Por que seu médico precisa da sua ajuda para combater o excesso de tratamento | Christer Mjåset | TEDxOslo
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0:12 - 0:14Sou neurocirurgião
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0:15 - 0:19e estou aqui hoje para dizer que pessoas
como eu precisam de sua ajuda. -
0:19 - 0:21E em alguns instantes, eu direi como.
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0:21 - 0:25Mas primeiro, vou começar contando
sobre uma paciente minha. -
0:26 - 0:30Ela era uma mulher na faixa dos 50 anos,
em boa forma, de maneira geral, -
0:30 - 0:33mas tinha sido hospitalizada algumas vezes
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0:33 - 0:37devido ao tratamento que a curou
do câncer de mama. -
0:37 - 0:40Agora, ela apresentava uma hérnia de disco
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0:40 - 0:42que causava dor intensa
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0:42 - 0:46que irradiava para o braço direito.
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0:46 - 0:51Examinando a ressonância magnética antes
da consulta, eu decidi sugerir cirurgia. -
0:53 - 0:56Cirurgias no pescoço, como essa,
são padronizadas e rápidas, -
0:57 - 0:58mas apresentam um certo risco.
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0:58 - 1:00Você faz uma incisão bem aqui
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1:00 - 1:04e afasta cuidadosamente
a traqueia, o esôfago, -
1:05 - 1:08e tenta não cortar
a artéria carótida interna. -
1:09 - 1:11Depois você pega o microscópio
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1:11 - 1:15e cuidadosamente remove o disco
e o prolapso no canal do nervo -
1:15 - 1:20sem danificar a medula e a raiz do nervo,
que estão apenas alguns milímetros abaixo. -
1:20 - 1:22A pior das hipóteses é o dano à medula,
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1:22 - 1:26que pode resultar em paralisia
do pescoço para baixo. -
1:26 - 1:29Quando expliquei à paciente,
ela ficou em silêncio. -
1:29 - 1:30E instantes depois,
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1:30 - 1:34ela disse algumas poucas palavras
que foram decisivas para mim e para ela. -
1:35 - 1:39"Doutor, isso é mesmo necessário?"
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1:42 - 1:45E sabem o que percebi naquele momento?
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1:45 - 1:46Que não era.
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1:47 - 1:50Na verdade, quando atendo
pacientes como essa mulher, -
1:50 - 1:53normalmente aconselho a não operar.
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1:53 - 1:56Então o que me fez aconselhar
a cirurgia dessa vez? -
1:57 - 2:01Bem, essa hérnia era tão delicada
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2:01 - 2:04que eu quase podia me ver
tirando-a do canal do nervo -
2:04 - 2:07antes da paciente entrar no consultório.
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2:07 - 2:11Eu admito, eu queria operá-la.
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2:11 - 2:13Eu adoraria operá-la.
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2:13 - 2:17Afinal, cirurgias como essa são a parte
mais divertida do meu trabalho. -
2:21 - 2:23Acho que vocês conseguem
se identificar com isso. -
2:23 - 2:25Meu vizinho arquiteto diz
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2:25 - 2:28que ama se sentar para desenhar
e projetar casas. -
2:28 - 2:32Ele preferiria fazer isso o dia todo
do que conversar com o cliente -
2:32 - 2:34que está pagando pela casa,
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2:34 - 2:37o qual pode até impor
restrições sobre o que fazer. -
2:37 - 2:39Mas assim como os arquitetos,
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2:39 - 2:43todo cirurgião precisa olhar
o paciente nos olhos e juntos -
2:43 - 2:47decidirem o que é melhor
para a pessoa a ser operada. -
2:47 - 2:51E isso pode soar fácil,
mas vejamos algumas estatísticas. -
2:52 - 2:55As amígdalas são dois caroços
na parte de trás da garganta; -
2:55 - 2:59elas podem ser removidas cirurgicamente,
isso se chama tonsilectomia. -
2:59 - 3:03Esse gráfico mostra a taxa
de tonsilectomias na Noruega, -
3:03 - 3:05em diferentes regiões.
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3:05 - 3:10O que chama atenção é que há duas
vezes mais chances de que seu filho, -
3:10 - 3:11essa é uma cirurgia para crianças,
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3:11 - 3:15sofra uma tonsilectomia
em Finnmark do que em Trondheim. -
3:15 - 3:18A indicação para cirurgia é a mesma
em ambas as regiões. -
3:18 - 3:20Não deveria haver diferença
nas taxas, mas há. -
3:21 - 3:22Aqui temos um outro gráfico.
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3:22 - 3:27O menisco ajuda a estabilizar o joelho
e pode ser lesionado ou rompido, -
3:27 - 3:30geralmente durante a prática
de esportes, como futebol. -
3:31 - 3:34Vemos aqui a taxa de operação
para essa lesão, -
3:34 - 3:41e uma taxa de cirurgia em Møre og Romsdal
cinco vezes maior do que em Stavanger. -
3:42 - 3:43Cinco vezes.
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3:44 - 3:45Como isso é possível?
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3:45 - 3:48Será que jogadores de futebol
em Møre og Romsdal jogam mais sujo -
3:48 - 3:50do que em outras regiões do país?
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3:50 - 3:51(Risos)
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3:52 - 3:53Provavelmente não.
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3:54 - 3:56Adicionei mais informação.
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3:56 - 4:00Agora temos os procedimentos
realizados em hospitais públicos, -
4:00 - 4:01em azul claro.
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4:01 - 4:04Os feitos em hospitais particulares
estão em verde claro. -
4:04 - 4:09Há muita atividade nas clínicas privadas
de Møre og Romsdal, não é mesmo? -
4:09 - 4:11O que isso indica?
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4:11 - 4:15Possivelmente, uma motivação
econômica para tratar os pacientes. -
4:15 - 4:16E tem mais.
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4:16 - 4:20Pesquisas recentes mostram que não há
diferença entre o resultado do tratamento -
4:20 - 4:24com fisioterapia regular
e com cirurgia do joelho. -
4:25 - 4:30Ou seja, a maioria dos procedimentos
realizados no gráfico que mostrei -
4:31 - 4:34poderia ter sido evitada,
até mesmo em Stavanger. -
4:34 - 4:37O que estou tentando dizer?
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4:37 - 4:38Apesar da maioria
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4:38 - 4:42das indicações para tratamentos
serem padronizadas ao redor do mundo, -
4:42 - 4:46há muitas variações desnecessárias
nas decisões de tratamento, -
4:46 - 4:48especialmente no Ocidente.
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4:48 - 4:51Algumas pessoas não estão recebendo
o tratamento de que precisam, -
4:51 - 4:56mas um número ainda maior
está recebendo tratamento excessivo. -
4:56 - 4:59"Doutor, isso é mesmo necessário?"
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4:59 - 5:02Eu só ouvi essa pergunta uma única vez
durante minha carreira. -
5:02 - 5:06Meus colegas dizem nunca terem ouvido
essas palavras de um paciente. -
5:07 - 5:09E para mudar a perspectiva,
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5:09 - 5:12com que frequência vocês acham
que ouvirão um "não" do médico -
5:12 - 5:13se fizerem essa pergunta?
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5:14 - 5:16Pesquisadores já investigaram isso
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5:16 - 5:20e encontraram, aproximadamente,
a mesma taxa de negativas em toda parte, -
5:20 - 5:21uma taxa de 30%.
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5:22 - 5:25Ou seja, três em cada dez vezes,
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5:25 - 5:29seu médico prescreve ou sugere algo
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5:29 - 5:32que é completamente desnecessário.
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5:32 - 5:35E sabem qual a razão alegada por eles?
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5:37 - 5:39Pressão por parte do paciente.
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5:39 - 5:41Em outras palavras, vocês.
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5:42 - 5:44Vocês querem que algo seja feito.
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5:45 - 5:48Uma vez, um amigo me pediu
aconselhamento médico. -
5:48 - 5:49Ele pratica esportes,
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5:49 - 5:52faz esqui cross-country no inverno,
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5:52 - 5:54corrida no verão,
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5:54 - 5:58mas estava sentindo dor nas costas
sempre que fazia jogging, -
5:58 - 6:00uma dor tão forte
que ele teve de parar. -
6:00 - 6:02Eu o examinei,
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6:02 - 6:03questionei minuciosamente.
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6:04 - 6:05Descobri que ele
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6:05 - 6:09provavelmente tinha uma degeneração
de disco na parte inferior da coluna. -
6:09 - 6:12O disco causava dor quando era comprimido.
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6:13 - 6:16Ele já tinha trocado jogging por natação.
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6:16 - 6:18Não havia muito a ser feito,
então eu disse: -
6:18 - 6:20"Você precisa ser mais seletivo
no treinamento. -
6:21 - 6:23Algumas atividades são boas para você,
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6:23 - 6:24outras, não".
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6:25 - 6:27Ele respondeu:
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6:27 - 6:30"Quero uma ressonância da minha coluna".
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6:31 - 6:33"Por que quer uma ressonância?"
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6:33 - 6:36"Eu posso fazê-la de graça
pelo plano de saúde do trabalho." -
6:36 - 6:39"Ora, por favor", disse eu;
afinal, era meu amigo. -
6:40 - 6:41"Isso não é motivo."
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6:41 - 6:46"Acho que seria bom ver como está
a situação nas minhas costas." -
6:47 - 6:50"Quando você começou a fazer
diagnóstico de imagens?", perguntei. -
6:50 - 6:51(Risos)
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6:52 - 6:55"Confie em mim, você
não precisa de um exame." -
6:56 - 7:00"Bom", ele disse, e depois completou:
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7:00 - 7:02"Pode ser câncer".
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7:02 - 7:03(Risos)
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7:04 - 7:06Ele fez o exame, claro.
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7:06 - 7:10E pelo plano de saúde do trabalho,
se consultou com outro colega meu, -
7:10 - 7:13que falou sobre a degeneração de disco,
que não havia nada a ser feito, -
7:13 - 7:16que ele deveria continuar
com a natação e parar o jogging. -
7:16 - 7:18Depois, nos encontramos
de novo e ele disse: -
7:18 - 7:21"Pelo menos, agora eu sei o que é".
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7:21 - 7:23Mas vou fazer uma pergunta.
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7:23 - 7:27E se todos vocês aqui com os mesmos
sintomas fizessem uma ressonância? -
7:27 - 7:31E se todas as pessoas na Noruega
fizessem uma ressonância -
7:31 - 7:33devido a dor esporádica nas costas?
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7:33 - 7:37A lista de espera para ressonância
aumentaria quatro vezes ou mais. -
7:38 - 7:40E vocês tomariam as vagas nessa lista
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7:40 - 7:43de pessoas que realmente têm câncer.
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7:43 - 7:46Um bom médico às vezes diz não,
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7:46 - 7:50mas o paciente sensato também recusa,
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7:50 - 7:54às vezes, uma oportunidade
de diagnóstico e tratamento. -
7:54 - 7:57"Doutor, isso é mesmo necessário?"
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7:58 - 8:01Sei que essa pode ser
uma pergunta difícil de se fazer. -
8:02 - 8:06De fato, se voltarmos 50 anos,
isso seria até mesmo considerado rude. -
8:07 - 8:11Se o médico tinha decidido o que fazer
com você, você simplesmente fazia. -
8:11 - 8:13Uma colega minha,
que agora é clínica geral, -
8:13 - 8:16foi enviada para um sanatório
para tuberculosos -
8:16 - 8:18quando era pequena.
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8:18 - 8:19Por seis meses.
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8:19 - 8:21Foi um trauma terrível para ela.
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8:21 - 8:24Mas tarde, já adulta, ela descobriu
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8:24 - 8:28que seus exames de tuberculose
sempre deram negativo. -
8:28 - 8:31O médico a mandou para o sanatório
baseado unicamente em uma falsa suspeita. -
8:32 - 8:36Ninguém ousou ou sequer considerou
confrontá-lo a respeito. -
8:36 - 8:38Nem mesmo os pais dela.
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8:39 - 8:43Hoje, o ministro da Saúde da Noruega
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8:43 - 8:46fala dos serviços de saúde para pacientes.
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8:47 - 8:52O paciente deve receber aconselhamento
do médico sobre o que fazer. -
8:52 - 8:54Isso é um grande progresso,
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8:54 - 8:58mas também coloca mais
responsabilidade sobre vocês. -
8:58 - 9:01Vocês precisam assumir o comando
junto com seu médico -
9:01 - 9:03e decidir juntos qual caminho tomar.
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9:03 - 9:06A próxima vez que estiverem
num consultório médico, -
9:06 - 9:08quero que vocês perguntem:
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9:08 - 9:11"Doutor, isso é mesmo necessário?"
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9:12 - 9:17Percebam que, no caso de muitos pacientes,
a resposta seria "não". -
9:17 - 9:20Mas também poderia haver
justificativa para cirurgia. -
9:21 - 9:26Então, médicos, quais são os riscos
relacionados a essa operação? -
9:26 - 9:32Entre 5% e 10% dos pacientes
apresentarão piora na dor. -
9:32 - 9:36Entre 1% e 2% dos pacientes
apresentarão infecção na ferida -
9:36 - 9:40ou hemorragia, que pode levar
a uma nova cirurgia. -
9:41 - 9:44Desses pacientes, 0,5 % apresentará
rouquidão permanente, -
9:44 - 9:48e alguns apresentarão redução da função
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9:48 - 9:51do braço ou das pernas.
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9:51 - 9:54"Doutor, há outras opções?"
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9:54 - 9:56Sim, repouso e fisioterapia
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9:56 - 10:00durante algum tempo podem
trazer recuperação plena. -
10:01 - 10:03"E o que acontece se eu não fizer nada?"
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10:03 - 10:06Isso não é recomendado, mas até
nesse caso há uma pequena chance -
10:07 - 10:08de recuperação.
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10:08 - 10:11Quatro perguntas simples.
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10:11 - 10:14Considere isso a sua nova
caixa de ferramentas -
10:14 - 10:16para nos ajudar.
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10:16 - 10:18"Isso é realmente necessário?"
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10:18 - 10:20"Quais são os riscos?"
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10:20 - 10:21"Há outras opções?"
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10:21 - 10:25"E o que acontece se eu não fizer nada?"
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10:25 - 10:29Faça essas perguntas quando seu médico
pedir uma ressonância, -
10:29 - 10:34prescrever antibióticos
ou sugerir uma cirurgia. -
10:34 - 10:38As pequisas mostram
que um em cada cinco de vocês, -
10:38 - 10:3920%,
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10:39 - 10:42mudará de opinião quanto ao que fazer.
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10:43 - 10:48E fazendo isso, vocês não apenas
tornarão sua vida mais fácil -
10:48 - 10:50e provavelmente melhor,
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10:50 - 10:52mas todo o setor de saúde
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10:52 - 10:55será beneficiado com sua decisão.
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10:56 - 10:57Obrigado.
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10:57 - 10:59(Aplausos)
- Title:
- Por que seu médico precisa da sua ajuda para combater o excesso de tratamento | Christer Mjåset | TEDxOslo
- Description:
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A palestra de Christer Mjåset aborda um dos maiores problemas da medicina ocidental: o excesso de tratamento. Embora os médicos se baseiem em padrões e recomendações na medicina em todos os níveis, variações no uso de ferramentas diagnósticas e tratamentos é um fenômeno generalizado. O que você pode fazer enquanto paciente para combater o excesso de tratamento e como pode se beneficiar ao encarar o assunto com a devida seriedade?
Christer Mjåset é neurocirurgião e vice-presidente da Norwegian Medical Association (Associação Médica Norueguesa). É autor de cinco livros e conferencista experiente em diferentes temas da medicina.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx
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- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
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- 11:06