão à perda teria pouco efeito.
  • 10:11 - 10:13
    O que realmente aconteceu?
  • 10:13 - 10:15
    Enviar um lembrete uma vez por semana
  • 10:15 - 10:17
    ajuda imenso.
  • 10:17 - 10:18
    Boas notícias!
  • 10:18 - 10:21
    Este programa demorou seis meses.
    As pessoas esquecem-se.
  • 10:21 - 10:22
    Lembrar às pessoas é importante.
  • 10:22 - 10:25
    Os 10% no final da semana
    ajudou mais um pouco.
  • 10:25 - 10:27
    Os incentivos financeiros resultam.
  • 10:27 - 10:31
    Os 20% no fim da semana,
    tal como os 10%, não há diferença.
  • 10:31 - 10:34
    Os 10% no início da semana
    ajudam mais um pouco.
  • 10:34 - 10:36
    A aversão à perda funciona.
  • 10:36 - 10:38
    Os 20% no início da semana,
  • 10:38 - 10:41
    tal como os 10% no início
    da semana, não há diferença.
  • 10:41 - 10:44
    E a mensagem dos miúdos
    foi tão eficaz
  • 10:44 - 10:47
    como os 20% mais a aversão à perda,
  • 10:47 - 10:49
    o que é extraordinário.
  • 10:49 - 10:52
    É fantástico o quão motivador
    foram as mensagens dos miúdos.
  • 10:52 - 10:56
    Uma conclusão é que
    não usamos os miúdos o suficiente.
  • 10:56 - 10:58
    (Risos)
  • 10:58 - 11:03
    E, claro, não me refiro
    num sentido de trabalho infantil.
  • 11:04 - 11:06
    Mas, se pensarem
    nos pais e nos seus filhos,
  • 11:06 - 11:09
    somos o melhor que podemos
    para os nossos filhos,
  • 11:09 - 11:11
    e pensamos no futuro.
  • 11:11 - 11:12
    Eu acho que devíamos pensar
  • 11:12 - 11:15
    em como usar esta incrível
    fonte de motivação
  • 11:15 - 11:19
    para fazer com que os pais
    se comportem de uma forma melhor.
  • 11:19 - 11:22
    Mas a maior surpresa
    neste estudo foi a moeda.
  • 11:22 - 11:24
    A moeda basicamente
    duplicou as economias
  • 11:24 - 11:26
    em comparação com tudo o resto.
  • 11:26 - 11:29
    E a questão agora é: Porquê?
    O que havia na moeda?
  • 11:29 - 11:32
    Vou dizer-vos como comecei
    a pensar na moeda,
  • 11:32 - 11:33
    e depois voltaremos a esta questão.
  • 11:33 - 11:36
    Assim, quando pesquiso,
    por exemplo, comprar café,
  • 11:36 - 11:39
    não preciso de ir a lado nenhum.
    Posso sentar-me no meu escritório.
  • 11:39 - 11:41
    Comprei café suficiente.
    Sei como funciona.
  • 11:41 - 11:43
    Estou familiarizado com os detalhes.
  • 11:43 - 11:46
    Quando fazemos pesquisa
    num dos lugares mais pobres do mundo,
  • 11:46 - 11:48
    temos de ir e visitar,
    ver o que se está a passar
  • 11:48 - 11:51
    e ter alguma ideia
    sobre como o sistema funciona.
  • 11:52 - 11:53
    Naquele dia em particular,
  • 11:53 - 11:56
    estou num local chamado Soweto,
    na África do Sul,
  • 11:56 - 11:59
    e estou num sítio
    que vende seguros funerários.
  • 12:00 - 12:04
    Nos EUA as pessoas gastam
    quantias loucas de dinheiro em casamentos.
  • 12:04 - 12:06
    Na África do Sul, é nos funerais.
  • 12:06 - 12:11
    As pessoas gastam salários
    de um a dois anos, em funerais.
  • 12:12 - 12:14
    Eu estou nesse local
  • 12:15 - 12:20
    — já agora, antes de acharem que
    os sul-africanos são irracionais nisto,
  • 12:20 - 12:21
    só quero lembrar-vos
  • 12:21 - 12:24
    que gastar muito dinheiro em funerais
    em comparação com casamentos,
  • 12:24 - 12:27
    pelo menos, só terão de fazê-lo uma vez.
  • 12:27 - 12:30
    (Risos)
  • 12:36 - 12:41
    Então, estou naquele sítio
    que vende seguros funerários.
  • 12:41 - 12:45
    Aparece um homem com o seu filho
    — o seu filho com cerca de 12 anos —
  • 12:45 - 12:48
    e compra um seguro funerário
    para uma semana.
  • 12:49 - 12:51
    Isso cobrirá 90%
    das suas despesas funerárias
  • 12:51 - 12:54
    somente se morrer nos próximos sete dias.
  • 12:54 - 12:58
    Estas são pessoas muito pobres,
    compram pequenas quantidades de seguro
  • 12:58 - 13:00
    e pequenas quantidades
    de sabão, e tudo o resto.
  • 13:00 - 13:02
    E ele consegue esse certificado,
  • 13:02 - 13:04
    e numa forma muito cerimonial,
    oferece-o ao filho.
  • 13:04 - 13:08
    E ao dar ao filho, eu penso
    para mim mesmo, porquê a cerimónia?
  • 13:08 - 13:09
    O que está este pai a fazer?
  • 13:09 - 13:13
    Agora, pensem num chefe de família
    que decide naquele dia em particular
  • 13:13 - 13:16
    direcionar algum dinheiro
    em seguros ou em poupanças.
  • 13:17 - 13:19
    O que será que a família
    irá ver esta noite?
  • 13:20 - 13:22
    Eles irão ver menos.
  • 13:22 - 13:23
    Naquele nível de pobreza,
  • 13:23 - 13:26
    existirá menos comida,
    menos querosene, menos água,
  • 13:26 - 13:27
    algo menos esta noite.
  • 13:27 - 13:31
    O que o pai estava a fazer e o que
    a nossa moeda estava a tentar fazer
  • 13:31 - 13:33
    é dizer: "Sim, há menos
    comida em cima da mesa,
  • 13:33 - 13:35
    "mas existe outra atividade".
  • 13:36 - 13:40
    Vocês veem que o que aconteceu, foi que
    há atividades económicas importantes
  • 13:40 - 13:43
    tal como poupanças e seguros,
    que são invisíveis.
  • 13:43 - 13:46
    Agora a questão é:
    Como as tornamos visíveis?
  • 13:46 - 13:50
    Portanto, vamos voltar
    ao nosso modelo de foguetão.
  • 13:50 - 13:53
    Em primeiro lugar, temos
    de observar o sistema
  • 13:53 - 13:56
    e ver onde estão as pequenas coisas
    que podemos resolver, com a fricção,
  • 13:56 - 13:59
    onde é que podemos
    eliminar a fricção?
  • 13:59 - 14:03
    E a coisa seguinte que queremos fazer
    é pensar amplamente no sistema, e dizer:
  • 14:03 - 14:06
    "Que outras motivações
    podemos introduzir?"
  • 14:06 - 14:08
    Esse é um exercício muito mais difícil,
  • 14:08 - 14:11
    e nem sempre sabemos
    o que resultará melhor.
  • 14:11 - 14:13
    Será que vai ser o dinheiro?
    Poderá ser a aversão à perda?
  • 14:13 - 14:15
    Será algo que é visível?
  • 14:15 - 14:18
    Não sabemos, e teremos
    de tentar coisas diferentes.
  • 14:18 - 14:21
    Também temos de perceber que,
    às vezes, a nossa intuição nos engana.
  • 14:21 - 14:25
    Nem sempre sabemos, necessariamente,
    o que melhor funcionará.
  • 14:25 - 14:27
    Por isso, se pensarmos nesse fosso
  • 14:27 - 14:29
    entre onde poderíamos estar
    e onde estamos
  • 14:29 - 14:33
    é uma coisa muito triste
    ver esse fosso e pensar nele.
  • 14:33 - 14:36
    Mas as boas notícias são
    que há muita coisa que podemos fazer.
  • 14:36 - 14:39
    Algumas das mudanças são fáceis,
    outras são mais complexas.
  • 14:39 - 14:42
    Mas, se atacarmos
    cada problema diretamente,
  • 14:42 - 14:45
    não oferecendo apenas
    mais informação às pessoas,
  • 14:45 - 14:48
    mas tentando mudar a fricção,
    adicionando motivação,
  • 14:48 - 14:50
    acho que conseguimos.
  • 14:50 - 14:52
    Podemos eliminar o fosso? Não.
  • 14:52 - 14:54
    Mas podemos melhorar muito mais?
    Sim, absolutamente.
  • 14:55 - 14:56
    Muito obrigado.
  • 14:56 - 15:00
    (Aplausos)
Title:
Como mudar o nosso comportamento para melhor
Speaker:
Dan Ariely
Description:

Qual é a melhor forma para fazer as pessoas mudarem de comportamento? Nesta conversa divertida, cheia de informações, o psicólogo Dan Ariely explora o porquê de tomarmos más decisões, mesmo quando sabemos que não devemos tomá-las — e debate algumas dicas que poderão ajudar-nos a fazer a coisa certa (mesmo que seja pelas razões erradas).

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:13

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