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Por que a fofoca começa e se espalha no trabalho | Joe Mull | TEDxStripDistrict

  • 0:03 - 0:06
    Quando meu filho Miles
    tinha três anos, ele se apaixonou.
  • 0:07 - 0:10
    O objeto da paixão dele
    era uma brincadeira:
  • 0:11 - 0:12
    esconde-esconde.
  • 0:12 - 0:15
    Embora eu ame demais o Miles,
    preciso admitir pra vocês
  • 0:15 - 0:17
    que ele era muito ruim nisso.
  • 0:17 - 0:18
    (Risos)
  • 0:18 - 0:22
    Primeiro, porque ele contava
    onde ia se esconder.
  • 0:22 - 0:26
    Ele dizia: "Papai, você conta até dez,
    e eu me escondo aqui".
  • 0:26 - 0:27
    (Risos)
  • 0:27 - 0:30
    A segunda razão de ele ser
    tão ruim no esconde-esconde
  • 0:30 - 0:33
    é que, depois de achar
    um lugar pra se esconder,
  • 0:33 - 0:35
    ele se escondia
  • 0:35 - 0:38
    e ficava rindo o tempo todo
    no esconderijo.
  • 0:38 - 0:39
    (Risos)
  • 0:39 - 0:43
    Bom, se você brinca de esconde-esconde
    e fica fazendo barulho sem parar,
  • 0:43 - 0:44
    você simplesmente é ruim.
  • 0:44 - 0:45
    (Risos)
  • 0:45 - 0:48
    E a terceira razão de ele ser
    ruim no esconde-esconde
  • 0:48 - 0:51
    é por causa do que acontecia
    depois da contagem.
  • 0:51 - 0:54
    Ele saía pra se esconder,
    eu apoiava o rosto na parede...
  • 0:54 - 0:56
    e vocês sabem como funciona, né?
  • 0:56 - 1:00
    "... 6, 7, 8, 9, 10! Posso ir?"
  • 1:00 - 1:01
    (Plateia) Lá vou eu!
  • 1:01 - 1:03
    "Pode vir!"
  • 1:03 - 1:04
    (Risos)
  • 1:08 - 1:11
    Certa noite, antes de dormir,
    estávamos brincando de esconde-esconde.
  • 1:11 - 1:14
    Ele se escondeu no quarto da irmã
    enquanto eu contava.
  • 1:14 - 1:16
    Passei pelo corredor procurando por ele
  • 1:16 - 1:18
    e entrei no quarto da irmã dele,
  • 1:18 - 1:21
    e o que vi diante de mim
    me deu vontade de rir.
  • 1:21 - 1:25
    Fiquei muito feliz na hora
    por estar com meu celular no bolso
  • 1:25 - 1:27
    porque peguei o celular e bati uma foto.
  • 1:27 - 1:29
    Vou mostrar a vocês a foto agora,
  • 1:29 - 1:31
    e quero que olhem bem pra ela.
  • 1:31 - 1:33
    Me desculpem, ela está
    meio escura e desfocada,
  • 1:33 - 1:36
    mas vejam se conseguem achar o Miles.
  • 1:37 - 1:39
    (Risos)
  • 1:44 - 1:45
    Eu disse que ele era ruim.
  • 1:45 - 1:47
    (Risos)
  • 1:47 - 1:50
    Se não perceberam, ele está deitado
    no enorme unicórnio rosa da irmã
  • 1:50 - 1:54
    com um travesseiro das princesas
    da Disney sobre o rosto...
  • 1:54 - 1:56
    Quantos aqui têm filhos?
  • 1:57 - 2:00
    E já viram algo assim antes? Já?
  • 2:00 - 2:02
    Então sabem o que está acontecendo aqui.
  • 2:02 - 2:04
    Miles acredita que...?
  • 2:04 - 2:09
    Que, como ele não consegue me ver,
    eu também não vou conseguir vê-lo.
  • 2:09 - 2:10
    Se você tiver filhos,
  • 2:10 - 2:14
    você sabe que ele vai melhorar
    conforme for crescendo, né?
  • 2:15 - 2:16
    Bem...
  • 2:16 - 2:17
    (RIsos)
  • 2:17 - 2:20
    Na verdade, só em parte.
  • 2:20 - 2:21
    Na verdade,
  • 2:21 - 2:25
    Miles vai acabar
    desenvolvendo a capacidade
  • 2:25 - 2:28
    de ver as coisas a partir
    da perspectiva do outro,
  • 2:28 - 2:31
    pelo menos no que tange
    ao fisicamente visível.
  • 2:31 - 2:32
    Mas será realmente difícil para ele
  • 2:32 - 2:36
    ver as coisas sob o ponto
    de vista do outro
  • 2:36 - 2:38
    no sentido de entender por que
    o outro diz o que diz
  • 2:38 - 2:40
    e faz o que faz.
  • 2:40 - 2:44
    Acontece que, quando adultos,
    deixamos muito a desejar nesse aspecto.
  • 2:44 - 2:45
    Quase nunca fazemos isso.
  • 2:45 - 2:47
    E não somos bons nisso.
  • 2:47 - 2:53
    E isso tem tudo a ver com por que a fofoca
    começa e se espalha no trabalho.
  • 2:53 - 2:57
    Bem, vou falar um pouco
    sobre a psicologia por trás disso,
  • 2:57 - 2:59
    mas antes quero falar
    sobre o que ocorre no trabalho
  • 2:59 - 3:03
    quando uma pessoa está
    um pouco incomodada com outra.
  • 3:03 - 3:06
    Ah, e pra ser justo com o Miles,
  • 3:06 - 3:10
    devo dizer que ele não é o único filho
    que não sabia brincar de esconde-esconde.
  • 3:10 - 3:13
    A irmã mais velha dele, Lilly,
    também não era lá essas coisas.
  • 3:13 - 3:15
    (Risos)
  • 3:18 - 3:21
    Vamos falar sobre
    o que acontece no trabalho
  • 3:21 - 3:26
    quando uma pessoa fica aborrecida
    por algo dito ou feito por outra.
  • 3:26 - 3:28
    Quando o funcionário A
  • 3:28 - 3:33
    fica aborrecido ou incomodado com algo
    dito ou feito pelo funcionário B,
  • 3:33 - 3:37
    será que o funcionário A
    procura o funcionário B e diz:
  • 3:37 - 3:38
    "Com licença..."
  • 3:38 - 3:39
    (Risos)
  • 3:39 - 3:41
    "Aconteceu isso,
  • 3:41 - 3:43
    estou meio incomodado.
  • 3:43 - 3:46
    Vamos sentar pra conversar, como adultos?"
  • 3:46 - 3:48
    É assim onde vocês trabalham?
  • 3:48 - 3:49
    (Plateia) Não.
  • 3:49 - 3:51
    O que o funcionário A faz em vez disso?
  • 3:52 - 3:56
    Procura outro funcionário,
    liga pra um amigo... isso mesmo.
  • 3:56 - 4:01
    Ele procura um colega,
    um amigo, um confidente,
  • 4:01 - 4:03
    e diz: "Ei, quero te contar uma coisa".
  • 4:03 - 4:06
    Bem, para os fins educativos de hoje,
  • 4:06 - 4:10
    vamos fingir que essas pessoas
    trabalham juntas num consultório médico.
  • 4:10 - 4:14
    A funcionária A procura uma colega
    e diz: "Ei, quero te contar uma coisa.
  • 4:14 - 4:19
    Acredita que atendi
    14 pacientes hoje de manhã,
  • 4:19 - 4:22
    e aquela ali só atendeu 3?
  • 4:22 - 4:25
    Não sei qual é a dela,
    mas não aguento mais ela".
  • 4:26 - 4:28
    Agora, vejam só que interessante:
  • 4:28 - 4:33
    a outra pessoa quase sempre
    tem a mesma reação,
  • 4:33 - 4:36
    independentemente
    da empresa em que trabalhe,
  • 4:36 - 4:37
    do cargo que exerça,
  • 4:37 - 4:40
    ou da natureza da queixa
    que acabou de ouvir.
  • 4:40 - 4:41
    Quase sempre,
  • 4:41 - 4:44
    quando o funcionário A procura um amigo,
    um companheiro no trabalho,
  • 4:44 - 4:46
    ele diz: "Ouve só isso",
  • 4:46 - 4:50
    a outra pessoa ouve a queixa,
    entra na onda e diz:
  • 4:50 - 4:53
    "Tô sabendo!"
  • 4:53 - 4:54
    (Risos)
  • 4:54 - 4:56
    "Ela também fez isso comigo
    semana passada!"
  • 4:56 - 4:58
    "Ahã." "Ahã." Ahã."
  • 4:58 - 4:59
    Aí, de repente,
  • 4:59 - 5:03
    surge um pequeno triângulo do drama.
  • 5:03 - 5:07
    É assim que o drama tem início
    no ambiente de trabalho.
  • 5:07 - 5:11
    Para deixar claro, não estou usando
    o termo "triângulo do drama" como ironia.
  • 5:11 - 5:13
    Trata-se de um padrão
    de comportamento humano
  • 5:13 - 5:15
    que existe há décadas,
  • 5:15 - 5:17
    e foi demonstrado no fim dos anos 60
  • 5:17 - 5:19
    por um psicoterapeuta
    chamado Stephen Karpman.
  • 5:19 - 5:24
    Ao publicar seu trabalho,
    ele o chamou de "Triângulo do Drama".
  • 5:24 - 5:29
    Esses tipos de padrão de comportamento
    não ocorrem apenas no trabalho,
  • 5:29 - 5:31
    mas em grupos de todas formas e tamanhos.
  • 5:31 - 5:34
    Se você vai à igreja, acontece lá.
  • 5:34 - 5:37
    No bairro onde você mora também acontece.
  • 5:37 - 5:39
    Acontece até dentro
    da sua própria família.
  • 5:39 - 5:40
    Seja sincero:
  • 5:40 - 5:42
    quando você fica chateado com sua mãe,
  • 5:42 - 5:45
    você liga pra ela ou pra sua irmã?
  • 5:45 - 5:47
    (Risos)
  • 5:47 - 5:49
    "Olha, cansei da mamãe. Fale com ela."
  • 5:49 - 5:50
    (Risos)
  • 5:52 - 5:55
    E esse padrão de comportamento
    é tão previsível e comum
  • 5:55 - 5:57
    que esses personagens têm nome.
  • 5:57 - 6:00
    Chamamos o funcionário A de "A Vítima".
  • 6:00 - 6:02
    É assim que ele se enxerga.
  • 6:02 - 6:06
    "Estou sendo injustiçado
    de alguma forma pelo funcionário B."
  • 6:06 - 6:09
    A outra pessoa é chamada
    de "O Socorrista".
  • 6:09 - 6:11
    É assim que ela se enxerga.
  • 6:11 - 6:15
    "Meu colega precisa de mim,
    da minha ajuda, conselho, opinião.
  • 6:15 - 6:18
    Ele precisa que eu o ouça e o apoie."
  • 6:18 - 6:20
    E isso é bobagem.
  • 6:20 - 6:22
    Ela só está ali por dois motivos.
  • 6:22 - 6:26
    Primeiro, é legal quando te incluem
    e te contam uma fofoca
  • 6:26 - 6:27
    e, segundo:
  • 6:27 - 6:30
    "Eu meio que fico contente
    por não ser eu o objeto da fofoca".
  • 6:30 - 6:34
    Aí, chamamos a terceira pessoa
    de "O Perseguidor".
  • 6:34 - 6:36
    E me perdoem pela caligrafia,
  • 6:36 - 6:41
    mas é assim que essa pessoa é vista
    pelos outros nesse triângulo do drama.
  • 6:41 - 6:44
    É uma pessoa má, de mau caráter,
  • 6:44 - 6:46
    que faz escolhas ruins.
  • 6:46 - 6:49
    Bem, os triângulos do drama
    se formam por duas razões.
  • 6:49 - 6:54
    A mais fácil de entender
    é que eles são simplesmente mais fáceis.
  • 6:55 - 6:58
    Quase sempre é mais fácil
    para o funcionário A
  • 6:58 - 7:00
    buscar o conforto da validação dos outros
  • 7:00 - 7:04
    do que entrar no desconforto do confronto.
  • 7:04 - 7:06
    É mais fácil achar alguém
    que diga que você tem razão
  • 7:06 - 7:08
    do que ter uma conversa desconfortável
  • 7:08 - 7:11
    em que talvez você
    possa estar errado ou parecer tolo.
  • 7:11 - 7:14
    Mas, na verdade, tem muito
    mais coisa acontecendo aqui,
  • 7:14 - 7:19
    que ocorre antes de qualquer
    um neste padrão procurar alguém.
  • 7:19 - 7:23
    Na verdade, nosso cérebro
    pega alguns atalhos
  • 7:23 - 7:27
    que nos levam a esse padrão
    de comportamento previsível
  • 7:27 - 7:31
    sem que nem sequer percebamos
    que isso aconteceu.
  • 7:31 - 7:33
    Vou dar um exemplo.
  • 7:33 - 7:37
    O que você acha de uma pessoa
    que chega atrasada no trabalho?
  • 7:39 - 7:40
    "Preguiçoso." "Não está nem aí."
  • 7:41 - 7:43
    "Egoísta."
  • 7:43 - 7:45
    Vejam só as repostas que surgem.
  • 7:45 - 7:47
    Quando faço essa pergunta em oficinas
  • 7:47 - 7:50
    ou em trabalhos de desenvolvimento
    de equipes em empresas,
  • 7:50 - 7:54
    as respostas que surgem a essa pergunta
  • 7:54 - 7:57
    são praticamente uma lista
    de falhas de caráter.
  • 7:57 - 8:00
    "Preguiçoso". "Não veste a camisa."
    "Não está nem aí." "Desorganizado".
  • 8:00 - 8:03
    São versões de: "Ele não fez
    o que tinha que fazer
  • 8:03 - 8:06
    pra estar onde tinha que estar
    na hora em que tinha que estar".
  • 8:06 - 8:08
    Mas e quando é você que chega atrasado?
  • 8:09 - 8:11
    Aí qual é o motivo?
  • 8:12 - 8:14
    O trânsito?
    (Risos)
  • 8:14 - 8:16
    Seja qual for a razão,
    é uma das boas, não?
  • 8:16 - 8:17
    (Risos)
  • 8:18 - 8:20
    A verdade é que somos programados
  • 8:20 - 8:24
    para julgar a nós mesmos
    de forma mais favorável que aos outros.
  • 8:24 - 8:27
    São atalhos que nosso cérebro
    toma todos os dias,
  • 8:27 - 8:31
    vieses que nosso cérebro tem a nosso favor
  • 8:32 - 8:35
    e contra todos os demais.
  • 8:35 - 8:38
    O primeiro deles, que quero salientar
    e que leva à fofoca no trabalho,
  • 8:38 - 8:40
    chama-se "o viés
    da superioridade ilusória".
  • 8:40 - 8:44
    Não preciso que se lembrem do nome;
    só que saibam o que significa.
  • 8:44 - 8:48
    Somos programados para inflar
    e superestimar nossos talentos,
  • 8:48 - 8:51
    capacidades, julgamento.
  • 8:51 - 8:54
    O exemplo mais conhecido disso
    é um estudo feito com motoristas,
  • 8:54 - 8:58
    em que lhes foi pedido que avaliassem
    sua própria habilidade ao volante.
  • 8:58 - 9:03
    E sabem que 93% deles
    se avaliaram como acima da média?
  • 9:03 - 9:05
    Vou deixar vocês com essa um instante.
  • 9:05 - 9:06
    (Risos)
  • 9:06 - 9:09
    Em outras palavras, 93% dos motoristas
    se avaliaram como melhores
  • 9:09 - 9:13
    do que 50% de todos os motoristas.
  • 9:13 - 9:14
    Vocês sabem como é.
  • 9:14 - 9:16
    Isso acontece no trabalho também.
  • 9:16 - 9:20
    Vamos imaginar que eu trouxesse
    todos da sua empresa pra esta sala
  • 9:20 - 9:24
    e dissesse: "Parabéns, todos aqui
    vão receber um aumento;
  • 9:24 - 9:27
    algo entre 2% e 4%,
    com base em merecimento.
  • 9:28 - 9:29
    Peguem este cartão.
  • 9:29 - 9:31
    Escrevam nele
  • 9:31 - 9:34
    o percentual de aumento de salário
    que acreditam que devem receber".
  • 9:35 - 9:37
    De primeira, o que ninguém vai escrever?
  • 9:37 - 9:38
    Ninguém vai escrever 2%.
  • 9:38 - 9:41
    Sabe o que ninguém mais vai escrever?
  • 9:41 - 9:42
    3%.
  • 9:42 - 9:43
    (Risos)
  • 9:43 - 9:45
    Ninguém levanta a mão
    e diz: "Sou mediano".
  • 9:45 - 9:47
    (Risos)
  • 9:48 - 9:50
    Vão escrever 3,1%.
  • 9:50 - 9:53
    E vocês têm alguns funcionários
    que escreveriam 4%.
  • 9:53 - 9:55
    E o cara que, tipo, escreve 7%,
  • 9:55 - 9:59
    o cara que limpou a geladeira suja
    da copa essa semana?
  • 9:59 - 10:00
    Este cara aqui.
  • 10:00 - 10:01
    Bum!
  • 10:01 - 10:03
    (Risos)
  • 10:03 - 10:06
    Nós superestimamos nossas próprias
    habilidades e desempenho.
  • 10:06 - 10:07
    Até em casa somos assim.
  • 10:07 - 10:11
    Quantos já planejaram consertar
    algo em casa no fim de semana
  • 10:11 - 10:13
    e pensaram: "Isso vai levar
    umas quatro horas",
  • 10:13 - 10:15
    e levou quatro finais de semanas?
  • 10:15 - 10:16
    (Risos)
  • 10:16 - 10:20
    Somos programados para julgar
    a nós mesmos de forma mais favorável.
  • 10:20 - 10:23
    É quase como se houvesse um anjo
    sentado em nosso ombro,
  • 10:23 - 10:25
    sussurrando todo dia em nosso ouvido:
  • 10:25 - 10:27
    "Você é o melhor".
  • 10:27 - 10:29
    (Risos)
  • 10:29 - 10:31
    "Você é uma pessoa muito legal."
  • 10:31 - 10:32
    (Risos)
  • 10:32 - 10:34
    "Você é incrível!"
  • 10:35 - 10:36
    E nós acreditamos nele.
  • 10:36 - 10:38
    (Risos)
  • 10:38 - 10:39
    Mas o problema é o seguinte:
  • 10:40 - 10:41
    esse anjo não está só.
  • 10:42 - 10:46
    No outro ombro, fica um diabinho
    que também sussurra em nosso ouvido
  • 10:46 - 10:49
    e cuja função é avaliar todos os outros.
  • 10:50 - 10:53
    O diabinho é outro viés
    que carregamos conosco todo dia
  • 10:53 - 10:55
    chamado "erro fundamental de atribuição".
  • 10:55 - 10:58
    Cientistas sociais descobriram
  • 10:58 - 11:03
    que, quando avaliamos as escolhas
    e o comportamento dos outros,
  • 11:03 - 11:08
    decidimos que eles se devem
    não a situações mas ao caráter.
  • 11:09 - 11:12
    Em outras palavras, quando vemos
    alguém fazer algo questionável,
  • 11:12 - 11:16
    decidimos imediatamente
    que seu caráter é questionável.
  • 11:16 - 11:18
    Aquele cara que te fecha no trânsito?
  • 11:18 - 11:21
    "Quem ele pensa que é?
  • 11:21 - 11:24
    Deve ser egoísta, se acha. Um idiota!"
  • 11:25 - 11:27
    Aquele colega de trabalho
    que está molengando hoje?
  • 11:27 - 11:30
    "Não está nem aí, não se esforça."
  • 11:30 - 11:33
    O que você pensa de alguém
    que chega atrasado no trabalho?
  • 11:33 - 11:37
    "Preguiçoso." "Desorganizado."
    "Não veste a camisa."
  • 11:37 - 11:41
    Temos um diabinho sussurrando
    todos os dias em nosso ouvido,
  • 11:41 - 11:45
    e ele sussurra uma história inventada
    sobre por que os outros agem como agem,
  • 11:45 - 11:49
    e essa história quase sempre
    presume má-fé.
  • 11:50 - 11:53
    Então, por que a fofoca começa
    e se espalha no trabalho?
  • 11:53 - 11:56
    Porque, como uma criança
    brincando de esconde-esconde,
  • 11:56 - 11:57
    ficamos tão distraídos
  • 11:57 - 12:00
    que não paramos pra enxergar a situação
    sob a perspectiva do outro,
  • 12:00 - 12:03
    para entender melhor
    por que ele fez o que fez
  • 12:03 - 12:04
    e disse o que disse.
  • 12:04 - 12:09
    Em vez disso, os vieses do nosso cérebro
    sussurram em nosso ouvido todo dia:
  • 12:09 - 12:12
    "Numa escala de 1 a 10,
    eu sou 7, 'brother',
  • 12:12 - 12:14
    e todos os outros são 4".
  • 12:15 - 12:19
    E quando começamos a acreditar nisso,
    quando damos ouvido a esses vieses,
  • 12:19 - 12:23
    quando decidimos que nossas escolhas
    e comportamentos são virtuosos
  • 12:23 - 12:25
    e que os dos outros nem tanto,
  • 12:25 - 12:28
    isso no faz começar a julgar os outros.
  • 12:29 - 12:33
    E aí, convidamos outras pessoas
    para se juntarem a nós nesse ciclo.
  • 12:34 - 12:38
    A verdade é que, se quisermos
    diminuir a fofoca no trabalho,
  • 12:38 - 12:43
    existem dois comportamentos principais
    com que sua equipe tem que se comprometer:
  • 12:43 - 12:45
    presumir boa-fé
  • 12:45 - 12:47
    e procurar a fonte.
  • 12:47 - 12:52
    Presumir boa fé é simplesmente parar
    e fazer uma pergunta muito importante:
  • 12:53 - 12:57
    "Que explicação seria perfeitamente
    legítima pro comportamento dessa pessoa?"
  • 12:58 - 13:00
    "O que faria um pessoa boa
    agir dessa forma?"
  • 13:01 - 13:02
    O cara que te fechou no trânsito?
  • 13:02 - 13:06
    Talvez ele seja um babaca idiota,
  • 13:06 - 13:09
    ou talvez esteja correndo pro hospital
    numa emergência médica de família.
  • 13:09 - 13:11
    A colega de trabalho molengando?
  • 13:11 - 13:13
    Tá, talvez ela não esteja nem aí,
  • 13:13 - 13:16
    ou talvez o chefe dela
    tenha lhe pedido pra desacelerar.
  • 13:17 - 13:19
    Aquele colega que chegou atrasado?
  • 13:19 - 13:22
    Talvez o filho tenha entornado
    suco nas calças dele
  • 13:22 - 13:24
    justo quando estava saindo de casa.
  • 13:25 - 13:29
    Presumindo boa-fé, calamos
    o diabinho em nosso ouvido
  • 13:29 - 13:32
    porque assim afastamos o julgamento,
  • 13:32 - 13:35
    e nos forçamos a buscar a empatia.
  • 13:35 - 13:40
    "Por que uma pessoa boa agiria assim?"
    é uma pergunta a fazermos a nós mesmos
  • 13:40 - 13:44
    que imediatamente nos torna membros mais
    inteligentes emocionalmente numa equipe.
  • 13:45 - 13:47
    O outro comportamento é buscar a fonte,
  • 13:47 - 13:49
    é fazer exatamente o que descrevi antes,
  • 13:50 - 13:51
    ir ao colega de trabalho e dizer:
  • 13:51 - 13:54
    "Olha, aconteceu isso,
    está me incomodando, não foi legal.
  • 13:54 - 13:55
    Precisamos conversar".
  • 13:55 - 13:58
    E se você conseguir fazer
    com que sua equipe
  • 13:58 - 14:01
    adote somente esses dois comportamentos,
  • 14:01 - 14:05
    bem, você terá plantado neles
    a essência do trabalho em equipe,
  • 14:05 - 14:10
    porque esses são os comportamentos-chave
    para conflitos saudáveis no trabalho
  • 14:10 - 14:14
    e para nos desviar dos padrões
    de conflitos não saudáveis.
  • 14:14 - 14:17
    Ah, e a fofoca continuará pelos cantos,
  • 14:17 - 14:20
    a rádio-corredor continuará existindo,
  • 14:20 - 14:23
    mas será um pouco diferente.
  • 14:23 - 14:26
    Agora, o funcionário A
    procurará um colega pra dizer:
  • 14:26 - 14:27
    "Ei,
  • 14:27 - 14:31
    acredita que a Jane chamou o Jack
    na chincha hoje de manhã
  • 14:31 - 14:35
    e disse que estava incomodada
    com o fato de ele molengar o trabalho?
  • 14:35 - 14:37
    E a reação dele até que foi tranquila".
  • 14:37 - 14:42
    E, nessa hora, o colega
    pode responder baixinho:
  • 14:42 - 14:43
    "Tô sabendo!"
  • 14:43 - 14:45
    (Risos)
  • 14:45 - 14:46
    Obrigado.
  • 14:46 - 14:48
    (Aplausos)
Title:
Por que a fofoca começa e se espalha no trabalho | Joe Mull | TEDxStripDistrict
Description:

A fofoca é comum, mas por quê? Ela pode causar grandes danos. Joe apresenta uma solução. Nesta palestra, ele fala sobre os pensamentos e comportamentos previsíveis e incorretos que perpetuam a fofoca no ambiente de trabalho, e sobre as formas interromper, evitar ou impedir que eles ocorram.

Joe Mull, mestre em educação, trabalha com empresas que precisam que seus gestores se tornem chefes melhores e criem equipes mais fortes. Joe trabalhou como diretor de um dos maiores grupos na área de medicina dos EUA, e é autor de dois livros: "Cure for the Common Leader" (em tradução livre: cura para o gestor comum) e "No More Team Drama" (em tradução livre: chega de drama no trabalho) . Como presidente da Joe Mull & Associates, ele faz parcerias com clientes em todo os Estados Unidos para que seus gestores desenvolvam as habilidades e recebam as ferramentas de que precisam para alavancar o trabalho em equipe, motivar os funcionários e liderar pessoas. Joe tem graduação pela IUP (2000), mestrado em Educação pela Universidade de Ohio (2003) e mais de 20 anos de experiência como consultor e facilitador.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
14:53

Portuguese, Brazilian subtitles

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