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Um poema de amor para os solitários números primos

  • 0:01 - 0:04
    Meu nome é Harry Baker.
    Harry Baker é meu nome.
  • 0:04 - 0:09
    Se seu nome fosse Harry Baker,
    então nossos nomes seriam iguais.
  • 0:09 - 0:10
    (Risos)
  • 0:10 - 0:12
    É uma pequena introdução.
  • 0:13 - 0:14
    É, sou o Harry.
  • 0:14 - 0:17
    Estudo matemática. Escrevo poesia.
  • 0:17 - 0:21
    Então decidi que começaria com um poema
    de amor sobre os números primos.
  • 0:21 - 0:23
    (Risos)
  • 0:24 - 0:26
    Ele se chama: "59".
  • 0:26 - 0:28
    Eu ia chamá-lo: "Horário Nobre do Amor".
  • 0:29 - 0:31
    Por essa reação
    é que eu não chamei assim.
  • 0:31 - 0:33
    (Risos)
  • 0:33 - 0:35
    Então: "59".
  • 0:37 - 0:39
    59 acordou com o pé esquerdo.
  • 0:40 - 0:42
    Notou que o cabelo estava todo de lado.
  • 0:42 - 0:46
    Só levou um minuto para entender
    que foi por causa do lado em que dormiu.
  • 0:46 - 0:48
    Encontrou algumas roupas e se vestiu.
  • 0:48 - 0:50
    Não evitou olhar no espelho
    e ficou impressionado,
  • 0:50 - 0:53
    como estava desalinhado,
    assim, casualmente bagunçado.
  • 0:53 - 0:57
    Ao olhar a janela, vê o sinal com que foi
    agraciado: 60 atravessava a rua.
  • 0:58 - 1:00
    Bem, 60 era bela.
  • 1:01 - 1:03
    Cutículas alinhadas,
    vestida apropriadamente.
  • 1:03 - 1:05
    Nunca rude ou grosseira.
  • 1:05 - 1:08
    Pontual como sempre, mais precisa
    que uma bola de bilhar,
  • 1:08 - 1:10
    mas gostava de posar de superdescolada.
  • 1:10 - 1:14
    59 quis dizer a ela que sabia
    qual era a sua flor favorita.
  • 1:14 - 1:16
    Pensava nela a cada segundo,
    a cada minuto, a cada hora.
  • 1:16 - 1:19
    Mas sabia que não daria certo,
    nunca teria a garota.
  • 1:19 - 1:20
    Ela morava do outro lado da rua;
  • 1:20 - 1:24
    eles eram de mundos distintos; enquanto 59
    admirava as formas perfeitas de 60,
  • 1:24 - 1:30
    60 achava 59 "ímpar".
    (Risos)
  • 1:31 - 1:35
    Um de seus filmes favoritos
    era "Os 101 Dálmatas".
  • 1:36 - 1:38
    Ela preferia a sequência.
  • 1:39 - 1:42
    Ele romantizava a ideia
    de que eram amantes amaldiçoados.
  • 1:42 - 1:45
    Poderiam superar as adversidades,
    pois tinham um ao outro.
  • 1:45 - 1:49
    Mas ela mantinha uma rígida mentalidade,
    imposta pela mãe: o diverso não é igual.
  • 1:50 - 1:51
    Embora se sentisse estúpido e tolo
  • 1:51 - 1:54
    por amar uma garota
    controlada pela mãe estúpida,
  • 1:54 - 1:59
    deveria ter se confortado com o simples
    resultado: afaste 59 de 60 e fique com um.
  • 1:59 - 2:02
    Claro que, depois de dois meses
    de profunda tristeza,
  • 2:02 - 2:05
    61 dias depois, 61 foi quem ele encontrou.
  • 2:05 - 2:07
    Perdeu as chaves e os pais não estavam.
  • 2:07 - 2:11
    Um dia, após a aula, entrou numa casa
    e viu uns números meio bizarros na porta.
  • 2:11 - 2:13
    Perguntou-se por que
    nunca se apresentou antes.
  • 2:13 - 2:15
    Ao entrar, seu queixo caiu.
  • 2:15 - 2:19
    61 era igual a 60, mas um pouco maior.
    (Risos)
  • 2:20 - 2:23
    Ela tinha belos olhos,
    e um sorriso acolhedor,
  • 2:23 - 2:25
    E como ele, desalinhada, estilo casual;
  • 2:25 - 2:27
    tudo estava em pilhas desorganizadas;
  • 2:27 - 2:29
    a mãe dela era tranquila.
  • 2:29 - 2:31
    Ela era como ele, e ele gostava dela.
  • 2:32 - 2:34
    Ela gostaria dele se soubesse
    que ele era como ela.
  • 2:34 - 2:36
    E dessa vez foi diferente,
    a garota era fantástica.
  • 2:36 - 2:39
    Ele juntou coragem
    e perguntou o seu número.
  • 2:39 - 2:42
    Ela disse: "Eu sou 61."
  • 2:43 - 2:46
    Ele deu um sorrisinho e disse: "Sou 59."
  • 2:46 - 2:48
    Hoje me diverti muito.
    Quer vir à minha casa amanhã?
  • 2:48 - 2:50
    Ela disse: "Claro."
  • 2:50 - 2:52
    Gostava de falar com alguém
    incomum como ela.
  • 2:52 - 2:54
    Concordou com esse
    primeiro encontro não oficial.
  • 2:54 - 2:56
    No fim, ele ficou pronto no último minuto,
  • 2:56 - 2:58
    tudo bem, pois ela chegou
    um minuto atrasada.
  • 2:58 - 3:01
    E a partir daquele momento,
    foi um papo sem parar.
  • 3:01 - 3:04
    Como gostavam de "X Factor";
    como tinham 2 fatores.
  • 3:04 - 3:06
    Como não importava.
  • 3:06 - 3:07
    (Risos)
  • 3:07 - 3:09
    As diferenças os tornavam melhores.
  • 3:09 - 3:11
    Sabiam que foram feitos um para o outro.
  • 3:11 - 3:14
    E um dia, enquanto ela falava
    da arrogância de 60,
  • 3:14 - 3:16
    notou que 59 ficou um pouco perturbado.
  • 3:16 - 3:18
    Corado, falou a ela de sua paixão:
  • 3:18 - 3:21
    "A melhor coisa que aconteceu
    porque levou até nós."
  • 3:21 - 3:24
    61 era esperta, veja,
    sem tendência ao ciúme.
  • 3:24 - 3:26
    Ela o olhou nos olhos
    e disse com bastante ternura:
  • 3:26 - 3:31
    "Você é 59, eu sou 61, juntos combinamos
    para ser o dobro do que 60 poderia ser".
  • 3:31 - 3:34
    (Risos)
  • 3:34 - 3:36
    A essa altura, 59 tinha
    lágrimas nos olhos.
  • 3:37 - 3:39
    Feliz por ter essa garota
    única em sua vida.
  • 3:39 - 3:41
    Disse a ela que a definição de primoroso,
  • 3:41 - 3:44
    é que só com "uma" e ele mesmo
    poderia seu coração dividir,
  • 3:44 - 3:46
    e era para ela que ele queria
    seu coração entregar.
  • 3:46 - 3:49
    Ela sentia o mesmo e disse
    que os filmes eram meia-verdade,
  • 3:49 - 3:52
    não eram amor verdadeiro,
    apenas um amor de amostra.
  • 3:52 - 3:55
    Quando se trata de amor verdadeiro,
    eles são o exemplo primeiro.
  • 3:56 - 3:58
    Valeu.
  • 3:58 - 4:04
    (Aplausos)
  • 4:08 - 4:10
    Esse foi o primeiro poema que escrevi
  • 4:10 - 4:15
    para uma noite poética com a temática
    de números primos... (Risos)
  • 4:15 - 4:18
    que se tornou uma competição
    de poesia "números primos-temática".
  • 4:18 - 4:21
    E eu me tornei um vencedor
    em poesia "números primos-temática",
  • 4:21 - 4:25
    ou como gosto de chamar,
    um "primeiro ministro". (Risos)
  • 4:25 - 4:28
    E foi assim que descobri
    essa coisa chamada "poetry slams",
  • 4:28 - 4:30
    se vocês não sabem o que é "poetry slam",
  • 4:30 - 4:33
    é um formato que surgiu
    nos Estados Unidos há 30 anos
  • 4:33 - 4:36
    como forma de enganar as pessoas
    a irem a eventos de poesia
  • 4:36 - 4:39
    colocando uma palavra empolgante
    como "slam" - "batida" - no final.
  • 4:39 - 4:40
    (Risos)
  • 4:40 - 4:43
    Cada artista tem três minutos para atuar,
  • 4:43 - 4:46
    então, membros aleatórios do público
    mostram tabelas de pontuação,
  • 4:46 - 4:47
    e os artistas recebem pontos,
  • 4:47 - 4:51
    o que significa uma quebra de barreiras
    entre artista e público,
  • 4:51 - 4:54
    e cria um tipo de conexão entre ambos.
  • 4:54 - 4:56
    Isso também quer dizer
    que você pode ganhar.
  • 4:57 - 5:01
    E se você vence um "poetry slam", pode
    chamar a si mesmo de campeão da "batida"
  • 5:01 - 5:04
    e fingir que é um lutador,
    (Risos)
  • 5:04 - 5:07
    e se você perde um "poetry slam"
    pode dizer: "Quê? Poesia é arte subjetiva.
  • 5:07 - 5:11
    Não se pode pontuar tal coisa."
    (Risos)
  • 5:12 - 5:14
    Mas eu adoro isso,
    me envolvi nessas "batidas",
  • 5:14 - 5:16
    e me tornei campeão britânico de "batida".
  • 5:16 - 5:19
    Fui convidado para a Copa do Mundo
    de Poesia em Paris,
  • 5:19 - 5:20
    o que foi inacreditável.
  • 5:20 - 5:24
    Eram pessoas do mundo todo
    falando em suas línguas nativas,
  • 5:24 - 5:26
    sendo julgadas por cinco
    franceses desconhecidos.
  • 5:26 - 5:28
    (Risos)
  • 5:30 - 5:34
    E de alguma forma, eu ganhei,
    o que foi fantástico,
  • 5:34 - 5:36
    e desde então, eu pude
    viajar o mundo fazendo isso.
  • 5:36 - 5:41
    Isso também quer dizer que o próximo poema
    é, tecnicamente, o melhor poema do mundo.
  • 5:41 - 5:43
    (Risos)
  • 5:45 - 5:47
    Então...
  • 5:47 - 5:51
    (Aplausos)
  • 5:52 - 5:55
    De acordo com cinco
    franceses desconhecidos.
  • 5:55 - 5:57
    Aqui está: "Pessoas de Papel".
  • 5:58 - 6:00
    Eu gosto de pessoas.
  • 6:01 - 6:03
    Eu gostaria de algumas pessoas de papel.
  • 6:03 - 6:06
    Seriam pessoas de papel púrpura,
    ou pessoas "pop-up" de papel púrpura.
  • 6:06 - 6:08
    Pessoas próprias pop-up de papel púrpura.
  • 6:09 - 6:12
    "Como você prende pessoas
    pop-up de papel púrpura?"
  • 6:12 - 6:15
    Estou ouvindo vocês chorarem. Bem eu...
  • 6:16 - 6:19
    Eu provavelmente prenderia
    pessoas pop-up de papel púrpura
  • 6:19 - 6:21
    com um prendedor de pessoas
    pop-up de papel púrpura,
  • 6:21 - 6:23
    mas pré-prepararia adesivos alternativos.
  • 6:23 - 6:26
    Um inusitado pacote de adesivos
    se acaso o papel cair, pois...
  • 6:26 - 6:28
    Eu poderia fazer uma metrópole pop-up,
  • 6:28 - 6:31
    mas não gostaria de lidar
    com os políticos de papel.
  • 6:31 - 6:33
    Políticos de papel
    e suas papeladas políticas,
  • 6:33 - 6:35
    quebrando promessas sem perdão apropriado.
  • 6:36 - 6:39
    Haveria um papelzinho de mim.
    E um papelzinho de você.
  • 6:40 - 6:43
    E veríamos TV de papel;
    e seria tudo "pay-per-view".
  • 6:43 - 6:45
    (Risos)
  • 6:45 - 6:48
    Veríamos rappers de papel crepom
    com rap sobre pacotes de papel
  • 6:48 - 6:51
    ou pessoas portadoras de papel
    presas num trânsito de papel da A4.
  • 6:51 - 6:54
    (Risos)
    Papel.
  • 6:55 - 7:00
    Haveria uma princesa Kate de papel,
    mas só olharíamos a "Pippa" de papel.
  • 7:00 - 7:04
    E todos viveríamos com medo
    de Jack, o Estripador de Papel,
  • 7:04 - 7:07
    pois a propaganda de papel
    propaga o preconceito das pessoas,
  • 7:07 - 7:09
    paisagens de papel impresso
    de terroristas fotogênicos.
  • 7:09 - 7:12
    Um papelzinho de mim.
    E um papelzinho de você.
  • 7:12 - 7:14
    E numa população pop-up,
    problemas pululam também.
  • 7:14 - 7:17
    Haveria um pomposo parlamento
    de papel que seria intocável,
  • 7:17 - 7:20
    que ignoraria os protestos
    das pessoas contra cortes de papel;
  • 7:20 - 7:23
    e os protestos pacíficos de papel
    acabariam em papel picado,
  • 7:23 - 7:26
    por canhões de confete
    usados pela polícia preventiva.
  • 7:26 - 7:30
    Haveria dinheiro de papel,
    e ainda haveria ganância por papel.
  • 7:30 - 7:33
    E porcos banqueiros de papel
    embolsam mais do que precisam;
  • 7:33 - 7:35
    um pot-pourri que apimenta
    propriedades de papel.
  • 7:35 - 7:37
    Outros, pobres; sem conhecimento propício.
  • 7:37 - 7:39
    Uma economia própria pobre
    com tantos próprios pobres,
  • 7:39 - 7:43
    enquanto ignoram suas carências,
    o dinheiro vai para as guerras.
  • 7:43 - 7:45
    Exércitos de origami
    desdobram aviões de papel plano,
  • 7:45 - 7:49
    e ficaríamos aprisionados
    em nossa própria cadeia de papel,
  • 7:49 - 7:52
    mas o pior de tudo
    é que são sempre os mesmos
  • 7:52 - 7:55
    que mudam quem está no poder,
    escolhendo como lançar a culpa,
  • 7:55 - 7:57
    eles nomeiam nomes, esquecem
    que são nomes de pessoas,
  • 7:58 - 8:01
    porque no fim sempre recai no povo.
  • 8:01 - 8:03
    Eu gosto de pessoas.
  • 8:03 - 8:06
    Porque mesmo na pior situação,
    são sempre as pessoas quem podem inspirar,
  • 8:06 - 8:10
    e no papel é difícil
    ver como as pessoas interagem.
  • 8:10 - 8:12
    Mas no botão da Caixa de Pandora
    ainda há esperança,
  • 8:12 - 8:15
    e eu ainda acredito,
    porque creio nas pessoas.
  • 8:15 - 8:17
    Pessoas como meus avós,
  • 8:17 - 8:19
    que todos os dias, desde que nasci,
  • 8:19 - 8:21
    reservam um momento
    toda manhã para rezar por mim.
  • 8:22 - 8:26
    Isso são 7.892 dias direto
    de alguém vendo se eu estou bem,
  • 8:26 - 8:28
    e isso é fantástico.
  • 8:28 - 8:31
    Pessoas como minha tia
    que trabalha com presos.
  • 8:31 - 8:33
    Pessoas capazes do perdão genuíno.
  • 8:33 - 8:35
    Pessoas como os palestinos perseguidos.
  • 8:35 - 8:37
    Pessoas que te ajudam
    e não esperam nada em troca.
  • 8:37 - 8:41
    Veja, pessoas têm potencial
    para ser poderosas.
  • 8:41 - 8:44
    Só porque pessoas no poder
    costumam fingir ser vítimas,
  • 8:44 - 8:46
    não precisamos sucumbir ao sistema.
  • 8:46 - 8:48
    E uma população de papel não é diferente.
  • 8:49 - 8:53
    Há um papelzinho de mim.
    E um papelzinho de você.
  • 8:53 - 8:55
    E numa população pop-up
    problemas pululam também,
  • 8:55 - 8:58
    mas mesmo quando o mundo parece
    desabar, ainda podemos continuar.
  • 8:58 - 9:00
    Porque somos pessoas.
  • 9:01 - 9:02
    Obrigado.
  • 9:02 - 9:08
    (Aplausos)
  • 9:10 - 9:12
    Obrigado.
  • 9:19 - 9:21
    Muito obrigado. Só tenho tempo
    para mais uma.
  • 9:21 - 9:26
    Para mim, poesia é o caminho definitivo
    de ideias sem fronteiras.
  • 9:26 - 9:29
    Quando comecei, me inspirava
    pelas pessoas com ótimas histórias,
  • 9:29 - 9:33
    e eu pensava que alguém com 18 anos
    com uma vida feliz era comum demais,
  • 9:33 - 9:37
    mas eu podia criar esses mundos
    onde podia falar de minhas experiências,
  • 9:37 - 9:39
    sonhos e crenças.
  • 9:39 - 9:43
    É fantástico estar aqui com vocês hoje.
    Obrigado por estarem aqui.
  • 9:43 - 9:46
    Se não estivessem aqui,
    seria como a passagem de som de ontem.
  • 9:46 - 9:49
    (Risos)
  • 9:49 - 9:51
    E assim é mais divertido.
  • 9:51 - 9:53
    Então, o último se chama:
    "O Garoto Ensolarado".
  • 9:53 - 9:55
    Muito obrigado por ouvirem.
  • 9:57 - 9:59
    O velho ensolarado tinha orgulho do filho,
  • 10:00 - 10:03
    seu dia se iluminava
    ao ver o garoto correr,
  • 10:03 - 10:05
    não pelo que fizera,
    ou dos problemas porvir,
  • 10:05 - 10:08
    mas porque apesar disso
    sua alegria permanecia ensolarada.
  • 10:09 - 10:10
    Mas não foi sempre assim.
  • 10:11 - 10:13
    Houve tempos em que ele tentou
    esconder seu brilho.
  • 10:13 - 10:16
    Veja, toda estrela
    tem seu período difícil.
  • 10:16 - 10:18
    É preciso uma luz maior
    para inspirar através da escuridão.
  • 10:19 - 10:21
    Se voltarmos para quando
    ele era uma nébula,
  • 10:21 - 10:24
    saberemos que nunca fora visto
    como sujeito comum,
  • 10:24 - 10:25
    pois, ele intuía algo sobre o menino.
  • 10:25 - 10:27
    Não era bem um toque de Midas,
  • 10:27 - 10:29
    mas de tudo que se aproximava,
    deixava meio bronze.
  • 10:29 - 10:32
    Sim, esse filho era amado
    por uns mais que por outros.
  • 10:32 - 10:35
    Era como José, seus sonhos e seus irmãos,
  • 10:35 - 10:37
    porque brilhar na multidão
    tem seus prós e contras,
  • 10:37 - 10:41
    e a inveja cria inimigos naqueles
    que ilumina, como as Pessoas Sombra.
  • 10:41 - 10:44
    As Pessoas Sombra não gostavam
    do Garoto Ensolarado.
  • 10:44 - 10:46
    Ele mostrava as coisas
    sombrias que elas faziam;
  • 10:46 - 10:49
    ele fez brilhar os lugares
    em que elas se escondiam.
  • 10:49 - 10:54
    Então, elas armaram um plano contra ele;
    primeiro, riram de suas sardas.
  • 10:55 - 10:56
    Derrubaram seus sonhos do céu.
  • 10:56 - 11:00
    Suas palavras eram armas, usadas
    para lembrá-lo que ele não era tão legal,
  • 11:00 - 11:03
    não era popular na escola.
  • 11:03 - 11:06
    Diziam que ele era aéreo
    e que o trariam de volta à Terra;
  • 11:06 - 11:09
    basicamente, viera do nada
    e era isso que ele valia.
  • 11:09 - 11:12
    Ele nunca foi à universidade
    para aprender, os únicos graus que colou,
  • 11:12 - 11:15
    foram queimaduras de primeiro grau
    daqueles que chegaram muito perto.
  • 11:15 - 11:19
    Diziam que ele brilhava demais, por isso
    ninguém nunca lhe olhou nos olhos.
  • 11:19 - 11:21
    Seu entendimento ficou nublado,
  • 11:21 - 11:24
    como o céu, com lágrimas evaporadas;
    como o sol a chorar.
  • 11:24 - 11:26
    Porque o Garoto Ensolarado era brilhante,
  • 11:27 - 11:29
    com uma personalidade calorosa.
  • 11:29 - 11:31
    E por dentro brilhava selvagemente,
  • 11:31 - 11:34
    ferido por palavras e maldições
    do pessoal sombrio
  • 11:34 - 11:36
    que faziam buracos em sua alma
    e deixavam vazios.
  • 11:36 - 11:39
    E enquanto seu coração endurecia,
    seu brilho escurecia.
  • 11:40 - 11:42
    Cada vez em que o xingavam,
    esfriavam suas chamas.
  • 11:43 - 11:46
    Pensou que seria como eles
    se deixasse sua luz apagada,
  • 11:46 - 11:49
    mas estavam ocupados dizendo a ele
    que a luz tinha péssima mira.
  • 11:49 - 11:51
    Ele não podia ignorar o que eles diziam,
  • 11:51 - 11:54
    então, deixou sua luz eclipsar
    pelo que diziam.
  • 11:54 - 11:56
    Sentiu-se como
    A Estrela Solitária, o Texas,
  • 11:56 - 11:59
    como se tivessem socado seu plexo solar.
  • 12:00 - 12:03
    Mas foi aí que a Senhorita
    Ensolarada apareceu.
  • 12:03 - 12:06
    Cantando uma canção sobre
    sermos feitos para ser fortes,
  • 12:06 - 12:09
    e que não precisa mudar para existir,
    apenas ser honesto consigo mesmo,
  • 12:09 - 12:11
    porque todos somos estrelas no coração.
  • 12:11 - 12:14
    Senhorita Ensolarada era coisa quente.
  • 12:15 - 12:17
    O tipo de garota que quando você olha,
  • 12:17 - 12:19
    esquece das coisas...
  • 12:19 - 12:22
    Mas para ele, nada de esquecê-la.
  • 12:22 - 12:24
    Quando a viu, sua imagem
    queimou-lhe a retina,
  • 12:24 - 12:26
    ela vinha de outro mundo e o aceitava.
  • 12:26 - 12:28
    Quando ela estava por perto
  • 12:28 - 12:31
    as coisas não eram tão escuras;
    e ele ousou sonhar.
  • 12:31 - 12:33
    Sombra não havia quando ela aparecia.
  • 12:33 - 12:36
    Os olhos dele se iluminavam,
    não dava para fingir.
  • 12:37 - 12:40
    Quando ela sorria, seus raios
    apagavam as palavras de ódio.
  • 12:40 - 12:43
    Deram-se apelidos,
    eram "estrela-guia" e "sol maior",
  • 12:43 - 12:46
    e, aos poucos,
    a sombra do mal foi desfeita.
  • 12:46 - 12:49
    Ela era uma em um setilhão.
  • 12:49 - 12:51
    E ela era brilhante,
  • 12:51 - 12:53
    podia aquecer o sangue
    do mais frio réptil.
  • 12:53 - 12:56
    Amada por bilhões,
    de chilenos a brasileiros,
  • 12:56 - 12:59
    e ensinou ao Garoto Ensolarado
    o sentido de resiliência.
  • 12:59 - 13:04
    Ela disse: "Toda treva no mundo
    não pode apagar a luz de uma simples vela,
  • 13:04 - 13:08
    então, como diabos puderam
    deter a sua luz?
  • 13:08 - 13:10
    Só você pode diminuí-la,
    o céu é o limite,
  • 13:10 - 13:12
    então silencie as críticas
    através da chama."
  • 13:12 - 13:15
    Se os olhos são as janelas da alma,
    abra as cortinas
  • 13:15 - 13:17
    e deixe o sol entrar pela ferida.
  • 13:17 - 13:20
    Num universo de adversidade,
    essas estrelas se juntaram.
  • 13:20 - 13:22
    E mesmo na escuridão
    as memórias permanecerão,
  • 13:22 - 13:26
    diga o meteorologista o que disser,
    tudo ficará bem, o garoto brilhará.
  • 13:26 - 13:30
    Sim, o Garoto Ensolarado era brilhante,
    com um jeito caloroso.
  • 13:30 - 13:35
    Por dentro brilhava selvagemente,
    com o fogo inspirado através das galáxias
  • 13:36 - 13:38
    pela garota que lhe mostrou a fé.
  • 13:39 - 13:40
    Muito obrigado.
  • 13:40 - 13:44
    (Aplausos)
Title:
Um poema de amor para os solitários números primos
Speaker:
Harry Baker
Description:

Poeta performático e estudante de matemática, Harry Baker declama um poema de amor para o seu tipo favorito de números, os primos, aqueles solitários e que sofrem por amor. Fique ligado em mais dois poemas inspiradores deste artista encantador.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:05

Portuguese, Brazilian subtitles

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