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Como o túnel mais longo do mundo foi construído - Alex Gendler

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    Cercado por duas poderosas
    nações europeias,
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    o Canal da Mancha tem sido, há tempos,
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    uma das passagens marítimas
    mais importantes do mundo.
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    Porém, por boa parte de sua história,
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    as costas rochosas e o clima
    tempestuoso do canal
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    tornaram seu cruzamento
    uma probabilidade perigosa.
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    Engenheiros do início do século 18
    propuseram diversos planos
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    para abarcar a fenda de 33 km.
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    Os projetos incluíam ilhas artificiais
    ligadas por pontes,
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    tubos submersos suspensos
    por plataformas flutuantes
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    e uma passagem submersa duas vezes
    mais longa que qualquer túnel existente.
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    No final do século,
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    a última proposta chamou
    a atenção dos europeus.
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    A invenção da tuneladora
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    e a descoberta de uma camada estável
    de calcário no fundo do mar
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    tornou esse incrível túnel mais viável.
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    Mas nenhum engenheiro podia achar soluções
    para os obstáculos mais urgentes.
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    Na época,
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    os britânicos viam seu isolamento
    geográfico como uma vantagem estratégica
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    e o receio de uma invasão francesa
    paralisou os planos para o túnel.
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    O surgimento de batalhas aéreas
    tornaram essas preocupações obsoletas,
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    mas novas preocupações com a economia
    surgiram para substituí-las.
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    Enfim, 100 anos após a escavação inicial,
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    os dois países chegaram a um acordo:
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    a construção do túnel prosseguiria
    com financiamento privado.
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    Em 1985, um grupo de empresas
    francesas e britânicas
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    investiram o equivalente,
    nos dias atuais, a 14 bilhões de libras,
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    fazendo do túnel o projeto
    de infraestrutura mais caro até hoje.
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    O projeto exigia três túneis separados:
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    um para trens com destino à França,
    outro com destino à Inglaterra
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    e um de serviço entre os dois.
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    Juntamente com tubos de cruzamento,
    passagens de emergência e dutos de ar,
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    somava-se o aproximado a 200 km de túneis.
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    Em 1988, os operários começaram
    a escavar dos dois lados,
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    com o objetivo de se encontrarem no meio.
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    As primeiras medições da costa francesa
    revelaram falhas tectônicas no local.
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    Estas pequenas rachaduras permitiam
    a infiltração de água nas rochas,
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    então, os engenheiros tiveram que criar
    tuneladoras à prova d'água.
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    Os ingleses previram condições mais secas
    e avançaram com brocas comuns.
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    Mas após poucos meses, a água
    se infiltrou pelas fendas não detectadas.
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    Para perfurar o calcário úmido,
    os britânicos tiveram que usar argamassa
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    para selar as rachaduras criadas
    pelo sulco da broca
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    e até mesmo trabalhar à frente
    da broca principal
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    para reforçar o calcário
    que seria perfurado.
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    Vencidos os obstáculos, as duas equipes
    começaram a perfurar em velocidade máxima.
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    Broqueadoras de até 1,3 mil toneladas
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    perfuravam quase 3,5 metros por hora.
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    Ao cavar, instalavam anéis de isolamento
    para estabilizar o túnel atrás deles,
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    abrindo caminho para vagões de apoio
    após a passagem de cada máquina.
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    Mesmo em velocidade máxima, o trabalho
    tinha que prosseguir com cuidado.
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    A camada de calcário seguia um caminho
    sinuoso entre rocha instável e lama,
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    com mais de 100 perfurações
    feitas previamente por outros medidores.
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    Além disso, as duas equipes tinham
    que checar as coordenadas constantemente,
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    para que pudessem se encontrar
    a dois centímetros uma da outra.
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    Para manter essa trajetória delicada,
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    os perfuradores utilizaram sistemas
    de posicionamento por satélite,
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    bem como paleontólogos,
    que usavam fósseis escavados
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    para confirmar que estavam
    na profundidade correta.
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    Durante a construção, o projeto
    empregou em torno de 13 mil pessoas
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    e custou a vida de dez operários.
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    Mas após dois anos e meio
    trabalhando no túnel,
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    os dois lados finalmente fizeram contato.
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    O operário britânico Graham Fagg
    emergiu no lado francês,
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    tornando-se o primeiro humano a cruzar
    o canal por terra desde a era do gelo.
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    Ainda havia trabalho a ser feito,
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    desde instalar tubos de cruzamento
    e estações de bombeamento,
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    a colocar cerca de 160 quilômetros
    de trilhos, cabos e sensores.
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    Em 6 de maio de 1994, uma cerimônia
    de inauguração marcou a término do túnel.
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    O atendimento completo ao público
    iniciou-se 16 meses depois,
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    com trens de passageiros
    e linhas para carros e caminhões.
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    Hoje, o túnel do canal atende cerca
    de 20 milhões de passageiros por ano,
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    transportando-os pelo canal
    em apenas 35 minutos.
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    Infelizmente, nem todos têm o privilégio
    de fazer essa viagem de forma legal.
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    Milhares de refugiados têm tentado
    entrar na Grã-Bretanha pelo túnel,
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    muitas vezes, perdendo a vida.
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    Essas tragédias transformaram
    a entrada sul do túnel
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    em um local de conflitos contínuos.
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    Com sorte, a história da estrutura
    talvez possa servir como um lembrete
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    de que a humanidade mostra o seu melhor
    quando derruba barreiras.
Title:
Como o túnel mais longo do mundo foi construído - Alex Gendler
Speaker:
Alex Gendler
Description:

Veja a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/how-the-world-s-longest-underwater-tunnel-was-built-alex-gendler

Cercado por duas poderosas nações europeias, o Canal da Mancha tem sido, há tempos, uma das passagens marítimas mais importantes do mundo. Porém, durante boa parte de sua história, o cruzamento foi
uma probabilidade perigosa. Engenheiros propuseram diversos planos para abarcar a fenda, inclusive um projeto de passagem submersa duas vezes mais longa do que qualquer túnel existente. Alex Gendler detalha a criação do Canal da Mancha.

Lição de Alex Gendler, direção de Studio Kimchi.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:08

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