O paradoxo da violência | Tim Larkin | TEDxGrandForks
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0:06 - 0:09"A violência raramente é a resposta
-
0:09 - 0:12"mas, quando é... é a única resposta".
-
0:14 - 0:20Viver numa época como a atual,
em que a tecnologia é tão espantosa, -
0:21 - 0:26e o nosso estilo de vida
nos dá todo o tipo de caminhos -
0:26 - 0:29que dantes não existiam,
-
0:29 - 0:32uma coisa que parece ter ficado de lado
-
0:32 - 0:35é o facto de que quase esquecemos
que vivemos num mundo físico. -
0:36 - 0:40A primeira parte desta afirmação
— a violência raramente é a resposta — -
0:40 - 0:44é aquela que todos gostamos de ouvir,
porque, facilmente, podemos assinalar -
0:44 - 0:49as vezes em que a violência
é uma reação totalmente inadequada. -
0:50 - 0:53Mas eu vou questionar
a segunda parte da afirmação. -
0:54 - 0:59É a afirmação sobre a qual
construí a minha carreira. -
0:59 - 1:00Ou seja;
-
1:00 - 1:04"Quando é a resposta
é a única resposta". -
1:04 - 1:07Se enfrentarem uma violência iminente,
-
1:08 - 1:11têm alguma ideia do que vão fazer?
-
1:13 - 1:16É uma coisa em que vale a pena pensar.
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1:16 - 1:20Vale a pena pensar, porque
todos nós temos uma vida ótima -
1:20 - 1:25e, muitas vezes, esquecemos
que, em segundos apenas, -
1:26 - 1:30tudo pode mudar totalmente,
com algum criminoso -
1:30 - 1:34que só quer privar-nos
de qualquer coisa que ele deseja. -
1:35 - 1:40Não se importa se é uma mãe,
um pai ou o filho de alguém. -
1:41 - 1:44A única coisa que o preocupa
é aquilo de que precisa. -
1:45 - 1:51Mas nós, enquanto sociedade,
estigmatizámos o instrumento da violência -
1:53 - 1:56e, infelizmente, esse instrumento agora
só pertence aos predadores. -
1:57 - 1:59Por isso, peço-vos que tenham paciência.
-
1:59 - 2:04É sempre bom falar sobre isto
com um novo grupo. -
2:05 - 2:09O melhor é colocá-lo num contexto
porque falei em instrumento de violência. -
2:09 - 2:11"O que é que ele quer dizer com isso?"
-
2:11 - 2:13Então, imaginem uma jovem mãe,
-
2:14 - 2:17que está na área da cozinha,
a fazer a limpeza. -
2:17 - 2:20Está a preparar-se para ir para a cama,
já pôs o bebé na caminha. -
2:20 - 2:22O marido está em viagem de negócios
-
2:22 - 2:24e, de repente, pela porta das traseiras,
-
2:24 - 2:27entra alguém de rompante,
-
2:27 - 2:32um assaltante que aproveita
a oportunidade para a atacar. -
2:32 - 2:36Ele entra, encosta-a à bancada
da cozinha e começa uma luta épica. -
2:36 - 2:39Ele não esperava que ela ripostasse,
mas ela tenta defender-se. -
2:39 - 2:42Está frenética. Sabe que
o filhinho está lá em cima. -
2:42 - 2:47Não faz ideia do que aquele tipo pretende
mas sabe que não será nada de bom. -
2:48 - 2:52Ele fica frustrado porque as coisas
não estão a correr como ele queria. -
2:53 - 2:58Ela tenta lutar, mas ele é maior,
é mais rápido, é mais forte do que ela. -
2:58 - 3:00Mesmo assim, ela tenta
e, nessas tentativas, -
3:00 - 3:02consegue arranhá-lo na cara,
-
3:02 - 3:05profundamente, fazendo sangue.
-
3:05 - 3:06Isso enfurece-o,
-
3:06 - 3:09enfurece-o a tal ponto
-
3:09 - 3:13que, quando vê, na bancada da cozinha,
a faca de talhante, -
3:13 - 3:15agarra nessa faca,
-
3:15 - 3:18enterra-a no pescoço dela e mata-a.
-
3:19 - 3:23Nós, enquanto sociedade,
vemos esse ato horrendo e diremos: -
3:23 - 3:26"Aquele indivíduo deve ser preso
para toda a vida, no mínimo. -
3:26 - 3:28"Se houver pena de morte
-
3:28 - 3:31"nessa localidade,
provavelmente, é o que ele merece. -
3:31 - 3:36"No mínimo, ele nunca mais
deverá ver as luzes das nossas ruas". -
3:38 - 3:41Agora, quero que imaginem
o mesmo cenário. -
3:41 - 3:45A porta abre-se com estrondo,
lá está ela, é atacada. -
3:45 - 3:49Ela riposta. As coisas também
não estão a favor dela. -
3:49 - 3:52Ele é muito grande, muito forte,
-
3:52 - 3:55tem toda a vantagem sobre ela.
-
3:55 - 3:59Mas, depois, é ela que olha
para a bancada e vê a faca. -
3:59 - 4:03Agarra nela, enterra-a
no pescoço dele e mata-o. -
4:04 - 4:07Por mais terrível que isso seja,
nós, enquanto sociedade, -
4:07 - 4:10queremos que ela seja protegida
da aplicação da lei. -
4:10 - 4:15Queremos que ela seja considerada
um exemplo do que é ser mãe -
4:16 - 4:19para proteger não só a sua vida,
mas a vida do seu bebé. -
4:20 - 4:22Na verdade, é isto que devia acontecer
-
4:22 - 4:25quando um criminoso
tenta invadir a nossa vida. -
4:26 - 4:29Durante o resto desta palestra,
queria que considerassem isto: -
4:30 - 4:34a faca enterrada no pescoço
funcionou das duas vezes. -
4:34 - 4:37Não interessa quem foi
o bom tipo ou o mau tipo. -
4:38 - 4:43A violência é apenas um instrumento,
e está disponível para toda a gente. -
4:43 - 4:45A forma como esse instrumento é usado
-
4:45 - 4:49é que vai determinar
se é um uso justo do instrumento -
4:49 - 4:51ou se é um uso criminoso.
-
4:51 - 4:55Mas não nos faz mal
obter informações úteis, -
4:55 - 4:57quando enfrentamos danos
corporais terríveis. -
4:58 - 5:02É sempre uma honra falar
para um grupo como este, -
5:02 - 5:07porque a base dos meus clientes é 70/30.
-
5:08 - 5:1170% das pessoas vêm ter comigo,
depois dos factos. -
5:11 - 5:15Já lhes sucedeu um ato de violência,
a eles ou a um membro da família, -
5:15 - 5:18ou escaparam por uma unha negra
a uma situação perigosa. -
5:19 - 5:21Por isso, procuram informações.
-
5:22 - 5:27Os outros 30% que vêm ter comigo
nunca tiveram uma situação dessas. -
5:27 - 5:29Nunca tiveram de lidar com a violência.
-
5:29 - 5:32Procuraram informações
por uma questão de de autoproteção. -
5:32 - 5:35Há todo o tipo de razões,
mas é bom ter grupos destes. -
5:35 - 5:38Espero que a maioria de vocês
estejam nestes 30%, -
5:39 - 5:43porque, se vierem ter comigo,
no fim, não posso alterar isso. -
5:44 - 5:47Posso dar-vos informações,
mas não posso alterar nada. -
5:47 - 5:51Quanto mais eu ensinar às pessoas
as realidades da violência, -
5:51 - 5:54menos provável é que vocês,
depois de terem essas informações, -
5:54 - 5:56se encontrem numa situação dessas.
-
5:56 - 5:59Tudo o que puderem evitar, evitarão.
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6:00 - 6:04Mas, para isso, vamos ter de ouvir
algumas verdades incómodas. -
6:04 - 6:06Onde é que procuram informações úteis?
-
6:06 - 6:09Procuram nos desportos de combate,
nas artes marciais, -
6:09 - 6:11ou nas áreas tradicionais?
-
6:11 - 6:13Era bom se assim fosse.
-
6:14 - 6:18Infelizmente, quando se trata
do instrumento da violência, -
6:18 - 6:23as melhores informações provêm
das piores pessoas da sociedade. -
6:24 - 6:28A maioria delas encontram-se
no nosso sistema prisional. -
6:30 - 6:33Essa violência é a moeda.
-
6:34 - 6:36É nela que baseiam o seu poder.
-
6:36 - 6:39Por isso, têm de ser muito específicos
sobre a forma como a usam -
6:39 - 6:41e têm de ser muito bons nisso.
-
6:44 - 6:48A outra parte que é preciso
perceber, quanto a essas pessoas, -
6:48 - 6:53é que a maioria delas
não tem nenhuma formação -
6:53 - 6:56em desportos de combate
e artes marciais. -
6:58 - 7:01Nenhuma formação em desportos
de combate e artes marciais. -
7:01 - 7:06Mas são, de longe, os melhores
na capacidade de matar -
7:06 - 7:09de mãos nuas
ou com instrumentos improvisados. -
7:09 - 7:10Porquê?
-
7:12 - 7:16Porque não estão a tentar competir.
-
7:17 - 7:19Só pretendem ferir.
-
7:22 - 7:25Temos de olhar para a competição.
-
7:25 - 7:28Isso significa que os atletas
competitivos, os das artes marciais, -
7:28 - 7:31os atletas dos desportos de combate
não são competentes? -
7:31 - 7:33Não, não é nada disso.
-
7:33 - 7:35Eu sou grande aficionado
dos desportos de combate -
7:35 - 7:37e das artes marciais.
-
7:37 - 7:38Faço parte do grupo.
-
7:38 - 7:40Mas há realidades
que é preciso observar. -
7:40 - 7:43O maior evento de artes marciais
que temos é o UFC -
7:43 - 7:45— Ultimate Fighting Championship.
-
7:45 - 7:49A última vez que vi o UFC,
havia 31 regras. -
7:50 - 7:55Dessas regras, 27 proibiam
lesões ao corpo humano. -
7:56 - 7:5927 entre 31 regras.
-
7:59 - 8:01Porque é que é assim?
-
8:02 - 8:04Porque é uma competição.
-
8:04 - 8:07Uma competição serve
para opor aptidão contra aptidão. -
8:08 - 8:14Os atletas treinam para serem
extremamente atléticos -
8:14 - 8:16e competidores incríveis.
-
8:16 - 8:21Mas a competição não é boa
se há lesões no jogo. -
8:21 - 8:23Não é concebida para isso.
-
8:23 - 8:27O problema é que, por melhores
que sejam os competidores -
8:27 - 8:29— e são atletas fantásticos —
-
8:29 - 8:33enfrentam a mesma ameaça
que nós enfrentamos, -
8:34 - 8:37ou seja, um criminoso que está
pronto para a destruição, -
8:37 - 8:39pronto para magoar.
-
8:39 - 8:42Quando vemos lesões
em desportos de combate, -
8:42 - 8:46quando, por acidente, alguém parte
o tornozelo, ou qualquer coisa dessas. -
8:46 - 8:49a competição acaba aí.
-
8:49 - 8:52Essa pessoa fica concentrada nessa lesão.
-
8:55 - 8:58As lesões não fazem parte da competição.
-
8:59 - 9:02Não é por isso que competimos.
-
9:03 - 9:05A competição é aptidão contra aptidão,
-
9:05 - 9:08Temos uma arena, um árbitro e regras.
-
9:09 - 9:14Imaginem se um competidor,
saído não se sabe de onde, -
9:15 - 9:19aparece, fica frustrado
por estar a perder, -
9:19 - 9:23e decide vazar um olho
ao outro competidor. -
9:23 - 9:25Ficaríamos horrorizados com isso.
-
9:26 - 9:29Vazar um olho a alguém?
-
9:30 - 9:31Que horror!
-
9:32 - 9:35Que utilidade teria essa informação?
-
9:35 - 9:38Quando é que precisaríamos
de ter informações dessas? -
9:38 - 9:40Como poderíamos justificar isso?
-
9:40 - 9:42Ou seja, se tentássemos no tribunal:
-
9:43 - 9:44"Meritíssimo,
-
9:45 - 9:49"eu estava no parque de estacionamento
à espera que um tipo saísse do lugar -
9:49 - 9:52"e, quando eu ia parquear nesse local,
-
9:52 - 9:54"aparece outro tipo
e rouba-me o meu espaço. -
9:54 - 9:57"Eu saí do carro, estava tão danado,
fui ter com esse condutor, -
9:57 - 10:00"encostei-o contra o carro
e vazei-lhe um olho". -
10:02 - 10:03"Meritíssimo,
-
10:04 - 10:07"eu estava no clube
a beber um copo com os meus amigos. -
10:08 - 10:12"Aquele tipo esbarrou comigo,
olhou para mim e riu-se. -
10:12 - 10:15"Disse-me que era muito gordo
para usar 'jeans' justos. -
10:15 - 10:17"Eu poisei o copo,
agarrei nele, encostei-o ao balcão -
10:18 - 10:19"e vazei-lhe um olho".
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10:20 - 10:21(Risos)
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10:23 - 10:25"Meritíssimo,
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10:28 - 10:30"ele entrou no restaurante,
-
10:31 - 10:33"e abateu três pessoas perto de mim.
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10:34 - 10:38"Eu vi que ele se agachou para recarregar.
-
10:39 - 10:42"Eu estava assustado,
não sabia o que fazer, -
10:42 - 10:43mas tinha de fazer alguma coisa.
-
10:43 - 10:47"Corri para ele e atirei-o ao chão.
-
10:47 - 10:49"A primeira coisa que vi
foi os olhos dele. -
10:49 - 10:53"Vazei-lhe um olho e impedi-o
de continuar a disparar". -
10:54 - 10:57Ora bem, é interessante.
As duas primeiras vezes, -
10:57 - 11:01em que falei de dois incidentes,
vi sorrisos, acenos da cabeça. -
11:02 - 11:06Mas, da terceira vez, ninguém riu,
ninguém sorriu. -
11:07 - 11:09Isso porque, muitas vezes,
o instrumento da violência, -
11:09 - 11:13as informações úteis
são colocadas no contexto errado. -
11:14 - 11:18O estudo da violência é posto de tal modo
que quase sempre parece criminoso, -
11:18 - 11:20por isso, podemos afastá-la.
-
11:21 - 11:24No entanto, nós estamos
-
11:27 - 11:30muito bem programados para fazer isto.
-
11:30 - 11:33Somos muito bons
com o instrumento da violência. -
11:33 - 11:36Tivemos de ser, para sobrevivermos
enquanto espécie. -
11:36 - 11:40É-nos muito fácil provocar lesões
para nos protegermos. -
11:40 - 11:43É muito difícil fazer isso
em competições. -
11:43 - 11:46Para fazer artes marciais
ou desportos de combate -
11:46 - 11:48temos de treinar durante anos e anos.
-
11:48 - 11:51É normalmente por isso
que muitos de nós não o fazemos, -
11:51 - 11:55porque não temos tempo,
por isso, ignoramo-lo. -
11:55 - 11:58No entanto, como já referi,
-
11:58 - 12:01alguns dos melhores indivíduos
-
12:01 - 12:05não têm nenhuma formação
em desportos de combate e artes marciais. -
12:07 - 12:11Porque é que vale a pena
provocar lesões no corpo humano? -
12:12 - 12:16Porque as lesões vencem
o maior, o mais rápido, o mais forte. -
12:17 - 12:21É como uma pessoa mais pequena,
seja homem ou mulher, -
12:22 - 12:24se pode proteger.
-
12:24 - 12:28É a arma nuclear que possuímos.
-
12:29 - 12:31As pessoas que eu treino,
-
12:31 - 12:35penso nelas como Buda
com uma arma nuclear. -
12:35 - 12:38Ou seja, quando é que Buda
usaria uma arma nuclear? -
12:38 - 12:40Não estou preocupado
com o elemento criminoso: -
12:40 - 12:42eles sabem como atuar.
-
12:42 - 12:43Mas, quanto a vocês,
-
12:43 - 12:47se enfrentarem a violência criminosa
vão querer isto -
12:47 - 12:50e provavelmente serão melhores
com isto do que pensam. -
12:50 - 12:53Provavelmente conseguirão fazer isto.
-
12:53 - 12:55Vou dar-vos um cenário.
-
12:55 - 12:57Podem chegar aqui os meus assistentes?
-
13:00 - 13:02Sabendo o que eu sei
-
13:02 - 13:07e sabendo que as pessoas
não têm formação, -
13:07 - 13:10as melhores pessoas do mundo,
estes prisioneiros, estes criminosos, -
13:10 - 13:14não têm nenhuma formação,
em desportos de combate ou artes marciais. -
13:14 - 13:19Se tiverem de usar o instrumento
da violência, de lidar com isso, -
13:20 - 13:22neste momento, podem ver este cenário,
-
13:22 - 13:26e podem ver as oportunidades
em que podem causar lesões ao outro tipo? -
13:26 - 13:29Vou dar-vos uns segundos para verem.
-
13:29 - 13:31O que é bom nisto é que...
-
13:32 - 13:34— não há aqui nenhuma ameaça,
podem olhar. -
13:34 - 13:38Não há respostas erradas,
vocês estão a aprender. -
13:42 - 13:44Já toda a gente viu?
-
13:46 - 13:48Querem ver o que é
que eu faria nesta situação? -
13:49 - 13:50Ok.
-
13:53 - 13:56Daqui, eu provavelmente
dirigia-me à virilha, -
13:57 - 13:59dirigia-me ao pescoço,
-
13:59 - 14:03provavelmente atirava-o ao chão,
e depois, saltava-lhe em cima. -
14:04 - 14:06(Risos)
-
14:08 - 14:10Vocês riem-se.
-
14:14 - 14:16O problema não reside no facto
-
14:16 - 14:20de eu não poder que vocês
façam isto fisicamente. -
14:20 - 14:24O problema reside em como vocês olham
para o instrumento da violência. -
14:24 - 14:28Muitos de vocês,
quando eu falei disto -
14:28 - 14:31e perguntei: "O que é que vocês fariam?
-
14:32 - 14:35"Como fariam se tivessem de usar
o instrumento da violência?" -
14:36 - 14:39Posso dizer pela vossa reação
que a grande maioria -
14:39 - 14:42se viu no perfil da vítima e pensou:
-
14:43 - 14:47"Como é que eu reagiria
ao estrangulamento?" -
14:49 - 14:52A história em que pensaram foi:
"Oh, podia ser eu". -
14:56 - 14:58Porque é que não pensaram:
-
14:58 - 15:01"Acabei com o primeiro atacante.
-
15:02 - 15:06"Deitei-o ao chão e, com a visão
periférica, vi o segundo atacante. -
15:06 - 15:11"A primeira coisa em que pensei
foi agarrá-lo e sufocá-lo". -
15:14 - 15:17Porque é que isso não seria aceitável?
-
15:17 - 15:19Porque é que a história
não podia ser essa? -
15:20 - 15:22Fomos educados para não pensarmos assim.
-
15:22 - 15:26Disseram-nos que nunca há um bom uso
para o instrumento da violência -
15:26 - 15:27e há aqui um problema.
-
15:29 - 15:30Ando agora a escrever um livro.
-
15:30 - 15:33Estou a entrevistar muitos
destes predadores alfa na prisão. -
15:33 - 15:36Mostro-lhes um perfil como este.
-
15:36 - 15:39Eles nunca se veem segundo
a perspetiva da vítima. -
15:39 - 15:42Nunca se veem numa posição
de inferioridade. -
15:42 - 15:47Veem-se sempre do lado vitorioso,
da equação da violência. -
15:47 - 15:49Quando muito, dizem-nos:
-
15:49 - 15:53"Eu teria feito assim,
acho que era melhor". -
15:55 - 15:58Isto é uma informação
extremamente importante. -
15:59 - 16:03Posso ensinar-vos socos,
pontapés, posso fazer tudo isso. -
16:03 - 16:08A vantagem real, e a razão por que
estes tios são tão bons, mesmo sem treino, -
16:08 - 16:11é porque só se veem a si mesmos
do lado vitorioso da violência. -
16:11 - 16:16Só veem a violência
como uma coisa em que são superiores, -
16:16 - 16:19em que a praticam.
-
16:19 - 16:22O meu desafio para vocês
é que, nos próximos 30 dias -
16:23 - 16:26— nos próximos 30 dias,
quando estiverem a ver um filme, -
16:26 - 16:31quando estiverem a ver as notícias,
a Internet, se virem um ato de violência, -
16:33 - 16:36observem esse ato de violência,
-
16:36 - 16:38desliguem o som, se necessário,
-
16:40 - 16:44olhem para ele na perspetiva
de quem ganha e de quem perde. -
16:46 - 16:49É a única boa informação
que podem obter com isso. -
16:51 - 16:53Vai ser incómodo,
-
16:54 - 16:59mas, garanto, depois de começarem
a fazer isso, é o vosso ponto de viragem -
16:59 - 17:04para passarem a ser o especialista
de autodefesa. -
17:05 - 17:07Obrigado pelo vosso tempo.
- Title:
- O paradoxo da violência | Tim Larkin | TEDxGrandForks
- Description:
-
A violência raramente é a resposta, mas quando é... é a única resposta. Esta palestra provocadora explora as realidades incómodas da violência. Não há maior medo do que ser dominado fisicamente por um atacante maior, mais rápido e mais forte. Aqui aprenderão a surpreendente verdade sobre a violência e como estigmatizámos o estudo da violência ao ponto de apenas os elementos criminosos lhe terem acesso.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
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Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The paradox of violence | Tim Larkin | TEDxGrandForks | ||
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The paradox of violence | Tim Larkin | TEDxGrandForks | ||
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