Return to Video

Será que o mundo cirúrgico está pronto para operação de gênero em adolescentes? | Tandy Aye | TEDxUniversityofNevada

  • 0:16 - 0:21
    Sete da manhã, o alarme dispara, e Avery,
    uma garota de 12 anos, sai da cama.
  • 0:21 - 0:25
    Ela tem que decidir entre um vestido
    com uma bermuda por baixo
  • 0:25 - 0:28
    ou um top brilhante com legging.
  • 0:28 - 0:30
    Agora os sapatos, isso é sempre difícil.
  • 0:30 - 0:33
    Eles precisam ser práticos
    para a educação física,
  • 0:33 - 0:35
    mas também na moda.
  • 0:35 - 0:38
    Ela escova os dentes, penteia o cabelo,
  • 0:38 - 0:40
    coloca uma bandana na cabeça.
  • 0:40 - 0:44
    Pega uma barrinha de granola,
    a lancheira e a mochila de unicórnio,
  • 0:44 - 0:48
    e espera por sua carona.
  • 0:49 - 0:51
    Na hora em que Avery
    foi entregue para sua mãe,
  • 0:51 - 0:54
    ela sentiu um vínculo especial,
  • 0:54 - 0:56
    uma intuição de mãe
  • 0:56 - 0:57
    de que Avery era diferente.
  • 0:58 - 1:01
    E seus pais, logo que Avery
    entrou na pré-escola,
  • 1:01 - 1:05
    sabiam que a filha, tendo um pênis,
  • 1:05 - 1:07
    ia precisar que eles
    defendessem seus direitos,
  • 1:07 - 1:10
    e que eles permitiriam que ela vivesse
  • 1:10 - 1:12
    de acordo com seu gênero afirmado.
  • 1:12 - 1:17
    Antes, eles procuraram ajuda
    de um psicólogo infantil
  • 1:17 - 1:20
    para que ela pudesse viver
    de acordo com seu gênero afirmado.
  • 1:20 - 1:24
    Atualmente, só o diretor da escola sabe
  • 1:24 - 1:26
    que a Avery tem disforia de gênero,
  • 1:26 - 1:28
    ou é trans.
  • 1:28 - 1:32
    E quando os sinais da puberdade começaram,
  • 1:32 - 1:35
    eles a levaram em uma clínica
    de gênero para crianças
  • 1:35 - 1:39
    para iniciar uma terapia
    afirmativa de gênero,
  • 1:39 - 1:42
    o que implica o uso de remédios,
  • 1:42 - 1:45
    e, mais tarde, talvez cirurgia,
  • 1:45 - 1:50
    para alinhar o físico de uma pessoa
    com o gênero com que ela se identifica.
  • 1:51 - 1:55
    Sou uma das endocrinologistas pediátricas,
  • 1:55 - 1:57
    ou médica de hormônios,
  • 1:57 - 2:01
    que trata crianças como Avery
    no hospital Stanford Children's Health.
  • 2:02 - 2:04
    E, como endocrinologista pediátrica,
  • 2:04 - 2:09
    sei como iniciar a puberdade
    em quem não consegue iniciá-la sozinho.
  • 2:10 - 2:15
    Também sei como retardá-la,
    se iniciar muito cedo.
  • 2:15 - 2:19
    Logo, meu treinamento me coloca
    em uma situação única
  • 2:19 - 2:22
    para ser capaz de ajudar
    alguém como Avery.
  • 2:23 - 2:25
    E, como uma garota com pênis,
  • 2:25 - 2:29
    ela não desenvolverá os seios
    e o contorno feminino
  • 2:29 - 2:30
    que ela quer.
  • 2:30 - 2:34
    Em vez disso, ela produzirá testosterona.
  • 2:35 - 2:37
    Seu rosto desenvolverá pelos.
  • 2:37 - 2:40
    Sua voz irá engrossar.
  • 2:40 - 2:43
    O seu pomo de adão ficará mais saliente.
  • 2:43 - 2:45
    Seu tórax ficará mais largo.
  • 2:45 - 2:49
    E, claro, os testículos
    e o pênis dela crescerão.
  • 2:50 - 2:53
    Seus pais sabiam
    que esses sinais da puberdade
  • 2:53 - 2:57
    precisavam ser retardados
    com um bloqueador de puberdade,
  • 2:57 - 3:00
    uma medicação usada
  • 3:00 - 3:04
    para parar as mensagens químicas
    do cérebro para o resto do corpo
  • 3:04 - 3:07
    que dizem: "Ei! É hora de aflorar".
  • 3:07 - 3:10
    E, com o uso do bloqueador de puberdade,
  • 3:10 - 3:15
    posso dar a Avery mais dois a três anos
  • 3:15 - 3:19
    para que ela tenha certeza
    com qual gênero se identifica.
  • 3:19 - 3:24
    E, se ela continuar, o estrogênio
    pode ser adicionado à sua terapia
  • 3:24 - 3:28
    para que ela possa se desenvolver
    da maneira que deseja.
  • 3:29 - 3:35
    Entretanto, se ela se identificar
    com o gênero atribuído no nascimento,
  • 3:35 - 3:37
    o bloqueador de puberdade
    pode ser descontinuado,
  • 3:37 - 3:42
    e ela pode ter a puberdade
    pré-programada que ela deveria ter.
  • 3:43 - 3:46
    Então, no caso de Avery,
    ela vai querer o estrogênio.
  • 3:47 - 3:49
    E depois, ela poderá decidir
  • 3:49 - 3:54
    se a cirurgia de afirmação de gênero
    é o certo para ela ou não.
  • 3:55 - 3:58
    A cirurgia de afirmação de gênero
  • 3:58 - 4:04
    é a remoção de ovário,
    uretra, pênis ou testículos,
  • 4:04 - 4:08
    para que a pessoa possa ficar fisicamente
    alinhada com o gênero escolhido.
  • 4:08 - 4:12
    E atualmente a cirurgia
    de afirmação de gênero
  • 4:12 - 4:17
    só pode ser feita
    a partir dos 18 anos de idade.
  • 4:18 - 4:21
    Porém, para alguém como Avery,
  • 4:21 - 4:24
    não seria mais vantajoso
  • 4:24 - 4:29
    ser submetida à cirurgia de afirmação
    de gênero antes de 18 anos?
  • 4:30 - 4:33
    A idade da maioridade é 18 anos.
  • 4:33 - 4:38
    E em muitos estados há leis
    que previnem a esterilização
  • 4:38 - 4:42
    ou a remoção permanente
    da capacidade de reprodução.
  • 4:42 - 4:45
    No entanto, essas leis
    foram feitas em uma época
  • 4:45 - 4:48
    em que os transgêneros adultos
  • 4:48 - 4:52
    não conseguiam obter tratamento
    médico ou cirúrgico facilmente.
  • 4:52 - 4:55
    E assim, essas leis foram feitas
  • 4:55 - 4:59
    quando pessoas como Avery
    não eram consideradas.
  • 4:59 - 5:01
    E como eu trato a Avery,
  • 5:01 - 5:04
    alguém identificada como pré-escolar
  • 5:04 - 5:07
    e que está recebendo tratamento
    como uma adolescente,
  • 5:07 - 5:12
    o mundo cirúrgico está pronto
    para as mudanças que estão por vir?
  • 5:12 - 5:14
    Atualmente, acho que não.
  • 5:14 - 5:18
    Mas, se começarmos a pensar
    sobre essas mudanças hoje,
  • 5:18 - 5:20
    acho que podemos fazer a diferença.
  • 5:20 - 5:27
    E na verdade, como os transgêneros
    são mais abertos para procurar terapia,
  • 5:27 - 5:32
    a demanda por cirurgia transexual
    aumentou cinco vezes
  • 5:32 - 5:34
    nos últimos cinco anos.
  • 5:35 - 5:39
    E alguém pode pensar
    que a preservação da cirurgia
  • 5:39 - 5:40
    é uma escolha válida.
  • 5:41 - 5:46
    Mas, na realidade,
    não é muito relevante ou válida.
  • 5:46 - 5:50
    Dezoito anos é a idade
    até a qual os menores são protegidos
  • 5:50 - 5:55
    de tomar decisões permanentes
    sobre sua saúde reprodutiva
  • 5:55 - 5:57
    porque se imagina que, aos 18,
  • 5:57 - 5:59
    eles podem decidir o que querem fazer.
  • 6:00 - 6:04
    No entanto, se logo no início foram
    adicionados os bloqueadores da puberdade
  • 6:04 - 6:08
    e então o estrogênio
    foi incluído na terapia dela,
  • 6:08 - 6:11
    os testículos de Avery
    nunca se desenvolveram.
  • 6:11 - 6:13
    Na verdade, ela não produz esperma.
  • 6:14 - 6:19
    E sua capacidade reprodutiva
    para ser pai biológico
  • 6:19 - 6:20
    foi eliminada.
  • 6:20 - 6:23
    Seus testículos não funcionam
  • 6:23 - 6:25
    e, na medicina,
  • 6:25 - 6:26
    não recomendamos, com frequência,
  • 6:26 - 6:31
    a remoção de órgãos inoperantes,
    como o apêndice?
  • 6:31 - 6:36
    Então, faz sentido a Avery
    esperar até os 18 anos
  • 6:36 - 6:43
    ou deveriam permitir aos adolescentes
    fazerem a cirurgia antes dos 18 anos?
  • 6:44 - 6:47
    Dezoito anos também é
    a idade do consentimento.
  • 6:48 - 6:51
    Os médicos, normalmente,
    permitem àqueles que tem 18 anos
  • 6:51 - 6:55
    tomarem decisões a respeito
    de seus procedimentos e permissões,
  • 6:55 - 6:58
    pesando os riscos e benefícios.
  • 6:58 - 7:05
    Os pacientes transgêneros
    são dos mais bem-informados.
  • 7:06 - 7:11
    Quem mais teve anos
    de avaliação psicológica,
  • 7:11 - 7:13
    meses de terapia médica,
  • 7:13 - 7:17
    e pensou neste procedimento
    por tanto tempo?
  • 7:17 - 7:23
    Em vez de usar limite de idade
    para estar qualificado,
  • 7:23 - 7:25
    por que não usar o número de anos
  • 7:25 - 7:28
    no qual a pessoa viveu
    em seu gênero afirmado?
  • 7:28 - 7:32
    Os convênios médicos e leis
    deveriam considerar
  • 7:32 - 7:37
    adolescentes realizarem a cirurgia
    de afirmação de gênero.
  • 7:38 - 7:41
    Essas cirurgias não são simples.
  • 7:41 - 7:43
    Elas são complexas
  • 7:43 - 7:48
    e exigem cuidados bem específicos
    no pré e pós-operatório.
  • 7:49 - 7:53
    Na verdade, na transição
    de masculino para feminino,
  • 7:53 - 7:57
    é preciso mais de seis meses de eletrólise
  • 7:57 - 7:59
    antes do procedimento,
  • 7:59 - 8:02
    e, depois disso, exercícios diários
  • 8:02 - 8:06
    para manter o tecido implantado ativo.
  • 8:07 - 8:12
    Quando temos um adolescente
    com o apoio de seus pais
  • 8:12 - 8:17
    para receber esses procedimentos
    e depois ter o melhor resultado cirúrgico,
  • 8:17 - 8:21
    somos capazes de prevenir
    cirurgias corretivas posteriores.
  • 8:21 - 8:24
    Então, por que não permitir
    que adolescentes,
  • 8:24 - 8:26
    antes de saírem de casa,
  • 8:26 - 8:27
    passem por esses procedimentos,
  • 8:27 - 8:33
    e depois possam sair para o mundo
    ou para a faculdade
  • 8:33 - 8:36
    e serem capazes de viver
    uma vida autêntica?
  • 8:37 - 8:42
    Até pouco tempo, não era fácil
    para adolescentes transgêneros
  • 8:42 - 8:47
    tomar bloqueador de puberdade
    e passar por somente uma puberdade
  • 8:47 - 8:50
    que se ajustasse com sua identidade.
  • 8:50 - 8:56
    Anteriormente, eles tinham que passar
    pela puberdade programada para eles,
  • 8:56 - 8:59
    o que causava sofrimento psicológico,
  • 8:59 - 9:03
    antes de sermos capazes de adicionar
    terapia hormonal transgênica
  • 9:03 - 9:06
    e então dar a eles a puberdade
    que queriam experienciar.
  • 9:07 - 9:10
    Então, imagine, você passa
    pela sua primeira puberdade,
  • 9:10 - 9:14
    e então você passa por isso mais uma vez,
  • 9:15 - 9:17
    mas com os hormônios do sexo oposto.
  • 9:17 - 9:20
    Agora isso é ainda mais angustiante.
  • 9:21 - 9:27
    No entanto, alguém pode argumentar
    que ser capaz de ter a primeira puberdade
  • 9:27 - 9:29
    e ter seus órgãos totalmente formados,
  • 9:29 - 9:31
    é uma vantagem,
  • 9:31 - 9:34
    porque agora o esperma e o óvulo
    podem ser preservados,
  • 9:34 - 9:38
    e você poderia preservar
    o seu vínculo-biológico parental.
  • 9:38 - 9:41
    Porém, isso vem com um custo.
  • 9:42 - 9:44
    Você vai precisar
    de mais cirurgias de correção,
  • 9:44 - 9:47
    como cirurgia de redefinição facial,
  • 9:47 - 9:49
    retirada do pomo de adão,
  • 9:49 - 9:51
    e até cirurgia na parte superior.
  • 9:51 - 9:54
    E tudo isso é ainda mais angustiante.
  • 9:55 - 9:58
    Então, para alguém como Avery,
  • 9:58 - 10:03
    que viveu a vida toda
    no gênero identificado,
  • 10:03 - 10:06
    a puberdade vai expô-la.
  • 10:06 - 10:11
    E isso também levará
    a sofrimento psicológico.
  • 10:11 - 10:18
    Sabemos que jovens transgêneros
    são seis vezes mais propensos
  • 10:18 - 10:22
    a ter ansiedade, depressão
    e tentativas suicidas
  • 10:22 - 10:25
    do que seus colegas não transgêneros.
  • 10:25 - 10:30
    E só por dar a eles tratamento
    afirmativo e apoio dos pais,
  • 10:30 - 10:37
    diminuiremos os riscos de ansiedade,
    depressão e tentativa suicida
  • 10:37 - 10:41
    de volta para os mesmos níveis
    dos colegas não transgêneros.
  • 10:41 - 10:45
    E esse trabalho foi feito
    pela doutora Kristina Olson.
  • 10:46 - 10:50
    Até a sexta semana
    de desenvolvimento embrionário,
  • 10:50 - 10:52
    pelas imagens do pré-natal,
  • 10:52 - 10:58
    ninguém pode dizer a diferença
    entre a genitália masculina e feminina.
  • 10:58 - 11:02
    O desenvolvimento embrionário
    segue um padrão muito específico,
  • 11:02 - 11:07
    e então as duas se diferenciam
    em órgão masculino e feminino.
  • 11:07 - 11:12
    Mas essa analogia inicial
    e o tecido semelhante é importante,
  • 11:12 - 11:14
    e é isso que os médicos usam hoje,
  • 11:14 - 11:19
    então desse tecido da genitália masculina
    pode ser criada a vagina,
  • 11:19 - 11:25
    e depois disso, nem os médicos
    conseguem dizer a diferença.
  • 11:26 - 11:31
    Agora, meus colegas de profissão
    terão que inventar novas técnicas
  • 11:31 - 11:35
    para aprenderem a trabalhar
    com o tecido limitado
  • 11:35 - 11:39
    disponível nos adolescentes
  • 11:39 - 11:43
    que tomaram bloqueadores de puberdade
    e não se desenvolveram.
  • 11:43 - 11:46
    Eles vão precisar pensar nessas cirurgias
  • 11:46 - 11:51
    não como reconstruções, mas como criações.
  • 11:51 - 11:55
    Cirurgias que não são
    pra consertar ou reparar alguém,
  • 11:55 - 11:58
    mas, antes, cirurgias transformadoras.
  • 11:58 - 12:02
    Isso significa permitir que indivíduos
    que sempre souberam quem são
  • 12:02 - 12:04
    se libertem e sejam eles mesmos.
  • 12:04 - 12:09
    Os médicos vão precisar ser
    colaboradores, solidários,
  • 12:09 - 12:14
    e também não ser competitivos
    no desenvolvimento dessas cirurgias.
  • 12:14 - 12:18
    E mais tarde, precisamos ter
    bancos de dados a longo prazo
  • 12:18 - 12:23
    que mostrem não só a qualidade de vida,
    o comportamento sexual,
  • 12:23 - 12:26
    e a saúde geral dessas crianças,
  • 12:26 - 12:28
    e que continuem acompanhando-as.
  • 12:29 - 12:31
    Com frequência, os pais me perguntam:
  • 12:31 - 12:35
    "Como isso será para a minha criança
    ou adolescente como adulto?"
  • 12:35 - 12:38
    Sinceramente, eu não sei.
  • 12:38 - 12:40
    No entanto, posso dizer,
  • 12:40 - 12:46
    como provedora de afirmação
    de jovens transexuais,
  • 12:46 - 12:51
    que o mundo cirúrgico precisa estar
    preparado para as mudanças e expectativas
  • 12:51 - 12:56
    que estão por vir do meu tratamento,
    comprometimento e defesa.
  • 12:57 - 13:00
    Estou disposta a percorrer
    essa jornada com essas famílias.
  • 13:00 - 13:02
    Você também?
  • 13:02 - 13:03
    Obrigada.
  • 13:03 - 13:06
    (Aplausos)
Title:
Será que o mundo cirúrgico está pronto para operação de gênero em adolescentes? | Tandy Aye | TEDxUniversityofNevada
Description:

A cirurgia de afirmação de gênero, atualmente, é reservada para aqueles que têm 18 anos de idade ou mais. Tandy Aye discute por que pode ser mais benéfico fazer a cirurgia durante a adolescência.
A doutora Tandy Aye é endocrinologista pediátrica no hospital infantil Stanford Children's Health e diretora médica da clínica pediátrica e de gênero para adolescentes. Essa clínica multidisciplinar oferece endocrinologista, urologista, ginecologista, psiquiatra e psicólogo pediátricos, cirurgia plástica geral e serviço médico para adolescentes, afirmando e apoiando pacientes e seus familiares. A pesquisa da doutora Aye analisa o impacto dos hormônios no desenvolvimento do cérebro, dos ossos e na composição do corpo, particularmente em adolescentes que estão recebendo a terapia afirmativa de gênero.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx que usa o formato de conferência TED mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
13:09

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions