As crianças pensam nos doadores de esperma como família? | Veerle Provoost | TEDxGhent
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0:08 - 0:10O que são os pais?
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0:13 - 0:15Não é uma pergunta fácil.
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0:16 - 0:18Hoje temos a adoção,
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0:18 - 0:21famílias adotivas e mães de aluguel.
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0:22 - 0:24Muitos pais enfrentam dúvidas.
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0:25 - 0:27E decisões difíceis.
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0:28 - 0:31Devemos dizer ao nossos filhos
sobre a doação de esperma? -
0:33 - 0:35Se sim, quando?
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0:35 - 0:37Que palavras usar?
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0:38 - 0:43Doadores de esperma geralmente são
referidos como "pais biológicos", -
0:43 - 0:46mas realmente devemos
usar a palavra "pai"? -
0:48 - 0:51Como filósofa e cientista social,
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0:51 - 0:55tenho estudado essas questões
acerca do conceito de paternidade. -
0:56 - 0:59Mas hoje, falarei sobre o que aprendi
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0:59 - 1:01com conversas com pais e crianças.
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1:02 - 1:06Mostrarei que eles sabem
o que mais importa numa família, -
1:06 - 1:09embora a família deles pareça
um pouco diferente. -
1:10 - 1:15Mostrarei seus jeitos criativos
de lidar com perguntas difíceis. -
1:16 - 1:20Mas também mostrarei,
as incertezas dos pais. -
1:22 - 1:25Entrevistamos casais que receberam
tratamento de fertilidade -
1:25 - 1:27no Hospital da Ghent University,
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1:28 - 1:30usando esperma de um doador.
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1:31 - 1:32Nesse período do tempo de tratamento,
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1:32 - 1:36vocês podem ver dois pontos,
nos quais conduzimos as entrevistas. -
1:37 - 1:39Incluímos casais heterossexuais,
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1:40 - 1:44cujo homem, por alguma razão,
não tinha esperma de boa qualidade. -
1:44 - 1:49E casais lésbicos que precisavam,
óbvio, achar esperma em outro lugar. -
1:51 - 1:53Também incluímos crianças.
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1:55 - 1:59Eu queria saber como aquelas crianças
definiam os conceitos, -
1:59 - 2:01tais como paternidade e família.
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2:02 - 2:05Na verdade, foi o que perguntei a elas,
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2:06 - 2:08não do jeito que pensam.
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2:09 - 2:12Ao invés disso,
desenhei uma macieira. -
2:13 - 2:16Dessa forma, eu poderia fazer
perguntas abstratas e filosóficas -
2:16 - 2:20de um jeito que não as fizessem fugir.
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2:21 - 2:24Como vocês podem ver,
a macieira está vazia. -
2:26 - 2:28Assim, ela ilustra
minha abordagem de pesquisa. -
2:30 - 2:32Com técnicas de design como esta,
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2:32 - 2:37posso trazer, tanto quanto possível,
significado e conteúdo para a entrevista, -
2:37 - 2:39pois preciso ouvir as crianças.
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2:41 - 2:43Perguntei a elas:
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2:44 - 2:47"Como sua família se pareceria
se estivesse em uma macieira?" -
2:48 - 2:51Elas pegariam uma maçã de papel
para todos que, em sua visão, -
2:51 - 2:53fossem membros da família,
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2:53 - 2:56escrever o nome nele
e pendurar onde elas quisessem. -
2:56 - 2:58E eu faria as perguntas.
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2:59 - 3:02A maioria das crianças começou
com um pai ou irmão. -
3:03 - 3:08Um começou com "Boxer",
o cachorro morto dos seus avós. -
3:10 - 3:14Neste ponto, nenhuma das crianças
mencionou o doador. -
3:14 - 3:19Então perguntei a elas
sobre sua história de nascimento. -
3:19 - 3:23Disse: "Antes de você nascer,
haviam apenas sua mãe e seu pai, -
3:23 - 3:25ou mãe e mamãe.
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3:25 - 3:28Você pode me dizer
como chegou na sua família?" -
3:29 - 3:31E elas explicaram.
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3:31 - 3:36Uma disse: "Meus pais
não tinham boas sementes, -
3:37 - 3:41mas têm homens amigáveis
por aí com sementes disponíveis. -
3:41 - 3:43Eles as trouxeram ao hospital
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3:43 - 3:45e as colocaram em um grande frasco.
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3:46 - 3:50Minha mãe foi lá
e pegou duas do frasco, -
3:51 - 3:53uma para mim e outra para minha irmã.
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3:54 - 3:56Ela colocou as sementes na barriga,
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3:56 - 3:57de alguma maneira,
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3:58 - 4:02e a barriga cresceu muito
e ali estava eu". -
4:03 - 4:04Hum...
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4:06 - 4:10Apenas quando começaram
a mencionar o doador, -
4:10 - 4:13fiz perguntas sobre ele,
usando suas próprias palavras. -
4:14 - 4:15Eu disse:
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4:15 - 4:20"Se isso fosse uma maçã para o homem
amigável com as sementes, -
4:20 - 4:21o que você faria com ela?"
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4:22 - 4:25E um garoto estava pensando alto,
segurando a maçã -
4:26 - 4:27e ele disse:
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4:28 - 4:30"Não colocarei essa maçã
junto com as outras. -
4:31 - 4:33Ela não é parte da minha família.
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4:34 - 4:36Mas não a colocarei no chão.
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4:36 - 4:38É muito frio e muito duro.
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4:39 - 4:42Eu acho que deveria ficar no tronco,
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4:43 - 4:45porque ela tornou minha família possível.
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4:46 - 4:48Se ele não tivesse feito isso,
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4:48 - 4:51seria realmente triste,
pois minha família não estaria aqui, -
4:51 - 4:53eu não estaria aqui".
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4:56 - 5:00Assim, os pais também construíram
contos de família, -
5:00 - 5:01contos transmitidos a seus filhos.
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5:03 - 5:06Um casal explicou sua inseminação
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5:06 - 5:09levando seus filhos à uma fazenda
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5:10 - 5:12para verem um veterinário
inseminando as vacas. -
5:14 - 5:16E por que não?
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5:17 - 5:20É o jeito deles de explicar:
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5:20 - 5:23a versão deles de "faça você mesmo"
as narrativas de família. -
5:23 - 5:24Faça você mesmo.
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5:25 - 5:27Tivemos um outro casal que fez livros,
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5:27 - 5:29um livro para cada filho.
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5:29 - 5:31Eram realmente trabalhos de arte
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5:31 - 5:34com seus pensamentos
e sentimentos ao longo do tratamento. -
5:35 - 5:37Tinha até os bilhetes
do estacionamento do hospital. -
5:38 - 5:39Isso é faça você mesmo:
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5:39 - 5:42encontrar jeitos, palavras e imagens
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5:42 - 5:45para contar a história
da sua família ao seu filho. -
5:46 - 5:49E essas histórias eram altamente diversas,
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5:49 - 5:52mas todas tinham uma coisa em comum:
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5:54 - 5:57era um conto sobre o desejo
de se ter um filho. -
5:58 - 6:00Uma busca por essa criança.
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6:01 - 6:06Era sobre o quão especial
e profundamente amado era seu filho. -
6:07 - 6:12A pesquisa aponta que até agora,
essas crianças estão indo bem, -
6:12 - 6:14inclusive as de casais de lésbicas.
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6:14 - 6:17Elas não têm mais problemas
que as outras crianças. -
6:19 - 6:23Mesmo assim, essas mães quiseram
também justificar suas decisões -
6:23 - 6:25através de contos transmitidos.
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6:25 - 6:28Tinham esperança que seus filhos
entendessem suas razões -
6:28 - 6:30de formar uma família dessa forma.
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6:32 - 6:36Intimamente, havia o medo
de que seus filhos desaprovassem, -
6:36 - 6:38e rejeitassem a mãe não biológica.
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6:38 - 6:41E aquele medo era compreensível,
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6:41 - 6:46porque vivemos em uma sociedade
muito heteronormativa e genetizada. -
6:46 - 6:48Um mundo que ainda acredita
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6:48 - 6:52que uma família de verdade
consiste em uma mãe, um pai -
6:52 - 6:54e seus filhos biológicos.
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6:56 - 6:57Bem.
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6:58 - 7:01Quero falar sobre um rapaz adolescente.
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7:01 - 7:05Ele foi concebido por doação,
mas não fazia parte do nosso estudo. -
7:05 - 7:08Um dia, ele teve uma briga
com o pai e gritou: -
7:09 - 7:11"Você está me dizendo o que fazer?
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7:11 - 7:13Você nem é meu pai!"
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7:16 - 7:19Isso era exatamente o quê
os pais em nosso estudo temiam. -
7:20 - 7:24O garoto logo se arrependeu
e eles fizeram as pazes. -
7:24 - 7:28Mas a reação do pai é a mais interessante.
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7:29 - 7:30Ele disse:
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7:30 - 7:36"Essa explosão não teve nada a ver
com a falta de uma ligação genética. -
7:36 - 7:40Era sobre a puberdade,
uma fase difícil. -
7:41 - 7:43É o que eles fazem naquela idade.
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7:43 - 7:44Vai passar".
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7:46 - 7:50O que este homem nos mostra
é que quando algo dá errado, -
7:51 - 7:53não devemos imediatamente pensar
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7:53 - 7:55que é por causa da família
ser um pouco diferente. -
7:56 - 7:59Essas coisas acontecem em todas famílias.
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8:00 - 8:04De vez em quando,
todos os pais podem pensar: -
8:05 - 8:07"Eu sou um pai suficientemente bom?"
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8:08 - 8:09Esses pais também.
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8:10 - 8:14Eles, acima de tudo, queriam
fazer o melhor pelos seus filhos. -
8:14 - 8:16Mas também pensaram algumas vezes:
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8:16 - 8:18"Sou um pai de verdade?"
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8:19 - 8:23E suas incertezas estavam ali,
muito antes de serem pais. -
8:23 - 8:24No início do tratamento,
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8:24 - 8:26quando eles viram o orientador
pela primeira vez, -
8:27 - 8:29prestaram muita atenção a ele,
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8:29 - 8:31pois queriam fazer a coisa certa.
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8:32 - 8:34Mesmo dez anos depois,
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8:34 - 8:37eles lembram dos conselhos dados.
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8:41 - 8:44Assim, quando pensavam
a respeito do orientador, -
8:45 - 8:48e dos conselhos dados,
nós discutimos sobre isso. -
8:48 - 8:52Vimos um casal de lésbicas que disse:
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8:53 - 8:57"Quando nosso filho perguntar,
'eu tenho um pai?', -
8:58 - 9:01nós diremos:
'não, você não tem um pai'. -
9:01 - 9:04Mas não diremos nada mais,
a não ser que ele pergunte, -
9:05 - 9:07pois ele pode não estar preparado.
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9:07 - 9:09Isso foi o que o orientador disse".
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9:10 - 9:11Bem.
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9:12 - 9:13Eu não sei; é um pouco diferente
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9:13 - 9:16do jeito que respondemos
às perguntas das crianças. -
9:17 - 9:20Como: "Leite é feito na fábrica?"
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9:20 - 9:23Nós diremos: "Não, vem das vacas",
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9:23 - 9:25e falaremos sobre o fazendeiro,
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9:25 - 9:27e como o leite vai parar na loja.
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9:28 - 9:30Não diremos:
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9:31 - 9:34"Não, leite não é feito na fábrica".
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9:39 - 9:41Então algo estranho aconteceu aqui
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9:41 - 9:43e é claro que aquelas crianças perceberam.
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9:44 - 9:45Um menino disse:
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9:46 - 9:48"Eu perguntei várias coisas aos meus pais,
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9:48 - 9:50mas eles agiram muito estranho.
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9:51 - 9:55Então, você sabe, tenho uma amiga
no colégio que foi feita do mesmo jeito. -
9:56 - 9:59Quando tenho uma dúvida,
pergunto a ela". -
10:00 - 10:01Garoto esperto.
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10:02 - 10:03Problema resolvido.
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10:04 - 10:07Mas seus pais não perceberam
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10:07 - 10:10e certamente não era
o que eles tinham em mente, -
10:10 - 10:12nem o que o orientador tinha em mente,
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10:12 - 10:17quando diziam o quão importante
é ser uma família aberta à comunicação. -
10:19 - 10:21Essa é a coisa estranha sobre orientação.
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10:21 - 10:25Quando oferecemos pílulas às pessoas,
primeiro reunimos evidências. -
10:25 - 10:26Fazemos testes,
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10:26 - 10:28estudos de acompanhamento.
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10:28 - 10:32Queremos saber, e com razão,
o que estas pílulas estão fazendo -
10:32 - 10:34e como afetam a vida das pessoas.
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10:34 - 10:36E orientação?
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10:37 - 10:39Não é suficiente para orientar
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10:39 - 10:44ou para profissionais orientarem
que é teoricamente seguro, -
10:44 - 10:45ou bem intencionado.
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10:46 - 10:49Deve ser uma orientação com evidências.
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10:49 - 10:53Evidências que apresentem
melhorias na vida dos pacientes. -
10:55 - 10:59Agora, a filósofa dentro de mim,
gostaria de lhes propor um paradoxo: -
11:01 - 11:05eu os aconselho a não seguir
nenhuma orientação. -
11:06 - 11:08Mas, sim.
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11:09 - 11:12(Aplausos)
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11:13 - 11:16Não terminarei aqui com o que deu errado;
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11:16 - 11:20não estaria sendo justa com a cordialidade
que encontramos nessas famílias. -
11:21 - 11:24Lembram dos livros e a viagem à fazenda?
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11:24 - 11:28Quando os pais fazem coisas
que funcionam para eles, -
11:28 - 11:30fazem coisas brilhantes.
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11:31 - 11:35O que eu quero lembrá-los
como membros de famílias, -
11:35 - 11:37não importa o formato,
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11:37 - 11:43é que famílias precisam
de relações calorosas. -
11:44 - 11:47Não precisamos ser
profissionais para criá-las. -
11:48 - 11:50A maioria de nós faz muito bem,
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11:51 - 11:53embora possa ser trabalhoso
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11:54 - 11:56e, de tempos em tempos,
podemos fazer com alguns conselhos. -
11:58 - 11:59Nesse caso,
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11:59 - 12:01tenha em mente três coisas:
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12:02 - 12:06trabalhe com orientações
que funcionem para sua família; -
12:06 - 12:12lembre que você é o especialista
pois você vive sua vida familiar. -
12:13 - 12:14E finalmente,
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12:15 - 12:19acredite em suas habilidades
e criatividade, -
12:20 - 12:23porque você pode fazer você mesmo.
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12:24 - 12:25Obrigada.
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12:25 - 12:28(Aplausos)
- Title:
- As crianças pensam nos doadores de esperma como família? | Veerle Provoost | TEDxGhent
- Description:
-
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
Como definimos os pais ou uma família? A bioética Veerle Provoost explora essas perguntas no contexto de famílias não tradicionais e que são unidas ou por adoção, segundos casamentos, mães de aluguel ou doações de esperma. Nessa palestra, ela compartilha histórias de como pais e crianças criaram suas próprias narrativas de família.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 12:32