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Redescobrindo a esperança através do autoperdão | Billy Johnson | TEDxDonovanCorrectional

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    Estou um pouco nervoso.
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    (Risos)
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    Eu nunca tinha falado dessa forma,
    perante pessoas positivas.
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    Eu só falava com pessoas negativas
    sobre coisas negativas,
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    mas nunca dei nenhum conselho positivo.
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    Nos últimos 26 anos,
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    me enterrei nesse buraco
    por algumas coisas que fiz.
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    Hoje, eu gostaria de dividir com vocês
    uma parte de mim que foi recuperada,
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    uma parte de mim que redescobri.
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    Quantos conhecem uma pessoa
    que se encontra na escuridão,
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    mas não consegue achar a luz?
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    Queria que voltassem à minha infância.
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    Foi boa.
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    Como toda criança, eu tinha sonhos.
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    Me lembro quando comecei
    a praticar esportes.
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    Eu só tinha nove anos.
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    Eu jogava futebol infantil pelo LA Demos.
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    Quando vesti aquele uniforme
    pela primeira vez,
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    capacete, protetores de ombro,
    me senti especial.
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    Ou seja, não tinha nada
    que me fizesse parar em campo.
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    Naquele ano, entramos
    no campeonato para ganhar.
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    Naquele ano ganhei confiança
    para acreditar em mim mesmo.
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    Dos próximos cinco campeonatos,
    ganhamos quatro,
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    mas o mais engraçado disso
    é que todos os seis técnicos que tive
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    me diziam que eu era um líder
    e que eu era especial.
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    Naquela época, eu não sabia
    o que eles queriam dizer.
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    Achava que era só conversa.
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    No meu primeiro ano no ensino médio,
    eu queria impressionar.
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    Havia oito temporadas que a escola
    não ia para os "playoffs".
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    Eu acreditava que poderia
    botar essa escola no rumo.
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    Chegamos aos playoffs com um recorde.
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    Na próxima temporada, na primeira partida,
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    me lembro desse jogo como se fosse ontem.
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    Jogávamos na Dorothy High School;
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    perdíamos por quatro pontos
    faltando três minutos para o fim.
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    Dorothy estava prestes a chutar
    a bola da linha de 30 jardas.
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    Pedi para o técnico
    me deixar pegar o chute.
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    Eu não era um bom pegador,
    mas prometi a ele
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    que chegaria perto da linha final,
    ou na linha final.
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    Meu técnico botou fé em mim.
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    Peguei o chute e corri 70 jardas
    para marcar o "touchdown".
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    Foi uma das corridas
    mais incríveis da minha vida.
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    Meus companheiros ficaram loucos.
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    Chegando em casa, parecia que meus sonhos
    e metas tinham sido alcançados.
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    Era isso que queria fazer: jogar futebol.
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    Acreditava na minha habilidade em campo.
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    Naquela temporada, técnicos de várias
    universidades vieram me procurar.
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    Porém, mais tarde naquela temporada,
    fiz algumas escolhas
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    que mudaram minha vida
    e destruíram meus sonhos.
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    Paralelamente, eu vendia drogas.
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    No meu entender, futebol
    significava vender drogas.
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    Eu conhecia um traficante
    que se chamava Jimmy.
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    Um dia, fui ao apartamento dele,
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    bati na porta; olhei pela janela.
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    Ninguém estava em casa.
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    Aí eu entrei e roubei o esconderijo
    das drogas e do dinheiro.
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    Pensei que ninguém tinha me visto,
    mas parece que alguém viu
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    porque o Jimmy me perguntou
    pelas drogas muitas vezes
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    pelos próximos quatro ou cinco meses,
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    mas eu sempre dizia para ele:
    "Eu não sei do que você está falando".
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    Meses depois, eu estava em Minnesota,
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    quando recebi uma ligação da minha mãe.
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    Ela chorava e dizia: "Mataram ele!"
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    "Mataram ele!"
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    Eu disse: "Quem?"
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    Ela disse: "Sherman".
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    Minha vida desmoronou.
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    Eu não conseguia me mexer.
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    Fiquei paralisado.
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    Por 15 segundos senti que estava morto.
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    Sherman era meu irmão caçula.
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    Ele era tudo para mim.
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    Era o meu melhor amigo e o meu maior fã.
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    Peguei um avião para casa.
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    Fui ao hospital;
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    vi minha mãe.
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    Eu abracei ela até não poder mais.
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    Quando cheguei em casa,
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    meu primo Johann me contou
    quem atirou e matou Sherman.
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    Foi o Jimmy.
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    Jimmy desapareceu
    porque ele matou meu irmão
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    pelas drogas e dinheiro que eu roubei.
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    Meses depois, ouvi dizer
    que ele estava de volta.
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    Fui atrás dele.
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    Eu o vi na frente da casa de sua tia.
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    Dei a volta por trás da casa
    e pulei o portão.
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    Estava me aproximando
    pela lateral da casa.
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    Mas assim que passei
    pela janela, vi uma garotinha.
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    Ela tinha uns cinco ou seis anos de idade.
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    Fizemos contato visual por um instante,
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    mas segui para a frente da casa,
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    e na hora que vi Jimmy, caminhei até ele,
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    atirei e matei.
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    Cheguei na prisão com o coração pesado.
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    Tinha perdido a capacidade
    de acreditar em mim.
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    Ao passar anos na prisão, me tornei mau.
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    Eu era impulsivo e não ligava
    para o que tinha acontecido comigo.
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    Parecia uma concha vazia
    enterrada viva num caixão.
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    A prisão pode ser um lugar obscuro.
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    As pessoas querem ferir pessoas
    porque elas te ferem.
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    Eu estava ferido por dentro.
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    Nos meus primeiros 20 anos
    de prisão, eu era um lixo.
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    Aos poucos, estou tentando juntar
    os cacos da minha vida.
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    Em alguns momentos, ainda sinto tristeza,
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    mas minha fé em Deus
    me fortalece todos os dias.
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    Ser capaz de sair das trevas
    a caminho da luz do autoperdão
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    é o sentimento mais gratificante
    que se pode ter.
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    Três anos atrás, um dia eu acordei cedo.
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    Liguei a TV.
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    Assisti a um comercial
    do Hospital Infantil St. Jude
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    Ao ver os olhos de uma garotinha
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    me lembrei dos olhos da garotinha
    que eu vi naquele dia na janela.
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    Sempre que vejo esse comercial,
    meu coração se alegra.
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    Esses momentos me deram a motivação
    para achar o autoperdão na minha vida.
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    Essa garotinha do Hospital St. Jude
    foi a minha guinada.
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    Ela tocou um lugar do meu coração
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    com o qual eu sabia
    que tinha que me envolver.
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    Não há nada mais
    gratificante e satisfatório
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    do que estender a mão para alguém.
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    Ser um parceiro do Hospital St. Judes
    me faz sentir especial.
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    Saber que eu posso alcançar,
    ajudar outras pessoas
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    e possivelmente salvar vidas,
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    hoje, fariam meu irmão Sherman
    e meu primo Johann se orgulharem
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    da pessoa que me tornei.
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    Estou descobrindo lugares
    dentro de mim invisíveis a olho nu.
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    Agora eu sei que a nossa verdadeira
    jornada na vida como seres humanos
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    tem um significado
    e um chamado muito maior.
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    Sentir paixão por algo que você acredita
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    começa com o autoperdão
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    e a capacidade de acreditar em si mesmo.
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    Eu me sinto capaz de estar aqui hoje
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    por causa de todos que acreditaram
    em mim para compartilhar minha história.
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    Eu me arrastei para fora do caixão escuro
    porque, se uma garotinha pode sorrir,
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    ter tanta vida em seu olhar
    e ser forte em tempos difíceis,
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    eu também posso.
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    Para mim, minha força mais
    a força dela é igual ao autoperdão.
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    Todos nós podemos alcançar
    essa jornada em nossas vidas.
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    Se vocês conhecem alguém que vive
    dentro da sua própria prisão
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    de dor, vergonha e culpa,
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    apresentem-me a eles.
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    Mostrem a eles esse TEDx.
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    Permitam que eles vejam
    que eu encontrei minha guinada
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    e que há uma guinada em cada um de nós.
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    Um grande homem dizia:
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    "A morte não é a maior tragédia da vida.
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    A grande tragédia da vida
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    é o que morre dentro de nós
    enquanto ainda estamos vivos".
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    Então eu peço a todos vocês
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    que continuem mostrando
    compaixão e estendendo a mão
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    e nunca olhem ninguém de cima
    para baixo a não ser que seja para ajudar.
  • 9:28 - 9:29
    Obrigado.
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    (Aplausos)
Title:
Redescobrindo a esperança através do autoperdão | Billy Johnson | TEDxDonovanCorrectional
Description:

Mesmo sendo um astro do futebol americano, Billy sentia-se dentro de um túnel escuro. Em um período de nove meses, as duas pessoas mais importantes na vida de Billy foram assassinadas e ele sentiu-se responsável por essas mortes. Ele encontrou sua guinada depois de 20 anos encarcerado, o que o levou a redescobrir a esperança através do autoperdão.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
09:44

Portuguese, Brazilian subtitles

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