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Como fotografar um buraco negro | Katie Bouman | TEDxBeaconStreet

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    No filme "Interestelar",
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    temos uma visão detalhada
    de um buraco negro supermassivo.
  • 0:25 - 0:27
    Em contraste com um fundo
    de gás brilhante,
  • 0:27 - 0:29
    a força gravitacional
    massiva do buraco negro
  • 0:29 - 0:30
    direciona a luz em um círculo.
  • 0:30 - 0:32
    No entanto, essa não é
    uma fotografia real,
  • 0:32 - 0:34
    mas uma versão de computação gráfica,
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    uma interpretação do que pode ser
    a aparência de um buraco negro.
  • 0:38 - 0:40
    Cem anos atrás,
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    Albert Einstein publicou
    sua teoria da relatividade geral.
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    Desde então, cientistas já apresentaram
    muitos indícios que a confirmam.
  • 0:48 - 0:51
    Mas algo previsto nessa teoria,
    os buracos negros,
  • 0:51 - 0:53
    ainda não foi observado diretamente.
  • 0:53 - 0:56
    Embora tenhamos uma ideia sobre
    a aparência de um buraco negro,
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    na verdade, nunca fotografamos um.
  • 0:59 - 1:01
    Entretanto, ficarão espantados em saber
  • 1:01 - 1:06
    que talvez vejamos a primeira fotografia
    de um buraco negro nos próximos anos.
  • 1:06 - 1:09
    Para isso, será necessária
    uma equipe internacional de cientistas,
  • 1:09 - 1:14
    um telescópio do tamanho da Terra
    e um algorítimo que monta a imagem final.
  • 1:15 - 1:18
    Não poderei mostrar uma fotografia
    real de um buraco negro hoje,
  • 1:18 - 1:21
    mas quero dar a vocês uma breve visão
    do esforço envolvido
  • 1:21 - 1:22
    em conseguir essa primeira foto.
  • 1:24 - 1:28
    Meu nome é Katie Bouman
    e sou doutoranda no MIT.
  • 1:28 - 1:30
    Faço pesquisas em um laboratório
  • 1:30 - 1:33
    que tenta fazer com que computadores
    vejam além de imagens e vídeo.
  • 1:34 - 1:36
    Apesar de não ser astrônoma,
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    hoje quero mostrar como pude contribuir
    para esse interessante projeto.
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    Se olharem além das luzes da cidade hoje,
  • 1:45 - 1:49
    poderão ter a sorte de uma vista
    deslumbrante da Via Láctea.
  • 1:50 - 1:52
    E, se olhassem além
    das milhões de estrelas,
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    26 mil anos-luz em direção
    ao interior do espiral da Via Láctea,
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    encontrariam um aglomerado
    de estrelas bem ao centro.
  • 1:59 - 2:03
    Espiando além da poeira galáctica
    com telescópios de infravermelho,
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    astrônomos vêm observando
    essas estrelas por mais de 16 anos.
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    Mas o mais espetacular
    é o que eles não veem.
  • 2:10 - 2:13
    Essas estrelas parecem orbitar
    em torno de um objeto invisível.
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    Monitorando o trajeto dessas estrelas,
    astrônomos concluíram
  • 2:19 - 2:22
    que a única coisa pequena e pesada
    o suficiente para gerar o movimento
  • 2:22 - 2:24
    é um buraco negro supermassivo,
  • 2:24 - 2:29
    um objeto tão denso que suga
    tudo que passa por perto,
  • 2:29 - 2:30
    até a luz.
  • 2:30 - 2:33
    Mas o que acontece
    se olharmos mais a fundo?
  • 2:33 - 2:38
    É possível enxergar algo que,
    por definição, é impossível de ser visto?
  • 2:40 - 2:43
    Ocorre que, se dermos um close
    ao comprimento de ondas de rádio,
  • 2:43 - 2:47
    esperamos ver um círculo de luz gerado
    pela lente gravitacional do plasma quente
  • 2:47 - 2:49
    movendo-se em torno do buraco negro.
  • 2:49 - 2:53
    Ou seja, o buraco negro lança uma sombra
    nesse cenário de material brilhante,
  • 2:53 - 2:55
    criando uma esfera de escuridão.
  • 2:55 - 2:59
    Esse círculo brilhante revela
    o horizonte de eventos do buraco negro,
  • 2:59 - 3:01
    no qual a força gravitacional
    torna-se tão intensa
  • 3:01 - 3:03
    que nem a luz consegue escapar.
  • 3:05 - 3:08
    As equações de Einstein preveem
    tamanho e forma do círculo,
  • 3:08 - 3:11
    então fotografá-lo não seria apenas legal:
  • 3:11 - 3:13
    também ajudaria a verificar
    se as equações se sustentam
  • 3:13 - 3:16
    nas situações extremas
    ao redor do buraco negro.
  • 3:16 - 3:19
    No entanto, esse buraco negro
    está tão distante de nós
  • 3:19 - 3:22
    que, da Terra, esse círculo
    aparece incrivelmente pequeno:
  • 3:22 - 3:26
    do mesmo tamanho de uma laranja
    na superfície da Lua.
  • 3:26 - 3:29
    Isso faz com que seja
    extremamente difícil fotografá-lo.
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    Mas por quê?
  • 3:32 - 3:35
    Tudo se resume a uma simples equação.
  • 3:35 - 3:38
    Devido a um fenômeno chamado difração,
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    há limites fundamentais para os menores
    objetos que conseguimos ver.
  • 3:42 - 3:46
    Essa equação governante diz que,
    para vermos coisas cada vez menores,
  • 3:46 - 3:49
    precisamos construir
    telescópios cada vez maiores.
  • 3:49 - 3:52
    Mas, até com os telescópios ópticos
    mais potentes aqui na Terra,
  • 3:52 - 3:54
    não chegamos nem perto
    da resolução necessária
  • 3:54 - 3:56
    para retratar a superfície da Lua.
  • 3:56 - 4:00
    Aliás, mostro aqui uma das imagens
    com maior resolução já tiradas
  • 4:00 - 4:01
    da Lua daqui da Terra.
  • 4:01 - 4:04
    Possui aproximadamente 13 mil pixels,
  • 4:04 - 4:08
    e, ainda, cada pixel contém
    1,5 milhões de laranjas.
  • 4:09 - 4:11
    Então, quão grande deve ser o telescópio
  • 4:11 - 4:14
    para podermos ver uma laranja
    na superfície da Lua
  • 4:14 - 4:16
    e, por extensão, nosso buraco negro?
  • 4:16 - 4:18
    Bem, analisando os números,
  • 4:18 - 4:22
    calculamos facilmente que precisaríamos
    de um telescópio do tamanho da Terra.
  • 4:22 - 4:23
    (Risos)
  • 4:23 - 4:25
    Se conseguíssemos
    construir esse telescópio,
  • 4:25 - 4:28
    poderíamos começar a avistar
    esse distinto círculo de luz
  • 4:28 - 4:30
    que indica o horizonte
    de eventos do buraco negro.
  • 4:31 - 4:34
    Essa fotografia não mostraria
    todos os detalhes que vemos
  • 4:34 - 4:35
    nas versões de computação gráfica,
  • 4:35 - 4:38
    mas permitiria que tivéssemos
    a primeira visão
  • 4:38 - 4:40
    do ambiente intermediário
    ao redor do buraco negro.
  • 4:41 - 4:42
    No entanto, como podem imaginar,
  • 4:42 - 4:46
    construir um telescópio
    do tamanho da Terra é impossível.
  • 4:46 - 4:50
    Mas, nas palavras de Mick Jagger:
    "Você nem sempre consegue o que quer,
  • 4:50 - 4:53
    mas, se tentar, às vezes, vai perceber
    que consegue o que precisa".
  • 4:53 - 4:56
    Conectando telescópios do mundo todo,
  • 4:56 - 4:59
    uma parceria internacional
    chamada Event Horizon Telescope
  • 4:59 - 5:02
    está criando um telescópio
    computacional do tamanho da Terra
  • 5:02 - 5:06
    que soluciona estruturação no nível
    do horizonte de eventos do buraco negro.
  • 5:07 - 5:10
    Essa rede de telescópios deve tirar
    a primeira foto de um buraco negro
  • 5:10 - 5:12
    no ano que vem.
  • 5:14 - 5:17
    Todos os telescópios nessa rede
    mundial trabalham juntos.
  • 5:17 - 5:20
    Ligados pelo horário preciso
    dos relógios atômicos,
  • 5:20 - 5:23
    as equipes de pesquisadores
    em cada local congelam a luz
  • 5:23 - 5:26
    coletando milhares de terabytes em dados.
  • 5:26 - 5:31
    Esses dados são processados
    em um laboratório aqui em Massachusetts.
  • 5:33 - 5:34
    Então, como funciona isso?
  • 5:34 - 5:38
    Lembram-se de que, para vermos
    o buraco negro no centro na galáxia,
  • 5:38 - 5:41
    precisamos construir aquele
    telescópio do tamanho da Terra?
  • 5:41 - 5:45
    Por um momento, vamos imaginar
    que conseguimos construir esse telescópio.
  • 5:45 - 5:49
    Seria como transformar a Terra
    em uma bola de espelhos gigante.
  • 5:49 - 5:51
    Cada espelho receberia luz
  • 5:51 - 5:54
    que poderíamos, então, juntar
    para formar uma imagem.
  • 5:54 - 5:57
    Agora, imaginem que removamos
    a maior parte dos espelhos,
  • 5:57 - 5:59
    deixando restar apenas alguns.
  • 5:59 - 6:03
    Ainda poderíamos juntar essas informações,
    mas agora há muitos buracos.
  • 6:04 - 6:08
    Os espelhos restantes representam
    os locais onde temos telescópios.
  • 6:08 - 6:12
    É um número incrivelmente pequeno
    de leituras para formar uma imagem.
  • 6:12 - 6:16
    Mas, apesar de só recebermos
    luz em alguns locais,
  • 6:16 - 6:19
    conforme a Terra gira,
    podemos ver outras leituras.
  • 6:20 - 6:23
    Ou seja, conforme a bola de espelhos gira,
    os espelhos mudam de lugar
  • 6:23 - 6:26
    e podemos observar
    partes diferentes da imagem.
  • 6:26 - 6:30
    Os algorítimos de imagem que desenvolvemos
    preenchem os espaços na bola de espelhos
  • 6:30 - 6:33
    para reconstruir a imagem
    subjacente do buraco negro.
  • 6:33 - 6:36
    Se tivéssemos telescópios
    em todos os lugares do globo,
  • 6:36 - 6:38
    ou seja, a bola de discos inteira,
  • 6:38 - 6:39
    isso seria trivial.
  • 6:39 - 6:43
    No entanto, vemos apenas
    algumas amostras e, por isso,
  • 6:43 - 6:45
    há um número infinito de imagens possíveis
  • 6:45 - 6:48
    que são coerentes
    com as leituras dos telescópios.
  • 6:49 - 6:52
    Mas nem todas as imagens
    são criadas igualmente.
  • 6:52 - 6:57
    Algumas parecem mais com nossa ideia
    de imagem do que outras.
  • 6:57 - 7:00
    Meu papel ao ajudar a fotografar
    o buraco negro pela primeira vez
  • 7:00 - 7:03
    é desenvolver algorítimos
    que encontrem a imagem mais aceitável
  • 7:03 - 7:05
    que se encaixe nas leituras do telescópio.
  • 7:06 - 7:10
    Assim como desenhistas forenses
    usam descrições limitadas
  • 7:10 - 7:14
    para reconstruir uma fotografia
    com conhecimento em estruturas faciais,
  • 7:14 - 7:17
    os algorítimos que desenvolvo
    usam dados limitados do telescópio
  • 7:17 - 7:22
    para nos levar a uma imagem que também
    se pareça com as substâncias no universo.
  • 7:22 - 7:26
    Usando esses algorítimos,
    podemos reconstruir imagens
  • 7:26 - 7:28
    a partir desses poucos dados ruidosos.
  • 7:28 - 7:33
    Aqui está um exemplo de reconstrução
    feita com dados simulados,
  • 7:33 - 7:37
    em que simulamos apontar os telescópios
    para o buraco negro no centro da galáxia.
  • 7:37 - 7:39
    Apesar de ser apenas uma simulação,
  • 7:39 - 7:42
    esse tipo de reconstrução nos dá esperança
  • 7:42 - 7:45
    de que logo poderemos, de fato,
    fotografar um buraco negro
  • 7:45 - 7:48
    e, a partir disso, determinar
    sua circunferência.
  • 7:50 - 7:53
    Gostaria muito de falar
    sobre os detalhes desse algorítimo,
  • 7:53 - 7:56
    mas, para a sorte de vocês,
    não temos tempo.
  • 7:56 - 7:58
    Ainda assim, quero dar uma breve noção
  • 7:58 - 8:00
    sobre como definimos
    a aparência do universo
  • 8:00 - 8:04
    e como usamos isso para reconstruir
    e verificar nossos resultados.
  • 8:05 - 8:08
    Como há um número infinito
    de imagens possíveis,
  • 8:08 - 8:10
    que bem explicam
    as determinações do telescópio,
  • 8:10 - 8:13
    temos que escolher
    entre elas de alguma forma.
  • 8:13 - 8:15
    Fazemos isso classificando as imagens
  • 8:15 - 8:17
    com base na probabilidade de serem
    imagens do buraco negro
  • 8:17 - 8:20
    e escolhendo a mais provável.
  • 8:20 - 8:22
    O que isso significa?
  • 8:22 - 8:24
    Imaginem que tentamos montar um modelo
  • 8:24 - 8:28
    que mostra a probabilidade
    de uma imagem aparecer no Facebook.
  • 8:28 - 8:29
    Seria preferível que ele mostrasse
  • 8:29 - 8:33
    que é bem improvável que alguém poste
    essa imagem ruidosa à esquerda,
  • 8:33 - 8:36
    e que é bem provável que alguém poste
    uma "selfie" como a da direita.
  • 8:37 - 8:38
    A imagem ao centro está desfocada,
  • 8:38 - 8:42
    então, embora seja mais provável vê-la
    no Facebook do que a imagem ruidosa,
  • 8:42 - 8:45
    é menos provável vê-la
    ao compará-la com a "selfie".
  • 8:46 - 8:48
    Mas, quando se trata
    de imagens do buraco negro,
  • 8:48 - 8:52
    deparamo-nos com um enigma:
    nunca vimos um buraco negro.
  • 8:52 - 8:54
    Então, como deve ser
    a imagem de um buraco negro,
  • 8:54 - 8:57
    e o que supor sobre a estrutura
    dos buracos negros?
  • 8:58 - 9:00
    Podemos tentar usar imagens
    de simulações que fizemos,
  • 9:00 - 9:03
    como a imagem do buraco
    negro de "Interestelar",
  • 9:03 - 9:06
    mas, se fizermos isso,
    podemos causar sérios problemas.
  • 9:07 - 9:11
    O que aconteceria se a teoria
    de Einstein não fosse sustentada?
  • 9:11 - 9:15
    Ainda íamos querer reconstruir um cenário
    preciso do que estava acontecendo.
  • 9:15 - 9:18
    Se incorporarmos demais as equações
    de Einstein em nossos algorítimos,
  • 9:18 - 9:21
    vamos acabar vendo o que esperamos ver.
  • 9:21 - 9:23
    Queremos deixar as opções em aberto
  • 9:23 - 9:26
    para caso haja um elefante gigante
    no centro da galáxia.
  • 9:26 - 9:27
    (Risos)
  • 9:28 - 9:31
    Tipos diferentes de imagens
    têm características bem distintas.
  • 9:31 - 9:34
    Podemos diferenciar facilmente
    imagens de simulação do buraco negro
  • 9:34 - 9:37
    das fotos tiradas
    todos os dias aqui na Terra.
  • 9:37 - 9:40
    Precisamos saber dizer
    aos algorítimos como as imagens são
  • 9:40 - 9:43
    sem aplicar somente
    um tipo de característica.
  • 9:44 - 9:46
    Uma forma de contornarmos isso
  • 9:46 - 9:49
    é aplicando características
    de diferentes tipos de imagens
  • 9:49 - 9:53
    para ver como o tipo de imagem
    que adotamos afeta as reconstruções.
  • 9:55 - 9:58
    Se todos os tipos de imagem
    produzem uma imagem similar,
  • 9:58 - 10:00
    podemos começar a ficar mais confiantes
  • 10:00 - 10:04
    de que as suposições que estamos fazendo
    não influenciam muito a foto.
  • 10:04 - 10:07
    É quase como dar a mesma descrição
  • 10:07 - 10:10
    a três desenhistas
    de diferentes partes do mundo.
  • 10:10 - 10:13
    Se todos produzirem um rosto parecido,
  • 10:13 - 10:15
    podemos começar a confiar
  • 10:15 - 10:18
    que não estão aplicando
    suas tendências culturais nos desenhos.
  • 10:20 - 10:23
    Uma forma de aplicarmos diferentes
    características de imagem
  • 10:23 - 10:26
    é usando partes de imagens existentes.
  • 10:26 - 10:31
    Pegamos um grande conjunto de imagens
    e as repartimos em pequenos pedaços.
  • 10:31 - 10:36
    Podemos considerar cada pedaço
    uma peça de quebra-cabeça.
  • 10:36 - 10:40
    E utilizamos peças comumente vistas
    para montar uma imagem
  • 10:40 - 10:42
    que se encaixa nas leituras do telescópio.
  • 10:47 - 10:50
    Tipos diferentes de imagens
    têm conjuntos diferentes de peças.
  • 10:51 - 10:54
    Então, o que acontece
    quando pegamos os mesmos dados
  • 10:54 - 10:58
    mas usamos conjuntos diferentes
    de peças para reconstruir a imagem?
  • 10:58 - 11:02
    Vamos começar com as peças
    da simulação da imagem do buraco negro.
  • 11:04 - 11:06
    Bem, parece aceitável.
  • 11:06 - 11:08
    É como esperamos que seja um buraco negro.
  • 11:08 - 11:09
    Mas será que a obtivemos
  • 11:09 - 11:13
    porque utilizamos partes de imagens
    de simulação do buraco negro?
  • 11:13 - 11:17
    Vamos tentar outro conjunto de peças
    de outros objetos astronômicos.
  • 11:18 - 11:20
    Conseguimos uma imagem semelhante.
  • 11:20 - 11:22
    E que tal partes de imagens cotidianas,
  • 11:22 - 11:25
    como as fotos que tiramos
    com nossas câmeras?
  • 11:27 - 11:29
    Ótimo, vemos a mesma imagem.
  • 11:29 - 11:32
    Quando obtemos a mesma imagem
    de todos os conjuntos de peças,
  • 11:32 - 11:34
    podemos começar a ficar mais confiantes
  • 11:34 - 11:39
    de que as suposições que fazemos
    não influenciam muito a imagem final.
  • 11:40 - 11:43
    Também podemos pegar
    o mesmo conjunto de peças,
  • 11:43 - 11:46
    como aquelas extraídas
    de imagens cotidianas,
  • 11:46 - 11:49
    e usá-las para reconstruir vários tipos
    diferentes de imagens originais.
  • 11:49 - 11:51
    Então, nas simulações,
  • 11:51 - 11:55
    imaginamos que um buraco negro se parece
    com outros objetos astronômicos,
  • 11:55 - 11:58
    bem como imagens cotidianas se parecem
    com elefantes no centro da galáxia.
  • 11:58 - 12:01
    Quando os resultados dos algorítimos
    abaixo são semelhantes
  • 12:01 - 12:04
    à simulação de imagem real acima,
  • 12:04 - 12:07
    podemos começar a confiar
    em nossos algorítimos.
  • 12:07 - 12:11
    E quero destacar aqui
    que todas essas images foram criadas
  • 12:11 - 12:14
    juntando pequenas peças
    de fotografias cotidianas,
  • 12:14 - 12:16
    como as que tiramos com nossas câmeras.
  • 12:16 - 12:20
    Então, uma imagem
    de um buraco negro jamais vista
  • 12:20 - 12:24
    pode ser criada se juntarmos
    imagens que vemos o tempo todo.
  • 12:25 - 12:27
    Ideias de imagens como essas permitirão
  • 12:27 - 12:30
    que tiremos as primeiras
    fotos de um buraco negro
  • 12:30 - 12:32
    e, com sorte, comprovemos
    as famosas teorias
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    com as quais os cientistas
    contam diariamente.
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    Mas é claro que a obtenção
    de ideias como essas
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    nunca teria sido possível sem a incrível
    equipe de pesquisadores
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    com quem tenho o privilégio de trabalhar.
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    Ainda me surpreende
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    que, embora tenha começado o projeto
    sem conhecimento em astrofísica,
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    o que alcançamos por meio
    dessa colaboração singular
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    poderá resultar nas primeiras
    imagens de um buraco negro.
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    Mas grandes projetos
    como o Event Horizon Telescope
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    obtêm êxito devido a todo
    o conhecimento interdisciplinar
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    que pessoas diferentes trazem.
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    Somos uma mistura de astrônomos,
    físicos, matemáticos e engenheiros.
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    Em breve, será possível alcançar algo
    que já foi considerado impossível.
  • 13:11 - 13:13
    Gostaria de encorajá-los a saírem
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    e ajudarem a ampliar
    os limites da ciência,
  • 13:15 - 13:19
    mesmo que, no início, pareça
    tão misterioso quanto um buraco negro.
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    Obrigada.
  • 13:20 - 13:22
    (Aplausos)
Title:
Como fotografar um buraco negro | Katie Bouman | TEDxBeaconStreet
Description:

Para fotografar um buraco negro, precisaríamos de um telescópio do tamanho de um planeta. Isso não é viável, na verdade, mas Katie Bouman e sua equipe encontraram uma solução alternativa que envolve algorítimos complexos e cooperação global. Confira essa palestra para saber como podemos enxergar na escuridão total.

Katie Bouman é doutoranda no Laboratório de Ciências da Computação e Inteligência Artificial (CSAIL) do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), sob orientação de William T. Freeman. Ela é bacharel em Engenharia Elétrica pela Universidade de Michigan, campus de Ann Arbor, desde 2011, e mestre em Engenharia Elétrica e Ciências da Computação pelo MIT, desde 2013. O foco de sua pesquisa é o uso de métodos computacionais emergentes para ampliar os limites da imagiologia interdisciplinar.

Essa palestra foi dada em um evento TEDx que usa o formato de conferência TED mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
13:33

Portuguese, Brazilian subtitles

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