De quantas toalhas você precisa? | Rose Lounsbury | TEDxDayton

Rose Lounsbury compartilha como ter um estilo de vida minimalista e como isso mudou a vida dela. Ela é coach de minimalismo, palestrante e autora do livro “Less: Minimalism for Real”, um dos mais vendidos na Amazon. Depois de criar um blog sobre sua jornada pessoal ao minimalismo, Rose, ex-professora de ensino médio, foi inspirada a ajudar os outros a terem uma vida melhor com menos coisas. Ela passa seus dias escrevendo, ensinando seus clientes e alunos do curso on-line a desapegarem de suas coisas e cultivando momentos com seu marido e os trigêmeos peraltas. Rose participa regularmente do jornal Good Day Columbus da Fox News e tem sido destaque no National Public Radio, Good Morning Cincinnati e no Living Dayton.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite https://www.ted.com/tedx

De quantas toalhas você precisa?

(Risos)

Eu me deparei com essa pergunta
em uma tarde de sábado de 2012

enquanto organizava meu armário.

Havia começado minha jornada minimalista
por causa da minha casa de 140 m²

na qual não cabiam mais minhas coisas,

as de meu marido e as de nossos
três filhos de três anos.

Você ouviu certo:

trigêmeos.

O problema com nossas coisas
havia começado algumas semanas antes.

Voltamos da festa de Natal
na casa de parentes

com a van cheia de presentes.

Quando entrei em casa e percebi
que ela já estava cheia de coisas,

um pensamento assustador me ocorreu:

"Nós não tínhamos espaço
para as coisas que já possuíamos,

onde eu colocaria as coisas novas?"

Considerei minhas opções:

poderíamos comprar uma casa maior.

Poderíamos nunca mais
trocar presentes no Natal.

Mas uma amiga teve uma ideia melhor:

minimalismo.

Viver apenas com o que você precisa.

Nunca tinha pensado nisso.

De volta ao meu armário.

Lá estava eu em frente a uma
torre de toalhas, literalmente,

e uma simples pergunta:

"De quantas toalhas você precisa?"

A resposta foi surpreendentemente clara:

duas por pessoa.

Mas são apenas dez toalhas
para uma família de cinco.

Certamente não era a mensagem
que as revistas de decoração passavam.

Elas diziam que para cada estação,
eu precisava de uma cor diferente.

Ter dez toalhas não parecia certo.

Então fui até o porão

onde meu marido, Josh, estava
assistindo aos esportes de sábado

para perguntar a ele
algo muito importante:

"Querido, tudo bem
se tivermos apenas dez toalhas?"

(Risos)

Depois de uma longa pausa
durante a qual, tenho certeza,

Josh ponderou profundamente
a questão crítica do estoque de toalhas,

(Risos)

ele respondeu com um

"Aham?"

(Risos)

Resolvido, dez toalhas.
Isto foi há seis anos.

Desde então, eu não precisei
aumentar nosso número de toalhas

e todos andam sequinhos pela casa.

(Risos)

Essa aventura no minimalismo
me ensinou duas coisas muito claras.

Primeiro, consigo viver
com muito menos do que penso que posso.

Segundo, eu definitivamente
consigo viver com muito menos

do que a sociedade diz que eu deveria ter.

Mas o que é minimalismo?

Todos conhecem a frase "menos é mais"

mas como isso funciona?

É vender tudo o que você tem
e viver com o que couber em uma mochila?

É nunca aceitar presentes
ou receber pessoas para o jantar

porque o único utensílio
que você tem é um garfo-colher?

(Risos)

Minha definição favorita de minimalismo

vem do designer do século 19,
William Morris, que disse:

"Não tenha nada em sua casa
que você não considere útil ou bonito".

Estas palavras, "útil" e "bonito",
são referências que uso

para decidir se algo
é bem-vindo em minha casa.

"É últil para mim?" e "Eu sei que é útil"
significa que eu realmente uso aquilo.

Não estou falando de objetos
que um dia podem ser úteis.

Estamos familiarizados com estes.

(Risos)

E aqueles itens que consideramos bonitos?

Gostaria de lhes apresentar
a mulher azul nua.

Minha mãe pintou este quadro

e deu aos meus tios
como presente de casamento em 1974.

Décadas mais tarde,
depois de Josh e eu nos casarmos,

visitamos meus tios e lamentávamos
as paredes peladas de nosso apartamento.

Imediatamente, minha tia
correu para o porão.

(Risos)

História real.

E voltou tirando o pó
desta mulher azul nua

que ficou guardada
durante os últimos 30 anos.

Um óbvio e tardio presente repassado.

(Risos)

Com isso minha tia demonstrou
um princípio básico do minimalismo:

desfaça-se das coisas
que não são bonitas para você

para que elas sejam
bonitas para outra pessoa.

E vou te contar que se hoje
você for à minha casa,

tomaremos um café sob o olhar
desta linda mulher azul nua.

Falando em repassar presentes...

O que você faz quando
ganha algo que não gosta?

Gostaria que todos pensassem
em alguma vez que passou por isso.

Não vai demorar muito.

(Risos)

Agora, vamos ser lógicos:

se todos nós alguma vez
ganhamos algo de que não gostamos,

em algum momento demos um presente
que não agradou a alguém.

Alguns anos atrás,
eu ajudava minha melhor amiga

a montar um guarda-roupa minimalista,

quando encontramos um pijama cafona
que eu tinha dado a ela em 1999.

Insisti que ela deixasse eu mesma
colocá-lo na caixa de doações.

Está tudo bem se desfazer
de um presente que não te agrada

e você não precisa esperar
décadas para fazer isso

porque é normal dar um presente
que não agrada à pessoa.

É a lei natural do presentear.

(Risos)

Mas vou te ensinar
uma palavra que vai te ajudar

em qualquer troca de presentes.

Você já deve conhecê-la:

[OBRIGADO]

Quando ganhar um presente,
diga "obrigado".

Quando você diz isso,

o presente e quem te presenteou
não poderão te cobrar mais nada.

(Risos) (Aplausos)

O presente será seu
a partir daquele momento.

Se for útil ou bonito para você, guarde-o.

Se não, pelo amor de Deus, desfaça-se dele

para que ele seja útil ou bonito
para outra pessoa.

Há várias razões pelas quais
mantemos algo que não precisamos:

valor sentimental, ter custado caro,
ou termos medo de precisar

de um estoque vitalício de agasalhos
para sobreviver a um apocalipse zumbi.

Todas elas nos levam ao mesmo ponto:

se você não usa
ou não ama, desfaça-se dele.

Posso te contar um segredo?

Os verdadeiros benefícios
do minimalismo estão aqui e aqui.

Claro que é ótimo ter os armários limpos
e facilmente encontrar as chaves

mas o que me faz ser minimalista
não é o estilo da minha casa

mas como eu me sinto.

Quando me desfiz de tudo
que não era importante para mim,

o que demorou cerca de oito meses,

descobri três coisas maravilhosas.

Primeira: tempo livre.

Comecei a passar tardes lendo por diversão
em vez de ficar organizando minhas coisas.

Segunda: tranquilidade.

Eu me sinto calma e relaxada em casa
e confortável quando recebo visitas.

Terceira: clareza.

Pela primeira vez desde que tive filhos,
tive espaço mental para pensar e sonhar,

resultando em mudanças inesperadas como
começar um negócio e escrever um livro.

Coisas para as quais não tinha capacidade
nem para considerá-las

porque gastava toda minha energia
com minhas coisas.

Acredito que a aparência de nossas casas

reflete nosso estado mental.

Se nossas casas estão cheias de coisas...

(Risos)

Vocês sabem onde quero chegar.

(Risos)

Se nossas casas estão cheias de coisas
que não precisamos, usamos ou amamos

nossas mentes também estão cheias delas.

Então, quando você chegar em casa
e começar a andar nela, pense:

"Quantas dessas coisas eu preciso?"

De quantas xícaras, sapatos
ou caixas de enfeites de natal eu preciso?

E conforme você for se livrando
das camadas de coisas da sua vida,

creio que você ficará surpreso em ver
o que estava escondido:

tudo o que verdadeiramente importa.

Agora vá para casa e conte suas toalhas.

(Risos) (Aplausos) (Vivas)