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Como podemos tornar o frio do espaço numa nova energia renovável

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    Todos os verões, quando estava a crescer,
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    viajava da minha casa, no Canadá,
    para visitar os meus avós
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    que viviam em Mumbai, na Índia.
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    Os verões canadianos são amenos
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    — cerca de 22 graus Celsius
    ou 72 graus Fahrenheit
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    é um dia de verão normal,
    não é muito quente.
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    Contudo Mumbai é um lugar quente e húmido
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    entre os 30 graus Celsius
    ou 90 graus Fahrenheit.
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    Quando lá cheguei. perguntei:
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    "Como alguém pode viver, trabalhar
    ou dormir com este clima?"
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    Para piorar as coisas, os meus avós
    não tinham ar condicionado.
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    E embora tentasse o meu melhor
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    nunca os consegui
    persuadir a comprarem um.
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    Mas isto está a mudar rapidamente.
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    Hoje os sistemas de arrefecimento
    fazem parte de cerca de 17%
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    de toda a eletricidade
    que usamos a nível mundial.
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    Isto incluí tudo, desde o ar condicionado
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    que tanto queria
    nas minhas férias de verão,
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    até aos sistemas frigoríficos que
    mantêm a comida fresca e segura
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    nos supermercados,
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    até aos sistemas à escala industrial
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    que mantêm operacionais
    os centros de dados.
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    Coletivamente, estes sistemas
    são responsáveis
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    por 8% da emissão global
    de gases de efeito de estufa.
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    Mas o que não me deixa dormir
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    é que a energia usada para o arrefecimento
    pode aumentar seis vezes mais até 2050,
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    principalmente devido ao aumento
    do consumo na Ásia e em países africanos.
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    Eu vi isto diretamente.
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    Quase todos os apartamentos
    nos arredores da casa da minha avó
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    têm hoje ar condicionado.
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    Isso é uma coisa boa para a saúde,
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    para o bem-estar e para a produtividade
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    das pessoas que vivem
    em climas mais quentes.
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    Contudo, uma das coisas mais
    alarmantes sobre a alteração climática
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    é que, quanto mais quente
    o planeta se torna,
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    mais vamos precisar
    de sistemas de arrefecimento
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    — sistemas que são grandes emissores
    de gases de efeito de estufa.
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    Isto tem o potencial de criar
    um círculo vicioso
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    em que só os sistemas de arrefecimento
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    podem tornar-se uma das maiores
    fontes de emissão de gases,
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    no futuro.
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    No pior dos casos, podemos vir a precisar
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    de mais de 10 biliões
    de quilowatts/hora todos os anos,
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    só para arrefecimento, no ano de 2100.
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    Isso é metade do atual
    fornecimento de eletricidade.
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    Só para arrefecimento.
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    Mas isto também aponta
    para uma oportunidade incrível.
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    Uma melhoria de 10 ou 20% na eficiência
    de todos os sistemas de arrefecimento
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    poderia ter um impacto enorme nas
    emissões de gases de efeito de estufa,
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    tanto hoje como no futuro.
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    E podia ajudar-nos a evitar
    esse ciclo vicioso, do pior dos cenários.
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    Sou um cientista que pensa
    muito na luz e no calor.
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    Em particular, na forma como
    os novos materiais nos permitem alterar
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    o fluxo dos elementos básicos da natureza
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    de formas que antes
    achávamos serem impossíveis.
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    Então, embora entendesse
    o valor do arrefecimento
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    durante as minhas férias de verão,
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    acabei por trabalhar neste problema
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    devido a um "puzzle" intelectual
    que encontrei há uns seis anos.
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    Como é que as pessoas, antigamente,
    conseguiam fazer gelo em climas desérticos?
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    Isto é uma foto de uma casa de gelo,
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    também chamada "yakhchal",
    situada no sudoeste do Irão.
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    Há dezenas de ruínas
    destas estruturas no Irão,
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    com indícios de edifícios
    parecidos pelo resto do Médio Oriente
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    e em todo o percurso até à China.
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    As pessoas que trabalhavam
    nas casas de gelo, há muitos séculos,
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    enchiam de água o tanque
    que veem à esquerda.
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    nas horas da tarde,
    quando o Sol se punha.
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    E algo incrível acontecia.
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    Mesmo com a temperatura
    do ar pouco acima de zero,
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    por exemplo, a cinco graus Celsius
    ou 41 graus Fahrenheit,
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    a água congelava.
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    O gelo criado era recolhido
    no início da manhã
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    e guardado no edifício
    que veem à direita,
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    durante todos os meses de verão.
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    Já devem ter visto algo parecido
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    se já viram a geada a criar-se
    no solo numa noite limpa,
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    mesmo com a temperatura
    do ar muito acima de zero.
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    Mas esperem.
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    Como é que a água congelava,
    se a temperatura do ar é acima de zero?
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    A evaporação pode ter ajudado,
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    mas não é suficiente
    para tornar a água em gelo.
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    Outra coisa deve tê-la congelado.
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    Pensem numa tarte a arrefecer à janela.
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    Para arrefecer, o calor tem
    que ir para algum lado mais frio,
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    nomeadamente o ar à sua volta.
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    Por impossível que pareça,
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    nesse tanque de água, o seu calor
    está a fluir até o frio do espaço.
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    Como é que é possível?
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    Bem, o tanque de água,
    como muitos materiais naturais,
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    envia o seu calor sob a forma de luz.
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    Este é um conceito conhecido
    por radiação térmica.
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    Neste momento, todos nós estamos a enviar
    o nosso calor, como luz infravermelha,
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    uns para os outros e para os arredores.
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    Podemos ver isto com câmaras térmicas
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    e a imagem que produzem,
    como as que estou a mostrar agora.
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    Então, o tanque de água
    está a enviar o calor
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    para cima, para a atmosfera.
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    A atmosfera e as suas moléculas
  • 5:14 - 5:16
    absorvem algum do calor
    e enviam-no de volta.
  • 5:16 - 5:20
    Esse é o efeito de gases de estufa
    responsável pela alteração climática.
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    Mas aqui está o que
    precisamos de entender.
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    A atmosfera não absorve todo esse calor.
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    Se assim fosse, estávamos
    num planeta muito mais quente.
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    Em certos comprimentos de onda,
  • 5:32 - 5:35
    em particular entre os 8 e os 13 mícrones,
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    a atmosfera é conhecida
    como uma janela de transmissão.
  • 5:39 - 5:45
    Esta janela permite que algum calor,
    que sobe como luz infravermelha,
  • 5:45 - 5:48
    escape efetivamente,
    levando com ele o calor do tanque.
  • 5:49 - 5:53
    E pode escapar para um lugar
    que é muito mais frio.
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    O frio desta atmosfera mais elevada
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    e todo o percurso até ao espaço,
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    que pode chegar até aos
    -270 graus Celsius,
  • 6:01 - 6:04
    ou -454 graus Fahrenheit.
  • 6:05 - 6:09
    Esse tanque de água é capaz
    de enviar mais calor para o céu
  • 6:09 - 6:10
    e o céu manda-o de volta.
  • 6:10 - 6:12
    Isso é porque
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    o tanque irá arrefecer abaixo
    da temperatura que a rodeia.
  • 6:16 - 6:20
    Este é um efeito conhecido
    por arrefecimento noturno
  • 6:20 - 6:21
    ou arrefecimento radiante.
  • 6:22 - 6:25
    E sempre foi entendido por
    cientistas climáticos e meteorologistas
  • 6:25 - 6:28
    como um fenómeno natural
    muito importante.
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    Quando me deparei com isto,
  • 6:30 - 6:33
    estava quase a acabar o meu
    doutoramento em Stanford.
  • 6:33 - 6:37
    Fiquei fascinado pela aparente
    simplicidade do método de arrefecimento,
  • 6:38 - 6:39
    mas também confuso.
  • 6:39 - 6:42
    Porque não usamos isto?
  • 6:43 - 6:46
    Cientistas e engenheiros
    tinham investigado esta ideia
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    em décadas anteriores.
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    Mas acabou por existir, pelo
    menos, um grande problema.
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    Era o chamado de arrefecimento
    noturno por um motivo.
  • 6:54 - 6:55
    Porquê?
  • 6:55 - 6:58
    Bem, é uma pequena coisa chamada Sol.
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    Então, a superfície que está a arrefecer,
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    tem que poder estar virada para o céu.
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    E a meio do dia,
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    quando podemos ansiar por algo frio,
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    infelizmente, isso significa
    que olhamos para o Sol.
  • 7:11 - 7:13
    O Sol aquece muitos dos materiais
  • 7:13 - 7:16
    o suficiente para contrariar
    o efeito de arrefecimento.
  • 7:16 - 7:18
    Eu e os meus colegas
    passamos muito tempo
  • 7:18 - 7:21
    a pensar como podemos
    estruturar os materiais
  • 7:21 - 7:22
    em escalas de comprimento
    muito pequenas
  • 7:22 - 7:25
    para que possam fazer coisas
    novas e úteis com a luz
  • 7:25 - 7:28
    — escalas mais pequenas do que
    o comprimento das ondas de luz.
  • 7:28 - 7:30
    Usando conhecimentos desta área,
  • 7:30 - 7:33
    conhecidos como a nanofotónica
    ou a pesquisa metamaterial,
  • 7:33 - 7:36
    percebemos que poderá existir
    uma forma de isto ser possível de dia.
  • 7:36 - 7:38
    pela primeira vez.
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    Para tal, concebi um material
    ótico de multicamadas
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    mostrado aqui numa imagem microscópica.
  • 7:43 - 7:46
    É 40 vezes mais fino
    do que um cabelo humano médio,
  • 7:46 - 7:49
    E é capaz de fazer duas coisas
    simultaneamente.
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    Primeiro, envia o calor para fora
  • 7:51 - 7:55
    precisamente para onde a nossa
    atmosfera deixa sair melhor esse calor.
  • 7:55 - 7:57
    Apontamos para a janela para o espaço.
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    A segunda coisa que faz
    é evitar ser aquecido pelo Sol.
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    É um bom espelho à luz solar.
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    A primeira vez que o testei
    foi num telhado em Stanford
  • 8:07 - 8:09
    que estou a mostrar aqui.
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    Deixei o dispositivo fora
    durante algum tempo,
  • 8:12 - 8:15
    e voltei após alguns minutos,
  • 8:15 - 8:18
    e, em segundos, soube
    que estava a funcionar.
  • 8:18 - 8:19
    Como?
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    Toquei nele e estava frio.
  • 8:21 - 8:25
    (Aplausos)
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    Só para realçar o quão estranho
    e contraintuitivo isto é:
  • 8:31 - 8:33
    este material e outros parecidos
  • 8:33 - 8:36
    ficam mais frios quando
    os tiramos da sombra,
  • 8:36 - 8:38
    mesmo que estejam expostos ao Sol.
  • 8:38 - 8:41
    Estou a mostrar-vos dados
    da primeira experiência,
  • 8:41 - 8:43
    em que esse material ficou
    mais frio cinco graus Celsius,
  • 8:43 - 8:47
    ou nove graus Fahrenheit,
    do que a temperatura do ar,
  • 8:47 - 8:50
    apesar de o Sol estar a incidir
    diretamente nele.
  • 8:51 - 8:54
    O método de manufatura
    que usamos para criar este material
  • 8:54 - 8:57
    já existe em grande escala de volume.
  • 8:57 - 8:58
    Eu estava muito entusiasmado,
  • 8:58 - 9:01
    porque não só fizemos algo fixe,
  • 9:01 - 9:06
    mas também podemos ter
    a oportunidade de fazer algo real e útil.
  • 9:07 - 9:09
    Isso leva-me à próxima grande questão.
  • 9:09 - 9:12
    Como é que realmente poupamos
    energia com esta ideia?
  • 9:12 - 9:15
    Achamos que a forma mais direta
    de poupar energia com esta tecnologia
  • 9:15 - 9:17
    é um reforço de energia
  • 9:17 - 9:20
    para os sistemas de ar condicionado
    de refrigeração atuais.
  • 9:20 - 9:23
    Para isso, criamos painéis
    de arrefecimento de líquidos,
  • 9:23 - 9:24
    como os que aqui estão.
  • 9:25 - 9:27
    Estes painéis têm uma forma
    parecida com a dos painéis solares,
  • 9:27 - 9:30
    mas fazem o oposto — eles
    arrefecem a água, passivamente,
  • 9:30 - 9:33
    usando o nosso material especializado.
  • 9:33 - 9:35
    Estes painéis podem ser
    instalados com um componente
  • 9:35 - 9:38
    que quase todos esses
    sistemas têm, um condensador,
  • 9:38 - 9:41
    para aumentar a eficiência
    subjacente do sistema.
  • 9:41 - 9:43
    A nossa "start-up", SkyCool Systems,
  • 9:43 - 9:47
    completou há pouco um teste no terreno
    em Davis, na Califórnia, como podem ver.
  • 9:48 - 9:49
    Nessa demonstração,
  • 9:49 - 9:52
    mostrámos que podíamos
    melhorar a eficiência
  • 9:52 - 9:55
    dos sistemas de arrefecimento
    em 12% no terreno.
  • 9:55 - 9:57
    Dentro de um ou dois anos,
  • 9:57 - 10:01
    estou muito entusiasmado para ver
    os primeiros pilotos em escala comercial
  • 10:01 - 10:04
    tanto no sistema de arrefecimento
    como na refrigeração do espaço.
  • 10:04 - 10:08
    No futuro, poderemos
    integrar este tipo de painéis
  • 10:08 - 10:11
    com sistemas de arrefecimento
    de maior eficiência
  • 10:11 - 10:14
    para reduzir o uso
    de energia em dois terços.
  • 10:14 - 10:18
    E, eventualmente, poderemos
    construir um sistema de arrefecimento
  • 10:18 - 10:20
    que não precise de consumir eletricidade.
  • 10:21 - 10:23
    Como primeiro passo para lá chegar,
  • 10:23 - 10:24
    os meus colegas em Stanford e eu
  • 10:24 - 10:26
    mostrámos que podemos manter
  • 10:27 - 10:31
    algo mais do que 42 graus Celsius
    abaixo da temperatura do ar
  • 10:31 - 10:33
    com melhor engenharia.
  • 10:33 - 10:35
    Obrigado.
  • 10:35 - 10:38
    (Aplausos)
  • 10:39 - 10:41
    Então imaginem só,
  • 10:41 - 10:44
    algo que é abaixo de zero
    num dia quente de verão.
  • 10:46 - 10:51
    Embora esteja entusiasmado sobre
    o que podemos fazer para o arrefecimento
  • 10:51 - 10:54
    — e acho que ainda há muito a fazer —
  • 10:54 - 10:57
    como cientista, também estou interessado
    numa oportunidade mais profunda,
  • 10:57 - 11:00
    que acho que este trabalho destaca.
  • 11:00 - 11:03
    Podemos usar a fria escuridão do espaço
  • 11:03 - 11:05
    para melhorar a eficiência
  • 11:05 - 11:08
    de todos os processos relacionados
    com a energia aqui na Terra.
  • 11:09 - 11:13
    Um dos processos que gostava
    de destacar são os painéis solares.
  • 11:13 - 11:15
    Eles aquecem sob o Sol
  • 11:15 - 11:17
    e tornam-se menos eficientes
    à medida que aquecem.
  • 11:17 - 11:21
    Em 2015, mostrámos que
    com microestruturas deliberadas
  • 11:21 - 11:23
    em cima de um painel solar,
  • 11:23 - 11:26
    poderíamos tirar maior vantagem
    deste efeito de arrefecimento
  • 11:26 - 11:30
    para manter o painel solar, passivamente,
    a uma temperatura mais baixa.
  • 11:30 - 11:32
    Isto faz com que o painel
    funcione melhor.
  • 11:33 - 11:36
    Estamos a explorar ainda mais
    este tipo de oportunidades.
  • 11:36 - 11:39
    Estamos a perguntar
    se podemos usar o frio do espaço
  • 11:39 - 11:41
    para nos ajudar a conservar a água.
  • 11:41 - 11:44
    Ou talvez em cenários fora da rede.
  • 11:44 - 11:48
    Talvez também pudéssemos
    gerar energia com este frio.
  • 11:49 - 11:52
    Há uma grande diferença
    de temperatura entre nós, aqui na Terra,
  • 11:52 - 11:53
    e o frio do espaço.
  • 11:53 - 11:55
    Essa diferença, pelo menos
    a nível conceptual,
  • 11:55 - 11:58
    poderia ser usada para
    alimentar um motor térmico
  • 11:58 - 12:00
    para gerar eletricidade.
  • 12:00 - 12:04
    Será que poderemos criar
    um gerador de eletricidade noturno
  • 12:04 - 12:06
    que crie quantidades úteis de eletricidade
  • 12:06 - 12:08
    quando os painéis solares não funcionam?
  • 12:08 - 12:11
    Poderemos criar luz
    a partir da escuridão?
  • 12:12 - 12:16
    O objetivo desta capacidade
    é ser capaz de gerir
  • 12:16 - 12:19
    a radiação térmica que está à nossa volta.
  • 12:19 - 12:23
    Estamos constantemente banhados
    em luz infravermelha.
  • 12:23 - 12:25
    Se a pudéssemos manipular,
    à nossa vontade,
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    poderíamos mudar os fluxos
    do calor e da energia
  • 12:28 - 12:31
    que estão connosco todos os dias.
  • 12:31 - 12:35
    Esta capacidade, juntamente
    com a fria escuridão do espaço,
  • 12:35 - 12:38
    aponta para um futuro
    em que nós, como civilização,
  • 12:38 - 12:42
    poderemos conseguir gerir
    de forma mais racional
  • 12:42 - 12:45
    a pegada de energia térmica
    em grande escala.
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    Para enfrentar a alteração climática,
  • 12:48 - 12:51
    creio que ter esta capacidade
  • 12:51 - 12:53
    se irá tornar essencial.
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    Então, da próxima vez
    que estiverem a andar na rua,
  • 12:57 - 13:03
    pensem bastante em como o Sol
    é essencial para a vida humana na Terra,
  • 13:03 - 13:08
    mas não se esqueçam que o resto do céu
    também tem algo para oferecer.
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    Obrigado.
  • 13:10 - 13:13
    (Aplausos)
Title:
Como podemos tornar o frio do espaço numa nova energia renovável
Speaker:
Aaswath Raman
Description:

E se pudéssemos usar a escuridão fria do espaço para arrefecer os edifícios na Terra? Nesta palestra arrebatadora, o físico Aaswath Raman fala em pormenor sobre a tecnologia que está a desenvolver para aproveitar o "arrefecimento noturno" — um fenómeno natural onde a luz infravermelha escapa da Terra e vai em direção ao espaço, levando o calor com ela — que pode reduzir drasticamente a energia usada pelos sistemas de arrefecimento. Aprendam mais sobre como esta abordagem nos poderia levar a um futuro em que explorássemos a energia do universo de forma inteligente.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:30

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