Return to Video

Como é que os vírus saltam dos animais para as pessoas? — Ben Longdon

  • 0:08 - 0:11
    Numa feira agrícola em Maryland, em 2017,
  • 0:11 - 0:14
    os porcos premiados
    não tinham o melhor aspeto.
  • 0:14 - 0:16
    Os agricultores relataram porcos febris
  • 0:16 - 0:19
    com olhos inflamados
    e focinhos congestionados.
  • 0:19 - 0:23
    Mas, enquanto os funcionários da feira
    se preocupavam com os porcos,
  • 0:23 - 0:25
    o departamento de saúde de Maryland
  • 0:25 - 0:28
    estava preocupado com um grupo
    de visitantes doentes.
  • 0:28 - 0:30
    Alguns tinham feito festas aos porcos,
  • 0:30 - 0:33
    e outros só tinham estado
    perto das pocilgas.
  • 0:33 - 0:38
    Rapidamente, 40 desses visitantes
    foram diagnosticados com peste suína.
  • 0:38 - 0:41
    Na maioria das vezes, os animais
    doentes não infetam as pessoas.
  • 0:41 - 0:45
    Mas, quando isso acontece,
    essas infeções entre espécies
  • 0:45 - 0:47
    ou saltos entre hospedeiros
  • 0:47 - 0:50
    podem provocar epidemias mortíferas.
  • 0:50 - 0:54
    Como é que os agentes patogénicos
    de uma espécie infetam outra espécie?
  • 0:54 - 0:58
    O que é que torna esses saltos
    de hospedeiros tão perigosos?
  • 0:58 - 1:00
    Os vírus são um tipo
    de parasitas orgânicos
  • 1:00 - 1:03
    que infetam quase todas
    as formas de vida.
  • 1:03 - 1:07
    Para sobreviverem e se reproduzirem,
    têm de passar por três etapas:
  • 1:07 - 1:11
    o contacto com um hospedeiro suscetível,
    a infeção e a reprodução
  • 1:12 - 1:14
    e a transmissão a outros indivíduos.
  • 1:15 - 1:18
    Como exemplo, analisemos a gripe humana.
  • 1:18 - 1:21
    Primeiro, o vírus da gripe
    encontra um novo hospedeiro
  • 1:21 - 1:24
    e introduz-se no trato respiratório.
  • 1:24 - 1:28
    Isto não é muito difícil
    mas, para sobreviver neste novo corpo,
  • 1:28 - 1:31
    o vírus precisa de uma infeção com êxito
  • 1:31 - 1:34
    antes de ser apanhado e derrotado
    por uma reação imunitária.
  • 1:34 - 1:36
    Para realizar essa tarefa,
  • 1:36 - 1:40
    os vírus desenvolveram interações
    específicas com a espécie do hospedeiro.
  • 1:40 - 1:44
    Os vírus da gripe humana
    estão cobertos por proteínas
  • 1:44 - 1:47
    adaptadas para se ligarem
    aos recetores correspondentes
  • 1:47 - 1:49
    nas células da respiração humana.
  • 1:49 - 1:54
    Uma vez dentro duma célula,
    o vírus usa adaptações adicionais
  • 1:54 - 1:57
    para se apoderar do maquinismo
    de reprodução das células do hospedeiro
  • 1:57 - 1:59
    e reproduzir o seu material genético.
  • 2:00 - 2:04
    O vírus só precisa de suprimir ou iludir
    o sistema imunitário do hospedeiro
  • 2:04 - 2:07
    o tempo suficiente para se reproduzir
    a um nível suficiente
  • 2:07 - 2:09
    e infetar mais células.
  • 2:09 - 2:12
    Nessa altura, a gripe pode passar
    para a vítima seguinte,
  • 2:12 - 2:16
    através da transmissão
    de fluidos corporais infetados.
  • 2:16 - 2:19
    Mas um simples espirro também põe o vírus
  • 2:19 - 2:21
    em contacto com animais domésticos,
  • 2:21 - 2:23
    com plantas ou com a comida.
  • 2:23 - 2:28
    Os vírus estão sempre a encontrar
    novas espécies e a tentar infetá-las.
  • 2:29 - 2:31
    Mais frequentemente,
    isso acaba num fracasso.
  • 2:31 - 2:35
    Na maioria dos casos, a diferença
    genética entre os dois hospedeiros
  • 2:35 - 2:37
    é demasiado grande.
  • 2:37 - 2:39
    Para um vírus adaptado a infetar
    seres humanos,
  • 2:39 - 2:44
    uma célula de alface é uma paisagem
    estranha e pouco hospitaleira.
  • 2:44 - 2:48
    Mas há um número colossal
    de vírus a circular no ambiente,
  • 2:48 - 2:51
    todos eles com o potencial
    de encontrar novos hospedeiros.
  • 2:51 - 2:55
    Como os vírus se reproduzem
    rapidamente, aos milhões,
  • 2:55 - 2:58
    podem sofrer rapidamente
    mutações aleatórias.
  • 2:58 - 3:02
    A maioria das mutações não terão efeito,
    nem serão prejudiciais
  • 3:02 - 3:05
    mas uma pequena parte pode permitir
  • 3:05 - 3:08
    que o agente patogénico
    infete melhor uma nova espécie.
  • 3:08 - 3:13
    A possibilidade de ganhar esta lotaria
    genética destrutiva aumenta com o tempo
  • 3:13 - 3:18
    ou se a nova espécie estiver estreitamente
    ligada ao hospedeiro habitual do vírus.
  • 3:18 - 3:20
    Para um vírus adaptado a outro mamífero,
  • 3:20 - 3:25
    a infeção num ser humano pode
    acontecer após poucas mutações com êxito.
  • 3:25 - 3:27
    Um vírus adaptado aos chimpanzés,
  • 3:27 - 3:29
    um dos nossos parentes
    genéticos mais próximos,
  • 3:29 - 3:33
    pode nem exigir qualquer mutação.
  • 3:33 - 3:36
    Mas é preciso mais do que
    tempo e semelhança genética
  • 3:36 - 3:38
    para o salto entre hospedeiros ter êxito.
  • 3:38 - 3:40
    Alguns vírus estão equipados
  • 3:40 - 3:43
    para infetarem facilmente
    as células de um novo hospedeiro,
  • 3:43 - 3:46
    mas não conseguem iludir
    uma reação imunitária.
  • 3:46 - 3:50
    Outros podem ter dificuldade
    em se transmitir a novos hospedeiros.
  • 3:50 - 3:51
    Por exemplo, podem fazer
  • 3:51 - 3:53
    com que o sangue do hospedeiro
    seja contagioso
  • 3:53 - 3:55
    mas não a saliva dele.
  • 3:55 - 3:59
    Contudo, depois de o salto de hospedeiros
    chegar à fase da transmissão,
  • 3:59 - 4:01
    o vírus torna-se muito mais perigoso.
  • 4:01 - 4:04
    Em gestação entre dois hospedeiros,
  • 4:04 - 4:06
    o agente patogénico
    tem o dobro da possibilidade
  • 4:06 - 4:09
    de sofrer uma mutação
    para um vírus de maior êxito.
  • 4:09 - 4:13
    Cada novo hospedeiro aumenta
    o potencial para uma epidemia total.
  • 4:14 - 4:17
    Os virólogos estão sempre
    à procura de mutações
  • 4:17 - 4:21
    que possam facilitar esse salto
    a vírus como o da gripe.
  • 4:21 - 4:26
    Mas prever uma possível epidemia
    é muito complicado.
  • 4:26 - 4:31
    Há uma enorme diversidade de vírus
    que só agora começamos a descobrir.
  • 4:31 - 4:35
    Os investigadores estudam, sem descanso,
    a biologia destes agentes patogénicos.
  • 4:35 - 4:40
    Vigiando as populações para identificar
    rapidamente novos surtos,
  • 4:40 - 4:43
    podem arranjar vacinas
    e protocolos de contenção
  • 4:43 - 4:45
    para impedir essas doenças mortíferas.
Title:
Como é que os vírus saltam dos animais para as pessoas? — Ben Longdon
Speaker:
Ben Longdon
Description:

Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/how-do-viruses-jump-from-animals-to-humans-ben-longdon

Numa feira agrícola em Maryland, em 2017, os agricultores relataram porcos febris com olhos inflamados e focinhos congestionados. Mas, enquanto os funcionários da feira se preocupavam com os porcos, o departamento de saúde de Maryland estava preocupado com um grupo de visitantes doentes. Rapidamente, 40 desses visitantes foram diagnosticados com peste suína. Como é que os agentes patogénicos de uma espécie infetam outra espécie? O que é que torna esse salto de hospedeiro tão perigoso? Ben Longdon explica porquê.

Lição de Ben Longdon, realização de Cabong Studios.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:47

Portuguese subtitles

Revisions