Um relógio inteligente com IA que deteta convulsões
-
0:02 - 0:03Este é Henry,
-
0:03 - 0:05um rapazinho fofo.
-
0:05 - 0:07Quando Henry tinha três anos,
-
0:07 - 0:12a mãe dele viu-o a ter convulsões febris.
-
0:13 - 0:18Estas convulsões acontecem
quando alguém tem febre. -
0:18 - 0:20O médico disse:
-
0:20 - 0:23"Não se preocupe tanto,
isto costuma passar com a idade." -
0:24 - 0:27Quando Henry tinha quatro anos,
teve uma convulsão -
0:28 - 0:31daquelas que fazem sacudir o corpo
e perder a consciência, -
0:31 - 0:34uma convulsão generalizada tónico-clónica.
-
0:35 - 0:41Enquanto esperava
o diagnóstico de epilepsia, -
0:42 - 0:45um dia de manhã,
a mãe de Henry foi acordá-lo. -
0:45 - 0:48Quando entrou no quarto,
-
0:49 - 0:53encontrou o corpo de Henry
frio e sem vida. -
0:56 - 0:58Henry morreu de SUDEP,
-
0:58 - 1:01morte súbita inesperada em epilepsia.
-
1:02 - 1:05Estou curiosa para saber
se já ouviram falar de SUDEP. -
1:06 - 1:10Este é um público instruído
mas só vejo algumas mãos no ar. -
1:10 - 1:15Acontece quando uma pessoa epilética
mas, fora isso, saudável, morre -
1:15 - 1:18e não se consegue determinar
a razão numa autópsia. -
1:20 - 1:24Em cada sete a nove minutos,
morre alguém de SUDEP. -
1:24 - 1:27São cerca de duas SUDEP por TED Talk.
-
1:32 - 1:35Ora, um cérebro saudável
tem atividade elétrica. -
1:35 - 1:37Podem ver algumas ondas elétricas
-
1:37 - 1:40a saírem desta imagem de um cérebro.
-
1:40 - 1:44Estas ondas deviam parecer-se
com uma atividade elétrica normal -
1:44 - 1:47lidas por um EEG, a nível superficial.
-
1:47 - 1:51Quando se tem uma convulsão,
há uma atividade elétrica fora do comum, -
1:51 - 1:52e pode ser focal.
-
1:52 - 1:55Pode acontecer apenas
numa pequena parte do cérebro. -
1:55 - 1:58Quando isso acontece,
pode-se sentir uma sensação estranha. -
1:59 - 2:02Pode estar a acontecer a vários
membros da audiência agora -
2:02 - 2:04e a pessoa ao vosso lado
poderá nem notar. -
2:04 - 2:07No entanto, se for uma convulsão
-
2:07 - 2:10daquelas em que uma "fagulha"
pega fogo ao cérebro -
2:10 - 2:12e depois se generaliza,
-
2:12 - 2:16essa convulsão generalizada
faz perder a consciência -
2:16 - 2:18e faz sacudir o corpo.
-
2:19 - 2:23Acontecem mais SUDEPs
nos EUA todos os anos -
2:23 - 2:26do que síndromes de
morte súbita do lactente. -
2:26 - 2:29Ora, quantos de vós é que já
ouviram falar deste último? -
2:29 - 2:31Pois é, quase todos vocês
colocam a mão no ar. -
2:32 - 2:33O que se passa, então?
-
2:33 - 2:38Por que razão é que algo mais comum
é menos conhecido? -
2:38 - 2:41O que pode ser feito
para impedir uma SUDEP? -
2:41 - 2:43Existem duas coisas,
provadas cientificamente, -
2:43 - 2:47que ajudam a impedir
ou a reduzir o risco de SUDEP. -
2:47 - 2:50A primeira é: "Siga as instruções
do médico -
2:50 - 2:51"e tome a sua medicação."
-
2:51 - 2:54Dois terços das pessoas que têm epilepsia
-
2:54 - 2:56conseguem controlá-la com a medicação.
-
2:56 - 3:00A segunda coisa que reduz
o risco de SUDEP é a companhia. -
3:00 - 3:05É ter alguém presente
quando se tem uma convulsão. -
3:05 - 3:09O SUDEP, mesmo que a maioria
não tenha ouvido falar disto, -
3:09 - 3:14é a segunda maior causa
da possível perda de anos de vida -
3:14 - 3:17de todas as doenças neurológicas.
-
3:17 - 3:22O eixo vertical é o número de mortes
-
3:22 - 3:25vezes o número de anos de vida,
-
3:25 - 3:28portanto, maior quer dizer maior impacto.
-
3:29 - 3:32O SUDEP, ao contrário destes outros,
-
3:32 - 3:37pode ser evitado com a ajuda
das pessoas aqui presentes. -
3:38 - 3:45O que está Roz Picard,
investigadora de IA, aqui a fazer? -
3:45 - 3:47Não sou neurologista.
-
3:47 - 3:52Quando estava a trabalhar no Media Lab
na medição das emoções, -
3:52 - 3:55a tentar tornar as nossas máquinas
mais inteligentes quanto às emoções, -
3:55 - 3:58começámos a trabalhar
na medição do "stress". -
3:59 - 4:01Construímos muitos sensores
-
4:01 - 4:04que mediram o "stress"
de maneiras diferentes. -
4:04 - 4:06Um deles, em particular,
-
4:06 - 4:10surgiu deste trabalho antigo
a medir palmas das mãos suadas -
4:10 - 4:12com um sinal elétrico.
-
4:12 - 4:14É um sinal de condutância da pele
-
4:14 - 4:16que costuma aumentar
quando estamos nervosos, -
4:16 - 4:19mas descobriu-se que
também aumenta por outros motivos. -
4:19 - 4:22A medição com fios na mão
é pouco conveniente. -
4:22 - 4:26Por isso, inventámos outros meios
de fazê-lo no MIT Media Lab. -
4:26 - 4:28Com estes dispositivos portáteis,
-
4:28 - 4:33começámos a recolher os primeiros
dados clínicos 24 horas por dia. -
4:34 - 4:36Aqui está uma imagem que mostra como foi
-
4:36 - 4:43a primeira vez que um estudante
recolheu dados da condutância no pulso. -
4:43 - 4:46Vamos ampliar um pouco.
-
4:46 - 4:49O que estão a ver é
24 horas da esquerda para a direita, -
4:49 - 4:51e aqui estão dois dias de dados.
-
4:51 - 4:53Primeiro, o que nos surpreendeu
-
4:53 - 4:57foi que o sono foi
o maior pico de atividade do dia. -
4:57 - 4:59Isto soa-nos mal, certo?
-
4:59 - 5:03Estamos calmos durante o sono,
o que se passa aqui, então? -
5:03 - 5:05Descobrimos que
a nossa fisiologia durante o sono -
5:05 - 5:08é muito diferente da fisiologia
durante o resto do dia. -
5:08 - 5:10Apesar de ainda haver algum mistério
-
5:10 - 5:14sobre os picos de atividade
serem maiores durante o sono, -
5:14 - 5:17cremos que estão relacionados
com a consolidação da memória -
5:17 - 5:19e a formação da memória durante o sono.
-
5:20 - 5:23Vimos também coisas
que já eram esperadas. -
5:24 - 5:26Quando um estudante do MIT
trabalha no laboratório -
5:26 - 5:27ou faz trabalhos de casa,
-
5:28 - 5:32não há apenas "stress" emocional,
mas também uma carga cognitiva, -
5:32 - 5:36e descobriu-se que esta carga
e envolvimento mental, -
5:36 - 5:39a excitação sobre a aprendizagem,
-
5:39 - 5:42estas coisas também fazem
aumentar o sinal. -
5:43 - 5:47Infelizmente, para constrangimento
dos professores do MIT, -
5:47 - 5:48(Risos)
-
5:48 - 5:52o ponto mais baixo do dia
é a atividade da sala de aula. -
5:53 - 5:55Estou a mostrar-vos
os dados de uma só pessoa, -
5:55 - 5:58mas isto, infelizmente,
é verdade de modo geral. -
6:00 - 6:05Esta pulseira contém
um sensor de condutância da pele. -
6:05 - 6:10Um dia, um dos nossos estudantes
veio bater-me à porta, -
6:10 - 6:13mesmo no fim do semestre de dezembro.
-
6:13 - 6:15Ele disse: "Professora Picard,
-
6:15 - 6:18"pode-me emprestar uma
das suas pulseiras com sensores? -
6:18 - 6:21"O meu irmão mais novo é autista,
não consegue falar, -
6:21 - 6:24"e quero ver o que está
a causar-lhe 'stress'." -
6:25 - 6:27Eu disse: "Claro,
aliás, leva duas pulseiras." -
6:27 - 6:30pois avariavam-se com facilidade,
naquela altura. -
6:30 - 6:33Ele levou-as para casa,
colocou-as no irmão. -
6:33 - 6:36Ora, eu estava de volta ao MIT,
a observar os dados no portátil, -
6:36 - 6:39e no primeiro dia, pensei:
"Isto é estranho, -
6:39 - 6:42"Ele colocou-as nos dois pulsos
sem esperar que uma se avariasse. -
6:42 - 6:44"Tudo bem, não sigas
as minhas instruções." -
6:44 - 6:46Ainda bem que não o fez.
-
6:46 - 6:50No segundo dia - tudo calmo,
parecia atividade da sala de aula. -
6:51 - 6:53Uns dias mais adiante.
-
6:53 - 6:58No dia seguinte, um dos sinais
de pulso estava parado -
6:58 - 7:02e o outro tinha o maior
pico de atividade que já tinha visto. -
7:02 - 7:05Pensei: "O que se está a passar?
-
7:05 - 7:08"Já causámos 'stress' no MIT
a tantas pessoas, de tantas formas. -
7:09 - 7:11"Nunca tinha visto um pico deste tamanho."
-
7:12 - 7:14E era apenas num dos lados.
-
7:15 - 7:18Como é possível estar sob "stress"
apenas num dos lados do corpo? -
7:18 - 7:21Pensei que um ou os dois sensores
estivessem estragados. -
7:21 - 7:23Eu sou engenheira elétrica de formação,
-
7:23 - 7:26por isso comecei uma série de coisas
para descobrir a causa. -
7:26 - 7:29Resumindo, não consegui reproduzir aquilo.
-
7:29 - 7:32Por isso, optei por depurar,
à moda antiga. -
7:32 - 7:35Liguei para o estudante,
que estava em casa de férias. -
7:35 - 7:40"Olá, como está o teu irmão?
Que tal o Natal? -
7:40 - 7:43"Olha, tens alguma ideia
do que lhe aconteceu?" -
7:43 - 7:46Disse-lhe a data e a hora exata,
e dei-lhe os dados. -
7:46 - 7:50Ele disse: "Não sei, vou ver o diário."
-
7:51 - 7:54O diário?
Um estudante do MIT tem um diário? -
7:54 - 7:56Esperei e ele voltou.
-
7:56 - 7:57Ele tinha a data e a hora exata,
-
7:57 - 8:01e disse: "Isso aconteceu
mesmo antes de ele ter uma convulsão." -
8:03 - 8:06Na altura eu não sabia
nada sobre epilepsia, -
8:06 - 8:08e fiz uma série de pesquisas.
-
8:08 - 8:12Apercebi-me que o pai de um
dos estudantes era neurocirurgião -
8:12 - 8:14no Hospital Infantil de Boston,
-
8:14 - 8:16ganhei coragem e liguei
ao doutor Joe Madsen. -
8:16 - 8:19"Olá, doutor Madsen, sou Rosalind Picard.
-
8:19 - 8:22"É possível alguém ter
-
8:22 - 8:27"um aumento de atividade
no sistema nervoso simpático," -
8:27 - 8:29- que é o que leva à condutância da pele -
-
8:29 - 8:32"vinte minutos antes de
ter uma convulsão?" -
8:32 - 8:35Ele responde:
"Provavelmente não." -
8:36 - 8:37E diz: "É interessante.
-
8:37 - 8:40"Há pessoas que se arrepiam
apenas num dos braços -
8:40 - 8:42"vinte minutos antes
de terem uma convulsão." -
8:43 - 8:44E eu digo: "Num dos braços?"
-
8:45 - 8:47Não lhe quis dizer isso antes
-
8:47 - 8:49porque achava que era
demasiado ridículo. -
8:49 - 8:51Ele explicou como isso
podia acontecer no cérebro, -
8:51 - 8:53ficou interessado
e mostrámos-lhe os dados. -
8:53 - 8:56Criámos mais uns dispositivos,
com certificado de segurança. -
8:56 - 8:59Inscreveram-se 90 famílias num estudo,
-
8:59 - 9:02todas com crianças que
iriam ser monitorizadas 24 horas por dia -
9:02 - 9:05com EEG de padrão ouro na cabeça
-
9:05 - 9:07para ler a atividade cerebral,
-
9:07 - 9:09um vídeo para observar o comportamento,
-
9:09 - 9:12eletrocardiogramas - ECG,
e ainda EDA, atividade eletrodérmica, -
9:12 - 9:15para ver se existia algo nessa área
-
9:15 - 9:18que pudéssemos analisar,
relacionado com convulsões. -
9:18 - 9:25Observámos, em todos os casos,
no primeiro grupo de convulsões, -
9:25 - 9:28uma enorme quantidade de respostas
na condutância de pele. -
9:28 - 9:30O azul no meio, o sono do menino,
-
9:30 - 9:32normalmente é o maior pico do dia.
-
9:32 - 9:36Estas três convulsões aqui
destacam-se na "floresta" -
9:36 - 9:38como árvores gigantes.
-
9:39 - 9:43Além disso, quando juntamos
a condutância da pele -
9:43 - 9:46ao movimento do pulso
-
9:46 - 9:51recebem-se muitos dados
e aprendizagem automática e IA, -
9:51 - 9:56pode-se construir uma IA automatizada
que deteta estes padrões -
9:56 - 10:00de maneira mais eficaz
do que um detetor de movimento. -
10:00 - 10:04Por isso, percebemos que
precisávamos de aprofundar isto. -
10:04 - 10:07Com o trabalho de doutoramento
de Ming-Zher Poh -
10:07 - 10:10e depois com melhorias da Empatica,
-
10:10 - 10:14este projeto melhorou e a despistagem
de convulsões é mais exata. -
10:14 - 10:17Ainda aprendemos outras coisas
sobre SUDEP durante o estudo. -
10:17 - 10:20Uma das coisas que aprendemos
é que o SUDEP, -
10:20 - 10:23apesar de ser raro depois
de uma convulsão tónico-clónica, -
10:23 - 10:26é mais provável acontecer
depois de uma convulsão destas. -
10:26 - 10:29Quando acontece, não é durante a convulsão
-
10:29 - 10:32nem imediatamente a seguir à mesma,
-
10:32 - 10:34mas na fase imediatamente a seguir,
-
10:34 - 10:37quando a pessoa parece estar
muito quieta e sossegada, -
10:37 - 10:42pode entrar noutra fase,
na qual deixa de respirar, -
10:42 - 10:45e depois de deixar de respirar,
o coração para. -
10:45 - 10:48Portanto, há algum tempo
para alguém acudir. -
10:48 - 10:53Aprendemos também que há no cérebro
uma região chamada amígdala, -
10:53 - 10:56que tínhamos estado a estudar
na investigação das emoções. -
10:56 - 10:58Temos duas amígdalas.
-
10:58 - 10:59Se for estimulada a da direita,
-
10:59 - 11:02há uma grande resposta
na condutância da pele. -
11:02 - 11:06Ora, temos de marcar logo
uma craniotomia para fazer isto, -
11:06 - 11:09algo que não fazemos
propriamente de boa vontade, -
11:09 - 11:12mas causa uma grande resposta
na condutância da pele. -
11:12 - 11:16Se estimularmos a da esquerda,
há uma resposta na palma da mão. -
11:16 - 11:20Além disso, quando a amígdala
é estimulada, -
11:20 - 11:23enquanto estamos sentados
a trabalhar, por exemplo, -
11:23 - 11:25não mostramos sinais de desconforto,
-
11:26 - 11:28mas deixamos de respirar
-
11:28 - 11:32e só voltamos a respirar
se alguém nos estimular. -
11:33 - 11:34"Ei, Roz, estás aí?"
-
11:34 - 11:37Abrimos a boca para falar.
-
11:37 - 11:39Conforme respiramos para falar,
-
11:39 - 11:41começamos a respirar de novo.
-
11:43 - 11:46Tínhamos começado
a trabalhar no "stress", -
11:46 - 11:49e tínhamos construído
uma série de sensores -
11:49 - 11:51que estavam a recolher dados
com boa qualidade. -
11:51 - 11:53Podíamos sair do laboratório
e levar isto para fora, -
11:53 - 11:56encontrámos acidentalmente
muitas respostas com a convulsão, -
11:56 - 11:59uma atividade neurológica
que estava a causar uma resposta -
11:59 - 12:01maior que os fatores
de "sress" tradicionais; -
12:01 - 12:03muitas parcerias com hospitais,
-
12:03 - 12:05uma unidade de monitorização de epilepsia,
-
12:05 - 12:07no Hospital Infantil
de Boston e de Brigham, -
12:07 - 12:10juntamente com
aprendizagem automática e IA -
12:10 - 12:13para recolher ainda mais dados
-
12:13 - 12:15para tentar compreender
estes acontecimentos -
12:15 - 12:18e para tentar evitar o SUDEP.
-
12:18 - 12:22É agora comercializado pela Empatica,
-
12:22 - 12:24uma empresa "start-up"
da qual sou cofundadora, -
12:25 - 12:29cuja equipa fez um trabalho incrível
para melhorar a tecnologia -
12:29 - 12:31de modo a criar um elegante sensor
-
12:31 - 12:34que não só diz as horas e os passos,
o sono e todas essas coisas, -
12:34 - 12:38mas é também uma máquina
de aprendizagem em tempo real -
12:38 - 12:40que deteta convulsões
tónico-clónicas generalizadas -
12:40 - 12:42e envia uma mensagem de alerta
-
12:42 - 12:45no caso de convulsões
e perda de consciência. -
12:46 - 12:48Acabou de ser aprovado pela FDA
-
12:48 - 12:53como o primeiro relógio inteligente
com certificação em neurologia. -
12:54 - 12:58(Aplausos)
-
13:03 - 13:06O próximo "slide" fez aumentar
a minha condutância da pele. -
13:07 - 13:09Uma manhã, estou a ver o meu "email",
-
13:09 - 13:11e vejo a história de uma mãe
-
13:11 - 13:13que disse que estava a tomar banho,
-
13:13 - 13:15e tinha o telefone
na bancada, perto dela, -
13:15 - 13:18e disse que a filha podia precisar de ajuda.
-
13:18 - 13:21Sai do banho e vai a correr
ao quarto da filha, -
13:21 - 13:25que está na cama, de barriga para baixo,
azulada e sem respirar. -
13:25 - 13:29Ela vira-a - estimulação humana -
-
13:29 - 13:32e a filha respira, e volta a respirar,
-
13:32 - 13:36volta a ganhar cor e fica bem.
-
13:38 - 13:41Acho que eu é que fiquei pálida
a ler este "email". -
13:41 - 13:43O que eu disse logo foi:
"Não é perfeito. -
13:43 - 13:45"O Bluetooth ou a bateria
podem não funcionar. -
13:45 - 13:48"Estas coisas podem correr mal.
Não se fiem nisto." -
13:48 - 13:51Ela disse: "Não faz mal.
Nenhuma tecnologia é perfeita. -
13:51 - 13:54"Ninguém pode estar sempre presente.
-
13:55 - 13:59"Mas este dispositivo,
juntamente com IA, -
13:59 - 14:02"permitiu-me chegar lá a tempo
de salvar a vida da minha filha." -
14:06 - 14:08Tenho estado a falar só em crianças,
-
14:08 - 14:13mas o SUDEP culmina em pessoas
na casa dos 20, 30 e 40 anos. -
14:14 - 14:15A próxima coisa que vou dizer
-
14:15 - 14:18provavelmente irá deixar
muita gente desconfortável, -
14:18 - 14:20mas é menos desconfortável
do que ficaremos -
14:20 - 14:24se esta lista incluísse pessoas
que vocês conhecem -
14:24 - 14:27Isto poderia acontecer
a alguém que conhecem? -
14:27 - 14:30A razão por que faço esta
pergunta desconfortável -
14:30 - 14:35é porque uma em cada 26 pessoas
irá ter epilepsia a certa altura, -
14:35 - 14:37e pelo que tenho percebido,
-
14:37 - 14:40pessoas com epilepsia muitas vezes
não dizem a amigos nem vizinhos -
14:41 - 14:42que têm epilepsia.
-
14:42 - 14:47Por isso, se estão dispostos
a deixá-las usar uma IA ou o que for -
14:47 - 14:51para vos chamarem num possível
momento de necessidade, -
14:51 - 14:53se lhes disserem que estão dispostos,
-
14:53 - 14:55podem fazer a diferença na vida delas.
-
14:56 - 14:59Para quê trabalhar arduamente
para construir IAs? -
15:00 - 15:01Dou-vos algumas razões:
-
15:02 - 15:04Uma delas é Natasha,
a menina que sobreviveu. -
15:04 - 15:07A família dela queria que
soubessem o seu nome. -
15:07 - 15:09Outra razão é a família dela
-
15:09 - 15:11e as pessoas maravilhosas
-
15:11 - 15:14que querem apoiar as pessoas
que têm certas doenças -
15:14 - 15:17que não se sentem à vontade
para contar às outras pessoas. -
15:18 - 15:20A outra razão são todos vocês,
-
15:20 - 15:25pois temos a oportunidade
de modelar o futuro da IA. -
15:25 - 15:28Podemos realmente mudá-lo,
-
15:28 - 15:30porque somos nós
que o estamos a construir. -
15:30 - 15:32Por isso, vamos construir IA
-
15:32 - 15:35que melhore a vida de todos.
-
15:36 - 15:37Obrigada.
-
15:37 - 15:41(Aplausos)
- Title:
- Um relógio inteligente com IA que deteta convulsões
- Speaker:
- Rosalind Picard
- Description:
-
Todos os anos em todo o mundo, mais de 50 mil pessoas epiléticas mas, fora isso, saudáveis, morrem subitamente - com um síndrome chamado SUDEP (morte súbita inesperada em epilepsia). Estas mortes podem ser evitadas, afirma Rosalind Picard, investigadora de inteligência artificial. Aprendam como Picard ajudou a criar um relógio inteligente inovador que pode detetar convulsões epiléticas à medida que estas ocorrem e enviar alertas para os entes queridos próximos para que possam chegar a tempo de ajudar.
Esta palestra foi feita num evento TEDx, organizado de forma independente por uma comunidade local mas usando o formato das Conferências TED. Saiba mais em: http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:54
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for An AI smartwatch that detects seizures | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for An AI smartwatch that detects seizures | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for An AI smartwatch that detects seizures | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for An AI smartwatch that detects seizures | ||
Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for An AI smartwatch that detects seizures | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for An AI smartwatch that detects seizures | ||
Raquel Espada edited Portuguese subtitles for An AI smartwatch that detects seizures | ||
Raquel Espada edited Portuguese subtitles for An AI smartwatch that detects seizures |