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9 mitos sobre psicologia desmitificados

  • 0:01 - 0:04
    Já ouviram falar do QI,
    a vossa inteligência geral,
  • 0:04 - 0:06
    mas e o vosso Q-Psi?
  • 0:06 - 0:08
    Quanto sabem sobre
    o que vos motiva,
  • 0:08 - 0:11
    e quão bons são em prever
    o comportamento dos outros
  • 0:11 - 0:12
    ou mesmo o vosso?
  • 0:12 - 0:15
    E quanto do que julgam saber
    sobre psicologia está errado?
  • 0:15 - 0:18
    Vamos descobrir, contando
    os principais mitos da psicologia.
  • 0:19 - 0:22
    Takvez já tenham ouvido dizer
    que, quanto à sua psicologia,
  • 0:22 - 0:25
    é como se os homens viessem de Marte,
    e as mulheres de Vénus.
  • 0:25 - 0:28
    Mas quão diferentes são de facto
    os homens e as mulheres?
  • 0:28 - 0:30
    Para descobrir, comecemos por uma coisa
  • 0:30 - 0:32
    em que os homens e as mulheres
    são diferentes,
  • 0:32 - 0:35
    e vamos mapear na mesma escala
    diferenças psicológicas entre sexos.
  • 0:35 - 0:37
    Homens e mulheres
    são, de facto, diferentes
  • 0:37 - 0:40
    na distância a que conseguem
    atirar uma bola.
  • 0:40 - 0:41
    Vendo os dados relativos aos homens,
  • 0:41 - 0:43
    vemos uma curva de distribuição normal.
  • 0:43 - 0:46
    Poucos conseguem atirar muito longe,
    e poucos nada longe,
  • 0:46 - 0:48
    mas a maioria atira a bola
    a uma distância média.
  • 0:48 - 0:52
    As mulheres têm a mesma distribuição,
    mas há uma grande diferença.
  • 0:52 - 0:55
    O homem médio consegue
    atirar a bola mais longe
  • 0:55 - 0:57
    do que cerca de 98% das mulheres.
  • 0:57 - 1:00
    Agora vamos ver como são
    as diferenças psicológicas entre sexos,
  • 1:00 - 1:02
    na mesma escala normalizada.
  • 1:03 - 1:04
    Qualquer psicólogo vos dirá
  • 1:04 - 1:07
    que os homens são melhores
    em perceção espacial abstrata,
  • 1:07 - 1:09
    em coisas como ler mapas, por exemplo.
    E é verdade.
  • 1:09 - 1:12
    Mas vamos olhar para
    a dimensão dessa diferença.
  • 1:12 - 1:15
    É mínima: as linhas são tão próximas
    que quase se sobrepõem.
  • 1:15 - 1:19
    Na verdade, a mulher média é melhor
    do que 33% dos homens,
  • 1:19 - 1:21
    e, claro, se esse valor fosse de 50%,
  • 1:21 - 1:24
    os dois sexos
    seriam exatamente iguais.
  • 1:24 - 1:26
    Esta diferença e aquela
    que vou mostrar a seguir
  • 1:26 - 1:29
    são praticamente as maiores
    diferenças psicológicas entre sexos
  • 1:29 - 1:31
    que a psicologia já encontrou.
  • 1:31 - 1:32
    Aqui está a próxima:
  • 1:33 - 1:35
    Os psicólogos dirão
    que as mulheres são melhores
  • 1:35 - 1:37
    em linguagem e gramática
    do que os homens.
  • 1:37 - 1:39
    Este é o desempenho
    num teste de gramática.
  • 1:39 - 1:41
    Ali estão as mulheres.
    Ali os homens.
  • 1:41 - 1:44
    Sim, as mulheres são melhores,
    em média, mas as linhas são tão próximas
  • 1:44 - 1:48
    que 33% dos homens são melhores
    do que a média das mulheres.
  • 1:48 - 1:50
    Mais uma vez, se o valor fosse de 50%,
  • 1:50 - 1:52
    isso significaria
    a total igualdade entre os sexos.
  • 1:52 - 1:54
    Portanto, não se trata de Marte e Vénus.
  • 1:55 - 1:57
    Quando muito, Mars e Snickers.
  • 1:57 - 2:00
    São basicamente a mesma coisa,
    mas talvez um tenha mais frutos secos.
  • 2:01 - 2:03
    Quando fazem um bolo, preferem
  • 2:03 - 2:05
    (a) preferem usar um livro de receitas
    com imagens?
  • 2:05 - 2:07
    Sim, algumas pessoas.
  • 2:07 - 2:09
    (b) Preferem ter um amigo
    a dizer-vos a receita?
  • 2:09 - 2:12
    Ou (c) experimentar,
    inventando à medida que fazem?
  • 2:12 - 2:14
    Bastantes pessoas.
  • 2:14 - 2:15
    Muito bem, se disseram (a),
  • 2:15 - 2:17
    significa que aprendem visualmente
  • 2:17 - 2:21
    e que aprendem melhor quando
    a informação é apresentada visualmente.
  • 2:21 - 2:23
    Se disseram (b), significa
    que aprendem auditivamente,
  • 2:24 - 2:26
    aprendem melhor quando
    a informação é apresentada sonoramente.
  • 2:27 - 2:30
    E se disseram (c), significa
    que aprendem cinestesicamente,
  • 2:30 - 2:33
    aprendem melhor quando
    põem mãos à obra.
  • 2:33 - 2:35
    Só que, é claro,
    como já devem ter adivinhado
  • 2:35 - 2:38
    não é verdade, porque
    é tudo um grande mito.
  • 2:38 - 2:42
    Os tipos de aprendizagem são uma invenção
    que não se baseia em provas científicas.
  • 2:42 - 2:46
    Sabemo-lo porque em estudos
    rigorosamente controlados,
  • 2:46 - 2:48
    quando se dá às pessoas
    material de aprendizagem
  • 2:48 - 2:51
    do seu tipo preferido
    ou de um tipo oposto,
  • 2:51 - 2:54
    não faz qualquer diferença
    na quantidade de informação que retêm.
  • 2:54 - 2:56
    E se pensarem nisso por um segundo
  • 2:56 - 2:58
    é simplesmente óbvio
    que tem de ser verdade.
  • 2:58 - 3:01
    É óbvio que
    o melhor método de apresentação
  • 3:01 - 3:04
    não depende da pessoa,
    mas do que queremos aprender.
  • 3:04 - 3:07
    Por exemplo, poderiam aprender
    a conduzir um carro
  • 3:07 - 3:09
    apenas ouvindo alguém
    a dar instruções,
  • 3:09 - 3:11
    sem nenhuma experiência cinestética?
  • 3:11 - 3:13
    Poderiam resolver
    equações simultâneas
  • 3:13 - 3:15
    pensando nelas
    sem escrever nada no papel?
  • 3:15 - 3:17
    Fazer revisões
    para um exame de arquitetura
  • 3:17 - 3:20
    usando dança interpretativa,
    se forem aprendizes cinestéticos?
  • 3:20 - 3:23
    Não. Devem adaptar
    o que tem que ser aprendido
  • 3:23 - 3:26
    ao formato de apresentação, não a vocês.
  • 3:27 - 3:29
    Muitos de vocês são alunos de 20 valores
  • 3:29 - 3:32
    e receberam há pouco os resultados
    dos exames do secundário.
  • 3:32 - 3:34
    Se não tiveram as notas que esperavam,
  • 3:34 - 3:37
    não podem pôr as culpas
    no vosso tipo de aprendizagem,
  • 3:37 - 3:39
    mas poderão querer pôr as culpas
    nos vossos genes.
  • 3:40 - 3:43
    Falo de um estudo recente
    da University College London,
  • 3:43 - 3:46
    que concluiu que 58% da variação
  • 3:46 - 3:49
    entre diferentes alunos
    e os seus resultados nos exames
  • 3:49 - 3:51
    se devia a fatores genéticos.
  • 3:51 - 3:54
    Soa a um número muito preciso.
    Como é que sabemos?
  • 3:55 - 3:58
    Quando queremos extrair
    as contribuições relativas
  • 3:58 - 4:00
    dos genes e do ambiente,
  • 4:00 - 4:02
    fazemos um estudo com gémeos.
  • 4:02 - 4:05
    Os gémeos idênticos têm
    um ambiente 100% igual,
  • 4:05 - 4:07
    e genes 100% iguais,
  • 4:07 - 4:11
    enquanto que os gémeos não idênticos
    têm um ambiente 100% igual,
  • 4:11 - 4:14
    mas, como quaisquer irmãos ou irmãs,
    apenas partilham 50% dos genes.
  • 4:14 - 4:19
    Comparando as semelhanças nos
    resultados de exames de gémeos idênticos
  • 4:19 - 4:21
    com os resultados de
    gémeos não idênticos,
  • 4:21 - 4:23
    e com alguma matemática astuta,
  • 4:23 - 4:26
    podemos ter uma ideia de
    quanto da variação se deve ao ambiente
  • 4:26 - 4:28
    e quanto se deve aos genes.
  • 4:28 - 4:31
    E concluiu-se que cerca de 58%
    se deve aos genes.
  • 4:32 - 4:36
    Não se pretende sabotar o trabalho duro
    que vocês e os vossos professores tiveram.
  • 4:36 - 4:38
    Se não tiveram as notas que esperavam,
  • 4:38 - 4:43
    podem sempre tentar culpar os vossos pais,
    ou pelo menos os genes deles.
  • 4:43 - 4:45
    Uma coisa que não devem culpar
  • 4:45 - 4:48
    é serem um aprendiz
    de lado esquerdo ou direito do cérebro.
  • 4:48 - 4:50
    Porque, mais uma vez, isso é um mito.
  • 4:50 - 4:53
    O mito diz que
    o lado esquerdo do cérebro é lógico
  • 4:53 - 4:55
    que é bom em equações como esta,
  • 4:55 - 4:58
    e o lado direito é mais criativo,
    que é melhor em música.
  • 4:58 - 5:01
    Mais uma vez, é um mito
    porque quase tudo o que fazemos
  • 5:01 - 5:04
    envolve quase todas as áreas do cérebro
    que falam umas com as outras,
  • 5:04 - 5:07
    mesmo as coisas mais mundanas,
    como ter uma conversa normal.
  • 5:08 - 5:11
    Mas uma das razões pela qual
    talvez este mito tenha sobrevivido
  • 5:11 - 5:13
    é porque há nele um grão de verdade.
  • 5:13 - 5:15
    Uma versão deste mito
  • 5:15 - 5:18
    é que as pessoas esquerdinas
    são mais criativas do que as destras.
  • 5:18 - 5:21
    Isto faz mais ou menos sentido,
    porque o cérebro controla a mão oposta.
  • 5:21 - 5:23
    Portanto, nas pessoas esquerdinas
  • 5:23 - 5:26
    o lado direito do cérebro
    é levemente mais ativo do que o esquerdo
  • 5:26 - 5:29
    e a ideia é que o lado direito
    é mais criativo.
  • 5:29 - 5:31
    Isto não é, em si, verdadeiro,
  • 5:31 - 5:34
    que as pessoas esquerdinas
    sejam mais criativas do que as destras.
  • 5:34 - 5:37
    O que é verdadeiro é que
    as pessoas ambidestras,
  • 5:37 - 5:39
    pessoas que usam ambas as mãos
    para várias tarefas,
  • 5:39 - 5:43
    têm um pensamento mais criativo
    do que as que só usam uma mão,
  • 5:43 - 5:44
    porque ser ambidestro implica
  • 5:44 - 5:48
    ter ambos os lados do cérebro
    a comunicar muito um com o outro,
  • 5:48 - 5:51
    o que aparenta fazer parte
    da criação de pensamento flexível.
  • 5:51 - 5:53
    O mito dos esquerdinos criativos
  • 5:53 - 5:55
    surge do facto de que ser ambidestro
  • 5:55 - 5:58
    é mais comum entre os esquerdinos
    do que os destros,
  • 5:58 - 6:01
    portanto há um grão de verdade
    na ideia do esquerdino criativo,
  • 6:01 - 6:03
    mas não muito.
  • 6:03 - 6:05
    Um mito relacionado com este,
  • 6:05 - 6:07
    é o de que usamos apenas
    10% do nosso cérebro.
  • 6:07 - 6:09
    Mais uma vez, é absolutamente um mito.
  • 6:09 - 6:12
    Em quase tudo o que fazemos,
    mesmo nas coisas mais mundanas,
  • 6:12 - 6:14
    usamos a quase totalidade
    do nosso cérebro.
  • 6:15 - 6:17
    Dito isto, é verdade, claro,
  • 6:17 - 6:22
    que a maioria de nós não usa
    o seu poder cerebral tanto quando podia.
  • 6:22 - 6:25
    O que poderemos fazer
    para aumentar o nosso poder cerebral?
  • 6:25 - 6:27
    Talvez ouvir um pouco de Mozart.
  • 6:27 - 6:29
    Já ouviram falar da ideia
    do efeito Mozart?
  • 6:30 - 6:33
    A ideia é que ouvir Mozart
    nos faz mais inteligentes,
  • 6:33 - 6:35
    e melhora os nossos resultados
    em testes de Q.I.
  • 6:35 - 6:38
    Mais uma vez,
    o que é interessante neste mito
  • 6:38 - 6:40
    é que, apesar de ser um mito,
    tem um grão de verdade.
  • 6:41 - 6:43
    O estudo inicial concluiu
  • 6:43 - 6:46
    que os participantes que ouviram
    a música de Mozart por alguns minutos
  • 6:46 - 6:49
    se saíram melhor num teste de Q.I.
    realizado em seguida,
  • 6:49 - 6:52
    do que os participantes
    que esperaram em silêncio.
  • 6:52 - 6:55
    Mas um estudo de seguimento
    recrutou pessoas que gostavam de Mozart
  • 6:55 - 6:57
    e outro grupo de pessoas
  • 6:57 - 7:00
    que eram fãs das histórias de terror
    do Stephen King.
  • 7:00 - 7:03
    E puseram as pessoas a ouvir
    a música, ou as histórias.
  • 7:03 - 7:06
    As pessoas que
    preferiam Mozart às histórias
  • 7:06 - 7:09
    tiveram um maior aumento de Q.I.
    ouvindo Mozart do que as histórias,
  • 7:09 - 7:11
    mas as pessoas que
    preferiam as histórias a Mozart
  • 7:11 - 7:14
    tiveram um maior aumento de Q.I.
    ouvindo as histórias do Stephen King
  • 7:14 - 7:16
    do que ouvindo Mozart.
  • 7:16 - 7:19
    Portanto a verdade é que
    ouvir algo de que gostamos
  • 7:19 - 7:22
    levanta-nos o espírito
    e dá-nos um aumento temporário de Q.I.
  • 7:22 - 7:24
    numa gama limitada de tarefas.
  • 7:24 - 7:26
    Nada sugere que ouvir Mozart
  • 7:26 - 7:28
    ou histórias do Stephen King,
  • 7:28 - 7:31
    nos vá tornar mais inteligentes
    a longo prazo.
  • 7:32 - 7:34
    Outra versão do mito de Mozart
  • 7:34 - 7:39
    é que ouvir Mozart nos pode tornar não só
    mais inteligentes, mas mais saudáveis.
  • 7:39 - 7:41
    Infelizmente, não parece ser o caso
  • 7:41 - 7:44
    de alguém que ouvia a música de Mozart
    quase todos os dias,
  • 7:44 - 7:46
    o próprio Mozart,
  • 7:46 - 7:49
    que sofreu de gonorreia,
    varíola, artrite,
  • 7:49 - 7:53
    e, o que a maioria crê tê-lo morto,
    de sífilis.
  • 7:54 - 7:57
    Isto sugere que talvez Mozart
    devesse ter sido mais precavido
  • 7:57 - 7:59
    na escolha de parceiros sexuais.
  • 7:59 - 8:01
    Mas como escolhemos um parceiro?
  • 8:01 - 8:07
    Um mito que, devo dizer,
    é às vezes propagado pelos sociólogos
  • 8:07 - 8:10
    é o de que a escolha de um parceiro
    romântico é resultado da nossa cultura,
  • 8:10 - 8:13
    de que somos muito específicos,
    culturalmente.
  • 8:13 - 8:15
    Mas, na verdade,
    os dados não confirmam isso.
  • 8:15 - 8:19
    Um estudo acompanhou pessoas de
    37 culturas diferentes, de todo o mundo,
  • 8:19 - 8:20
    de americanos a zulus,
  • 8:20 - 8:22
    querendo saber o que
    procuravam num parceiro.
  • 8:22 - 8:25
    Em quase todas as culturas,
    por todo o mundo,
  • 8:25 - 8:28
    os homens davam mais valor
    à atração física por um parceiro
  • 8:28 - 8:30
    do que as mulheres,
  • 8:30 - 8:31
    e em todas as culturas, também,
  • 8:31 - 8:36
    as mulheres davam mais importância do que
    os homens à ambição e aos rendimentos.
  • 8:36 - 8:38
    Em todas as culturas, também,
  • 8:38 - 8:40
    os homens preferiam mulheres
    mais jovens do que eles,
  • 8:40 - 8:43
    em média 2,66 anos, julgo eu,
  • 8:43 - 8:44
    e em todas as culturas, também,
  • 8:44 - 8:48
    as mulheres preferiam homens
    que fossem mais velhos do que elas,
  • 8:48 - 8:50
    em média 3,42 anos,
  • 8:50 - 8:53
    por isso temos aqui
    "Toda a gente precisa de um paizinho."
  • 8:54 - 8:56
    Passemos de tentar marcar pontos
    com um parceiro
  • 8:56 - 9:00
    para tentar marcar em basquetebol,
    ou futebol, ou no vosso desporto.
  • 9:00 - 9:04
    O mito é que os desportistas têm fases
    de "mãos-quentes", dizem os americanos,
  • 9:04 - 9:06
    ou "fases roxas", como dizemos
    em Inglaterra,
  • 9:06 - 9:09
    em que nunca falham,
    como este tipo aqui.
  • 9:09 - 9:13
    Na verdade, o que sucede,
    se analisarmos o padrão
  • 9:13 - 9:15
    de acertos e falhas, estatisticamente,
  • 9:15 - 9:17
    verificamos que é quase sempre aleatório.
  • 9:17 - 9:19
    O nosso cérebro cria padrões
    a partir do aleatório.
  • 9:19 - 9:21
    Se atirarmos uma moeda ao ar,
  • 9:21 - 9:24
    uma sequência de caras ou coroas
    aparece no meio do aleatório,
  • 9:24 - 9:27
    e como o cérebro gosta de ver padrões
    onde não existem nenhuns,
  • 9:27 - 9:30
    olhamos para essas sequências
    e atribuímos-lhes significados,
  • 9:30 - 9:32
    e dizemos:
    "Sim, ele hoje está em forma,"
  • 9:32 - 9:34
    quando, na verdade, obteríamos
    o mesmo padrão
  • 9:34 - 9:37
    se tivéssemos acertos e falhas
    aleatoriamente.
  • 9:39 - 9:41
    No entanto, existe uma exceção,
    as grandes penalidades.
  • 9:41 - 9:45
    Um estudo recente sobre desempates
    por grandes penalidades no futebol
  • 9:45 - 9:47
    mostra que os jogadores
    que representam países
  • 9:47 - 9:49
    têm um registo muito mau
    em grandes penalidades
  • 9:49 - 9:51
    como, por exemplo, a Inglaterra.
  • 9:51 - 9:55
    Marcam as penalidades mais depressa
    do que os de países com melhor registo
  • 9:55 - 9:59
    e, presumivelmente, o resultado
    é que têm mais tendência a falhar.
  • 9:59 - 10:01
    O que levanta a questão
  • 10:01 - 10:04
    se existe alguma maneira
    de melhorar o desempenho das pessoas.
  • 10:04 - 10:06
    Uma coisa que vos pode ocorrer fazer
  • 10:06 - 10:09
    é punir as pessoas pelos seus falhanços
    e ver se isso as faz melhorar.
  • 10:09 - 10:13
    Esta ideia, de que a punição
    pode melhorar o desempenho,
  • 10:13 - 10:15
    era o que os participantes
    julgavam estar a testar
  • 10:15 - 10:18
    na famosa experiência de Milgram
    sobre aprendizagem e punição
  • 10:18 - 10:21
    de que talvez ouviram falar,
    se são estudantes de psicologia.
  • 10:21 - 10:24
    Conta-se que os participantes
    estavam prontos a administrar
  • 10:24 - 10:27
    choques elétricos fatais
    a outros participantes
  • 10:27 - 10:29
    quando eles erravam uma pergunta,
  • 10:29 - 10:31
    só porque alguém de bata branca
    lhes ordenava que o fizessem.
  • 10:31 - 10:34
    Mas esta história é um mito,
    por três razões.
  • 10:34 - 10:38
    Primeiro, e o mais importante,
    a bata não era branca, era cinzenta.
  • 10:39 - 10:43
    Em segundo lugar, disseram aos
    participantes antes do estudo
  • 10:43 - 10:46
    e lembraram-lhes,
    sempre que exprimiam preocupação,
  • 10:46 - 10:49
    de que apesar de serem dolorosos,
    os choques não eram fatais
  • 10:49 - 10:51
    e que não causavam
    quaisquer danos permanentes.
  • 10:51 - 10:54
    Em terceiro lugar, os participantes
    não administravam os choques
  • 10:54 - 10:57
    só porque alguém de bata
    lhes dizia para o fazerem.
  • 10:57 - 10:59
    Entrevistados após o estudo,
  • 10:59 - 11:01
    todos os participantes disseram
    que acreditavam firmemente
  • 11:01 - 11:05
    que o estudo de aprendizagem e punição
    servia um propósito científico válido
  • 11:05 - 11:07
    que traria ganhos duradouros
    para a ciência
  • 11:07 - 11:12
    ao contrário do desconforto, momentâneo
    e não-fatal, que trazia aos participantes.
  • 11:14 - 11:17
    Estou a falar há cerca de 12 minutos
  • 11:17 - 11:19
    e, provavelmente, têm estado aí
    sentados a ouvir-me,
  • 11:19 - 11:22
    a analisar os meus padrões de fala
    e a minha linguagem corporal
  • 11:22 - 11:25
    e a tentar perceber
    se devem ligar ao que estou a dizer,
  • 11:25 - 11:27
    se estou a dizer a verdade
    ou se estou a mentir.
  • 11:27 - 11:29
    O mais provável
    é terem falhado redondamente
  • 11:29 - 11:32
    porque, embora achemos
    que se pode apanhar um mentiroso
  • 11:32 - 11:34
    pela linguagem corporal
    e padrões de fala,
  • 11:34 - 11:37
    centenas de testes psicológicos
    ao longo dos anos mostraram
  • 11:37 - 11:39
    que todos, incluindo
    agentes da polícia e detetives,
  • 11:39 - 11:43
    andamos ao acaso, no que toca a detetar
    a mentira pela linguagem corporal
  • 11:43 - 11:44
    e pelos padrões verbais.
  • 11:44 - 11:47
    Curiosamente, há uma exceção:
  • 11:47 - 11:49
    Os apelos na TV sobre
    parentes desaparecidos.
  • 11:49 - 11:52
    É muito fácil prever
    se os parentes desapareceram
  • 11:52 - 11:55
    e se quem faz esse apelo
    foi quem assassinou os parentes.
  • 11:55 - 11:59
    Os falsos queixosos provavelmente
    abanam a cabeça, olham para longe,
  • 11:59 - 12:00
    e fazem erros no discurso,
  • 12:00 - 12:02
    enquanto que os queixosos genuínos
    quase sempre
  • 12:02 - 12:05
    expressam esperança no regresso
    da pessoa, em segurança,
  • 12:05 - 12:07
    e evitam linguagem violenta.
  • 12:07 - 12:11
    Diriam, por exemplo:
    "levaram-nos" em vez de "mataram."
  • 12:11 - 12:14
    Por falar nisso,
    está na hora de matar esta conversa
  • 12:14 - 12:16
    mas, antes de o fazer,
    queria dar-vos, em 30 segundos,
  • 12:17 - 12:20
    o mito fundamental da psicologia.
  • 12:20 - 12:25
    O mito é o de que a psicologia é apenas
    uma coleção de teorias interessantes,
  • 12:25 - 12:28
    em que todas dizem algo de útil,
    e todas têm algo a oferecer.
  • 12:28 - 12:30
    Espero ter-vos mostrado
    nestes últimos minutos
  • 12:30 - 12:32
    que isso não é verdade.
  • 12:32 - 12:36
    O que temos de fazer é avaliar
    as teorias da psicologia
  • 12:36 - 12:38
    vendo quais as previsões que fazem,
  • 12:38 - 12:40
    seja que ouvir Mozart
    nos torna mais inteligentes,
  • 12:40 - 12:45
    ou que aprendemos melhor quando nos dão
    informações da maneira que preferimos
  • 12:45 - 12:48
    ou seja o que for, todas estas previsões
    são empíricas e testáveis.
  • 12:48 - 12:50
    Só podemos progredir
  • 12:50 - 12:52
    se compararmos estas previsões
    com os dados
  • 12:52 - 12:55
    em estudos experimentais
    rigorosamente controlados.
  • 12:55 - 12:57
    Só assim podemos esperar descobrir
  • 12:57 - 13:00
    quais dessas teorias são fundamentadas
  • 13:00 - 13:03
    e quais — como as de que
    vos falei hoje — são mitos.
  • 13:04 - 13:05
    Obrigado.
  • 13:05 - 13:08
    (Aplausos))
Title:
9 mitos sobre psicologia desmitificados
Speaker:
Ben Ambridge
Description:

Quantas coisas que vocês pensam sobre o vosso cérebro são erradas? Neste passeio de descoberta de ciência desmascarada, Ben Ambridge trata 9 ideias populares sobre psicologia que provaram ser erradas — e revela algumas verdades surpreendentes sobre como o nosso cérebro realmente funciona.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:55

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