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Title:
Como voltar ao trabalho depois de uma pausa na carreira | Carol Fishman Cohen | TEDxBeaconStreet
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Description:
Se você tiver feito uma pausa na carreira e agora está tentando voltar ao mercado de trabalho, você consideraria um estágio? A especialista em retomada de carreira Carol Fishman Cohen acha que deveria. Nesta palestra, ouça sobre a experiência da própria Carol como uma estagiária de 40 anos de idade, seu trabalho defendendo o sucesso dos "reiniciantes" e como os empregadores estão mudando a forma como eles se envolvem com o talento dos que retornam ao trabalho.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
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Pessoas voltando ao trabalho
depois de uma pausa na carreira:
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eu os chamo de reiniciantes.
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Estas são pessoas que tiveram pausas
na carreira para cuidar de idosos,
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para cuidar de crianças,
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indo atrás de um objetivo pessoal
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ou por um problema de saúde pessoal.
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Estão relacionadas com transições
de carreira de todos os tipos:
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veteranos, esposas de militares,
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aposentados saindo da aposentadoria
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ou repatriamento de exilados.
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Voltar a trabalhar depois
de uma pausa na carreira é difícil
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por causa da desconexão
entre os empregadores
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e os reiniciantes.
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Empregadores podem ver a contratação
de pessoas com uma lacuna no currículo
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como uma situação de alto risco,
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e pessoas em pausa na carreira
podem ter dúvidas sobre suas habilidades
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para reiniciar suas carreiras,
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especialmente se ficaram
afastados por muito tempo.
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Essa desconexão é um problema
que estou tentando ajudar a resolver.
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Reiniciantes de sucesso estão
em toda parte e em todos os campos.
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Este é Sami Kafala,
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um físico nuclear no Reino Unido
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que fez uma pausa de cinco anos
para ficar em casa com seus cinco filhos.
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A imprensa de Singapura escreveu
sobre enfermeiros que voltam ao trabalho
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depois de longas pausas na carreira.
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E falando em longas pausas na carreira,
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esta é Mimi Kahn.
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É uma assistente social
em Orange County, Califórnia,
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que voltou a trabalhar em uma
organização de serviços sociais
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depois de uma pausa de 25 anos.
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É a mais longa pausa na carreira
de que tenho notícia.
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Pessoas proeminentes
fazem pausas na carreira.
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A juíza do Supremo Tribunal
de Justiça, Sandra Day O'Connor
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fez uma pausa de cinco anos
no início de sua carreira.
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E também há os reiniciantes na ficção.
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Provavelmente, a mais famosa
é Alicia Florrick,
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a personagem interpretada por Julianna
Margulies na série "The Goodwife".
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Ela é uma advogada que retorna ao trabalho
depois de uma pausa de 13 anos.
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Eis aqui uma pessoa de verdade
que fez uma pausa de 13 anos.
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E esta é Tracy Shapiro, com sua família.
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Tracy respondeu a um anúncio
do "Today Show" para relatos
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de pessoas que estavam
tentando voltar ao trabalho,
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mas tendo dificuldades com isso.
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Tracy escreveu que era uma mãe de cinco
que amava seu tempo em casa,
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mas ela passou por um divórcio
e precisava voltar ao trabalho,
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e, além disso, queria trazer
o trabalho de volta para sua vida
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porque adorava trabalhar.
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Tracy estava fazendo
o que muitos de nós fazemos
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quando sentimos que demos
uma boa tacada na procura de emprego.
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Ela estava procurando um emprego
em finanças ou contabilidade,
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e ela tinha passado os últimos nove meses
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diligentemente pesquisando
empresas on-line,
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e se candidatando a empregos,
sem resultados.
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Conheci Tracy em junho de 2011,
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quando o "Today Show" me perguntou
se eu podia trabalhar com ela
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para ver se poderia
ajudá-la a mudar as coisas.
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A primeira coisa que disse a Tracy
foi que tinha que sair da casa.
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Disse que tinha que ir a público
com sua busca de trabalho
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e dizer a todos que ela conhecia
sobre seu interesse em voltar a trabalhar.
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Eu também disse a ela:
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"Você terá muitas conversas
que não irão a lugar nenhum.
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Espere por isso e não desanime.
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Haverá um punhado
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que acabará levando
a uma oportunidade de trabalho".
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Vou lhe dizer o que aconteceu
com Tracy daqui a pouco,
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mas quero compartilhar
uma descoberta que fiz,
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quando estava voltando a trabalhar,
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após 11 anos fora do mercado
de trabalho de tempo integral.
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A visão das pessoas sobre você
está congelada no tempo.
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Quero dizer que quando você começa
a entrar em contato com as pessoas
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e você volta a ter contato
com aquelas pessoas do passado,
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as pessoas com quem você
trabalhou ou estudou,
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eles vão se lembrar de você como você era,
antes de sua pausa na carreira.
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E isso mesmo que o seu senso de si mesmo
tenha diminuído com o tempo,
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como acontece com muitos de nós
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quanto mais distante estivermos
de nossas identidades profissionais.
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Assim, por exemplo, você pode pensar
em si mesmo como alguém parecido com isso.
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Esta sou eu, louca depois de um dia
dirigindo minha minivan por aí.
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Ou aqui estou eu na cozinha.
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Mas essas pessoas do passado
eles não sabem nada sobre isso.
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Eles só lembram de como você era,
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e é um grande impulso de confiança
estar de novo em contato com elas
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e ouvir o entusiasmo delas
porque você quer voltar a trabalhar.
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Há mais uma coisa que me lembro bem
de minha própria pausa na carreira.
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E foi que eu mal me mantive atualizada
sobre notícias de negócios.
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Minha formação é em finanças,
e quase não guardei nenhuma notícia
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enquanto estive cuidando
dos meus quatro filhos pequenos.
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Estava com medo de ir a uma entrevista
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e começar a falar sobre
uma empresa que não existia mais.
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Tive que assinar novamente
o Wall Street Journal
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e lê-lo por uns bons seis meses
de capa a capa antes de me sentir
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como se tivesse noção do que estava
acontecendo no mundo dos negócios de novo.
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Acredito que reiniciantes
são uma joia da força de trabalho,
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e é por isso aqui.
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Pense no nosso estágio da vida:
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para aqueles que tiveram pausas
de carreira para cuidar de crianças,
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temos menos ou nenhuma
licença de maternidade. Já fizemos isso.
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Temos menos realocações
do emprego do cônjuge ou parceiro.
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Estamos em uma época mais estável da vida.
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Temos vasta experiência de trabalho.
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Temos uma perspectiva mais madura.
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Não estamos tentando nos encontrar
às custas de um empregador.
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Além disso, temos uma energia,
um entusiasmo de voltar a trabalhar
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justamente porque estivemos
longe dele por um tempo.
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Por outro lado, falo com empregadores,
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e aqui estão duas preocupações
que os empregadores têm
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sobre a contratação de reiniciantes.
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O primeiro é, empregadores
estão preocupados que os reiniciantes
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sejam tecnologicamente obsoletos.
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Posso dizer,
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tendo sido eu mesma tecnologicamente
obsoleta até certo ponto,
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o que é uma condição temporária.
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Eu tinha feito minha análise financeira
há tanto tempo que usei Lotus 1-2-3.
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Não sei se alguém ainda
se lembra de algo tão antigo,
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mas tive que reaprender no Excel.
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Na verdade, não foi tão difícil;
muitos dos comandos são iguais.
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Achei PowerPoint muito mais desafiador,
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mas agora uso PowerPoint o tempo todo.
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Digo aos reiniciantes que os empregadores
esperam que venham trabalhar
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com algum conhecimento
dos softwares básicos para escritório.
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E se eles não têm essa desenvoltura,
é responsabilidade deles chegar lá.
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E eles chegam.
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A segunda preocupação dos empregadores
em relação aos reiniciantes
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é que os reiniciantes não saibam
o que querem fazer.
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Digo aos reiniciantes
que eles precisam fazer o trabalho duro
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para descobrir se os seus interesses
e habilidades mudaram ou não
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enquanto estavam em pausa na carreira.
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Isso não é o trabalho do empregador.
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É responsabilidade do reiniciante
demonstrar ao empregador
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onde eles podem agregar mais valor.
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Em 2010, comecei a perceber uma coisa.
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Eu vinha rastreando programas
de recolocação desde 2008,
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e, em 2010, comecei a notar
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o aparecimento de oportunidades
de trabalho temporário,
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sendo chamadas de estágio ou não,
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mas uma experiência similar ao estágio,
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como uma maneira para profissionais
voltarem ao trabalho.
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Eu vi Goldman Sachs e Sara Lee
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iniciarem programas de estágio
corporativos para recolocação.
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Vi um engenheiro, um candidato
não-tradicional para recolocação,
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se candidatar para um programa de estágio
para iniciantes nas Forças Armadas,
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e obter um emprego permanente depois.
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Vi duas universidades
integrarem estagiários
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aos programas de educação
executiva de meio de carreira.
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Escrevi um relatório
sobre o que eu estava vendo,
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e tornou-se este artigo
para a "Harvard Business Review"
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chamado "O Estagiário de 40 Anos".
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Tenho que agradecer
aos editores de lá por esse título,
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e também por esta arte final
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onde podemos ver um estagiário de 40 anos
entre os estagiários universitários.
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E, cortesia da "Fox Business News",
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eles chamaram o conceito
de "O Estagiário de 50 Anos".
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(Risos)
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Mês passado, foi lançado um filme
chamado "Um Senhor Estagiário",
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que traz um estagiário de 70 anos.
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(Risos)
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Robert De Niro interpreta
um aposentado de 70 anos,
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que sai da aposentadoria
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para se tornar estagiário da CEO
de uma empresa em rápido crescimento,
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interpretada por Anne Hathaway.
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Não tenho visto muitos
estagiários de 70 anos.
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Mas estes estágios não-tradicionais
não acontecem apenas nos filmes.
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Cinco das maiores empresas
de serviços financeiros
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têm programas de estágio de recolocação
para retorno de profissionais de finanças.
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E centenas de pessoas já participaram.
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Estes estágios são pagos,
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e as pessoas que seguem em frente
para cargos permanentes
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estão recebendo salários competitivos.
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Sete das maiores empresas de engenharia
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estão iniciando programas de estágio
de recolocação para retorno de engenheiros
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como parte de uma iniciativa conjunta
com a Society of Women Engineers.
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Por que as empresas estão adotando
a ideia do estágio de recolocação?
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Porque o estágio permite ao empregador
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tomar sua decisão de contratação
com base numa amostra de trabalho real
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em vez de numa série de entrevistas,
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e o empregador não tem que tomar
essa decisão de contratação definitiva
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até que o período de estágio termine.
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Esse período de teste
remove o risco percebido
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que alguns gerentes vinculam
à contratação de reiniciantes,
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e estão atraindo excelentes candidatos
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que se tornam grandes contratações.
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Pense sobre como fomos longe.
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Antes disso, a maioria
dos empregadores não se interessavam
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em contratar reiniciantes.
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Mas agora, não só programas
estão sendo desenvolvidos
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pensando especificamente nos reiniciantes,
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mas você sequer pode
se inscrever nesses programas
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a menos que você tenha
uma lacuna em seu currículo.
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Essa é a marca de uma mudança real,
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de verdadeira mudança institucional,
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porque se podemos resolver
este problema para os reiniciantes,
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podemos resolvê-lo para outros
em transição de carreira também.
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Na verdade, um empregador me disse
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que seu programa de retorno
ao trabalho para veteranos
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é baseado em seu programa
de estágio de recolocação.
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E não há razão pela qual não possa haver
um programa estágio para aposentados.
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Como no filme "Um Senhor Estagiário".
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Caso diferente, mesmo conceito.
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Deixe-me dizer o que aconteceu
com Tracy Shapiro.
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Lembre-se de que eu disse que ela tinha
que dizer a todos que conhecia
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sobre seu interesse em voltar a trabalhar.
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Uma conversa crucial
com outro pai em sua comunidade
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levou a uma oferta de emprego para Tracy,
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e foi um trabalho contábil
em um departamento de finanças.
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Mas era um trabalho temporário.
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A empresa disse que havia
uma possibilidade
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de que poderia se transformar
em algo mais, mas não havia garantias.
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Isto foi no outono de 2011.
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Tracy amou esta empresa, e amou as pessoas
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e o escritório era a menos
de dez minutos de sua casa.
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E mesmo ela tendo
uma segunda oferta de emprego
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em outra empresa para um cargo
permanente em tempo integral,
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ela decidiu tentar a sorte neste estágio
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e torcer pelo melhor.
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Ela acabou superando
todas as expectativas deles,
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e a empresa não só lhe fez
uma oferta permanente
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no início de 2012,
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mas tornou isso ainda mais
interessante e desafiador,
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porque eles sabiam
com o que Tracy podia lidar.
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Avançando para 2015,
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Tracy foi promovida,
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e eles pagaram para ela fazer
seu MBA à noite.
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Ela até contratou outra reiniciante
para trabalhar para ela.
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O emprego temporário
de Tracy foi um teste,
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apenas como um estágio,
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e acabou sendo um ganho
para Tracy e seu empregador.
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Meu objetivo é levar o conceito
de estágio de recolocação
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para mais e mais empregadores.
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Mas, no meio tempo,
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se você está retornando ao trabalho
depois de uma pausa na carreira,
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não hesite em sugerir
um estágio ou algo parecido
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a um empregador que não tem
um programa formal de recolocação.
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Seja o primeiro caso de sucesso deles,
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e você pode ser o exemplo
para mais reiniciantes que virão.
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Obrigada.
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(Aplausos)