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Medicamento de emergência para a febre do nosso clima

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    Quero falar de um assunto importante
    que talvez seja novidade para vocês.
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    Os governos do mundo
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    estão prestes a conduzir
    uma experiência involuntária
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    em nosso clima.
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    Em 2020, novas regras exigirão
    que navios reduzam a emissão de enxofre,
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    com a limpeza de seus escapamentos sujos
    ou mudança para combustíveis mais limpos.
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    Para a saúde humana, isso é muito bom,
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    no entanto, as partículas de enxofre
    da emissão dos navios
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    também têm um efeito nas nuvens.
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    Esta é uma imagem de satélite
    de nuvens marinhas
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    da Costa do Pacífico dos Estados Unidos.
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    As estrias nas nuvens são criadas
    pelas descargas dos navios.
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    As emissões dos navios
    incluem tanto gases de efeito estufa,
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    que armazenam calor por muito tempo,
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    quanto partículas, como sulfatos,
    que se misturam às nuvens,
  • 0:47 - 0:50
    e as deixam temporariamente mais claras.
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    Nuvens mais claras refletem
    de volta mais luz solar ao espaço,
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    refrescando mais o clima.
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    Então na verdade,
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    os seres humanos estão conduzindo
    duas experiências involuntárias
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    com nosso clima.
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    Na primeira, estamos aumentando
    a concentração de gases de efeito estufa
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    e gradualmente aquecendo
    o sistema terrestre.
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    Funciona como uma febre no corpo humano.
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    Quando a febre é baixa,
    seu efeito também é,
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    mas conforme a febre aumenta,
    os danos se tornam mais graves
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    e, por fim, devastadores.
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    Nós já vemos um pouco disso.
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    Em nossa outra experiência
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    estamos planejando retirar
    uma camada de partículas
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    que clareiam as nuvens e nos protegem
    de parte desse aquecimento.
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    O efeito é maior
    em nuvens marinhas como essas.
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    Cientistas esperam que no ano que vem,
    a redução de emissão de enxofre dos navios
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    produza um aumento significativo
    no aquecimento global.
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    Estão surpresos?
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    A maior parte das emissões contém sulfatos
    que clareiam as nuvens:
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    carvão, diesel, incêndios florestais.
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    Cientistas estimam que o efeito
    de resfriamento por emissão de partículas,
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    chamadas por eles de aerossóis
    quando relacionadas ao clima,
  • 2:01 - 2:06
    pode ser igual ao aquecimento total
    que tivemos até agora.
  • 2:06 - 2:09
    Existe muita dúvida em torno desse efeito,
  • 2:09 - 2:13
    e ele é um dos maiores responsáveis
    por nossa dificuldade para prever o clima,
  • 2:13 - 2:18
    mas é um resfriamento importante
    que perderemos com a queda das emissões.
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    Só para ficar claro, os seres humanos
    estão atualmente resfriando o planeta
  • 2:23 - 2:27
    com a dispersão de partículas na atmosfera
    em uma escala gigantesca.
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    Só não sabemos quanto,
    e estamos fazendo isso de forma acidental.
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    É preocupante,
  • 2:33 - 2:36
    mas pode significar que temos
    uma maneira ágil de baixar o aquecimento,
  • 2:36 - 2:40
    um medicamento de emergência
    para a febre do nosso clima,
  • 2:40 - 2:42
    e que vem de fontes naturais.
  • 2:44 - 2:47
    Essa é uma simulação, feita pela NASA,
    da atmosfera da Terra,
  • 2:47 - 2:50
    que mostra nuvens e partículas
    se movendo sobre o planeta.
  • 2:50 - 2:55
    A claridade representa a luz do sol
    sendo refletida das partículas nas nuvens,
  • 2:55 - 2:58
    e essa barreira refletiva
    é uma das principais maneiras
  • 2:58 - 3:02
    com a qual a natureza mantém o planeta
    fresco o suficiente para seres humanos
  • 3:02 - 3:04
    e todas as formas de vida.
  • 3:04 - 3:09
    Em 2015, os cientistas estudaram maneiras
    para resfriar o clima rapidamente.
  • 3:09 - 3:12
    Eles descartaram coisas
    como espelhos no espaço,
  • 3:12 - 3:17
    bolas de pingue-pongue no oceano,
    ou lâminas de plástico sobre o Ártico,
  • 3:17 - 3:19
    e viram que quase todos os métodos viáveis
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    implicavam aumentar ligeiramente
    essa refletividade atmosférica.
  • 3:24 - 3:28
    Aliás, é possível que o aumento
    de apenas 1% ou 2%
  • 3:28 - 3:31
    do reflexo de luz solar da atmosfera
  • 3:31 - 3:34
    possa compensar 2° C ou mais
    de aquecimento.
  • 3:36 - 3:39
    Sou executiva de tecnologia,
    não cientista.
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    Há cerca de uma década,
    preocupada com o clima,
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    comecei a conversar com cientistas
    sobre medidas viáveis para o aquecimento.
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    As conversas evoluíram para colaborações,
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    que se transformaram
    no "Marine Cloud Brightening Project",
  • 3:53 - 3:55
    do qual falarei em um instante,
  • 3:55 - 3:59
    e na "SilverLining", a ONG
    na qual me encontro hoje.
  • 3:59 - 4:03
    Trabalho com políticos, pesquisadores,
  • 4:03 - 4:05
    membros da indústria tecnológica e outros
  • 4:05 - 4:07
    para conversar sobre essas ideias.
  • 4:08 - 4:11
    Logo no início, conheci John Latham,
    meteorologista inglês,
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    que propôs resfriar o clima
    da mesma maneira que é feita pelos navios,
  • 4:15 - 4:17
    mas com partículas de fontes naturais:
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    névoa de sal marinho
  • 4:19 - 4:23
    pulverizada dos navios
    para áreas com nuvens acima do oceano.
  • 4:23 - 4:26
    Esse método ficou conhecido
    pelo nome que criei para ele na época:
  • 4:26 - 4:28
    "Marine Cloud Brightening".
  • 4:28 - 4:33
    Estudos iniciais de modelagem apontaram
    que o clareamento das nuvens marinhas,
  • 4:33 - 4:36
    em apenas 10% ou 20%
    em nuvens marinhas suscetíveis,
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    poderá gerar uma redução
    no aquecimento em até 2° C.
  • 4:41 - 4:44
    Talvez seja possível até clarear
    as nuvens em zonas isoladas,
  • 4:44 - 4:49
    reduzindo assim o impacto causado
    pelo aquecimento da superfície do oceano.
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    Por exemplo, áreas como o Golfo do México
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    poderiam ser resfriadas nos meses
    antes da temporada de furacões,
  • 4:54 - 4:57
    para reduzir a força das tempestades.
  • 4:57 - 5:01
    Ou, seria talvez possível resfriar a água
    que corre pelos recifes de coral
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    afetados pelo calor,
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    como a Grande Barreira de Coral,
    localizada na Austrália.
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    Essas ideias ainda são apenas teorias,
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    e o clareamento de nuvens marinhas
    não é a única maneira
  • 5:10 - 5:13
    de aumentar o reflexo de luz da atmosfera.
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    Outra maneira é quando grandes vulcões
    emitem material com força suficiente
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    para alcançar a estratosfera,
    a camada superior da atmosfera.
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    Quando o Monte Pinatubo
    entrou em erupção em 1991,
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    lançou para a estratosfera sulfatos
    que se misturam à atmosfera
  • 5:29 - 5:32
    para refletir a luz solar.
  • 5:33 - 5:36
    Esse material se manteve por lá
    e circulou o planeta.
  • 5:37 - 5:43
    Foi o suficiente para resfriar o clima
    em mais de 0.5° C por cerca de dois anos.
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    Esse resfriamento gerou um grande aumento
    da camada de gelo do Ártico em 1992,
  • 5:50 - 5:54
    mas diminuiu nos anos seguintes,
    conforme as partículas desceram à Terra.
  • 5:54 - 5:59
    Esse fenômeno levou Paul Crutzen,
    ganhador de Prêmio Nobel, a propor
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    a ideia de que dispersar partículas
    para a estratosfera de modo controlado,
  • 6:03 - 6:06
    possa ser uma maneira
    de combater o aquecimento global.
  • 6:06 - 6:09
    Existem riscos que ainda não conhecemos,
  • 6:09 - 6:12
    como o aquecimento da estratosfera,
  • 6:12 - 6:14
    ou danos à camada de ozônio.
  • 6:14 - 6:18
    Cientistas acreditam que há
    maneiras seguras de fazer isso,
  • 6:18 - 6:20
    mas será que já estamos prontos?
  • 6:20 - 6:23
    Vale a pena considerar isso?
  • 6:23 - 6:26
    Essa é uma simulação
    do modelo climático global
  • 6:26 - 6:29
    do "US National Center
    for Atmospheric Research",
  • 6:29 - 6:32
    que mostra a temperatura
    da superfície da Terra em 2100.
  • 6:32 - 6:36
    O globo da esquerda
    mostra nosso trajeto atual.
  • 6:36 - 6:39
    O da direita mostra o mundo
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    com a introdução gradual
    de partículas na estratosfera,
  • 6:41 - 6:44
    de 2020 até 2100.
  • 6:44 - 6:48
    Com a intervenção, a temperatura
    se mantém como a de hoje,
  • 6:48 - 6:52
    e sem ela, a temperatura
    sobe mais do que 3° C.
  • 6:52 - 6:56
    Isso pode ser o fator determinante
    entre um mundo seguro ou não.
  • 6:58 - 7:02
    Mesmo que haja apenas uma chance
    disso se tornar realidade,
  • 7:02 - 7:05
    devemos ainda assim considerá-la?
  • 7:06 - 7:08
    Hoje não há recursos,
  • 7:08 - 7:11
    e o conhecimento científico
    ainda é muito limitado.
  • 7:11 - 7:16
    Nós nem sabemos
    se esse tipo de intervenção é viável,
  • 7:16 - 7:18
    ou como caracterizar seus riscos.
  • 7:19 - 7:22
    Pesquisadores esperam poder explorar
    algumas questões básicas
  • 7:22 - 7:26
    que poderão nos ajudar a determinar
    se essas opções são realmente possíveis
  • 7:26 - 7:28
    ou se devemos descartá-las.
  • 7:29 - 7:32
    Precisamos de diversas maneiras
    para estudar o sistema climático,
  • 7:32 - 7:35
    incluindo modelos computadorizados
    para prever mudanças,
  • 7:35 - 7:38
    técnicas analíticas
    como aprendizado de máquina,
  • 7:38 - 7:40
    e muitas outras considerações.
  • 7:41 - 7:42
    Mesmo sendo algo controverso,
  • 7:42 - 7:47
    é importante que os pesquisadores
    desenvolvam tecnologias cruciais
  • 7:47 - 7:50
    e conduzam experiências reais
    em menor escala.
  • 7:51 - 7:55
    Existem dois programas de pesquisa
    propondo experiências como essas.
  • 7:55 - 7:59
    Em Harvard, a experiência "SCoPEx"
    lançaria quantidades muito pequenas
  • 8:00 - 8:05
    de sulfatos, carbonato de cálcico e água
    na estratosfera por um balão,
  • 8:05 - 8:08
    para estudar efeitos químicos e físicos.
  • 8:09 - 8:10
    Quanto material?
  • 8:11 - 8:14
    Menos do que a quantidade emitida
    por uma aeronave comercial
  • 8:14 - 8:15
    em um minuto de voo.
  • 8:16 - 8:18
    Não é nada perigoso,
  • 8:18 - 8:20
    e talvez nem seja assustador.
  • 8:21 - 8:23
    Na Universidade de Washington,
  • 8:23 - 8:27
    cientistas pretendem conseguir pulverizar
    uma névoa fina de água com sal nas nuvens
  • 8:27 - 8:30
    numa série de testes na terra e no mar.
  • 8:30 - 8:33
    Se esses testes forem bem-sucedidos,
    eles culminarão em experiências
  • 8:33 - 8:36
    para clarear efetivamente
    as nuvens sobre o oceano.
  • 8:37 - 8:41
    O método de clareamento de nuvens marinhas
    foi o primeiro a criar uma tecnologia
  • 8:41 - 8:45
    para gerar aerossóis
    para refletir luz solar da atmosfera.
  • 8:45 - 8:48
    É necessário a criação
    de partículas minúsculas.
  • 8:48 - 8:52
    Imaginem a névoa que sai
    dos inaladores de asma,
  • 8:52 - 8:56
    porém na escala de uma nuvem real.
  • 8:56 - 8:59
    É um problema complicado de engenharia.
  • 8:59 - 9:04
    Esse pulverizador que desenvolveram
    gera 3 trilhões de partículas por segundo,
  • 9:04 - 9:06
    80 nanômetros em tamanho,
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    a partir de água salgada muito corrosiva.
  • 9:08 - 9:11
    Foi desenvolvido por uma equipe
    de engenheiros aposentados
  • 9:11 - 9:12
    do Vale do Silício.
  • 9:12 - 9:14
    Aqui estão eles,
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    trabalhando em tempo integral
    e sem remuneração, para seus netos.
  • 9:19 - 9:23
    Precisaremos de alguns milhões de dólares
    e de mais um ou dois anos
  • 9:23 - 9:27
    para desenvolver o sistema de pulverização
    necessário para fazer essas experiências.
  • 9:27 - 9:30
    Trabalhos de pesquisa estão surgindo
    em outras partes do mundo,
  • 9:30 - 9:35
    incluindo programas menores de modelagem
    na Universidade Normal de Pequim, China,
  • 9:35 - 9:37
    no Instituto de Ciência da Índia,
  • 9:37 - 9:42
    no centro dedicado à reparação do clima
    na Universidade de Cambridge, Reino Unido,
  • 9:42 - 9:44
    e na "DECIMALS Fund",
  • 9:44 - 9:47
    que patrocina pesquisadores
    dos países do Sul global
  • 9:47 - 9:50
    para estudarem o efeito potencial
    dessas intervenções na luz solar
  • 9:50 - 9:52
    na parte deles do mundo.
  • 9:52 - 9:56
    O problema é que todos esses programas,
    incluindo os experimentais,
  • 9:56 - 9:58
    carecem de financiamento.
  • 9:59 - 10:02
    É também complicado
    entender essas experiências.
  • 10:02 - 10:04
    A Terra é um sistema grande e complexo,
  • 10:04 - 10:08
    e nós precisamos de muito investimento
    em modelos de clima, observações e ciência
  • 10:08 - 10:12
    para conseguirmos entender o clima
    muito melhor do que conseguimos hoje
  • 10:12 - 10:16
    e gerir tanto as intervenções acidentais,
    como as intervenções intencionais.
  • 10:18 - 10:19
    Pode ser que isso seja urgente.
  • 10:20 - 10:24
    Relatórios científicos recentes
    preveem que nas próximas décadas,
  • 10:24 - 10:27
    a febre da Terra atingirá um estado grave:
  • 10:27 - 10:29
    calor extremo e incêndios,
  • 10:30 - 10:32
    grande perda da vida marinha,
  • 10:33 - 10:35
    o derretimento do gelo do Ártico,
  • 10:36 - 10:39
    o desalojamento e sofrimento
    de centenas de milhares de pessoas.
  • 10:40 - 10:44
    A febre poderá até chegar a um ponto
    em que o aquecimento será tão forte
  • 10:44 - 10:46
    que não haverá mais nenhuma solução humana
  • 10:46 - 10:49
    para reverter as mudanças rápidas
    nos sistemas naturais.
  • 10:50 - 10:52
    Para prevenir essa situação,
  • 10:52 - 10:55
    o "International Panel on Climate Change"
    das Nações Unidas prevê
  • 10:55 - 10:58
    que precisamos parar,
    e até reverter as emissões, até 2050.
  • 10:59 - 11:01
    Como?
  • 11:01 - 11:04
    Com uma mudança rápida e radical
    dos grandes setores econômicos,
  • 11:04 - 11:08
    como os de energia, construção,
    agricultura, transporte, entre outros.
  • 11:09 - 11:13
    É crucial que façamos isso
    o mais rápido possível.
  • 11:13 - 11:15
    Nossa febre atual é tão alta
  • 11:15 - 11:18
    que especialistas do clima afirmam
    que também temos que remover
  • 11:18 - 11:21
    quantidades enormes de CO2 da atmosfera,
  • 11:21 - 11:24
    possivelmente dez vezes
    a emissão total do mundo por ano,
  • 11:24 - 11:27
    de maneiras que ainda não conhecemos.
  • 11:27 - 11:31
    Hoje, temos soluções lentas
    para um problema com evolução rápida.
  • 11:32 - 11:34
    Mesmo com as suposições mais otimistas,
  • 11:34 - 11:37
    nossa exposição ao risco
    nos próximos 10 a 30 anos
  • 11:37 - 11:40
    é inaceitavelmente alta, na minha opinião.
  • 11:41 - 11:44
    Será que intervenções assim poderiam
    fornecer medicamento de emergência
  • 11:45 - 11:48
    para diminuir a febre da Terra enquanto
    estudamos suas causas subjacentes?
  • 11:49 - 11:51
    Há muita preocupação com isso.
  • 11:51 - 11:55
    Algumas pessoas estão preocupadas
    que até o estudo sobre essas intervenções
  • 11:55 - 11:59
    poderá ser usado como pretexto
    para atrasar esforços de reduzir emissões.
  • 11:59 - 12:01
    Isso também é chamado de risco moral.
  • 12:02 - 12:04
    Como a maioria dos medicamentos,
  • 12:04 - 12:07
    quanto mais usamos as intervenções,
    mais perigosas elas se tornam.
  • 12:07 - 12:10
    A pesquisa então costuma mostrar
  • 12:10 - 12:13
    que nós certamente não podemos continuar
  • 12:13 - 12:16
    enchendo nossa atmosfera
    com gases de efeito estufa,
  • 12:16 - 12:18
    que essas alternativas são perigosas,
  • 12:18 - 12:23
    e caso tenhamos que usá-las,
    que seja o mínimo possível.
  • 12:25 - 12:27
    Mesmo assim,
  • 12:27 - 12:30
    será que entenderemos o suficiente
    sobre essas intervenções
  • 12:30 - 12:32
    para conseguir controlar seus riscos?
  • 12:32 - 12:35
    Quem decidiria quando e como interferir?
  • 12:36 - 12:38
    E se algumas pessoas
    estiverem em situações piores
  • 12:38 - 12:41
    ou apenas acharem que estão?
  • 12:41 - 12:43
    Esses problemas são muito complicados.
  • 12:44 - 12:48
    O que me preocupa é que,
    se esse impacto no clima piorar,
  • 12:49 - 12:52
    os dirigentes serão forçados a tomar
    qualquer medida que estiver disponível.
  • 12:53 - 12:56
    Eu não quero que eles ajam
    sem terem nenhuma verdadeira informação
  • 12:56 - 12:58
    e melhores opções.
  • 12:59 - 13:01
    Cientistas acham que pode levar uma década
  • 13:01 - 13:06
    para apenas avaliarmos essas intervenções,
    antes de podermos desenvolver ou usá-las.
  • 13:06 - 13:11
    Mas hoje, o nível de investimento global
    nessas intervenções
  • 13:11 - 13:13
    é praticamente zero.
  • 13:15 - 13:17
    Precisamos agir rápido
  • 13:17 - 13:20
    se quisermos que os dirigentes
    tenham informação real
  • 13:20 - 13:23
    sobre esse tipo
    de medicamento de emergência.
  • 13:24 - 13:25
    Há esperança!
  • 13:27 - 13:29
    O mundo já solucionou
    esse tipo de problema antes.
  • 13:30 - 13:33
    Na década de 1970,
    detectamos uma ameaça existencial
  • 13:33 - 13:35
    à nossa camada de ozônio.
  • 13:36 - 13:38
    Na década de 1980, cientistas,
    políticos e a indústria
  • 13:39 - 13:42
    se uniram num esforço para substituir
    materiais químicos causadores do problema.
  • 13:43 - 13:46
    Conseguiram isso com o único
    acordo ambiental juridicamente vinculativo
  • 13:46 - 13:49
    assinado por todos os países do mundo,
  • 13:49 - 13:51
    o Protocolo de Montreal.
  • 13:51 - 13:53
    Ele está em vigor até hoje,
  • 13:53 - 13:55
    é responsável pela recuperação
    da camada de ozônio
  • 13:55 - 13:58
    e é a medida de proteção ambiental
    mais bem-sucedida
  • 13:58 - 14:00
    da história da humanidade.
  • 14:01 - 14:04
    Hoje temos uma ameaça bem maior,
  • 14:04 - 14:08
    mas temos a habilidade para desenvolver
    e concordar com soluções
  • 14:08 - 14:12
    para proteger as pessoas
    e restaurar a saúde do nosso clima.
  • 14:12 - 14:15
    Isso significa que para
    nos mantermos seguros,
  • 14:15 - 14:18
    teremos que refletir a luz solar
    por algumas décadas
  • 14:18 - 14:22
    enquanto nossas indústrias
    se tornam mais verdes e retiram o CO2.
  • 14:22 - 14:25
    Significa que precisamos trabalhar agora
  • 14:25 - 14:29
    para conhecer nossas opções
    para esse tipo de medicamento emergencial.
  • 14:30 - 14:31
    Obrigada.
  • 14:31 - 14:34
    (Aplausos)
Title:
Medicamento de emergência para a febre do nosso clima
Speaker:
Kelly Wanser
Description:

Enquanto nós imprudentemente aquecemos o planeta com a liberação de gases de efeito estufa na atmosfera, algumas das emissões industriais também produzem partículas que refletem luz solar de volta para o espaço, criando uma grande dúvida na questão do aquecimento global. A ativista do clima, Kelly Wanser, nos pergunta: "Podemos criar maneiras de conseguir esse efeito e ainda diminuir o aquecimento?" Saiba mais sobre as promessas e riscos do clareamento das nuvens, e como ele poderá nos ajudar a restaurar a saúde do nosso clima.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:49

Portuguese, Brazilian subtitles

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