Return to Video

A fantástica arquitetura das cidades temporárias

  • 0:01 - 0:03
    Hoje, no nosso planeta,
  • 0:04 - 0:09
    existem cerca de 50 cidades
    com mais de cinco milhões de pessoas.
  • 0:09 - 0:12
    Vou partilhar a história de uma cidade,
  • 0:12 - 0:14
    uma cidade com sete milhões de pessoas,
  • 0:14 - 0:19
    mas é uma megacidade temporária,
    uma megacidade efémera.
  • 0:20 - 0:24
    É construída para um festival hindu
  • 0:25 - 0:26
    chamado Kumbh Mela,
  • 0:26 - 0:31
    que se realiza a cada 12 anos,
    com edições mais pequenas a cada 4 anos,
  • 0:31 - 0:34
    e tem lugar na confluência
  • 0:34 - 0:38
    dos rios Ganges e Yamuna, na Índia.
  • 0:38 - 0:40
    Neste festival,
  • 0:40 - 0:45
    juntam-se cerca de 100 milhões de pessoas.
  • 0:45 - 0:47
    Estas pessoas juntam-se aqui
  • 0:48 - 0:51
    porque os Hindus creem
    que, durante o festival,
  • 0:51 - 0:53
    num ciclo de 12 anos,
  • 0:53 - 0:57
    se nos banharmos na confluência
    destes dois grandes rios,
  • 0:57 - 0:59
    ficamos livres da reencarnação.
  • 0:59 - 1:01
    É uma ideia muito fascinante,
  • 1:01 - 1:04
    ficar livre da existência
    como a conhecemos.
  • 1:04 - 1:07
    E é isto que atrai
    estes milhões de pessoas.
  • 1:07 - 1:11
    E é construída uma megacidade
    para os acolher.
  • 1:11 - 1:14
    Sete milhões de pessoas
    vivem lá durante os 55 dias,
  • 1:14 - 1:17
    e outros 100 milhões visitam-na.
  • 1:17 - 1:20
    Estas são imagens do mesmo local,
  • 1:20 - 1:22
    captadas durante as 10 semanas
  • 1:22 - 1:25
    que demorou a erguer a cidade.
  • 1:25 - 1:27
    Depois das monções,
  • 1:27 - 1:30
    quando as águas destes rios
    começam a recuar
  • 1:30 - 1:33
    e aparecem os bancos de areia,
  • 1:33 - 1:36
    começa-se a construir a cidade.
  • 1:36 - 1:38
    E até 15 de janeiro,
  • 1:38 - 1:40
    de 15 de outubro até 15 de janeiro,
  • 1:40 - 1:44
    neste período a cidade emerge.
  • 1:44 - 1:47
    Uma cidade que alberga
    sete milhões de pessoas.
  • 1:48 - 1:52
    O mais fascinante é que esta cidade
  • 1:52 - 1:56
    tem todas as características
    de uma megacidade real:
  • 1:56 - 1:59
    a cidade é delineada
    segundo uma grelha quadriculada.
  • 1:59 - 2:01
    A malha urbana é uma grelha quadriculada.
  • 2:01 - 2:04
    e todas as ruas nesta cidade
  • 2:04 - 2:07
    atravessam o rio numa ponte flutuante.
  • 2:07 - 2:09
    É inacreditavelmente resistente,
  • 2:09 - 2:14
    porque, se houver uma chuvada inesperada
    ou se o rio mudar de curso,
  • 2:14 - 2:16
    a malha urbana permanece intacta
  • 2:16 - 2:20
    e a cidade adapta-se a este terreno
    que pode ser instável.
  • 2:22 - 2:27
    Também replica todas
    as infraestruturas físicas e sociais.
  • 2:28 - 2:31
    Abastecimento de água,
    esgotos, eletricidade,
  • 2:31 - 2:36
    há 1400 câmaras CCTV
    instaladas para segurança
  • 2:36 - 2:40
    e controladas a partir de uma central.
  • 2:40 - 2:43
    Mas também tem infraestruturas sociais,
  • 2:43 - 2:45
    como clínicas, hospitais,
  • 2:45 - 2:47
    todo o tipo de serviços comunitários,
  • 2:48 - 2:52
    que cumprem a sua função
    como em qualquer megacidade real.
  • 2:52 - 2:57
    A cidade contrata 10 500 varredores.
  • 2:58 - 3:01
    Tem um sistema administrativo,
    a Mela Adhikari,
  • 3:01 - 3:03
    ou a comissão do festival,
  • 3:03 - 3:05
    que assegura que o terreno é alocado,
  • 3:05 - 3:07
    que há sistemas para tudo isto,
  • 3:07 - 3:11
    que os sistemas da cidade, a mobilidade,
    funcionam de forma eficiente.
  • 3:12 - 3:17
    Sabem, foi a cidade mais limpa e eficiente
  • 3:17 - 3:18
    onde já vivi.
  • 3:18 - 3:21
    (Risos)
  • 3:22 - 3:24
    Aqui aparece comparada com Manhattan,
  • 3:24 - 3:26
    30 km2,
  • 3:26 - 3:29
    é essa a escala da cidade.
  • 3:29 - 3:33
    E esta não é uma cidade informal,
    nem uma cidade "pop-up".
  • 3:34 - 3:37
    É uma cidade formal,
    um empreendimento estatal,
  • 3:37 - 3:39
    organizada pelo Governo.
  • 3:40 - 3:43
    No mundo neoliberal e capitalista de hoje,
  • 3:43 - 3:47
    em que o Estado delega
    toda a responsabilidade
  • 3:47 - 3:50
    de construção e "design" de cidades,
  • 3:50 - 3:51
    este é um exemplo incrível.
  • 3:51 - 3:55
    É uma cidade intencional e deliberada,
    uma cidade formal.
  • 3:56 - 4:00
    É uma cidade que assenta
    levemente no chão.
  • 4:00 - 4:03
    Assenta na margem destes rios.
  • 4:03 - 4:06
    E quase não deixa marcas.
  • 4:06 - 4:08
    Não há fundações;
  • 4:08 - 4:11
    usam tela para construir toda a cidade.
  • 4:11 - 4:15
    O que também é incrível
  • 4:15 - 4:19
    é que se utilizam cinco materiais
    para construir este povoamento
  • 4:19 - 4:21
    para sete milhões de pessoas:
  • 4:21 - 4:25
    canas de bambu de 2,5 metros, corda,
  • 4:25 - 4:27
    pregos ou parafusos e material leve.
  • 4:27 - 4:31
    Podem ser chapas de metal,
    tela ou plástico.
  • 4:31 - 4:35
    Estes materiais juntam-se e agregam-se.
  • 4:35 - 4:36
    É como um "kit" de peças.
  • 4:36 - 4:40
    Usam-se em tudo,
    desde uma tenda pequena,
  • 4:40 - 4:43
    que pode albergar cinco ou seis pessoas,
    ou uma família,
  • 4:43 - 4:47
    até templos que albergam 500,
    por vezes 1000 pessoas.
  • 4:47 - 4:51
    Este "kit" de peças
    e esta configuração da cidade,
  • 4:51 - 4:53
    permite que seja desmontável.
  • 4:54 - 4:57
    Então, no fim do festival,
    no espaço de uma semana,
  • 4:57 - 4:59
    toda a cidade é desmontada.
  • 4:59 - 5:01
    Estas são, novamente,
    imagens do mesmo lugar.
  • 5:01 - 5:04
    E o terreno é novamente devolvido ao rio,
  • 5:04 - 5:07
    porque, com as monções,
    a água volta a subir.
  • 5:07 - 5:10
    É este tipo de configuração,
    um "kit" de peças,
  • 5:10 - 5:11
    que permite esta desmontagem
  • 5:11 - 5:14
    e o reaproveitamento
    de todo este material.
  • 5:14 - 5:18
    Os postes elétricos vão para
    pequenas aldeias no interior,
  • 5:18 - 5:20
    as pontes flutuantes são usadas
    em pequenas cidades,
  • 5:20 - 5:23
    o material é todo reaproveitado.
  • 5:23 - 5:25
    É fascinante, é espetacular.
  • 5:26 - 5:29
    Podemos aceitar ou não
    estas crenças hindus.
  • 5:30 - 5:32
    Mas este é um exemplo maravilhoso,
  • 5:32 - 5:34
    que merece reflexão.
  • 5:35 - 5:40
    Aqui, as pessoas gastam uma quantidade
    enorme de energia e imaginação,
  • 5:41 - 5:43
    sabendo que a cidade
    irá sofrer o processo inverso,
  • 5:43 - 5:45
    irá ser desmontada,
  • 5:45 - 5:47
    irá desaparecer,
  • 5:47 - 5:50
    será uma megacidade efémera.
  • 5:50 - 5:53
    E tem uma grande lição para nos dar.
  • 5:53 - 5:56
    Para aprendermos a ter o mínimo
    impacto na terra,
  • 5:56 - 5:58
    sobre reversibilidade,
  • 5:58 - 6:00
    sobre desmontagem.
  • 6:01 - 6:03
    Mesmo impressionante.
  • 6:04 - 6:08
    Sabem que, enquanto seres humanos,
    somos obcecados com a permanência.
  • 6:08 - 6:10
    Resistimos à mudança.
  • 6:11 - 6:13
    É um impulso que todos temos.
  • 6:13 - 6:15
    E resistimos à mudança
  • 6:15 - 6:20
    apesar de esta ser talvez
    a única constante da nossa vida.
  • 6:20 - 6:22
    Tudo tem um prazo de validade,
  • 6:22 - 6:26
    incluindo a nossa nave espacial
    Terra, o nosso planeta.
  • 6:26 - 6:30
    Então o que podemos aprender
    com esta espécie de povoamentos?
  • 6:30 - 6:33
    Esta espécie de Burning Man,
    em pequena escala,
  • 6:33 - 6:35
    mas reversível.
  • 6:35 - 6:38
    Ou dos milhares de mercados
  • 6:38 - 6:40
    que surgem em todo o lado,
  • 6:40 - 6:44
    na Ásia, América Latina, África,
    este no México,
  • 6:44 - 6:48
    com 50 000 vendedores a animar os parques
    de estacionamento ao fim de semana,
  • 6:48 - 6:51
    num ciclo temporário.
  • 6:51 - 6:54
    Os mercados de produtores nas Américas:
  • 6:54 - 6:57
    são fenómenos espetaculares,
    que criam novas dinâmicas
  • 6:58 - 7:00
    e superam os limites do espaço
  • 7:00 - 7:04
    que não é usado ou é mal aproveitado,
    como os parques de estacionamento.
  • 7:05 - 7:07
    Na minha cidade, em Bombaim,
  • 7:07 - 7:10
    onde sou arquiteto e projetista,
  • 7:10 - 7:13
    vejo isto na paisagem quotidiana.
  • 7:13 - 7:15
    Chamo a isto a Cidade Cinética.
  • 7:15 - 7:18
    Contorce-se como um organismo vivo,
    não é estática.
  • 7:18 - 7:20
    Muda todos os dias,
  • 7:20 - 7:22
    por vezes em ciclos previsíveis.
  • 7:22 - 7:24
    Cerca de seis milhões de pessoas
  • 7:24 - 7:27
    vivem nesta espécie
    de povoamentos temporários,
  • 7:27 - 7:31
    como, infelizmente,
    os campos de refugiados,
  • 7:31 - 7:34
    os bairros de lata de Bombaim,
    as favelas da América Latina.
  • 7:34 - 7:38
    Aqui, o temporário está a tornar-se
    o novo permanente.
  • 7:38 - 7:42
    Aqui, o urbanismo não é
    ter uma grande visão,
  • 7:42 - 7:45
    é fazer grandes ajustes.
  • 7:46 - 7:50
    Na rua em Bombaim,
    durante o festival Ganesh,
  • 7:50 - 7:52
    dá-se uma transformação.
  • 7:52 - 7:55
    Um salão comunitário
    é criado para 10 dias.
  • 7:55 - 7:57
    Passam filmes de Bollywood,
  • 7:57 - 8:00
    juntam-se milhares para jantar e festejar.
  • 8:00 - 8:03
    É feito de papel "maché" e gesso.
  • 8:03 - 8:05
    Projetado para ser desmontado,
  • 8:05 - 8:08
    desaparece durante a noite
    passados 10 dias
  • 8:08 - 8:11
    e a rua regressa ao anonimato.
  • 8:11 - 8:15
    Ou os nossos fantásticos espaços
    ao ar livre, que chamamos de "maidans".
  • 8:15 - 8:20
    Usam-se para um jogo Indiano
    fascinante e complicado,
  • 8:20 - 8:22
    que chamamos de críquete,
  • 8:22 - 8:24
    creio que inventado pelos britânicos.
  • 8:24 - 8:26
    (Risos)
  • 8:26 - 8:28
    E à noite,
  • 8:28 - 8:30
    há uma boda em torno do campo...
  • 8:30 - 8:33
    Reparem que não toca no campo
    de críquete, é solo sagrado.
  • 8:33 - 8:34
    (Risos)
  • 8:34 - 8:38
    Mas aqui, os membros do clube
    e os convidados do casamento
  • 8:38 - 8:40
    partilham o chá numa cozinha comum.
  • 8:41 - 8:44
    E à meia noite, é tudo desmontado,
  • 8:44 - 8:46
    e o espaço é devolvido à cidade.
  • 8:47 - 8:50
    Aqui, o urbanismo é uma condição elástica.
  • 8:51 - 8:54
    Por isso, se refletirmos nestas questões,
  • 8:54 - 8:56
    acho que muitas nos vêm à cabeça.
  • 8:56 - 8:58
    Mas a mais importante é esta:
  • 8:58 - 9:01
    Estaremos, nas nossas cidades,
  • 9:01 - 9:03
    no nosso imaginário sobre urbanismo,
  • 9:03 - 9:08
    a desenvolver soluções permanentes
    para problemas temporários?
  • 9:08 - 9:11
    Estaremos a bloquear recursos
    em paradigmas
  • 9:11 - 9:14
    que nem sabemos se serão relevantes
    daqui a uma década?
  • 9:14 - 9:16
    Acho que esta se torna
  • 9:16 - 9:19
    uma questão interessante
    que deriva desta investigação.
  • 9:19 - 9:23
    Vejam os centros comerciais
    abandonados, nos EUA,
  • 9:23 - 9:24
    nos subúrbios norte-americanos.
  • 9:24 - 9:28
    Os especialistas em retalho
    preveem que na próxima década,
  • 9:28 - 9:31
    dos 2000 centros comerciais
    que existem hoje,
  • 9:31 - 9:33
    metade estará ao abandono.
  • 9:33 - 9:38
    Enormes quantidades
    de materiais e recursos
  • 9:38 - 9:41
    que não serão relevantes
    num futuro próximo.
  • 9:41 - 9:43
    Ou os estádios olímpicos.
  • 9:43 - 9:46
    Em todo o mundo,
    as cidades constroem-nos
  • 9:46 - 9:49
    sob grande contestação
    e com numerosos recursos,
  • 9:49 - 9:51
    mas, assim que terminam os jogos,
  • 9:51 - 9:54
    muitas vezes não conseguem
    ser incorporados na cidade.
  • 9:54 - 9:57
    Não seria possível oferecer
    estas estruturas nómadas
  • 9:57 - 9:59
    — existe tecnologia para isso —
  • 9:59 - 10:03
    a pequenas cidades em todo o mundo
    ou nesses mesmos países,
  • 10:03 - 10:08
    ou guardá-las para usar
    nas Olimpíadas seguintes?
  • 10:08 - 10:12
    Um uso gigantesco
    e ineficiente de recursos.
  • 10:13 - 10:14
    Como o circo.
  • 10:14 - 10:16
    Podíamos imaginar isto como o circo,
  • 10:16 - 10:19
    essa instituição fantástica
    que acampava nas cidades,
  • 10:19 - 10:24
    que criava esta forma maravilhosa
    de diálogo com a cidade estática.
  • 10:24 - 10:27
    E lá dentro, o deslumbramento.
  • 10:27 - 10:32
    Crianças de diferentes grupos étnicos,
    de repente, tomam consciência de outras,
  • 10:32 - 10:34
    pessoas de cor tomam
    consciência de outras,
  • 10:34 - 10:37
    grupos, culturas e etnias
  • 10:37 - 10:42
    juntam-se à volta do espetáculo da arena
    com animais e artistas.
  • 10:43 - 10:46
    Criam-se novas químicas,
    as pessoas tomam perceção das coisas
  • 10:46 - 10:48
    e isto avança para a cidade seguinte.
  • 10:49 - 10:52
    Ou a natureza, os fluxos da natureza,
    a alteração climática,
  • 10:52 - 10:56
    como lidamos com isto,
    podemos ser mais flexíveis?
  • 10:56 - 10:59
    Podemos criar sistemas urbanos mais leves?
  • 10:59 - 11:01
    Ou vamos continuar a desafiar a natureza
  • 11:01 - 11:03
    com infraestruturas pesadas,
  • 11:03 - 11:06
    como temos vindo a fazer sem sucesso?
  • 11:07 - 11:08
    Não estou a querer dizer
  • 11:08 - 11:11
    que temos de fazer as cidades
    como um circo,
  • 11:11 - 11:14
    não acho que as cidades tenham de ser
    totalmente temporárias.
  • 11:14 - 11:16
    Apenas estou a apelar
  • 11:16 - 11:19
    para uma mudança no nosso
    imaginário de cidade,
  • 11:19 - 11:22
    onde temos de reservar mais espaço
  • 11:22 - 11:24
    para usos temporários.
  • 11:25 - 11:28
    Onde devemos usar os recursos
    de forma eficiente,
  • 11:28 - 11:31
    para prolongar a esperança de vida
    do nosso planeta.
  • 11:31 - 11:34
    Precisamos de mudar a cultura
    do planeamento urbano,
  • 11:34 - 11:37
    para pensar em temporal, reversível,
  • 11:37 - 11:38
    desmontável.
  • 11:38 - 11:43
    E isso pode ter um impacto enorme
  • 11:43 - 11:44
    nas nossas vidas.
  • 11:45 - 11:48
    Lembro-me muitas vezes
    de visitar Kumbh Mela
  • 11:48 - 11:50
    com os meus alunos,
  • 11:50 - 11:54
    no momento em que a cidade
    era desmontada,
  • 11:54 - 11:56
    uma semana depois do fim do festival.
  • 11:56 - 11:58
    Não havia marcas nenhumas.
  • 11:58 - 12:01
    O terreno estava à espera
    de ser coberto pela água,
  • 12:02 - 12:03
    de ser engolido.
  • 12:03 - 12:06
    E fui agradecer a uma suma sacerdotisa
  • 12:06 - 12:09
    que nos ajudou e aos meus alunos
    na nossa pesquisa
  • 12:09 - 12:12
    e nos facilitou todo o processo.
  • 12:13 - 12:15
    Fui ter com ela com grande entusiasmo
  • 12:15 - 12:17
    e disse-lhe o quanto tínhamos aprendido
  • 12:17 - 12:21
    sobre infraestruturas, a cidade,
    a eficiência da cidade,
  • 12:21 - 12:24
    a arquitetura, os cinco materiais
    que compunham a cidade.
  • 12:24 - 12:27
    Ela parecia divertida, estava a sorrir.
  • 12:27 - 12:30
    Inclinou-se para a frente
  • 12:30 - 12:33
    e colocou a mão na minha cabeça
    para me abençoar.
  • 12:33 - 12:36
    E sussurrou-me ao ouvido, disse:
  • 12:37 - 12:40
    "Sente-te abençoado por a Mãe Ganges
  • 12:40 - 12:44
    "te ter deixado sentar ao colo dela
    durante alguns dias."
  • 12:45 - 12:48
    Pensei muitas vezes nisto,
  • 12:48 - 12:51
    e, claro, percebi o que ela me disse.
  • 12:51 - 12:55
    O que ela disse foi que cidades, pessoas,
    arquitetura aparecem e desaparecem,
  • 12:55 - 12:57
    mas o planeta está cá para ficar.
  • 12:58 - 13:01
    Toca-lhe ao de leve, deixa marcas mínimas.
  • 13:02 - 13:06
    E acho que é uma lição importante para nós
    enquanto cidadãos e arquitetos.
  • 13:06 - 13:09
    Acho que foi esta experiência
  • 13:09 - 13:15
    que me fez acreditar que a impermanência
    é maior do que a permanência
  • 13:15 - 13:17
    e maior do que todos nós.
  • 13:17 - 13:18
    Obrigado por me escutarem.
  • 13:18 - 13:21
    (Aplausos)
Title:
A fantástica arquitetura das cidades temporárias
Speaker:
Rahul Mehrotra
Description:

A cada 12 anos, surge uma metrópole na Índia para o festival religioso de Kumbh Mela. Demora dez semanas a construir e é completamente desmontada numa semana. Que lição podemos tirar deste povoamento temporário e completamente funcional? Numa palestra visionária, o arquiteto urbanista Rahul Mehrotra explora os benefícios da construção de cidades temporárias que se possam deslocar, adaptar ou até desaparecer, com um menor impacto possível no planeta.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:37

Portuguese subtitles

Revisions