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Como mudar seus hábitos para melhor

  • 0:01 - 0:02
    Olá!
  • 0:03 - 0:05
    Vocês devem ter notado
    que tenho meia barba.
  • 0:06 - 0:08
    E não é porque perdi uma aposta.
  • 0:08 - 0:11
    Muitos anos atrás,
    sofri queimaduras graves.
  • 0:11 - 0:13
    Tenho parte do corpo
    coberta por cicatrizes,
  • 0:13 - 0:15
    incluindo o lado direito de meu rosto.
  • 0:15 - 0:17
    Simplesmente não tenho pelos.
    Foi assim que aconteceu.
  • 0:17 - 0:20
    Parece simétrico, mas só quase.
  • 0:20 - 0:23
    Bem, agora que falei sobre pelos faciais,
  • 0:24 - 0:26
    vou passar às ciências sociais.
  • 0:26 - 0:32
    Em particular, quero que pensemos sobre
    até onde vai o potencial da humanidade
  • 0:32 - 0:34
    e o ponto em que estamos.
  • 0:34 - 0:36
    E, se pensarmos bem,
    há uma distância enorme
  • 0:36 - 0:39
    entre onde achamos que poderíamos
    estar e onde estamos,
  • 0:39 - 0:41
    e isso em todas as áreas possíveis.
  • 0:41 - 0:43
    Deixem-me perguntar:
  • 0:43 - 0:47
    quantos de vocês comeram mais
    do que acham que deveriam no mês passado?
  • 0:47 - 0:49
    De maneira geral. Certo.
  • 0:49 - 0:53
    Quantos de vocês acham que se exercitaram
    menos do que deveriam no mês passado?
  • 0:53 - 0:56
    Certo, e para quantos de vocês
    levantar a mão duas vezes
  • 0:56 - 0:59
    foi todo o exercício que fizeram hoje?
  • 0:59 - 1:01
    (Risos)
  • 1:02 - 1:05
    Quantos de vocês já enviaram
    mensagens enquanto dirigiam?
  • 1:06 - 1:10
    Certo, estão sendo honestos.
    Vamos testar a honestidade de vocês.
  • 1:10 - 1:12
    Quantos aqui no mês passado
  • 1:12 - 1:14
    não lavaram as mãos todas as vezes
    que foram ao banheiro?
  • 1:15 - 1:16
    (Risos)
  • 1:16 - 1:17
    Um pouco menos honesto.
  • 1:17 - 1:21
    A propósito, é interessante como admitimos
    enviar mensagens dirigindo,
  • 1:21 - 1:23
    mas é difícil dizer
    que não lavamos as mãos.
  • 1:23 - 1:25
    (Risos)
  • 1:25 - 1:27
    E vai por aí afora.
  • 1:27 - 1:29
    O problema é que há muitas coisas
  • 1:29 - 1:32
    que sabemos o que poderíamos fazer,
  • 1:32 - 1:35
    e poderíamos ser bem diferentes,
    mas agimos de modo bem distinto.
  • 1:35 - 1:37
    E quando pensamos
    em como preencher essa lacuna,
  • 1:37 - 1:40
    a resposta habitual é:
    "Basta falar às pessoas".
  • 1:40 - 1:43
    Por exemplo, falar que enviar
    mensagens ao dirigir é perigoso.
  • 1:43 - 1:46
    Sabiam que é perigoso?
    Deviam parar com isso.
  • 1:46 - 1:49
    Você diz às pessoas que algo
    é perigoso e elas vão parar.
  • 1:49 - 1:50
    Enviar mensagens ao dirigir é um exemplo.
  • 1:51 - 1:53
    Outro triste exemplo é que nos EUA
  • 1:53 - 1:57
    investimos entre US$ 700 milhões
    e US$ 800 milhões por ano
  • 1:57 - 1:59
    no que chamamos de "educação financeira".
  • 1:59 - 2:02
    E qual o resultado disso?
  • 2:02 - 2:06
    Há um estudo recente que analisou
    todas as pesquisas já conduzidas
  • 2:06 - 2:09
    sobre educação financeira,
    chamado metanálise.
  • 2:09 - 2:13
    Descobriram que quando ensinamos
    as pessoas sobre educação financeira,
  • 2:13 - 2:16
    elas aprendem e se lembram.
  • 2:16 - 2:19
    Mas elas põem isso em prática? Nem tanto.
  • 2:19 - 2:23
    A melhora é de 3% ou 4%
    imediatamente após o curso,
  • 2:23 - 2:25
    e depois diminui.
  • 2:25 - 2:26
    E no fim das contas,
  • 2:26 - 2:30
    a melhora é de cerca de 0,1%.
  • 2:30 - 2:34
    Não é 0%, mas é o mais
    humanamente perto de 0% possível.
  • 2:34 - 2:36
    (Risos)
  • 2:36 - 2:40
    E essa é a má notícia:
    dar informação às pessoas
  • 2:40 - 2:43
    talvez não seja a melhor receita
    para mudar hábitos.
  • 2:43 - 2:44
    E qual seria?
  • 2:44 - 2:47
    As ciências sociais
    tiveram grandes avanços,
  • 2:47 - 2:51
    e a ideia básica é que,
    se queremos mudar hábitos,
  • 2:51 - 2:53
    temos que mudar o ambiente.
  • 2:53 - 2:55
    O jeito certo não é mudar as pessoas,
  • 2:55 - 2:57
    e sim o ambiente.
  • 2:57 - 3:00
    Quero apresentar uma forma singela
    de pensar sobre isso,
  • 3:00 - 3:06
    mudando hábitos do mesmo modo que pensamos
    sobre mandar um foguete ao espaço
  • 3:06 - 3:09
    e, para isso, temos duas metas principais.
  • 3:09 - 3:12
    A primeira é reduzir a fricção.
  • 3:12 - 3:15
    Queremos que o foguete tenha
    o mínimo possível de fricção,
  • 3:15 - 3:17
    então ele é o mais aerodinâmico possível.
  • 3:17 - 3:21
    E a segunda é levar o máximo
    possível de combustível,
  • 3:21 - 3:25
    para lhe dar o máximo de impulso,
    a energia para executar a tarefa.
  • 3:25 - 3:28
    E mudança de hábitos é a mesma coisa.
  • 3:28 - 3:30
    Vou falar primeiro sobre a fricção.
  • 3:31 - 3:34
    Neste estudo de caso específico,
  • 3:34 - 3:37
    temos uma farmácia on-line.
  • 3:37 - 3:39
    Imagine que você vai ao médico.
  • 3:39 - 3:41
    Você tem uma doença crônica,
  • 3:41 - 3:44
    seu médico prescreve o remédio,
  • 3:44 - 3:46
    você se inscreve nesta farmácia on-line
  • 3:46 - 3:49
    e recebe o remédio
    pelo correio a cada 90 dias.
  • 3:49 - 3:52
    O remédio chega a cada três meses.
  • 3:52 - 3:56
    E esta farmácia on-line
    quer que as pessoas troquem
  • 3:56 - 3:58
    os remédios de marca por genéricos.
  • 3:59 - 4:04
    Eles mandam cartas aos clientes dizendo:
    "Pelo amor de Deus, mudem para genéricos.
  • 4:04 - 4:07
    Você vai economizar, nós também,
    e até mesmo o seu empregado".
  • 4:07 - 4:09
    E o que as pessoas fazem?
  • 4:09 - 4:10
    Nada!
  • 4:10 - 4:12
    Eles tentam de tudo e nada acontece.
  • 4:12 - 4:15
    Então eles fazem uma oferta
    fantástica por um ano.
  • 4:15 - 4:17
    Eles enviam uma carta dizendo:
  • 4:17 - 4:21
    "Se você mudar para genéricos agora,
    seu remédio será de graça por um ano".
  • 4:21 - 4:23
    De graça por um ano. Fabuloso!
  • 4:23 - 4:26
    Qual o percentual de pessoas
    vocês acham que mudaram?
  • 4:27 - 4:28
    Menos de 10%.
  • 4:29 - 4:31
    Nessa hora, eles aparecem
    no meu escritório.
  • 4:31 - 4:33
    E vêm para reclamar.
  • 4:34 - 4:35
    Por que me escolheram?
  • 4:35 - 4:38
    Escrevi alguns artigos
    sobre o "fascínio pelo grátis".
  • 4:38 - 4:41
    Nesses artigos, mostramos
    que se você reduz o preço de algo
  • 4:41 - 4:44
    digamos, de US$ 0,10
    para US$ 0,01, nada acontece.
  • 4:44 - 4:47
    Se reduz de US$ 0,01 para zero,
    aí as pessoas se empolgam.
  • 4:48 - 4:51
    E eles dizem: "Lemos artigos
    sobre o 'grátis' e demos o 'grátis'.
  • 4:51 - 4:54
    Não foi como esperávamos.
    O que está acontecendo?"
  • 4:54 - 4:57
    E eu disse: "Sabe, talvez seja
    uma questão de fricção".
  • 4:58 - 4:59
    E eles: "Como assim?"
  • 4:59 - 5:01
    E eu: "As pessoas começam com os de marca.
  • 5:01 - 5:03
    Eles não têm escolha
    e ficam com os de marca.
  • 5:04 - 5:07
    Para mudar para genéricos, eles têm
    que escolher entre genéricos e de marca,
  • 5:07 - 5:09
    mas também têm que fazer algo.
  • 5:09 - 5:11
    Elas têm que responder à carta".
  • 5:11 - 5:13
    Isso é o que chamamos
    de "fator de confusão":
  • 5:13 - 5:15
    duas coisas acontecem ao mesmo tempo.
  • 5:15 - 5:17
    São os de marca versus genéricos,
  • 5:17 - 5:20
    mas também é inércia versus ação.
  • 5:20 - 5:22
    E eu disse: "Por que não invertemos?
  • 5:22 - 5:26
    Que tal enviar uma carta dizendo:
    'Vamos mudar seu remédio para genérico.
  • 5:26 - 5:28
    Você não precisa fazer nada.
  • 5:28 - 5:31
    Mas se quiser ficar com os de marca,
    por favor, envie resposta'".
  • 5:31 - 5:32
    (Risos)
  • 5:32 - 5:33
    Certo?
  • 5:33 - 5:35
    O que acham que aconteceu?
  • 5:37 - 5:39
    Os advogados entraram em cena.
  • 5:39 - 5:41
    (Risos)
  • 5:44 - 5:46
    Acontece que isso é ilegal.
  • 5:46 - 5:48
    (Risos)
  • 5:51 - 5:54
    Num momento criativo e de troca de ideias,
  • 5:54 - 5:59
    tudo bem fazer coisas ilegais e imorais,
    mas só na fase de troca de ideias.
  • 5:59 - 6:01
    (Risos)
  • 6:02 - 6:04
    Mas aí está a inocência da ideia,
  • 6:04 - 6:08
    porque no cenário inicial os de marca
    tinham o benefício da inércia.
  • 6:08 - 6:12
    No meu cenário ilegal e imoral,
    os genéricos se beneficiavam da inércia.
  • 6:12 - 6:15
    Mas eles concordaram
    em oferecer uma terceira via.
  • 6:15 - 6:16
    Enviar uma carta dizendo:
  • 6:16 - 6:21
    "Se você não responder esta carta,
    seremos obrigados a parar as entregas.
  • 6:21 - 6:25
    Mas quando você responder,
    poderá escolher os de marca a tal preço,
  • 6:25 - 6:27
    ou genéricos a tal preço".
  • 6:27 - 6:29
    E assim as pessoas têm que decidir.
  • 6:29 - 6:31
    Ficaram em pé de igualdade, certo?
  • 6:31 - 6:33
    Ninguém tem o benefício da inércia.
  • 6:33 - 6:35
    Qual porcentagem acham que fez a troca?
  • 6:36 - 6:38
    A grande maioria trocou.
  • 6:38 - 6:42
    E o que isso nos diz: que gostamos
    dos genéricos ou dos remédios de marca?
  • 6:42 - 6:44
    Que odiamos responder cartas.
  • 6:44 - 6:46
    (Risos)
  • 6:46 - 6:51
    Eis a moral da história da fricção:
    pequenas coisas importam muito.
  • 6:51 - 6:54
    E fricção é sobre pegar o hábito desejado
  • 6:54 - 6:59
    e pensar: "Onde temos tanta fricção
    que isso desencoraja as pessoas a agir?"
  • 6:59 - 7:04
    E quando perceberem que o hábito desejado
    e o hábito fácil estão desalinhados,
  • 7:04 - 7:06
    significa que devemos tentar realinhá-los.
  • 7:07 - 7:08
    E foi-se a primeira parte.
  • 7:08 - 7:11
    Falei sobre fricção, passarei ao impulso.
  • 7:11 - 7:12
    Neste estudo específico,
  • 7:12 - 7:16
    incentivamos pessoas em um bairro pobre
    chamado Kibera, no Quênia,
  • 7:16 - 7:19
    a guardar algum dinheiro
    para os tempos difíceis.
  • 7:19 - 7:22
    Mas, se você é muito pobre,
    nunca sobra dinheiro,
  • 7:22 - 7:23
    você vive no sufoco
  • 7:23 - 7:26
    e, de vez em quando,
    coisas ruins acontecem.
  • 7:26 - 7:30
    E nessas horas, você não tem
    ao que recorrer, faz um empréstimo.
  • 7:30 - 7:36
    Em Kibera, as pessoas podem chegar
    a pagar até 10% de juros por semana.
  • 7:36 - 7:39
    E, claro, é muito difícil sair dessa.
  • 7:39 - 7:41
    Você vive no sufoco, algo ruim acontece,
  • 7:41 - 7:44
    faz um empréstimo,
    e as coisas pioram cada vez mais.
  • 7:44 - 7:48
    Pretendemos que as pessoas guardem
    algum dinheiro para tempos difíceis.
  • 7:48 - 7:51
    Pensamos sobre qual seria o impulso,
  • 7:51 - 7:53
    qual o combustível a ser adicionado?
  • 7:53 - 7:55
    E tentamos de tudo.
  • 7:55 - 7:58
    Para alguns, enviamos
    mensagens semanais dizendo:
  • 7:58 - 8:02
    "Por favor, tente guardar 100 shillings",
    cerca de US$ 1, "esta semana".
  • 8:03 - 8:07
    Para outros, enviamos mensagens
    como se fossem dos filhos deles.
  • 8:07 - 8:11
    Elas diziam: "Oi pai, oi mãe,
    aqui é o Joãozinho",
  • 8:11 - 8:13
    ou qualquer que fosse o nome,
  • 8:13 - 8:16
    "tente guardar 100 shillings esta semana
    para o futuro de nossa família".
  • 8:17 - 8:20
    Sou judeu e um pouco
    de culpa sempre funciona.
  • 8:20 - 8:22
    (Risos)
  • 8:22 - 8:23
    Para alguns dávamos 10%.
  • 8:23 - 8:26
    "Guarde até 100 shillings
    e te daremos 10%."
  • 8:26 - 8:28
    Para outros dávamos 20%.
  • 8:28 - 8:31
    Alguns até conseguiram 10% e 20%,
  • 8:31 - 8:33
    mas foi por aversão à perda.
  • 8:33 - 8:34
    O que é aversão à perda?
  • 8:34 - 8:39
    É a ideia de que odiamos perder
    mais do que gostamos de ganhar.
  • 8:39 - 8:41
    Pense em alguém que está com a taxa de 10%
  • 8:41 - 8:43
    e eles guardam 40 shillings.
  • 8:43 - 8:46
    Depositam 40 shillings,
    damos a eles mais 4,
  • 8:46 - 8:47
    e eles agradecem muito.
  • 8:47 - 8:49
    Aquela pessoa abre mão de seis.
  • 8:49 - 8:51
    Podiam receber mais 6 se depositassem 100,
  • 8:52 - 8:53
    mas não percebem.
  • 8:53 - 8:56
    Então criamos o que chamamos
    de pré-resultado.
  • 8:56 - 8:58
    Depositamos dez shillings
    no começo da semana.
  • 8:58 - 8:59
    E dizemos: "Está te esperando!"
  • 9:00 - 9:02
    E se alguém guarda 40 dizemos:
    "Ah! Você depositou 40;
  • 9:02 - 9:05
    deixaremos 4 e levaremos 6 embora".
  • 9:05 - 9:08
    Em ambos os casos, pré ou pós-resultado,
  • 9:08 - 9:10
    as pessoas recebem 10%.
  • 9:10 - 9:12
    Mas com o pré-resultado,
  • 9:12 - 9:15
    eles veem o dinheiro
    que deixaram ir embora.
  • 9:16 - 9:19
    Então temos nossas mensagens
    e as das crianças, 10%, 20%,
  • 9:19 - 9:20
    pré-resultado, pós-resultado.
  • 9:20 - 9:22
    E temos mais uma condição.
  • 9:22 - 9:27
    É uma moeda desse tamanho,
    com 24 números escritos nela.
  • 9:27 - 9:31
    Pedimos que eles coloquem
    a moeda em algum lugar da cabana
  • 9:31 - 9:34
    e a cada semana risquem com uma faca
    o número daquela semana;
  • 9:34 - 9:36
    semana um, dois, três, quatro:
  • 9:36 - 9:39
    risquem um sinal de menos
    quando não guardarem,
  • 9:39 - 9:41
    e risquem na vertical quando guardarem.
  • 9:42 - 9:43
    Agora, pensem um pouco.
  • 9:43 - 9:46
    Qual desses métodos vocês
    acham que funcionou melhor?
  • 9:46 - 9:49
    Nossas mensagens,
    as das crianças, 10%, 20%,
  • 9:49 - 9:51
    no começo da semana,
    no fim da semana, ou a moeda?
  • 9:51 - 9:54
    Vou dizer o que as pessoas
    em geral pensam.
  • 9:54 - 9:58
    Fizemos esses estudos de prognóstico,
    tanto nos EUA como no Quênia.
  • 9:58 - 10:01
    As pessoas acham que os 20%
    terão mais resultado,
  • 10:01 - 10:02
    os 10% um pouco menos,
  • 10:02 - 10:04
    e que o resto não dará em nada,
  • 10:04 - 10:06
    as crianças, a moeda, tanto faz.
  • 10:07 - 10:10
    Acham que a aversão à perda
    terá um pequeno impacto.
  • 10:11 - 10:12
    E o que aconteceu de fato?
  • 10:13 - 10:15
    Mandar uma mensagem semanalmente
  • 10:15 - 10:16
    ajudou muito.
  • 10:17 - 10:19
    Boa notícia! O programa durou seis meses.
  • 10:19 - 10:22
    Pessoas esquecem. Lembrá-las é ótimo.
  • 10:22 - 10:25
    Os 10% no fim da semana
    ajudaram um pouco mais.
  • 10:25 - 10:27
    Incentivos financeiros funcionam.
  • 10:27 - 10:31
    Os 20% no fim da semana,
    foi quase como os 10%, sem diferença.
  • 10:32 - 10:34
    Os 10% no início da semana
    ajudaram um pouco mais.
  • 10:34 - 10:36
    Aversão à perda funciona.
  • 10:36 - 10:38
    Os 20% no começo da semana,
  • 10:38 - 10:41
    não tiveram diferença
    para os 10% no início da semana.
  • 10:41 - 10:44
    E a mensagem das crianças foi tão efetiva
  • 10:44 - 10:47
    quanto os 20% somados
    com a aversão à perda.
  • 10:47 - 10:49
    O que é impressionante, não?
  • 10:49 - 10:52
    É incrível como as mensagens
    das crianças foram motivadoras.
  • 10:52 - 10:56
    E uma das conclusões é a de que
    não usamos as crianças o suficiente.
  • 10:56 - 10:58
    (Risos)
  • 11:00 - 11:03
    E, claro, não é no sentido
    de trabalho infantil.
  • 11:04 - 11:06
    Mas se pensarem nos pais e seus filhos,
  • 11:06 - 11:09
    fazemos o nosso melhor por nossos filhos,
  • 11:09 - 11:11
    e pensamos no futuro,
  • 11:11 - 11:12
    e penso que devíamos pensar
  • 11:12 - 11:15
    sobre como usar essa incrível
    fonte de motivação
  • 11:15 - 11:18
    para fazer os pais agirem
    de um jeito melhor.
  • 11:19 - 11:22
    Mas a grande surpresa
    do estudo foi a moeda.
  • 11:22 - 11:25
    Ela gerou o dobro de economias
    comparada com os outros métodos.
  • 11:26 - 11:28
    A pergunta é: por quê?
    O que tem essa moeda?
  • 11:29 - 11:33
    Vou contar como comecei a pensar
    na moeda, e voltarei a esse ponto.
  • 11:33 - 11:36
    Quando faço pesquisa sobre,
    sei lá, comprar café,
  • 11:36 - 11:38
    não preciso nem sair.
  • 11:38 - 11:41
    Fico no escritório, já comprei
    bastante café, sei bem como é.
  • 11:41 - 11:43
    Estou familiarizado com os detalhes.
  • 11:43 - 11:46
    Quando pesquisamos em um dos lugares
    mais pobres do mundo,
  • 11:46 - 11:52
    temos que ir lá e ver como são as coisas
    e ter um panorama de como tudo funciona.
  • 11:52 - 11:53
    E nessa ocasião,
  • 11:53 - 11:56
    eu estava num lugar chamado
    Soweto, na África do Sul,
  • 11:56 - 12:00
    sentado num local que vendia
    seguros de assistência funeral.
  • 12:00 - 12:04
    Sabe como nos EUA as pessoas
    gastam fortunas em casamentos?
  • 12:04 - 12:06
    Na África do Sul, é em funerais.
  • 12:06 - 12:11
    Pessoas gastam até dois anos
    de salário em funerais.
  • 12:12 - 12:15
    Sentei nesse lugar...
  • 12:15 - 12:20
    e antes que julguem os sul-africanos
    como irracionais por isso,
  • 12:20 - 12:21
    deixem-me lembrá-los
  • 12:21 - 12:24
    que ao gastar rios de dinheiro
    com funerais em vez de com casamentos,
  • 12:24 - 12:27
    pelo menos você sabe
    que será apenas uma vez.
  • 12:27 - 12:29
    (Risos)
  • 12:36 - 12:41
    Daí sentei naquele lugar que vendia
    seguros de assistência funeral.
  • 12:41 - 12:45
    E entrou um cara com o filho,
    que devia ter uns 12 anos,
  • 12:45 - 12:48
    e ele pagou o seguro de assistência
    funeral por uma semana.
  • 12:49 - 12:54
    Isso cobriria 90% das despesas do funeral
    só se ele morresse nos próximos sete dias.
  • 12:54 - 12:57
    Essas são pessoas muito pobres,
    que compram pequenas cotas de seguro
  • 12:57 - 12:59
    e pequenas porções de sabão e etc.
  • 12:59 - 13:01
    E ele pegou a apólice
  • 13:01 - 13:04
    e, de um jeito bem cerimonioso,
    a entregou ao filho.
  • 13:04 - 13:08
    E quando ele fez isso, pensei:
    "Por que tanta cerimônia?
  • 13:08 - 13:09
    O que esse pai está fazendo?"
  • 13:09 - 13:13
    Pensem no pai de família que decide,
    naquele dia em particular,
  • 13:13 - 13:16
    direcionar algum dinheiro
    para seguro ou poupança.
  • 13:17 - 13:19
    O que aquela família verá aquela noite?
  • 13:20 - 13:22
    Eles verão menos.
  • 13:22 - 13:25
    Nesse nível de pobreza,
    haverá menos comida, querosene, água,
  • 13:25 - 13:27
    alguma coisa a menos nessa noite.
  • 13:27 - 13:31
    E o que aquele pai estava fazendo,
    e o que nossa moeda tentava fazer,
  • 13:31 - 13:33
    é dizer, sim, há menos comida na mesa,
  • 13:33 - 13:35
    mas há outra operação.
  • 13:36 - 13:40
    Acontece que há muitas operações
    econômicas boas e importantes,
  • 13:40 - 13:42
    como poupança e seguros,
    que são invisíveis.
  • 13:43 - 13:45
    E a questão é: como torná-las visíveis?
  • 13:46 - 13:50
    Voltemos ao nosso exemplo do foguete.
  • 13:50 - 13:53
    Antes de tudo, devemos observar o sistema
  • 13:53 - 13:56
    e achar pequenas coisas que podemos
    melhorar, no que tange à fricção,
  • 13:56 - 13:59
    em quais pontos podemos remover a fricção?
  • 13:59 - 14:03
    Em seguida devemos pensar
    de modo abrangente sobre o sistema,
  • 14:03 - 14:06
    e dizer: "Quais outros
    impulsos podemos incluir?"
  • 14:06 - 14:08
    E esse é um exercício bem mais difícil,
  • 14:08 - 14:11
    pois nunca sabemos
    o que vai funcionar melhor.
  • 14:11 - 14:13
    Será o dinheiro? Será a aversão à perda?
  • 14:13 - 14:15
    Ou será algo mais visível?
  • 14:15 - 14:18
    Não sabemos, e temos
    que tentar coisas diferentes.
  • 14:18 - 14:21
    Também temos que perceber
    que nossa intuição às vezes nos engana.
  • 14:21 - 14:25
    Nem sempre saberemos
    o que funcionará melhor.
  • 14:25 - 14:27
    E se pensarmos sobre essa distância
  • 14:27 - 14:29
    entre o que poderíamos ser e o que somos,
  • 14:29 - 14:33
    é muito triste percebê-la e pensar nela.
  • 14:33 - 14:36
    A boa notícia é que há muito
    que podemos fazer.
  • 14:36 - 14:39
    Algumas mudanças são fáceis,
    outras são mais complexas.
  • 14:39 - 14:42
    Mas será que se atacarmos
    diretamente cada problema,
  • 14:42 - 14:45
    não apenas dando
    mais informação às pessoas,
  • 14:45 - 14:47
    mas tentando diminuir a fricção,
  • 14:47 - 14:49
    adicionar impulso,
  • 14:49 - 14:52
    podemos eliminar a distância? Não.
  • 14:52 - 14:53
    Mas podemos nos tornar bem melhores?
  • 14:53 - 14:55
    Certamente que sim.
  • 14:55 - 14:56
    Muito obrigado.
  • 14:56 - 14:58
    (Aplausos)
Title:
Como mudar seus hábitos para melhor
Speaker:
Dan Ariely
Description:

Qual é a melhor maneira de fazer as pessoas mudarem seus hábitos? Nesta palestra divertida e repleta de informações, o psicólogo Dan Ariely explora por que fazemos escolhas ruins, mesmo quando sabemos que não devíamos, e fala sobre alguns truques que podem nos levar a fazer a coisa certa (mesmo que seja pelo motivo errado).

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:13

Portuguese, Brazilian subtitles

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