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Como os casais podem manter uma conexão sexual forte ao longo da vida?

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    Estou em um bar com um casal de amigos,
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    literalmente, são casados.
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    São pais de duas crianças pequenas,
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    somam sete graduações,
    são grandes nerds,
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    pessoas boas de verdade,
    porém muito privadas de sono.
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    E eles me fizeram "a pergunta"
    que ouço mais que qualquer outra.
  • 0:19 - 0:22
    Disseram: "Então, Emily,
  • 0:22 - 0:27
    como os casais, você sabe,
    mantêm uma conexão sexual forte
  • 0:27 - 0:29
    por várias décadas?"
  • 0:30 - 0:33
    Sou educadora sexual, por isso
    meus amigos fazem perguntas assim
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    e também sou uma grande nerd,
    como meus amigos.
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    Amo a ciência e é por isso que posso dar
    a eles algo parecido com uma resposta.
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    Na verdade, as pesquisas têm
    evidências bem sólidas
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    de que casais que mantêm
    uma conexão sexual forte
  • 0:45 - 0:47
    por várias décadas
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    têm duas coisas em comum.
  • 0:49 - 0:52
    Antes de dizer a meus amigos
    que coisas são essas,
  • 0:52 - 0:54
    tenho que dizer quais não são.
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    Não são casais
    que fazem sexo frequentemente.
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    Praticamente nenhum de nós faz
    sexo frequentemente.
  • 1:02 - 1:04
    Somos atarefados.
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    Também não são casais que necessariamente
    fazem sexo selvagem, ousado.
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    Um estudo recente descobriu
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    que os casais mais propensos
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    a ter uma maior satisfação
    no sexo e no relacionamento,
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    o maior indicador disso
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    não é o tipo de sexo que eles têm
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    ou onde ou o quanto fazem,
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    mas se eles se aconchegam
    ou não após o sexo.
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    E não necessariamente são casais
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    que normalmente não conseguem
    ficar longe um do outro.
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    Alguns são.
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    Eles experienciam o que os pesquisadores
    chamam de "desejo espontâneo",
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    que parece aparecer do nada.
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    Erika Moen, a cartunista
    que ilustrou meu livro,
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    desenha o desejo espontâneo
    como um relâmpago nos genitais --
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    cabum! -- você apenas tem vontade do nada.
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    É uma forma absolutamente normal
    e saudável de viver o desejo sexual.
  • 1:52 - 1:55
    Mas existe outra forma saudável
    de experienciar o desejo sexual.
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    É chamada de "desejo responsivo".
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    Da mesma forma que o desejo espontâneo
    emerge pela antecipação do prazer,
  • 2:02 - 2:06
    o desejo responsivo emerge
    em resposta ao prazer.
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    Uma terapeuta sexual
    de New Jersey, Christine Hyde,
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    me ensinou a incrível metáfora
    que usa com os clientes.
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    Ela diz: imagine que o seu melhor amigo
    te convida para uma festa.
  • 2:15 - 2:19
    Você diz "sim" porque é uma festa
    e é seu melhor amigo.
  • 2:20 - 2:22
    Mas, com a data se aproximando,
    você começa a pensar:
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    "Ah, vai ter tanto trânsito.
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    Vamos ter que achar uma babá.
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    Eu realmente vou querer
    pôr roupa de festa
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    e ir até lá no final da semana?"
  • 2:31 - 2:34
    Mas você põe sua roupa de festa e vai,
  • 2:34 - 2:36
    e o que acontece?
  • 2:36 - 2:38
    Você se diverte na festa.
  • 2:38 - 2:40
    Se você está se divertindo na festa,
  • 2:40 - 2:42
    você está fazendo isso certo.
  • 2:42 - 2:45
    Quando se trata de conexão
    sexual, é a mesma coisa.
  • 2:45 - 2:47
    Você põe sua roupa de festa,
  • 2:47 - 2:48
    encontra uma babá,
  • 2:48 - 2:50
    coloca o seu corpo na cama,
  • 2:50 - 2:53
    deixa sua pele tocar
    a pele do seu parceiro
  • 2:53 - 2:55
    e permite que seu corpo
    acorde e se lembre:
  • 2:55 - 2:58
    "Ah, legal! Eu gosto disso.
  • 2:58 - 2:59
    Eu gosto dessa pessoa!"
  • 3:00 - 3:02
    Isso é desejo responsivo
  • 3:02 - 3:06
    e é a chave para compreender os casais
    que mantêm uma conexão sexual forte
  • 3:06 - 3:08
    a longo prazo,
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    porque -- e aqui digo a meus amigos
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    as duas características dos casais
    que mantêm uma conexão sexual forte --
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    uma, eles têm um forte amizade
    como base do relacionamento.
  • 3:19 - 3:22
    Especificamente, uma confiança forte.
  • 3:23 - 3:24
    A terapeuta e pesquisadora de relações,
  • 3:24 - 3:26
    criadora da terapia focada em emoções,
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    Sue Johnson,
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    resume confiança a esta questão:
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    eu posso contar com você?
  • 3:33 - 3:36
    Principalmente, você está emocionalmente
    presente e disponível para mim?
  • 3:36 - 3:39
    Amigos podem contar uns com os outros.
  • 3:39 - 3:40
    Uma.
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    A segunda característica
    é que eles priorizam o sexo.
  • 3:46 - 3:49
    Decidem que é importante para a relação.
  • 3:49 - 3:54
    Escolhem deixar de lado todas as outras
    coisas que poderiam estar fazendo --
  • 3:54 - 3:58
    as crianças que poderiam estar criando,
    o trabalho que poderiam estar fazendo,
  • 3:58 - 4:00
    outros membros da família
    para dar atenção,
  • 4:00 - 4:02
    outros amigos com quem queiram curtir.
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    Deus os livre de querer apenas
    assistir televisão ou ir dormir.
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    Pare de fazer todas essas coisas
    e crie um espaço protegido
  • 4:09 - 4:13
    onde tudo o que vocês vão fazer
    é por seus corpos na cama
  • 4:13 - 4:15
    e deixar suas peles se tocarem.
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    Então é isto:
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    melhores amigos,
  • 4:19 - 4:20
    priorizar o sexo.
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    Então disse isso aos meus amigos no bar.
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    Disse para serem melhores amigos,
    para priorizar o sexo, falei da festa,
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    disse para encostar a pele
    na pele do parceiro,
  • 4:29 - 4:33
    e um deles disse:
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    "Credo!"
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    (Risos)
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    Eu pensei: "Certo,
    aí está o problema de vocês".
  • 4:38 - 4:39
    (Risos)
  • 4:39 - 4:43
    A dificuldade não era necessariamente
    eles não quererem ir para a festa.
  • 4:43 - 4:46
    Se a dificuldade for apenas a falta
    do desejo espontâneo pela festa,
  • 4:46 - 4:49
    você sabe o que fazer:
    coloque sua roupa de festa e vá.
  • 4:49 - 4:52
    Se estiver se divertindo na festa,
    está fazendo certo.
  • 4:52 - 4:54
    A dificuldade deles
    é que esta era uma festa
  • 4:54 - 4:59
    em que ela não gostava
    do que tinha para comer,
  • 4:59 - 5:01
    a música não era sua favorita
  • 5:01 - 5:04
    e ela não tinha certeza se gostava
    de se relacionar com as pessoas
  • 5:04 - 5:06
    que estavam na festa.
  • 5:06 - 5:08
    E isso acontece o tempo todo:
  • 5:08 - 5:13
    pessoas legais, que se amam,
    acabam tendo um sexo horrível.
  • 5:13 - 5:15
    Se esses casais buscarem terapia sexual
  • 5:15 - 5:17
    talvez o terapeuta os faça levantar
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    e se distanciarem um do outro
    o quanto precisarem
  • 5:21 - 5:22
    para se sentirem confortáveis
  • 5:22 - 5:28
    e o parceiro menos interessado
    estipulará um espaço de 6 metros.
  • 5:28 - 5:32
    E a parte mais difícil
    é que esse espaço não está vazio.
  • 5:32 - 5:36
    Está apinhado de semanas, meses ou anos
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    de: "Você não está me ouvindo",
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    "Não sei o que tenho de errado,
    mas suas críticas não estão ajudando",
  • 5:41 - 5:45
    "Se você me amasse, você iria"
    e "Você não me apoia".
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    Anos, talvez, de todos
    esses sentimentos difíceis.
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    No meu livro, eu uso
    uma metáfora realmente boba
  • 5:51 - 5:54
    de sentimentos difíceis
    como porcos-espinhos adormecidos
  • 5:54 - 5:58
    que você cria até encontrar
    um jeito de libertá-los
  • 5:58 - 6:02
    encarando-os com carinho e compaixão.
  • 6:02 - 6:06
    Quanto aos casais que estão sofrendo
    para manter uma conexão sexual forte,
  • 6:06 - 6:09
    a distância entre eles está cheia
    desses porcos-espinhos adormecidos.
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    Isso acontece em qualquer
    relacionamento que dura muito.
  • 6:12 - 6:16
    Vocês também estão criando porcos-espinhos
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    entre vocês e seu alguém especial.
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    A diferença entre casais que mantêm
    uma forte conexão sexual
  • 6:22 - 6:23
    e os que não mantêm
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    não é que eles não experienciem
    esses sentimentos difíceis e dolorosos,
  • 6:27 - 6:30
    é que eles encaram
    esses sentimentos difíceis
  • 6:30 - 6:32
    com carinho e compaixão
  • 6:32 - 6:34
    para que possam libertá-los
  • 6:34 - 6:36
    e encontrar o caminho
    de volta para o outro.
  • 6:37 - 6:42
    Então, meu amigos no bar confrontaram
    a pergunta dentro da pergunta,
  • 6:42 - 6:44
    não "Como manter uma conexão forte?",
  • 6:44 - 6:47
    mas: "Como encontrar
    nosso caminho de volta?"
  • 6:48 - 6:50
    E, sim, existe uma ciência
    para responder a essa questão,
  • 6:50 - 6:52
    mas, em 25 anos como educadora sexual,
  • 6:52 - 6:55
    uma coisa que eu aprendi
    é que, às vezes, Emily,
  • 6:55 - 6:56
    menos ciência,
  • 6:57 - 6:59
    mais porcos-espinhos.
  • 6:59 - 7:01
    Então contei para eles sobre mim.
  • 7:01 - 7:06
    Passei meses escrevendo um livro sobre
    a ciência do bem-estar sexual feminino.
  • 7:06 - 7:09
    Pensava sobre sexo
    o dia inteiro, todos os dias
  • 7:09 - 7:11
    e estava tão estressada pelo projeto
  • 7:11 - 7:16
    que tinha zero -- zero! -- interesse
    em realmente fazer sexo.
  • 7:16 - 7:18
    Então passei meses viajando
    para diversos lugares,
  • 7:18 - 7:20
    falando com quem quisesse ouvir
  • 7:20 - 7:23
    sobre a ciência do bem-estar
    sexual feminino.
  • 7:23 - 7:25
    No momento que chegava em casa, você sabe,
  • 7:25 - 7:27
    eu aparecia pra festa,
    colocava meu corpo na cama,
  • 7:27 - 7:29
    deixava minha pele tocar a pele dele
  • 7:29 - 7:34
    e estava tão exausta e sobrecarregada
    que apenas chorava e caía no sono.
  • 7:34 - 7:40
    Os meses de isolamento
    criaram medo, solidão
  • 7:40 - 7:42
    e frustração.
  • 7:43 - 7:45
    Tantos porcos-espinhos.
  • 7:45 - 7:49
    Meu melhor amigo, essa pessoa
    que eu amo e admiro,
  • 7:49 - 7:52
    parecia estar a quilômetros de distância.
  • 7:53 - 7:54
    Porém...
  • 7:55 - 7:57
    eu ainda podia contar com ele.
  • 7:57 - 8:00
    Independente da quantidade
    de sentimentos difíceis que havia ali,
  • 8:00 - 8:03
    ele os encarou com carinho e compaixão.
  • 8:03 - 8:04
    Ele nunca virou as costas.
  • 8:05 - 8:07
    E qual era a segunda característica
  • 8:07 - 8:10
    dos casais que mantêm
    uma conexão sexual forte?
  • 8:11 - 8:12
    Eles priorizam o sexo.
  • 8:12 - 8:16
    Decidem que é importante para a relação
  • 8:16 - 8:19
    fazerem o que for necessário
    para reencontrar a conexão.
  • 8:19 - 8:20
    Disse a meus amigos
  • 8:20 - 8:23
    o que a terapeuta sexual
    e pesquisadora Peggy Kleinplatz diz.
  • 8:23 - 8:27
    Ela pergunta: "Que tipo de sexo
    vale a pena querer?"
  • 8:28 - 8:31
    Meu parceiro e eu analisamos
    a qualidade da nossa conexão,
  • 8:31 - 8:33
    o que ela trouxe para nossa vida
  • 8:33 - 8:36
    e analisamos a família
    de porcos-espinhos adormecidos
  • 8:36 - 8:39
    que eu tinha introduzido na nossa casa.
  • 8:41 - 8:43
    E decidimos que valia a pena.
  • 8:43 - 8:48
    Decidimos -- escolhemos -- fazer
    o que fosse para encontrar nosso caminho,
  • 8:48 - 8:52
    encarando cada um dos porcos-espinhos,
    os sentimentos difíceis e dolorosos,
  • 8:52 - 8:54
    com carinho e compaixão
  • 8:54 - 8:56
    libertando-os para
    reencontrarmos o caminho
  • 8:57 - 8:59
    para a conexão que era importante
    para a nossa relação.
  • 9:01 - 9:03
    Não é a história que costumamos ouvir
  • 9:03 - 9:06
    sobre como o desejo sexual funciona
    em relacionamentos longos.
  • 9:07 - 9:10
    Mas não consigo pensar
    em nada mais romântico,
  • 9:11 - 9:12
    mais sexy,
  • 9:13 - 9:17
    do que ser escolhida como prioridade
  • 9:17 - 9:20
    porque essa conexão importa o suficiente,
  • 9:21 - 9:25
    mesmo depois de eu ter introduzido todos
    esses sentimentos difíceis na relação.
  • 9:26 - 9:31
    Como você mantém uma conexão
    sexual forte a longo prazo?
  • 9:32 - 9:35
    Você olha dentro dos olhos
    do seu melhor amigo
  • 9:35 - 9:39
    e continua escolhendo
    encontrar seu caminho de volta.
  • 9:40 - 9:41
    Obrigada.
  • 9:41 - 9:44
    (Aplausos)
Title:
Como os casais podem manter uma conexão sexual forte ao longo da vida?
Speaker:
Emily Nagoski
Description:

Como educadora sexual, Emily Nagoski frequentemente ouve: como os casais mantêm uma conexão sexual forte a longo prazo? Nesta palestra divertida e inspiradora, ela compartilha sua resposta, baseada em pesquisas (ligeiramente surpreendentes), e revela por que alguns casais param de fazer sexo enquanto outros conseguem manter uma conexão por toda a vida.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
09:57

Portuguese, Brazilian subtitles

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