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Damsel in Distress: Part 3 - Tropes vs Women in Video Games

  • 0:22 - 0:25
    Bem-vindos ao terceiro episódio da série
  • 0:25 - 0:28
    que explora os papéis e representações
    de mulheres em vídeogames.
  • 0:28 - 0:32
    Este projeto estuda os tropos,
    artifícios de enredo e padrões
  • 0:32 - 0:35
    mais comuns associados com mulheres em jogos
  • 0:35 - 0:37
    a partir de uma perspectiva sistemática e abrangente.
  • 0:37 - 0:40
    Ao longo desta série, eu farei uma análise crítica
  • 0:40 - 0:42
    de vários jogos e personagens populares.
  • 0:42 - 0:45
    Mas, por favor, lembre-se de que sempre é possível,
  • 0:45 - 0:49
    e mesmo necessário, gostar de uma produção da mídia
  • 0:49 - 0:52
    e, ao mesmo tempo, ser crítico sobre seus
    aspectos mais nocivos.
  • 0:52 - 0:55
    Nos dois episódios anteriores, nós discutimos
  • 0:55 - 0:57
    como o tropo da Donzela em Apuros tem sido
  • 0:57 - 1:01
    e continua sendo, uma das representações de mulheres mais pervasivas em vídeogames,
  • 1:01 - 1:07
    aparecendo em centenas de títulos, dos clássicos até os blockbusters mais modernos.
  • 1:07 - 1:08
    Mas, e o caso reverso?
  • 1:08 - 1:13
    Existem games sobre heroínas que tem a missão de salvar um "Cara em Apuros"?
  • 1:13 - 1:15
    Bem, sim, eles existem.
  • 1:15 - 1:20
    Porém, protagonistas femininas em seus próprios jogos
    são poucos e dispersos,
  • 1:20 - 1:24
    e aventuras em que mulheres trabalham para salvar homens em perigo são extremamente raras.
  • 1:24 - 1:29
    No primeiro episódio, eu mencionei que a Princesa Peach
    é a estrela de exatamente um jogo.
  • 1:29 - 1:34
    Esse jogo se chama Super Princess Peach
    e ele foi lançado em 2006
  • 1:34 - 1:36
    para o sistema portátil Nintendo DS.
  • 1:39 - 1:43
    Era uma vez umas princesas que foram
    chamadas para resgatar dois bombeiros.
  • 1:43 - 1:48
    Elas treinaram intensamente para dominar as
    habilidades necessárias para sobrevivência.
  • 1:48 - 1:55
    Se você pode enfrentar pessoas realmente más,
    talvez você tenha o que é preciso pra ser
  • 1:55 - 1:56
    uma princesa.
  • 1:56 - 1:59
    A premissa é uma simples inversão da fórmula padrão
  • 1:59 - 2:05
    em que Bowser sequestra Mario e Luigi,
    enquanto Peach, desta vez, é quem deve resgatá-los.
  • 2:05 - 2:09
    Então, finalmente, depois de ser sequestrada em
    13 jogos diferentes do Super Mário
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    Peach tem a chance de ser a heroína por uma vez.
  • 2:14 - 2:17
    Mas não se empolgue muito, porque tudo o mais no jogo
  • 2:17 - 2:19
    termina em estereótipos de gênero.
  • 2:19 - 2:24
    Nintendo lançou uma nova mecânica para Peach em que o jogador pode escolher entre 4 poderes especiais
  • 2:24 - 2:26
    ou 'vibes', como eles são chamados.
  • 2:26 - 2:28
    E você sabe o quê esses poderes são?
  • 2:28 - 2:29
    As alterações de humor dela.
  • 2:29 - 2:33
    Sim, é verdade! Os poderes da Peach são suas emoções femininas frenéticas e fora de controle.
  • 2:33 - 2:38
    Ela pode ter um ataque de raiva e enfurecer
    seus inimigos até a morte
  • 2:40 - 2:43
    ou chorar até afogar seus inimigos em lágrimas.
  • 2:43 - 2:48
    No fundo, Nintendo converteu piadas de TPM
    nas principais mecânicas de jogo.
  • 2:48 - 2:50
    E como se isso já não fosse o bastante,
  • 2:50 - 2:53
    Peach não é nem apresentada nas cutscenes
    da narrativa do jogo.
  • 2:53 - 2:56
    Ao invés disso, todas as cutscenes focam na
    história do seu guarda-sol
  • 2:56 - 2:59
    que na verdade é um menino encantado chamado Perry.
  • 2:59 - 3:03
    Embora ver Peach estrelando sua própria aventura
    seja definitivamente bom,
  • 3:03 - 3:07
    a inversão de papéis do Cara em Apuros prometida
  • 3:07 - 3:10
    parece que foi inventada apenas como uma brincadeira ou como uma novidade para um nicho de mercado.
  • 3:10 - 3:13
    Inversões de gênero similares tem sido usadas em vários games ao longo dos anos
  • 3:13 - 3:16
    incluindo Balloon Kid, originalmente para o Game Boy,
  • 3:16 - 3:19
    em que Alice deve buscar seu irmão mais novo.
  • 3:19 - 3:25
    Parte da história em Kya: Dark Lineage centra na busca de Frank, o meio-irmão de Kya.
  • 3:29 - 3:36
    Em Primal, Jennifer Tate viaja para reinos demoníacos tentando salvar Lewis, seu namorado sequestrado.
  • 3:36 - 3:41
    Em um dos meus jogos favoritos, Beyond Good and Evil,
    o companheiro de Jade, Uncle Pay'j
  • 3:41 - 3:46
    é capturado e preso em parte da aventura.
  • 3:46 - 3:49
    Provavelmente não seja coincidência que
    a maioria destes títulos
  • 3:49 - 3:53
    foi produzida e lançada quando o popular
    programa de TV, Buffy a Caça-Vampiros, estava no ar
  • 3:53 - 3:57
    o que levou o 'girl power' a ser uma tendência
    na mídia de entretenimento
  • 3:57 - 4:01
    e que durou entre o final dos anos 90 e início dos 2000.
  • 4:01 - 4:04
    Você deve se lembrar de Jovens Bruxas,
    Sabrina: a Feiticeira
  • 4:04 - 4:09
    ou a sensação pop inglesa The Spice Girls,
    que é um bom exemplo deste fenômeno.
  • 4:09 - 4:11
    Nós somos as Spice Girls, sim verdade
  • 4:11 - 4:13
    Apenas poderes femininos é tudo o que precisamos
  • 4:13 - 4:15
    nós sabemos como chegamos até aqui
  • 4:15 - 4:18
    força e coragem no sutiã.
  • 4:18 - 4:22
    Ao longo da década passada, porém, jogos com a inversão de gênero do Cara em Apuros
  • 4:22 - 4:24
    se tornaram poucos e esparsos.
  • 4:24 - 4:30
    Um exemplo raro é o jogo indie de 2007, Aquaria,
    em que Naija viaja pelo mundo sub-aquático,
  • 4:30 - 4:32
    fazendo sushi,
  • 4:32 - 4:34
    aprendendo sobre seu passado
  • 4:34 - 4:37
    e deve, ao final, resgatar seu amado Li.
  • 4:39 - 4:43
    Então, qual é a diferença entre narrativas tradicionais que
    colocam personagens femininas em posições vulneráveis
  • 4:43 - 4:47
    e histórias em que um personagem masculino tem que resgatar uma mulher?
  • 4:47 - 4:51
    À primeira vista, o Cara em Apuros e a
    Donzela em Apuros podem parecer similares
  • 4:51 - 4:55
    porém eles não são realmente equivalentes.
  • 4:55 - 4:58
    Para entender por que eles são diferentes,
    precisamos compreender as implicações
  • 4:58 - 5:01
    culturais e históricas dos dois recursos de enredo.
  • 5:01 - 5:06
    Primeiro, não existe uma falta de homens em papéis
    principais ou heróicos nos vídeogames
  • 5:06 - 5:08
    ou em nenhuma outra mídia, aliás.
  • 5:08 - 5:13
    Na verdade, um estudo recente revelou que apenas cerca de 4% dos títulos modernos
  • 5:13 - 5:16
    são desenhados exclusivamente em torno de uma mulher
    em um papel principal.
  • 5:16 - 5:20
    Uma vez que homens são ainda padrões para protagonistas
  • 5:20 - 5:25
    o raro enredo do Cara em Apuros não contribui em nada
    para a longa tradição de gêneros em narrativas.
  • 5:25 - 5:28
    Segundo, e talvez mais importante,
  • 5:28 - 5:32
    donzelas em apuros tendem a reforçar
    preconceitos retrógrados de que mulheres
  • 5:32 - 5:36
    são fracas ou precisam de proteção por causa
    do gênero delas
  • 5:36 - 5:41
    enquanto histórias com os ocasionais personagens masculinos impotentes não perpetuam nada de negativo
  • 5:41 - 5:46
    sobre homens, uma vez que não existem preconceitos
    sobre homens sendo fracos ou incapazes
  • 5:46 - 5:48
    por causa do gênero deles.
  • 5:48 - 5:52
    Como exemplo, vamos dar uma olhada rápida no
    jogo indie Spelunky.
  • 5:52 - 5:58
    Lançado originalmente em 2009, este jogo inclui uma
    típica Donzela em Apuros com mecânica de jogo
  • 5:58 - 6:01
    que, uma vez resgatada, premia o jogador com uma vida extra.
  • 6:01 - 6:07
    A versão de 2012 de Spelunky para Xbox Live inclui novamente o personagem da Donzela,
  • 6:07 - 6:10
    agora com seios maiores,
  • 6:10 - 6:13
    Porém, desta vez, uma opção foi incluída ao menu
  • 6:13 - 6:16
    que permite aos jogadores selecionarem uma
    substituição para a mulher em perigo
  • 6:16 - 6:20
    trocando-a por um galã no estilo Chippendale
    ou um cão.
  • 6:21 - 6:24
    Sem contar que, se uma personagem feminina é
    facilmente substituída por um cachorro,
  • 6:24 - 6:28
    pode-se dizer que isto é uma boa indicação
    de que algo está errado.
  • 6:28 - 6:32
    Meramente fornecer uma opção de troca de gênero
    não é uma solução rápida e fácil
  • 6:32 - 6:37
    especialmente quando se trata do personagem de donzela.
  • 6:37 - 6:41
    Os dois podem parecer iguais, mas eles não
    significam a mesma coisa em nossa cultura.
  • 6:41 - 6:44
    Isto ainda é um problema
  • 6:44 - 6:46
    enquanto este não é.
  • 6:46 - 6:50
    Por que um reinforça estereótipos sobre mulheres
  • 6:50 - 6:54
    enquanto o outro não reinforça nenhum
    estereótipo sobre homens.
  • 6:54 - 6:59
    Recentemente, temos visto algumas notícias sobre
    fãns que tomaram para si
  • 6:59 - 7:03
    a tarefa de trocar papéis de gênero em jogos clássicos
    através da manipulação de código.
  • 7:04 - 7:08
    Há a troca feita por Mike Mika em Donkey Kong, em que Pauline trabalha para salvar Mário,
  • 7:08 - 7:12
    a versão de Mike Hoye com a troca de gêneros
    em Wind Waker,
  • 7:12 - 7:17
    e Zelda starring Zelda, de Kenna Warsinske, que transforma a princesa em protagonista.
  • 7:18 - 7:21
    Esta prática de games com gêneros hackeados
    existe há décadas
  • 7:21 - 7:26
    e oferece jogadores a chance de jogar como uma versão
    feminina de Megaman
  • 7:26 - 7:29
    ou como Princesa Peach resgatando Mário com seus poderes de sereia.
  • 7:29 - 7:34
    E graças à Internet, modificações e emulações de jogos
    são agora muito mais acessíveis
  • 7:34 - 7:40
    Modificações de gênero como essas ilustram como
    personagens femininos que assume o papel de heroínas
  • 7:40 - 7:45
    salvadoras podem desafiar diretamente o status quo e
    romper com os padrões de dominação masculina em jogos.
  • 7:45 - 7:50
    Mas eu não acredito necessariamente que oportunidades iguais para personagens em perigo é a solução.
  • 7:50 - 7:55
    Apenas inverter os papéis de gêneros de uma convenção problemática para que mais homens estejam em apuros
  • 7:55 - 7:59
    em mais jogos não é a melhor solução de longo prazo.
  • 7:59 - 8:05
    mesmo que a prática possa ser subversiva de imediato para
    mostrar a grande e real disparidade na mídia.
  • 8:05 - 8:09
    Em última instância precisamos pensar
    completamente para além do clichê.
  • 8:10 - 8:13
    Nos últimos anos, temos visto uma exposão de
    desenvolvimentos independentes,
  • 8:13 - 8:17
    com muitos títulos novos inspirados em
    jogos clássicos.
  • 8:17 - 8:21
    Esta é uma tendência empolgante e vibrante, com
    um potencial enorme para inovação.
  • 8:21 - 8:24
    Mas, jogos produzidos fora do sistema
    mainstream de estúdios
  • 8:24 - 8:28
    tem conseguido romper com os modelos de gênero
    e evitar a Donzela em Apuros?
  • 8:28 - 8:32
    Bem, nós vemos o tropos reproduzido em indie, mobile e
    jogos inspirados em clássicos
  • 8:32 - 8:33
    como Gish,
  • 8:33 - 8:35
    Castle Creatures
  • 8:36 - 8:37
    Eversion
  • 8:38 - 8:39
    Machinarium
  • 8:40 - 8:42
    Super Meat Boy
  • 8:43 - 8:44
    Frobot
  • 8:46 - 8:48
    I Must Run
  • 8:49 - 8:51
    Flying Hamster
  • 8:53 - 8:54
    Rochard
  • 8:54 - 8:55
    "John!"
  • 8:55 - 8:57
    "Skylar! Você está bem?"
  • 8:57 - 8:59
    Sideway: New York
  • 8:59 - 9:01
    Zack Zero
  • 9:02 - 9:04
    Bean's Quest
  • 9:05 - 9:06
    Hotline Miami
  • 9:08 - 9:10
    Labyrinth Legends
  • 9:12 - 9:15
    Sangfroid: Tales of Werewolves
  • 9:15 - 9:16
    "Josephine!"
  • 9:16 - 9:19
    Gunman Clive
  • 9:21 - 9:23
    DLC Quest
  • 9:23 - 9:25
    The Other Brothers
  • 9:26 - 9:27
    Fist Puncher
  • 9:27 - 9:33
    "Você deveria caçar os sequestradores...
    e resgatar a mulher perdida"
  • 9:33 - 9:35
    Fightback
  • 9:37 - 9:39
    Tiny Thief
  • 9:41 - 9:44
    Knightmare Tower
  • 9:45 - 9:47
    e Guacamelee
  • 9:51 - 9:55
    Sem contar os inúmeros outros jogos para
    tablets e smartphones
  • 9:55 - 9:59
    que reciclam a desculpa infinitamente.
  • 9:59 - 10:03
    Longe de ser algo do passado, o tropo parece estar ainda mais popular que nunca
  • 10:03 - 10:08
    e uma vez que jogos mobile, indie e retrôs são feitos baseados em um legado de desigualdades
  • 10:08 - 10:12
    a nova onda de nostalgia dos anos 80 e 90
  • 10:12 - 10:16
    trouxe consigo um ressurgimento do que existe de pior no estereótipo da Donzela em Apuros.
  • 10:16 - 10:20
    Muitos destes títulos novos funcionam basicamente como uma declaração ao tropo,
  • 10:20 - 10:24
    ou como uma forma de tributo aos jogos clássicos das antigas.
  • 10:24 - 10:27
    Esta abordagem é sem dúvida como uma forma
  • 10:27 - 10:29
    de meta-comentário superficial sobre uma convenção velha e batida,
  • 10:29 - 10:32
    sugerindo que desenvolvedores ainda usam o tropo porque
  • 10:32 - 10:34
    os jogos em que eles se inspiram também usam.
  • 10:34 - 10:36
    Mas esta forma de auto-consciência irônica
  • 10:36 - 10:40
    não contensta ou rompe
    com o que o tropo da Donzela em Apuros
  • 10:40 - 10:42
    diz sobre o papel das mulheres em tais narrativas.
  • 10:42 - 10:47
    Fat Princess, Hoard, Dokuro e o já
    mencionado Spelunky, todos
  • 10:47 - 10:51
    incluem piadas paternalistas sobre a Donzela em
    Apuros embutidas nas mecânicas de jogo,
  • 10:51 - 10:54
    o que transforma personagens de donzelas
    literalmente em objetos,
  • 10:54 - 10:57
    ao invés de torná-las parte da narrativa.
  • 10:59 - 11:02
    Em Spelunky, a donzela pode ser nocauteada,
  • 11:02 - 11:05
    segurada, carregada, e jogada nos inimigos
  • 11:05 - 11:10
    antes de premiar o jogador com uma coração extra
    através de um beijo da vitória.
  • 11:11 - 11:16
    Isto é, se o jogador conseguir levar o corpo inconsciente dela, mas ainda vivo, até o final da fase.
  • 11:20 - 11:23
    Fat Princess é essencialmente um grande jogo
    de pega-bandeiras
  • 11:23 - 11:26
    mas com princesas no lugar das bandeiras.
  • 11:26 - 11:28
    Times de até 16 jogadores trabalham juntos para
  • 11:28 - 11:31
    resgatar sua princesa do castelo inimigo antes de que o time oponente
  • 11:31 - 11:35
    possa resgatar a princesa deles do seu castelo.
  • 11:35 - 11:39
    Pior ainda é a outra mecânica de jogo que permite aos jogadores alimentar a princesa capturada
  • 11:39 - 11:42
    com pedaços de bolo. Quanto mais ela come,
    mais pesada ela fica e
  • 11:42 - 11:46
    mais difícil fica para o outro time carregá-la de volta
    à base deles.
  • 11:46 - 11:50
    A voz da princesa também ficam mais grave e menos
    tradicionalmente feminina
  • 11:50 - 11:52
    quanto mais você faz ela engordar.
  • 11:52 - 11:54
    "Que fome!"
  • 11:54 - 11:57
    Jogadores devem achar tudo isso hilário, claro!
  • 11:57 - 12:03
    Assim, o conceito do jogo é inteiramente baseado em uma grande piada sexista e de obesidade.
  • 12:03 - 12:08
    Às vezes, este tipo de humor auto-referente é chamado de "sexismo irônico."
  • 12:08 - 12:11
    É o "eu sei que você sabe que eu sei que isso é machista",
  • 12:11 - 12:15
    onde o pressuposto básico dos criadores dos meios de comunicação parece ser que,
  • 12:15 - 12:19
    contanto que o machismo seja completamente
    óbvio e exagerado
  • 12:19 - 12:24
    ele perde o seu poder cultural de alguma forma, e imediatamente deixa de ser um problema.
  • 12:24 - 12:31
    O sexismo irônico é baseada no equívoco de que "as pessoas não têm mais opiniões machistas e retrógradas"
  • 12:31 - 12:36
    e, por isso, a própria idéia do machismo é
    apenas uma piada hilária,
  • 12:36 - 12:38
    mas nada pode ser menos verdade.
  • 12:41 - 12:48
    Palavras como 'paródia' e 'sátira' são muitas vezes usadas para descrever ou defender estas
  • 12:48 - 12:50
    performances cômicas de mais e mais personagens femininas indefesas.
  • 12:50 - 12:54
    Mas este simples gesto de reconhecimento
    de que o tropo é sexista,
  • 12:54 - 12:56
    enquanto ativamente reproduzindo o tropo,
  • 12:56 - 13:00
    não garante automaticamente um passe
    livre para o tropo continuar a ser explorado.
  • 13:00 - 13:02
    "Você chama isso de resgate?"
  • 13:02 - 13:04
    "Quem disse que eu estou aqui por você, princesa?"
  • 13:04 - 13:06
    "Hum, absolutamente todos os contos de fadas medievais já escritos?"
  • 13:06 - 13:11
    Na maioria das vezes, o humor irônico é apenas uma desculpa usada por desenvolvedores
  • 13:11 - 13:15
    como uma forma de tentar ter o bolo
    e também comê-lo, por assim dizer.
  • 13:15 - 13:21
    Eles querem usar o tropo, mas sem se responsabilizarem pelas implicações negativas de gênero inerentes a ele.
  • 13:21 - 13:26
    Aliás, alguns jogos dão oportunidade de jogar como mulher entre os diferentes caracteres disponíveis.
  • 13:26 - 13:30
    Mas só porque você pode escolher jogar com ,
    isto não significa
  • 13:30 - 13:32
    que isto é, como por mágica, OK.
  • 13:35 - 13:39
    Muitos outros jogos tentam fugir da reprodução
    da Donzela em Apuros
  • 13:39 - 13:43
    oferencendo a possibilidade de desbloquear e
    jogar com o personagem de donzela.
  • 13:47 - 13:52
    Mas geralmente só depois de o jogo ser completado
    com o herói masculino padrão.
  • 13:52 - 13:55
    Porém, estes tipos de inversão simbólica de papéis
  • 13:55 - 14:00
    não faz absolutamente nada para diminuir os problemas inerentes ao uso do tropo, em primeiro lugar.
  • 14:01 - 14:06
    Claro, alguns dos jogos de que estamos falando também podem ser muito bem feitos e super divertidos de jogar,
  • 14:06 - 14:09
    com exceção das suas representações
    retrógradas de gênero,
  • 14:09 - 14:14
    mas o ressurgimento generalizado da clássica
    Donzela em Apuros é ainda uma tendência infeliz,
  • 14:14 - 14:19
    porque é absolutamente possível de se criar jogos indies que apelem ao sentimento retrô
  • 14:19 - 14:24
    da era 8 ou 16 bits sem regurgitar a mulher indefesa como recurso de narrativa.
  • 14:28 - 14:31
    Há outras maneiras de homenagear ou evocar o passado através
  • 14:31 - 14:35
    do estilo gráfico, da mecânica de jogo ou nível de design.
  • 14:41 - 14:48
    Jogos como Sword & Sworcery, Where Is My Heart, e Fez são todos no estilo retrô, bonitos e criativos
  • 14:48 - 14:53
    que apelam para um sentimento de nostalgia sem reproduzir a Donzela em Apuros.
  • 14:54 - 14:59
    Claro, os jogos baseados na Donzela em Apuros não
    estão limitados a jogos indie recentes,
  • 14:59 - 15:03
    mas fazem parte de uma longa tradição no meio, que continua até hoje,
  • 15:03 - 15:07
    com títulos populares tradicionais, como Rayman Origins
  • 15:09 - 15:13
    e Ghost Trick: Phantom Detective para o Nintendo DS.
  • 15:16 - 15:20
    Uma vez que a própria comédia é muitas vezes confundida com subversão ou desconstrução
  • 15:20 - 15:22
    em nossa cultura midiática atual,
  • 15:22 - 15:27
    Vamos desvendar as várias maneiras como o humor tem sido empregado em relação ao tropo.
  • 15:27 - 15:30
    No jogo de plataforma de 1994, Earthworm Jim,
  • 15:30 - 15:35
    a mulher em perigo esperando no final do jogo é oficialmente chamada de Princesa "Qual-o-seu-nome?".
  • 15:35 - 15:40
    Uma referência destinada a reconhecer com humor o fato de que muitos personagens de donzela
  • 15:40 - 15:43
    em títulos clássicos eram tão sem importância que, ou permaneciam sem nome,
  • 15:43 - 15:46
    ou então eram completamente esquecidas.
  • 15:46 - 15:50
    Assim, os desenvolvedores de Earthworm Jim perceberam essa tendência machista, acharam hilário
  • 15:50 - 15:56
    e resolveram fazer mais um jogo em que uma mulher é completamente sem importância.
  • 15:56 - 16:00
    Para piorar a situação, quando Jim finalmente chega até a Princesa Qual-o-seu-nome?
  • 16:00 - 16:06
    e está se preparando para receber seu prêmio, ela é aleatoriamente morta por uma vaca que cai.
  • 16:07 - 16:11
    O final ruim do jogo indie Eversion possui uma piada semelhante:
  • 16:11 - 16:17
    Quando o herói finalmente chega até a princesa, ela se transforma em um monstro e come ele vivo.
  • 16:18 - 16:22
    Um final de jogo semelhante é encontrado também
    em Castle Crashers.
  • 16:22 - 16:26
    Depois que você salva a quarta princesa e, em seguida, luta e mata seus amigos para ver quem fica com ela,
  • 16:26 - 16:30
    você descobre que ela tem uma cara de palhaço horrível.
  • 16:34 - 16:39
    Em cada caso, a piada deriva do fato de que, após a conclusão do longa e perigosa jornada
  • 16:39 - 16:43
    para salvar a sua mulher, nosso herói é humorosamente enganado sobre seu merecido prêmio.
  • 16:43 - 16:47
    Em outras palavras, a comédia é feita às custas da donzela.
  • 16:47 - 16:51
    Estes títulos podem estar tentando tirar sarro de certas convenções de jogos,
  • 16:51 - 16:54
    como o resgate heróico, ou o beijo da vitória,
  • 16:54 - 17:00
    mas eles não mudam radicalmente, desafiam ou subvertem o tropo da Donzela em Apuros em si.
  • 17:00 - 17:03
    As donzelas permanecem mais impotentes do que nunca.
  • 17:03 - 17:05
    "Oh! Ajude-me!"
  • 17:05 - 17:09
    Agora, alguns irão, sem dúvida, afirmar que as piadas não têm poder cultural ou significado
  • 17:09 - 17:12
    e não deveriam ser levadas a sério.
  • 17:12 - 17:18
    Isso não tem nada de novo: fazer pouco e repudiar problemas de gênero é uma triste e antiga tradição.
  • 17:18 - 17:22
    Mas eu diria que essa reação fundamentalmente não entende como o humor funciona
  • 17:22 - 17:28
    como um dos principais meios pelos quais a cultura machista é mantida e perpetuada.
  • 17:28 - 17:31
    Entretenimentos da mídia de massa não apenas
    refletem a nossa cultura,
  • 17:31 - 17:33
    ele também funcionam como criadores de cultura.
  • 17:33 - 17:37
    Piadas machistas, em particular, servem como uma forma de permissão cultural,
  • 17:37 - 17:41
    que ajuda a consolidar atitudes e opiniões
    tóxicas e preconceituosas.
  • 17:41 - 17:47
    Claro, humor também pode ser uma ferramenta poderosa para desafiar ou romper com mitos nocivos de gênero,
  • 17:47 - 17:51
    mas isso é muito mais difícil de se conseguir, e deve ser feito com intenção cuidadosa.
  • 17:51 - 17:56
    Existe uma clara diferença entre paródia sexista
    e paródia de sexismo.
  • 17:56 - 18:01
    Paródias sexistas incentivam os jogadores a zombar e
    banalizar as questões de gênero,
  • 18:01 - 18:07
    enquanto paródias do sexismo rompem com o status quo e enfraquecem as convenções de gênero retrógradas.
  • 18:07 - 18:09
    "Eu vim para impedi-la de se casar com
    o governador Marley!"
  • 18:09 - 18:15
    Assim, por exemplo, quando o pirata Guybrush Threepwood finalmente chega à raptada Elaine Marley
  • 18:15 - 18:18
    no jogo de aventura de 1990, The Secret of Monkey Island,
  • 18:18 - 18:23
    ela já tem um plano para escapar, e ele arruína o plano
    com a sua tentativa de resgatá-la.
  • 18:23 - 18:29
    "Oh Guybrush, seu tolo! Estou impressionada que você veio para me salvar, mas isso realmente não era preciso."
  • 18:30 - 18:32
    "Eu tinha tudo sob controle!"
  • 18:32 - 18:38
    A piada acaba sendo direcionada para o protagonista,
    ao invés de zombar da donzela.
  • 18:38 - 18:42
    Existem muitas discussões sobre o sentido final
    do indie de 2008, Braid,
  • 18:42 - 18:47
    que é um exemplo notável de um jogo mais dramático que brinca com o tropo.
  • 18:47 - 18:49
    Embora a narrativa seja um pouco abstrata,
  • 18:49 - 18:55
    ao final, fica claro que a Donzela estava, na verdade, tentando fugir do protagonista o tempo todo.
  • 18:58 - 19:03
    Ambos os jogos oferecem um comentário interessante sobre a fórmula do resgate heróico.
  • 19:03 - 19:08
    Monkey Island pergunta: e se a Donzela é perfeitamente capaz de orquestrar sua própria fuga,
  • 19:08 - 19:11
    e as tentativas de resgatá-la apenas pioram as coisas?
  • 19:11 - 19:17
    Braid pergunta, em parte: e se, ao tentar salvar a donzela, isso faz de você o vilão?
  • 19:17 - 19:20
    Bem, esses tipos de jogos são um revigorante
    avanço na fórmula padrão,
  • 19:20 - 19:23
    e algo que eu gostaria de ver mais.
  • 19:23 - 19:25
    O foco ainda está direcionado aos personagens masculinos,
  • 19:25 - 19:30
    então, em essência, esses jogos não desconstroem os pressupostos do jogador realmente
  • 19:30 - 19:32
    sobre o arquétipo do herói tradicional.
  • 19:32 - 19:37
    Uma verdadeira subversão do tropo precisaria começar com a Donzela como o principal personagem jogável.
  • 19:37 - 19:39
    E precisaria ser a história dela.
  • 19:39 - 19:43
    Infelizmente, há muito pouco jogos que
    realmente exploram essa idéia.
  • 19:43 - 19:46
    Assim, como uma forma de ilustrar como uma desconstrução poderia funcionar,
  • 19:46 - 19:50
    vamos tentar imaginar um experimento para ver se podemos criar nós mesmos um conceito hipotético de jogo.
  • 19:51 - 19:57
    Como em muitos contos de fadas, essa história
    começa com o rapto de uma princesa.
  • 19:58 - 20:02
    Ela obedientemente espera um herói bonitão
    chegar e resgatá-la.
  • 20:02 - 20:05
    Ao final, no entanto, ela se cansa de ser donzela,
  • 20:05 - 20:07
    e decide que é hora de salvar a si própria.
  • 20:09 - 20:13
    Claro que, se ela vai ser a protagonista desta
    particular aventura,
  • 20:13 - 20:18
    ela vai precisar de uma roupa um pouco mais prática.
  • 20:19 - 20:25
    Depois de sua fuga ousada, ela anda pela floresta proibida, aumentando suas habilidades ao longo do caminho.
  • 20:27 - 20:31
    Ao chegar a seu reino, ela descobre a inevitável, mas inesperada, reviravolta na história:
  • 20:31 - 20:35
    O conselho real usurpou o poder e foi
    responsável por seu seqüestro!
  • 20:35 - 20:39
    Marcada como traidora e bandida em sua própria terra,
  • 20:39 - 20:46
    ela consegue novos disfarces e
    habilidades para entrar na cidade.
  • 20:46 - 20:51
    Ela percorre os caminhos até o castelo final
    para enfrentar o conselho vilão,
  • 20:51 - 20:54
    e abolir a monarquia para sempre.
  • 20:55 - 21:00
    A idéia de uma história como esta iria funcionar ativamente para subverter as expectativas de narrativas tradicionais.
  • 21:00 - 21:05
    A princesa é colocada em uma situação perigosa, mas em vez de ser feita o obejtivo final
  • 21:05 - 21:06
    para um protagonista masculino,
  • 21:06 - 21:11
    ela usa sua inteligência, criatividade, talento e força para engendrar sua própria fuga,
  • 21:11 - 21:13
    e, então, se tornar a estrela de sua própria aventura.
  • 21:15 - 21:18
    Eu certamente não estou afirmando que todas as
    histórias devem incluir
  • 21:18 - 21:21
    mulheres heróicas completamente sem medo
    e hiper-individualistas,
  • 21:21 - 21:26
    que põem-se de pé por si mesmas e nunca precisam
    de nada de ninguém.
  • 21:26 - 21:30
    Claro, não há absolutamente nada de errado em oferecer
    ou ocasionalmente necessitar de ajuda.
  • 21:30 - 21:32
    "Jane!"
  • 21:32 - 21:37
    "Segure-se, Jane! Estou indo!"
  • 21:37 - 21:41
    "Liberte-se, Jane! Eu vou distraí-lo."
  • 21:44 - 21:48
    O impulso humano de ajudar quem necessita
    certamente não é uma coisa negativa,
  • 21:48 - 21:54
    isto só se torna um problema quando atos de altruísmo são repetidamente apresentados com fortes idéias de gênero
  • 21:54 - 21:58
    que estão ligados a mitos perigosos sobre as mulheres como vítimas perpétuas,
  • 21:58 - 22:00
    e os homens como salvadores paternalistas.
  • 22:01 - 22:06
    Na verdade, cooperação e ajuda mútua são conceitos que possuem um grande potencial de jogo.
  • 22:06 - 22:12
    Verdadeiros jogos co-op, MMOs e alguns RPGs oferecem possibilidades de jogo que, se bem feitos,
  • 22:12 - 22:18
    pode facilitar uma aventura em estilo de ajuda mútua em que pessoas de todos os gêneros cooperam entre si.
  • 22:18 - 22:22
    Ambos Where Is My Heart? and Thomas Was Alone empregam exemplos inovadores de ajuda mútua
  • 22:22 - 22:28
    tendo um único jogador controlando vários personagens que trabalham em conjunto por um objetivo comum.
  • 22:33 - 22:38
    Como já dito, a Donzela em Apuros é parte de uma longa tradição de narrativas mitológicas
  • 22:38 - 22:40
    que remonta ao longo dos séculos.
  • 22:40 - 22:43
    Mas essas raízes históricas não são desculpa
    para o uso contínuo de um tropo
  • 22:43 - 22:46
    que perpetua mitos retrógrados e
    paternalista sobre as mulheres.
  • 22:47 - 22:51
    Já faz cem anos desde que uma mulher foi amarrada
    pela primeira vez aos trilhos de uma ferrovia
  • 22:51 - 22:54
    neste curta de 1913, de Keystone Cops,
  • 22:54 - 22:57
    e já se passaram mais de três décadas
    desde que o jogo de arcade Donkey Kong
  • 22:57 - 23:01
    ajudou a consolidar a Donzela em Apuros como uma motivação padrão para
  • 23:01 - 23:04
    heróis do sexo masculino em vídeogames.
  • 23:04 - 23:09
    No entanto, aqui estamos, ainda vendo o mesmo velho clichê empregado de novo e de novo.
  • 23:09 - 23:12
    Já passou da hora de romper com o padrão estabelecido,
  • 23:12 - 23:15
    quebrar o ciclo, e criar novos paradigmas de gênero.
Title:
Damsel in Distress: Part 3 - Tropes vs Women in Video Games
Description:

VIDEO DESCRIPTION:
This is the third installment in our three part mini-series exploring the Damsel in Distress trope in video games. In this episode we examine the rare Dude in Distress role reversal and then take a look at the use of "ironic sexism" in retro inspired indie and mobile games. We conclude with an investigation of some titles that attempt to subvert or deconstruct the traditional damsel narrative.

Watch The Damsel in Distress Part 1: http://www.youtube.com/watch?v=X6p5AZp7r_Q
Watch The Damsel in Distress Part 2: http://www.youtube.com/watch?v=toa_vH6xGqs

Links, resources and a full transcript is available at: http://www.feministfrequency.com/2013/08/damsel-in-distress-part-3-tropes-vs-women

You can also watch and share our stand alone "The Legend of the Last Princess" animation on YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=UZKtFfHIGrA

Captions and Subtitles coming soon!

48 TOTAL GAMES REFERENCED IN THIS EPISODE
Those with Spoilers are marked with an asterisk (*)

Super Princess Peach (2006)
Balloon Kid (1990)
Kya: Dark Lineage (2003)
Primal (2003)
* Beyond Good & Evil (2003)
Aquaria (2007)
Spelunky (2012)
Donkey King: Pauline Edition (2013)
Wind Waker: Gender Pronoun Mod (2012)
Zelda Starring Zelda (2013)
Gish (2004)
* Castle Crashers (2008)
* Eversion (2008)
Machinarium (2009)
Super Meat Boy (2010)
Frobot (2010)
I Must Run (2010)
Flying Hamster (2010)
Rochard (2011)
Sideway: New York (2011)
Zack Zero (2012)
Bean's Quest (2012)
Hotline Miami (2012)
Labyrinth Legends (2012)
Sang-Froid: Tales of Werewolves (2013)
Gunman Clive (2013)
DLC Quest (2013)
The Other Brothers (2013)
Fist Puncher (2013)
Fightback (2013)
Tiny Thief (2013)
Knightmare Tower (2013)
Guacamelee (2013)
Adventures of Lolo (1989)
Cloudberry Kingdom (2013)
Hoard (2010)
Dokuro (2012)
Fat Princess (2009)
Fez (2012)
Superbrothers: Sword & Sworcery EP (2011)
Where is my Heart? (2011)
Rayman Origins (2011)
Ghost Trick: Phantom Detective (2011)
* Earthworm Jim (1994)
* The Secret of Monkey Island (1990)
* Braid (2008)
Thomas Was Alone (2012)
Donkey Kong (1981)

Many more examples of the Damsel in Distress on our Tumblr: http://tropesversuswomen.tumblr.com

FAIR USE
The multimedia clips included in this video constitute a 'fair use' of any copyrighted material as provided for in Section 107 of U.S. Copyright law which allows for criticism, comment and scholarship.

ABOUT THE SERIES:
The Tropes vs Women in Video Games project aims to examine the plot devices and patterns most often associated with female characters in gaming from a systemic, big picture perspective. This series will include critical analysis of many beloved games and characters, but remember that it is both possible (and even necessary) to simultaneously enjoy media while also being critical of it's more problematic or pernicious aspects.

This video series is created by Anita Sarkeesian and the project was funded by 6968 awesome backers on Kickstarter.com

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Video Language:
English
Team:
Feminist Frequency
Duration:
23:27

Portuguese, Brazilian subtitles

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