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Tempos perigosos pedem mulheres perigosas

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    Recentemente,
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    tenho declarado
    para quem quiser ouvir
  • 0:07 - 0:10
    que sou uma mulher perigosa.
  • 0:11 - 0:14
    (Aplausos)
  • 0:14 - 0:17
    Agora, fazer uma declaração
    assim tão ousada
  • 0:17 - 0:20
    ainda é um pouco perigoso,
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    mas também sinto ser a coisa certa.
  • 0:23 - 0:25
    Neste momento da minha vida,
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    prestes a completar 77 anos,
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    Eu tenho...
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    (Aplausos)
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    Adoro quando nos aplaudem pela idade.
  • 0:32 - 0:33
    (Risos)
  • 0:33 - 0:35
    mas vou aceitar.
  • 0:35 - 0:37
    (Aplausos)
  • 0:39 - 0:44
    Prestes a completar 77, percebi
    que não tenho mais nada a provar,
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    muito menos a perder,
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    e estou mais impaciente
    em relação a tudo.
  • 0:50 - 0:54
    O ritmo lento e verdadeiro
    em direção à igualdade,
  • 0:54 - 0:57
    o aumento do machismo, do racismo,
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    a violência contra mulheres e raparigas...
  • 1:00 - 1:02
    E estou zangada também
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    com os que negam a mudança climática
    que estão a roubar o futuro
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    dos nossos filhos e netos.
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    Amigos, estamos a viver tempos perigosos.
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    E esses tempos forçam-nos
    a sermos mais perigosas.
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    O que eu quero dizer com isso?
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    Não é para terem medo de nós.
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    Não é esse tipo de perigo.
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    Quero dizer sermos mais destemidas.
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    Dizermos a verdade
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    quando o silêncio é mais seguro.
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    Falarmos por aqueles
    que não estão presentes,
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    principalmente nos locais
    onde pessoas tomam decisões
  • 1:42 - 1:45
    sobre a nossa vida e o nosso corpo.
  • 1:45 - 1:49
    Precisamos de estar nesses lugares,
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    sermos solidários,
  • 1:53 - 1:55
    desafiarmos o conceito cultural
  • 1:55 - 1:59
    que nos encoraja,
    principalmente às mulheres e raparigas,
  • 1:59 - 2:02
    a competir, a comparar,
  • 2:02 - 2:04
    a criticar.
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    Temos de parar com isso.
  • 2:08 - 2:12
    E também falar contra a política
    e as políticas que nos dividem
  • 2:12 - 2:15
    e diminuem o nosso poder coletivo
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    como uma comunidade global
    de mulheres e de homens
  • 2:20 - 2:23
    e dos aliados que estão lá connosco.
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    Ser perigosa também significa
    abraçar os riscos necessários
  • 2:29 - 2:33
    para criar um mundo
    onde mulheres e raparigas estejam seguras
  • 2:33 - 2:35
    em casa e no trabalho,
  • 2:35 - 2:39
    onde todas as vozes
    estejam representadas e respeitadas,
  • 2:40 - 2:42
    todos os votos façam a diferença,
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    o planeta seja protegido.
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    E tudo isso é possível.
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    Porque estamos prontas.
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    Estamos mais bem preparadas
    do que qualquer geração antes de nós,
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    temos mais recursos,
    estamos mais interligadas.
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    Em muitas partes do mundo,
    viver mais tempo do que nunca.
  • 3:01 - 3:05
    A parte da população
    que mais depressa cresce no mundo
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    é a de mulheres com mais de 65 anos
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    com o potencial também
    de se tornar a mais poderosa.
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    (Aplausos)
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    Que mudança isso representa!
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    As mulheres após a menopausa, como eu,
  • 3:22 - 3:26
    ainda há pouco tempo,
    eram consideradas inúteis
  • 3:26 - 3:27
    ou malucas.
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    Só servíamos para cuidadoras,
    ou para sermos avós.
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    e eu gosto muito dessa parte.
  • 3:35 - 3:36
    Mas éramos postas de lado
  • 3:36 - 3:40
    e esperavam que ficássemos
    nas nossas cadeiras de baloiço.
  • 3:41 - 3:44
    As mulheres, com mais de 60 anos
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    não estão a reformar-se.
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    Estamos a reprogramar-nos.
  • 3:48 - 3:51
    (Aplausos)
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    agarrando em tudo o que sabemos
    e fizemos — e é muita coisa —
  • 3:57 - 4:00
    para redefinir o que é a idade,
  • 4:00 - 4:03
    o que podemos fazer,
    o que podemos realizar.
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    Mas tornar-se perigosa não tem a ver
    com chegar a certa idade
  • 4:08 - 4:10
    porque, em qualquer idade,
  • 4:10 - 4:14
    as mulheres e as raparigas
    estão a manifestar-se,
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    a arriscar-se para provocar a mudança.
  • 4:19 - 4:22
    Eu comecei a correr riscos
    ainda muito nova.
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    Tive de fazer isso,
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    ou ter a minha vida
    definida pelas limitações
  • 4:27 - 4:30
    para uma rapariga da área rural do Sul,
  • 4:30 - 4:32
    sem dinheiro, sem conexões,
  • 4:32 - 4:34
    sem influência.
  • 4:35 - 4:37
    Mas o que não tinha limites
  • 4:37 - 4:41
    era a minha curiosidade pelo mundo
    para além daquela pequena cidade,
  • 4:41 - 4:45
    para além das mentes tacanhas
    de um Sul ainda segregacionista,
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    um mundo que eu entrevia nos filmes
  • 4:48 - 4:51
    no único cinema da cidade,
  • 4:51 - 4:53
    e um mundo que começou
    a ficar mais perto
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    quando conheci Shirley Rountree,
    a minha professora de inglês do 8.º ano.
  • 5:00 - 5:02
    No instante em que ela entrou na sala,
  • 5:02 - 5:04
    com os seus saltos altos,
  • 5:04 - 5:07
    ela era uma mulher no comando,
  • 5:07 - 5:10
    com um cabelo perfeito,
    o batom vermelho,
  • 5:10 - 5:12
    as cores combinadas,
    da cabeça aos pés.
  • 5:12 - 5:15
    Eu quis ser ela.
  • 5:15 - 5:22
    Ela foi a minha primeira mentora
    e ajudou-me a tornar-me em quem sou.
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    Com o apoio dela,
    consegui uma bolsa para a faculdade
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    — a primeira na família —
  • 5:28 - 5:31
    e fui para uma boa universidade estatal,
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    bem no meio de dois
    grandes movimentos de justiça social:
  • 5:35 - 5:38
    os direitos civis para afro-americanos
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    e direitos iguais para mulheres.
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    Participei dos dois com entusiasmo,
  • 5:45 - 5:48
    e descobri que o meu ativismo
    recém-descoberto
  • 5:48 - 5:51
    e o meu feminismo em fermentação
  • 5:51 - 5:54
    iam entrar em conflito direto
  • 5:54 - 6:00
    com a minha necessidade
    de agradar e ser popular.
  • 6:01 - 6:04
    No meu primeiro emprego como professora
    na faculdade, quebrei as regras
  • 6:04 - 6:08
    e encorajei os alunos
    a irem comigo a manifestações.
  • 6:08 - 6:11
    E quando descobri que o meu colega
  • 6:11 - 6:14
    que tinha a mesma experiência
    e formação académica que eu
  • 6:14 - 6:16
    ganhava mais do que eu,
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    preparei um protesto pessoal.
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    Quando me recusaram um aumento,
  • 6:22 - 6:26
    com a desculpa que ele tinha
    uma família para sustentar,
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    eu também tinha, porque era mãe solteira.
  • 6:30 - 6:34
    Mas desisti do protesto
    para manter meu emprego.
  • 6:35 - 6:38
    Hoje, milhões de mulheres
    estão fazendo esse tipo de concessão
  • 6:38 - 6:42
    ficando nos seus empregos
    sem salários iguais
  • 6:42 - 6:44
    pelo mesmo trabalho.
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    E como uma das primeiras mulheres
    na televisão nos anos 70,
  • 6:48 - 6:51
    avisaram-me que, se me concentrasse
    em histórias de mulheres
  • 6:51 - 6:53
    limitaria minhas oportunidades
    de carreira
  • 6:53 - 6:55
    e talvez tenha mesmo limitado.
  • 6:55 - 7:00
    Mas eu produzi e apresentei
    uma programação inovadora para mulheres.
  • 7:01 - 7:03
    embora, simultaneamente,
  • 7:03 - 7:07
    me tenha mantido silenciosa
    sobre o assédio sexual.
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    Tive de ouvir os consultores
    que foram contratados
  • 7:11 - 7:13
    para me aconselhar quanto ao meu aspeto:
  • 7:13 - 7:15
    "Pinte o cabelo de louro."
  • 7:15 - 7:16
    Eu pintei.
  • 7:16 - 7:18
    "Abaixe o tom da voz."
  • 7:18 - 7:19
    Eu tentei.
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    "Aumente o decote."
  • 7:21 - 7:22
    Não aumentei.
  • 7:22 - 7:23
    (Risos)
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    Mas usei aqueles fatos horríveis
    de apresentadora,
  • 7:27 - 7:31
    com echarpes
    que mais pareciam gravatas.
  • 7:32 - 7:35
    Mais tarde, em posição de poder
    nos "media",
  • 7:35 - 7:37
    quase sempre a primeira
    ou única mulher,
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    ciente de estar a ser julgada
    pelas lentes do sexo,
  • 7:41 - 7:43
    várias vezes lutei
  • 7:43 - 7:49
    para encontrar equilíbrio
    entre ser uma líder para mulheres
  • 7:49 - 7:54
    e não ser definida apenas
    como uma mulher líder.
  • 7:55 - 7:59
    Mas hoje tenho orgulho
    de ser conhecida como uma mulher líder.
  • 7:59 - 8:02
    (Aplausos)
  • 8:05 - 8:10
    Como ativista, porta-voz, feminista
  • 8:10 - 8:14
    e recentemente afirmada
    como mulher perigosa,
  • 8:15 - 8:18
    preocupo-me menos
    com o que os outros dizem
  • 8:18 - 8:22
    e digo mais claramente
    o que acho e sinto.
  • 8:22 - 8:24
    E vou ser muito clara:
  • 8:24 - 8:29
    Reconheço o privilégio
    de poder fazer isso,
  • 8:30 - 8:32
    de contar a minha verdade.
  • 8:35 - 8:37
    E estar aqui hoje,
  • 8:37 - 8:39
    com esta oportunidade
  • 8:39 - 8:43
    de falar com vocês
    sobre mulheres e poder
  • 8:43 - 8:46
    — reparem que não disse
    "empoderada".
  • 8:47 - 8:50
    Acho que não estamos à espera
    de conquistar poder.
  • 8:50 - 8:52
    Acho que temos poder.
  • 8:52 - 8:55
    (Aplausos)
  • 8:57 - 9:03
    Mas precisamos de mais oportunidades
    de o reivindicar, de o usar,
  • 9:03 - 9:04
    e de partilhar esse poder.
  • 9:04 - 9:06
    Sim, eu sei.
  • 9:06 - 9:09
    Há mulheres com poder
    que não o usam com sensatez
  • 9:09 - 9:12
    e que não o partilham.
  • 9:12 - 9:15
    Já ouvi, e vocês certamente também,
  • 9:15 - 9:17
    histórias que começam assim:
  • 9:17 - 9:20
    "O pior chefe que tive foi uma mulher..."
  • 9:20 - 9:25
    E podemos falar de várias líderes
    de que não nos orgulhámos.
  • 9:25 - 9:28
    Mas podemos mudar tudo isso
  • 9:28 - 9:32
    com uma ideia simples, mas brilhante
  • 9:32 - 9:37
    que eu ouvi a uma perigosa congressista
    de Nova Iorque,
  • 9:37 - 9:39
    chamada Bella Abzug.
  • 9:40 - 9:43
    Ela disse: "No século XXI,
  • 9:43 - 9:47
    "as mulheres mudarão
    a natureza do poder
  • 9:47 - 9:51
    "mais do que o poder mudará
    a natureza das mulheres."
  • 9:52 - 9:54
    Desde que ouvi isso...
  • 9:54 - 9:56
    (Aplausos)
  • 9:56 - 9:59
    pensei: "Esta é a nossa chamada à ação.
  • 9:59 - 10:02
    "Esta é nossa maior oportunidade."
  • 10:03 - 10:05
    E como jornalista e ativista,
  • 10:05 - 10:08
    tenho visto esta ideia em ação,
  • 10:08 - 10:13
    documentando histórias de mulheres
    nos dois lados de longos conflitos,
  • 10:13 - 10:17
    unindo-se e desafiando o poder oficial
  • 10:17 - 10:24
    para formar alianças e encontrar caminhos
    para dar fim à violência nas comunidades.
  • 10:25 - 10:28
    E como ativista, viajei a lugares
  • 10:28 - 10:31
    onde é perigoso nascer mulher,
  • 10:32 - 10:34
    como o leste do Congo,
  • 10:34 - 10:38
    onde há uma guerra travada
    contra os corpos das mulheres.
  • 10:39 - 10:43
    Lá, num centro de cura e liderança
    chamado City of Joy,
  • 10:43 - 10:48
    corajosas mulheres congolesas
    transformam a dor em poder
  • 10:48 - 10:52
    dando formação a sobreviventes
    de agressão sexual
  • 10:52 - 10:55
    para voltarem a suas aldeias
    como líderes.
  • 10:56 - 10:58
    E em conferências climáticas recentes,
  • 10:58 - 11:02
    observei mulheres líderes
    a trabalhar nos bastidores,
  • 11:02 - 11:04
    longe da atenção do público,
  • 11:04 - 11:09
    certificando-se que as negociações
    para um acordo mundial sobre o clima
  • 11:09 - 11:11
    sigam em frente.
  • 11:11 - 11:14
    Então, à medida que avançamos
    na vida e no trabalho
  • 11:14 - 11:17
    e temos mais poder e mais influência,
  • 11:17 - 11:19
    toca a mudar a natureza do poder
  • 11:19 - 11:25
    derrubando barreiras ainda existentes
    para quem nos segue,
  • 11:25 - 11:27
    protestando e agitando,
  • 11:27 - 11:32
    por uma representação
    mais justa, verdadeira e igual,
  • 11:32 - 11:36
    em todos os lugares
    e em todas as mesas de discussão.
  • 11:36 - 11:38
    Mas atenção:
  • 11:38 - 11:41
    se vocês defenderem uma mulher
  • 11:41 - 11:44
    para um cargo ou promoção,
  • 11:44 - 11:46
    podem ser confrontados com:
  • 11:46 - 11:50
    "Você está a usar a carta das mulheres"
  • 11:50 - 11:52
    ou "a carta racial"
  • 11:52 - 11:55
    se estiverem a defender
    uma mulher de cor.
  • 11:55 - 11:59
    Eu já passei por isso,
    e tenho certeza que vocês também.
  • 11:59 - 12:03
    "Você está a fazer um programa
    de ação afirmativa aqui na PBS?"
  • 12:04 - 12:07
    foi a pergunta de um membro do conselho
    quando, enquanto nova presidente,
  • 12:07 - 12:12
    eu anunciei a primeira contratação
    de cinco mulheres qualificadas.
  • 12:12 - 12:15
    A minha ação afirmativa tinha sido pedir
  • 12:15 - 12:18
    que a firma de pesquisa
    me levasse uma lista de candidatos
  • 12:18 - 12:21
    que incluísse os nomes
    de mulheres e de pessoas de cor
  • 12:21 - 12:24
    que também fossem, no meu ponto de vista,
  • 12:24 - 12:28
    os melhores candidatos
    para os cargos também.
  • 12:30 - 12:34
    E digo às mulheres perigosas
    e aos nossos aliados:
  • 12:34 - 12:38
    está na hora de jogar
    a carta das mulheres,
  • 12:38 - 12:39
    de jogar a carta racial,
  • 12:39 - 12:41
    de jogar todas as nossas cartas.
  • 12:41 - 12:44
    (Aplausos)
  • 12:49 - 12:51
    Não para ganhar no jogo do poder,
  • 12:52 - 12:55
    mas para chegar a melhores resultados
  • 12:55 - 12:56
    para todos.
  • 12:57 - 12:58
    Está na hora também
  • 12:58 - 13:01
    de pôr de lado a teoria da escassez,
  • 13:01 - 13:03
    aquela que diz
  • 13:03 - 13:06
    que só há espaço
    para uma de nós no topo.
  • 13:06 - 13:09
    E, por isso, proteger o território,
  • 13:09 - 13:12
    e não fazer amigos nem aliados.
  • 13:13 - 13:15
    Mudar a natureza do poder
  • 13:15 - 13:18
    transforma o "protejer o território"
    em "partilhar o território",
  • 13:18 - 13:20
    isso encoraja coligações
  • 13:20 - 13:22
    constrói alianças,
  • 13:22 - 13:25
    fortalece e mantém amizades.
  • 13:26 - 13:31
    As minhas amigas são
    a minha fonte de energia renovável.
  • 13:32 - 13:35
    (Aplausos)
  • 13:37 - 13:40
    Tal como as minhas mentoras
    as minhas defensoras,
  • 13:40 - 13:43
    as minhas apoiantes,
    as minhas patrocinadoras,
  • 13:43 - 13:49
    de todas as maneiras que podemos
    ajudar-nos umas às outras.
  • 13:49 - 13:56
    Podemos tornar-nos
    fontes de poder renovável
  • 13:56 - 13:58
    umas das outras.
  • 13:58 - 14:00
    E ao longo desse caminho,
  • 14:01 - 14:03
    precisamos de nos cuidar mais,
  • 14:03 - 14:06
    e nisso, não sou o melhor modelo.
  • 14:06 - 14:08
    Não faço meditação.
  • 14:08 - 14:10
    Não faço exercício regularmente.
  • 14:11 - 14:14
    Mas vivo aerobicamente.
  • 14:15 - 14:18
    (Risos)
  • 14:18 - 14:21
    (Aplausos)
  • 14:23 - 14:27
    Porque acredito
    que não podemos ser perigosas
  • 14:27 - 14:29
    só marginalmente
  • 14:29 - 14:33
    e há muito a fazer.
  • 14:34 - 14:36
    Então vamos usar nosso poder.
  • 14:36 - 14:38
    E o poder do dinheiro?
  • 14:38 - 14:42
    Toca a atribuir
    mais dólares filantrópicos,
  • 14:42 - 14:44
    das nossas campanhas de doação,
  • 14:44 - 14:46
    dos nossos fundos de investimento,
  • 14:46 - 14:50
    para fomentar a igualdade
    económica e política.
  • 14:51 - 14:54
    E toca a alavancar o poder
    dos "media" e da tecnologia
  • 14:55 - 14:58
    que temos em nossas mãos,
    literalmente,
  • 14:58 - 15:03
    para promover
    as nossas histórias e ideias;
  • 15:04 - 15:06
    para praticar a civilidade;
  • 15:06 - 15:08
    para procurar a verdade,
  • 15:08 - 15:10
    que está a diminuir
  • 15:10 - 15:14
    e a ameaçar as sociedades
    livres e abertas.
  • 15:15 - 15:21
    Sim, temos tudo o que precisamos
    para fazer avançar as nossas comunidades.
  • 15:22 - 15:25
    E a melhor coisa que temos,
  • 15:25 - 15:27
    e que nunca podemos esquecer
  • 15:27 - 15:30
    é estarmos presentes
    umas para as outras.
  • 15:30 - 15:33
    Seguiremos em frente juntas,
  • 15:33 - 15:36
    preparadas para correr mais riscos,
  • 15:36 - 15:39
    sermos mais destemidas,
  • 15:39 - 15:42
    manifestarmo-nos, falar claramente
  • 15:42 - 15:43
    e estarmos presentes
  • 15:43 - 15:45
    umas para as outras.
  • 15:46 - 15:48
    George Bernard Shaw escreveu
  • 15:48 - 15:54
    que acreditava que a sua vida
    pertencia à comunidade,
  • 15:54 - 15:57
    que quanto mais ele trabalhasse,
    mais ele viveria
  • 15:57 - 16:01
    e que queria estar bem gasto
    quando morresse.
  • 16:02 - 16:03
    Ele escreveu:
  • 16:03 - 16:06
    "A vida não é uma vela efémera
  • 16:07 - 16:09
    "mas uma tocha esplêndida
  • 16:09 - 16:12
    "que eu uso por um instante
  • 16:12 - 16:16
    "antes de passá-la
    para gerações futuras."
  • 16:17 - 16:20
    Eu também não vejo a minha vida
    como uma vela efémera,
  • 16:21 - 16:23
    apesar de me queimar dos dois lados.
  • 16:24 - 16:25
    (Risos)
  • 16:25 - 16:28
    E quero que ela, e eu,
  • 16:28 - 16:33
    estejamos bem gastos quando eu morrer.
  • 16:34 - 16:37
    Mas neste ponto do percurso da minha vida,
  • 16:38 - 16:41
    não estou a passar a minha tocha.
  • 16:41 - 16:45
    Estou a segurá-la mais alto do que nunca,
  • 16:46 - 16:48
    com orgulho, com coragem,
  • 16:49 - 16:55
    e convido-vos a juntarem-se a mim
    nesta luz perigosa.
  • 16:56 - 16:57
    Obrigada.
  • 16:57 - 17:00
    (Aplausos)
Title:
Tempos perigosos pedem mulheres perigosas
Speaker:
Pat Mitchell
Description:

Pat Mitchell não tem nada a provar e muito menos a perder - ela se tornou uma "mulher perigosa". Não perigosa para ser temida, ela diz, mas para ser destemida: uma força que não deve ser subestimada. Nessa poderosa chamada à ação, Mitchell convida todas as mulheres, homens e aliados a se juntar a ela e abraçar os riscos necessários para criar um mundo onde a segurança, o respeito e a verdade tenham brilho maior que a escuridão desses nossos tempos.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:14

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