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Em associação com
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Apresenta
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A Espiral da Morte do Ártico
e a Bomba-Relógio de Metano
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Sistema de Transmissão de Emergência
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Interrompemos a nossa programação.
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ISTO É UMA EMERGÊNCIA NACIONAL
De seguida detalhes importantes
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O "sistema" de alerta de emergência foi ativado.
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Senhoras e senhores.
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A própria palavra 'segredo' é repugnante,
numa sociedade livre e aberta.
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Decidimos há muito tempo
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que os perigos da excessiva e injustificada
ocultação de factos pertinentes
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superam os perigos
que são citados para a justificar.
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Mas eu estou a pedir a vossa ajuda,
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na enorme tarefa
de informar e alertar o povo americano,
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porque eu tenho total confiança
na resposta e dedicação dos nossos cidadãos,
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quando estes estão plenamente informados.
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Muitos rios e o ar em muitas cidades,
continuam muito poluídos.
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E os nossos cidadãos sofrem,
por causa do ar que respiram.
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Vivemos em condições como estas
por muitos e muitos anos.
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Mas por muito que outrora aceitássemos isto como inevitável,
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agora achamo-lo absolutamente intolerável.
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Cada um de todos nós,
de uma ponta à outra desta grande nação,
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tem uma responsabilidade na manutenção
e melhoria da qualidade ambiental,
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ar puro e águas limpas,
a utilização inteligente das nossas terras,
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a proteção da vida selvagem e
a beleza natural, parques que todos possam desfrutar.
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Tudo isto faz parte do património de todos os Americanos.
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Para garantir esse património,
devemos atuar, e atuar decisivamente.
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É literalmente agora ou nunca.
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O nosso programa vai realçar a conservação.
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A quantidade de energia gasta,
que poderia ser poupada,
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é maior que a energia total
que estamos a importar de outros países.
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Vamos também enfatizar o desenvolvimento
nas nossas reservas ricas de carvão,
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de uma forma ambientalmente correcta.
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Agora parece-me que se nos concentrássemos
na resolução dos problemas,
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aah... do automóvel, do motor de combustão,
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do factor da poluição,
e já percorremos um longo caminho nessa direção.
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Eu vejo-me como um ambientalista.
Eu ahn..
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Eu não quero ver toda esta beleza à nossa volta
arrasada e destruída.
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Todos sabemos que a actividade humana
está a alterar a atmosfera,
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de forma inesperada e sem precedentes.
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Eu recomento que adoptemos a taxa BTU
na capacidade de calor da energia,
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como a melhor forma de nos dar
uma receita para reduzir o déficit,
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porque também combate a poluição,
promove a eficiência energética,
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promove a independência económica
deste país,
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enquanto ajuda a reduzir a dívida.
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E é ambientalmente responsável.
Vai ajudar-nos no futuro,
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tal como nos ajuda, no presente, com o déficit.
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Os Estados Unidos estão comprometidos com
o fortalecimento da nossa segurança energética,
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e a enfrentar a alteração climática global.
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E a melhor forma de atingirmos estes objectivos é
se a América continuar a liderar o caminho
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em direção ao desenvolvimento de tecnologia
mais limpa e energeticamente eficiente.
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Vamos deixar este planeta...
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pelo menos tão bom como o planeta
que herdámos dos nossos pais
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mas, nós temos... nós temos um problema acrescido
com as alterações climáticas.
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Enviámos... enviámos mil milhões de dólares a outras nações,
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muitas delas hostis, e no...
por causa da nossa dependência do petróleo,
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e no processo,
estamos a derreter as calotas polares,
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a mudar o padrões climáticos
em torno do globo...
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A ciência é clara no que toca as emissões humanas de poluição do ar e de gases de aquecimento global
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estão a alterar a nossa atmosfera.
O aquecimento global antropogénico ainda é uma questão
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que os cientistas estão a discutir,
vocês sabem e eu também.
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O debate em torno das causas das Alterações Climáticas
está longe de ter terminado.
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Bom, o clima está sempre a mudar.
Essa não é a questão fundamental.
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A questão fundamental é se a actividade humana é a...
é o que está a contribuir mais...
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Não acho que o CO2 é um problema,
e por isso não creio que precise de ser regulamentado.
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Todos respiramos CO2. O clima muda,
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mas não há qualquer evidência de que é o CO2 que o ser humano produz que faz com que o clima mude.
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A ideia uma mudança climática global
provocada pelo ser humano é....
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um dos grandes embustes perpetrados
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pela comunidade científica.
É um embuste.
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Só estou preocupado com o incrível frenesi e agitação
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em torno de uma coisa que é um completo mito.
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É surpreendente como aaah,
tantas pessoas ficam zangadas...
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A existência de todos estes biliões de pessoas na terra
influenciou a clima na terra,
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mas nada disso é minimamente importante, aaahh...
e ainda bem.
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Está tudo bem.
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A questão é até que ponto o homem influencia
o clima e até que ponto podemos...
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isto é algo com o qual nos devemos preocupar
ou se devíamos...
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atirar a economia global para a Idade das Trevas
para travarmos isto.
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Sabes, o maior embuste, penso eu,
que tem andado por aí,
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por muitos e muitos anos,
se não mesmo centenas de anos,
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tem sido este embuste do ambiente
e do aquecimento global.
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Reparem que já nem lhe chamam aquecimento global.
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Nah, nah, nah. É porque está cada vez mais fresco!
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É o "Controlo Climático".
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Ya! Está a ficar mais fresco,
já não se chama aquecimento global.
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Portanto, o que nós precisamos, aquilo de que o mundo precisa mais é de mais combustíveis fósseis.
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As provas que temos não são só de que não são os combustíveis fósseis que estão a destruir o planeta.
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Eles estão a torná-lo muito melhor...
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As mortes derivadas do clima estâo a diminuir,
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e portanto, aquilo de que precisamos
é de mais e mais combustíveis fósseis,
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para que as pessoas possam comer
e possam ter comida
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Durante os anos da escola secundária,
o uso da laca de cabelo "Aqua Net" prejudicou
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ainda mais a camada do Ozono do que
qualquer aldrabice do aquecimento global.
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Aqua. Eu lembro-me da Aqua Net.
-
Aqua Net.
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(risos)
Todos, todos todos.
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Eu lembro-me do creme Brill.
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Mas acho que não tinha nada a ver com
as alterações climáticas.
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"Um pouco de tralala" Lembram-se disto?
É isso!
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Há mais!
O CO2 também pode ficar...
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(sons cómicos)
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Nos tempos que em que o CO2
era abundante na atmosfera
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havia... maior crescimento nas quintas,
vinhas e por aí adiante.
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Ahn, acho que na Inglaterra,
houve uma época em que
-
o crescimento das vinhas era tão grande
que havia vinho por todo o lado e...
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Mas ainda estou aberto à possibilidade. Portanto,
se estiver aqui alguém da Exxon-Mobile...
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eu tenho uma conta bancária e um número de encaminhamento disponível para si. (risos)
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Poder-se-ia dizer, do ponto de vista económico...
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que devíamos estar a queimar combustíveis fósseis como "Gangbusters" para gerar o máximo de riqueza possível,
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desviar alguma dela para investigação em energias alternativas e assim chegaremos a elas
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mais rápido do que se ...
fizermos as pessoas pobres passarem fome
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e arruinarmos as economias do mundo
e reduzirmos as emissões de CO2.
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(aplausos)
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Agora, tal como combinado,
deves-me duas cervejas.
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(risos)
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"Scientific American" fez um editorial àcerca das más tácticas de retórica dos que negam as alterações climáticas.
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Os editores questionaram-se se somos pessoas
cada vez mais alheias ao pensamento crítico,
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e destituídas de lógica,
alienadas da verdade objectiva.
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E agora, o grande cabeçalho de
"Climatologistas" esta noite.
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O Painel para as Alterações Climáticas das Nações Unidas
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diz que está a chegar o dia em que
as alterações climáticas podem ser irreversíveis,
-
com consequências catastróficas,
segundo dizem.
-
Só irá piorar se não tomarmos
medidas drásticas.
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Temos visto um número cada vez maior de regiões,
ao longo das décadas, a perder o gelo,
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mas esta é a primeira vez que o estamos a ver acontecer
quase de forma global.
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Da forma mais agourenta, o relatório diz
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que estamos em perigo real de exceder
o nosso limite de carbono de 1 trilião de toneladas.
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Os cientistas dizem que isso aqueceria ainda mais a terra do que 3,5 graus Fahrenheit,
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com impactos nas alterações climáticas
muito mais perigosas...
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E é essa a preocupação.
Muitas das cidades estão em risco.
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A maioria da população mundial
vive em zonas costeiras,
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é onde ficam situadas a maioria das principais cidades,
por causa dos portos.
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E estão ao nível do mar.
-
Portanto, qualquer pequena mudança no nível do mar
pode desalojar milhões de pessoas.
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Cientistas voam por cima de um gigantesco pedaço de gelo do Antártico, enquanto este se parte e colapsa.
-
O pedaço é enorme.
Cerca de 7 vezes o tamanho de Manhattan,
-
cerca de 400 km quadrados.
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Fazia parte da Plataforma de gelo Wilkins.
-
A maior na Antártica até ao momento,
dizem os cientistas, que é vítima do aquecimento global.
-
Vendo a Plataforma de gelo Wilkins
a desaparecer no momento,
-
aprendemos muito acerca da forma
como o gelo responde à alteração do clima.
-
O gelo é apenas uma pequena porção
da plataforma de gelo da Antártica.
-
Mas desfez-se bem mais cedo
do que os cientistas tinham previsto.
-
Um sinal, dizem eles, de que as alterações climáticas
podem estar a ocorrer mais depressa do que o esperado.
-
Um especialista disse-nos,
no ano passado:
-
"Acho que nós... o que nós sabemos é que o gelo ahhh
é provavelmente o nosso melhor sensor,
-
das alterações massivas que estão a ter lugar.
-
E, de muitas formas, acho que estamos
em terreno inexplorado."
-
O gelo desempenha um papel vital no arrefecimento
da Terra e na regulação dos níveis do mar.
-
À medida que desaparece, o planeta aquece,
sobem os níveis do mar e mais gelo fica ameaçado.
-
Um ciclo vicioso ambiental.
-
Há agora glaciologistas
que estão a ficar muito preocupados.
-
Mas ainda não apareceram
para dizer aquilo que pensam.
-
Olhe bem para ele,
porque não vai durar muito tempo.
-
Está a rachar e a partir-se.
-
E é apenas um entre dezenas
de plataformas de gelo na Antártica
-
a colapsar mais cedo do que era previsto.
-
Eu diria que a grande maioria daquilo que estamos ver
aqui estará partido este ano.
-
Foi um Verão fresco, certo? Chicago, Nova Iorque,
-
e lugares desses, portanto,
como é que pode haver aquecimento global?
-
Assim.
Olhe para o contexto.
-
Estes pontos azuis por cima da América do Norte
representam temperaturas abaixo da média
-
para o Verão... Junho, Julho, Agosto.
Aquilo a que chamamos de "Clima de Verão Lógico".
-
Mas olhe para o contexto. Estão no meio de um mar de pontos vermelhos espalhados pelo resto do globo.
-
Mais um par de pontos azuis aqui e ali.
-
Estes pontos vermelhos representam
temperaturas acima da média.
-
O que representa isso em termos de ranking
para este Verão e para Agosto:
-
globalmente, o segundo mais quente de que há registo.
O record foi há pouco mais de um século.
-
Entre Junho e Agosto globalmente:
o 3º mais quente de que há registo.
-
Os oceanos, que arrefeceram um par de anos,
agora recuperaram em força.
-
Agosto foi o mês mais quente de que há registo. De Junho até Agosto também o mais quente de que há registo.
-
Ora, se os cientistas estiverem próximos de estar certos,
-
então este é o grande desafio
que ameaça a humanidade, presentemente.
-
É o maior desafio
que a humanidade alguma vez enfrentou,
-
e provavelmente irá alguma vez enfrentar.
-
Se alguém me perguntar,
se os sistemas climáticos estão a mudar,
-
eu diria, olhem para os dados.
-
O Ártico está... está a passar por.. ahn,
eu diria uma crise.
-
O degelo está a modificar velhas crenças
sobre o Ártico e os seus padrões metereológicos,
-
bem como a ser considerado responsável por
afectar as condições em torno do globo
-
e a desencadear uma subida
nos níveis do mar globais.
-
De todos estes estudos colectivos
de toda a região do Ártico,
-
podem ver que está a aquecer muito mais depressa
do que o resto do planeta.
-
Em 2012 tivémos mais um record
-
em termos de degelo
da plataforma de gelo na Groenlândia.
-
Mas aqui, no meio da neve e do gelo,
-
é dfícil de acreditar que a plataforma de gelo
esteja a derretar tão rapidamente como os cientistas dizem.
-
Mas está.
-
Os cientistas dizem que estamos a assistir ao degelo das regiões polares a acontecer diante dos nossos olhos.
-
Portanto, podem ver que há um riacho aqui.
-
E depois há uma quantidade de fluxo
a descer pelo lado direito.
-
Ao interpretarmos as imagem que chegam de salétites chamados "The Gravit Recovery and Climate Experiment".
-
Nos círculos científicos é chamado de "GRACE".
-
"GRACE" consegue detectar a menor e mais subtil
mudança no gelo terrestre,
-
até à espessura de um cabelo humano.
-
As velocidades mais rápidas que estamos a ver ahn...
-
na Groenlândia não vão abrandar.
-
Não é assim que ahn... as plataformas de gelo se comportam.
-
Ooohohohooooo!
Aaaaaah!
-
Ai! Oh meu Deus!
-
Aí vem a água....
-
Oh oooooh
-
Olha para aquilo!
-
ohoo, ohoo...
-
Uaaaaaaauuuu!
-
E qual foi a dimensão desta abatimento
que acabámos de ver?
-
Iremos utilizar umas ilustrações
para vos dar uma noção da escala.
-
É como se toda a ponta inferior de Manhattan
se tivesse partido.
-
Excepto que a grossura, a altura
-
é equivalente a edifícios que são
2 ou 3 vezes mais altos do que os que existem.
-
É uma coisa mágica, miraculosa,
horrível, assustadora.
-
Não sei se alguém já viu
o milagre e o horror daquilo.
-
Demorou uma centena de anos a recuar
8 milhas, de 1900 até 2000.
-
De 2000 a 2010, recuou 9 milhas.
-
Portanto, em dez anos, recuou mais do que
nos cem anos anteriores.
-
Em primeiro lugar, vamos olhar para
-
o comportamento descontrolado
que está realmente a ocorrer no sistema do Ártico,
-
indo de forma quase exponencial.
-
Vimos o ritmo de mudança na área de gelo a acelerar.
-
Vimos as mudanças nas massas de gelo,
na espessura,
-
também acelerando em direção ao zero,
ao longo dos próximos 2 ou 3 anos.
-
E tomando tudo em consideração,
-
temos inequivocamente a pegada de um sistema em,
como chamamos, auto-amplificação
-
ou "Comportamento Descontrolado"
-
Ahn, se calhar lembra-se de que
em 2007 houve um ah..
-
um grande estudo feito por um grupo chamado
-
"Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas"
[IPCC]
-
E eles procuraram, em modelos de computador,
quão rápido o gelo do Ártico poderia desaparecer.
-
E, desde 2007, isto é o que nos dizem.
-
Que, ahmm...
-
Veríamos uma redução gradual no Ártico...
mínimo de gelo,
-
reduzindo até onde provavelmente ainda teríamos
uma quantidade razoável de gelo no ano 2100.
-
No pior dos casos, talvez em 2070,
-
veríamos mar aberto no Ártico, durante o Verão.
-
Nesse mesmo ano,
-
vimos, nas observações uma enorme
queda no gelo do Ártico.
-
E a redução continuou,
de forma que, em 2012,
-
isto é onde estamos agora.
-
Portanto, estamos quase 50 anos adiantados
em relação ao pior dos cenários,
-
que os cientistas nos deram, apenas há 5
ou 6 anos atrás, no que toca ao gelo do Ártico.
-
De facto, concordo com muitos dos que negam as alterações climáticas, quanto à IPCC estar errada,
-
Mas eu penso que eles estáo errados
porque são demasiado conservadores.
-
E não contaram a história completa
acerca do que poderá acontecer...
-
Pode resumir os efeitos
de um mundo sem gelo no Ártico?
-
Sim, o efeito de um mundo
sem gelo no Ártico é enorme,
-
uma vez que ultrapassa
o próprio Ártico.
-
Porque, uma vez que o gelo
do mar tenha desaparecido,
-
em primeiro lugar, isso produz
um decréscimo no albedo global,
-
a quantidade de radiação
reflectida pela terra.
-
E tem um efeito importante, na medida em que
as massas de ar quentes do verão no Ártico,
-
provocam um recuo da linha do gelo,
-
e o recuo da linha de gelo tem tanto efeito no albedo
quanto o decréscimo do gelo do mar.
-
Portanto, à medida que o albedo global muda,
o que afecta a temperatura de todo o planeta,
-
aquece tudo.
-
Ahn, e depois, há o facto de que
à medida que o gelo do mar recua
-
permite que as massas de água, em torno das
plataformas do Ártico, aqueçam.
-
E isso aquece o leito do mar e liberta mais metano
do pergelissolo do fundo do mar
-
que está a derreter.
-
E o próprio metano é muito, muito poderoso como
gas com efeito de estufa.
-
Portanto, estamos a ter um pico de metano, ahn
que vem do recuo do gelo do mar,
-
que, por sua vez, é um efeito global,
e não apenas um efeito no Ártico.
-
Quando a IPCC ahn...
-
Não é um grande conjunto
de pessoas a concordar.
-
É um grupo de pessoas a dizer,
oh, é isto, é aquilo, é aqueloutro
-
Só que, quase toda a gente pensa que
estamos a aquecer o planeta,
-
só discordam quanto à rapidez
em que isso irá acontecer.
-
Discordam quanto ao que vai ser mais importante,
os feedbacks positivos ou negativos.
-
É uma das equipas científicas mais conservadora
do planeta. Trabalham com base no consenso,
-
e, depois de os cientistas chegarem a um consenso...
-
eles aprovam o relatório através do processo político.
-
Portanto, os políticos têm de aprovar
a avaliação do IPCC, antes de ser publicada.
-
E eles concluem que...
que atingimos o estado de "descontrolo",
-
se não recorrermos à Geoengenharia.
-
E isto não está no modelo.
-
Os modelos não mostram isto a acontecer.
Isto está mesmo a acontecer.
-
Então o que é que acontecer quando se actualizam
os modelos,de forma a reflectir o degelo do Ártico?
-
Estamos a ver os efeitos.
-
E um dos primeiros efeitos que, ahn...
-
chama a atenção da maioria das pessoas é
o que se está a passar no gelo do mar Ártico,
-
o gelo que flutua no Oceano Ártico,
que normalmente cobre a maioria do Oceano Ártico.
-
No passado ano de 2012 foi o record do mais baixo
do gelo do Ártico durante o Verão que já vimos
-
desde que estamos a observá-lo.
-
Embora o resto do globo tenha arrefecido
desde 1997,
-
a temperatura no Ártico começou a subir,
e a subir cada vez mais rapidamente.
-
Quanto mais quente fica, mais rápido aquece.
-
Só em 2007, num ano apenas, derreteu mais
do que no ano anterior
-
numa área equivalente ao
triplo da dimensão da Califórnia.
-
E vai desaparecer dentro de 5 ou 10 anos.
-
É bastante claro desta espiral mortal,
que é essa a forma como as quantidades de gelo
-
no Verão estão a reduzir em direção ahn...
em direção ao zero,
-
que o gelo não vai durar mais
do que um par de anos.
-
Não é possível... aquela massa de gelo,
no fim de Stembro,
-
possa continuar neste círculo,
durante as próximas 5 décadas.
-
Está a avançar muito rapidamente
em direção ao ponto zero no centro.
-
Está a diminuir há várias décadas.
-
De facto, desde os anos de 1960´s e 70´s,
-
temos um padrão de diminuição da área de gelo no mar,
particularmente nos seus valores mínimos,
-
e os valores mínimos de gelo do mar ocorrem
em Setembro, no final do aquecimento do Verão.
-
Mas, reparem nos últimos anos,
de 2007 em diante.
-
Os números estatísticos têm descido
muito abaixo da linha recta.
-
Fica cada vez mais óbvio que
as representações em linha recta já não são
-
ferramentas estatísticas apropriadas
para demonstrar o que se passa no Ártico.
-
E assim percebemos que parece o fim
da era do gelo no mar Ártico
-
em Setembro, por volta de 2015.
-
Portanto, estamos a ver um aumento da temperatura,
este é um gráfico de temperatura da NASA,
-
que remonta a 1880, quando achamos que
temos uma boa cobertura global com instrumentos.
-
Podemos levá-lo muito mais atrás.
-
De facto, foi publicado um ensaio muito relevante,
na passada Primavera,
-
que analisou um número diferente de
temperaturas de referência, como lhes chamamos,
-
tais como anéis de árvores e corais
e estalactites em cavernas e coisas do género.
-
E recuámos o registo de temperaturas
11 mil anos...
-
E o que temos é isto, ahn...
-
cá estamo nós a sair
da idade do gelo, cá atrás,
-
e depois temos descida gradual e lenta, lenta, lenta,
até ao século passado.
-
E depois, cá estamos nós.
Aqui.
-
Portanto, nós... nós... nós estamos
bastante seguros de que, ahn...
-
alguma coisa mudou
nos últimos 200 anos
-
e a única coisa que conseguimos identificar
que realmente conta é a ahn...
-
os gases de efeito de estufa
que os seres humanos estão a libertar.
-
O que se está a passar na zona do Ártico,
neste momento, é a resposta mais rápida
-
ao aquecimento global e às alterações
climáticas por todo o planeta.
-
Em 1859, o físico britânico, John Tyndall,
recorrendo a equipamento criado por ele,
-
mostrou que certos gases na atmosfera
bloqueiam e absorvem radiações de calor, ou de onda longa.
-
Há 4 décadas, Svante Arrhenius,
com milhares de cálculos manuais,
-
fez uma estimativa do poder do aquecimento global do CO2, muito próximo dos melhores modelos actuais.
-
Em 1950, o americano Charles Keeling
começou a medir com precisão
-
o aumento constante de CO2 na atmosfera.
-
Análises espectrográficas mostraram logo que o
novo carbono era, sem dúvida, criado pelo Homem.
-
É por isso um gás raro.
-
A atmosfera é composta essencialmente
de Nitrogénio e Oxigénio.
-
Mas aqui podem constatar que,
de um milhão de moléculas de ar em 1958,
-
314 destas seriam
moléculas de dióxido de carbono.
-
E podem ver o gráfico em baixo à esquerda,
a delinear os primeiros anos.
-
Desta forma podem ver, neste gráfico,
imediatamente um monte de coisas.
-
Em primeiro lugar, está a aumentar com o tempo.
-
E aqui está como a Curva de Keeling,
que é o nome pelo qual é conhecida,
-
se apresenta hoje.
-
E podem ver que o que era então 314,
-
é agora 395,
chegando hoje aos 400.
-
Essa é uma história notável.
-
Porque esse aumento é algo como de 25%.
-
A humanidade está a mudar a composição
química da atmosfera de forma considerável.
-
E, o efeito de estufa tem sido compreendido
há um longo período de tempo.
-
O facto de o CO2, e outras moléculas que captam energia infra-vermelha, captam calor essencialmente,
-
foi do conhecimento dos físicos experimentalistas
em meados do século XIX.
-
John Tyndall, em Londres,
colocou dióxido de carbono num tubo
-
e mediu quanta energia infra-vermelha poderia
absorver, que ele podia iluminar.
-
As primeiras tentativas para perceber as implicações disto no clima remontam a 1890.
-
Assim, de certo modo, a ciência estava lá,
-
a relacionar as quantidades de dióxido de carbono
da atmosfera com as mudanças climáticas
-
até termos os cálculos que mostrassem
que o CO2 estava efectivamente a aumentar
-
e a aumentar muito mais rapidamente
do que tinha sido previsto no séc. XIX.
-
Havia mais pessoas a usar
mais carvão, petróleo e gás natural,
-
e a velocidade do crescimento de CO2 foi
uma surpresa para todos.
-
A revista "Popular Mechanics"
escreveu sobre isto em 1953.
-
Os resultados da pesquisa mostravam-nos que, se
continuássemos a adicionar CO2 à atmosfera,
-
queimando combustíveis fósseis,
constataríamos um aumento na temperatura.
-
Este foi o trabalho do Doutor Gilbert Plas, que
publicou um ensaio muito significativo sobre isto.
-
Este tem sido um assunto discutido durante
os últimos cem anos, ou mais,
-
mas foi esta investigação que realmente conseguiu
acertar no sentido de tornar a ciência clara.
-
Contudo, levámos este tempo todo
para começarmos sequer à discussão pública
-
sobre a importâncida disto.
-
A quantidade de dióxido de carbono na atmosfera
é o que conta para o clima.
-
O clima apenas reage à quantidade e ao tipo
de gases captadores de calor que aí existem.
-
Quantos mais gases importantes existirem,
como o CO2,
-
que é de longe o mais importante gás
criado pelo homem,
-
mais aquece.
-
Agora, neste gráfico está a Temperatura
e o dióxido de carbono.
-
Vejamos primeiro a linha a preto.
Representa o dióxido de carbono.
-
1880 à esquerda,
o presente à direita,
-
e assim, sabemos que aumentou gradualmente
antes de começarem as medições de Keeling.
-
E que, nos anos anteriores a 1880,
-
quando provavelmente as actividades humanas
não tinham grande efeito no clima,
-
estava perto dum valor de 280 e a mesma unidade
de moléculas por cada milhão de moléculas.
-
Desta forma o CO2 tem vindo a subir, mas
em todos estes anos antes de 1930,
-
pode dizer-se, em cada ano
esteve abaixo da média,
-
e que nos anos mais recentes,
a cada ano que passa esteve acima.
-
Outra vez, a variabilidade natural deve-se a factores
como "El Niño" e ao ocasional vulcão forte,
-
que arrefece temporariamente o clima
por um ou dois anos.
-
E, ahn... estas coisas aqui são algumas das
mais fortes ocorrências do El Niño de que há registo.
-
Mas que existe agora um aquecimento
e que este período é diferente
-
deste período,
não há duvida nenhuma.
-
Então a pergunta que as
pessoas tipicamente fazem é...
-
Como sabemos que isto não é
algum tipo de ciclo normal?
-
OK. Está mais quente mas,
esteve mais quente no passado.
-
Esteve mais frio no passado.
-
Como sabemos que isto
é diferente do que aconteceu no passado?
-
Bem.
-
Podemos medir o que está a entrar e a sair
do planeta através dum satélite,
-
e os satélites fazem
um bom trabalho nisto.
-
Sabemos que, o planeta está
em desequilíbrio energético .
-
Sabemos que esse desequilíbrio energético
é totalmente consistente com as previsões
-
que foram feitas
sobre os gases com efeito de estufa.
-
E sabemos que
que esse é um grande desequilíbrio da energia.
-
Não é pequeno.
-
De facto, é igual a 400 mil bombas nucleares
tipo Hiroshima a explodir todos os dias.
-
Ou seja, são quatro ou cinco
por cada segundo, ou mais.
-
É essa a quantidade de energia que é captada,
principalmente no oceano
-
porque o oceano é,
de longe, o maior recipiente de calor.
-
Assim, as fontes naturais estão em equilibrio
entre emissão e absorção.
-
Na verdade, os oceanos
são apenas absorventes mas...
-
Seres Humanos.
São tráfego de um sentido apenas.
-
Somos então apenas nós,
quem causa este aumento.
-
Tudo o resto, até os vulcões,
são equilibrados por definição .
-
Somos então apenas nós,
quem causa este aumento.
-
Desde, aqui está o inicio de 1900
até aos dias de hoje
-
O azul é mais frio do que a média,
o amarelo e o laranja são mais quentes que a média
-
e podem ver aqui,
ainda algumas áreas a azul.
-
Mas no inicio de 1970 começa a ver-se
a predominância do amarelo e do laranja.
-
No momento em que isto termina, em 2010 ou assim,
-
podem ver nesta figura
como se apresenta o mundo hoje.
-
Existe aquecimento por toda a parte.
-
Existe mais aquecimento sobre os continentes
que sobre os oceanos.
-
Existe mais aquecimento no Norte
que no Sul.
-
E há um maior aquecimento no Ártico .
-
Esta é uma Projeção de Mercator,
por isso exagera na área do Ártico.
-
Mas o aquecimento é mais forte
nas altas latitudes do Norte.
-
E isso deve-se ao número de feedbacks
que pensamos ter entendido
-
dos quais o mais importante é,
quando ocorre o aquecimento no extremo Norte,
-
o gelo e a neve derretem,
tal como já vimos.
-
E, o gelo e a neve, ao derreterem, revelaram
água e terra escuras debaixo delas,
-
que reflectem menos luz solar e,
por consequência, absorvem mais luz.
-
Deste modo a cadeia de acontecimentos é
o dióxido de carbono causa o aquecimento,
-
o aquecimento derrete a neve e o gelo,
-
a neve e o gelo derretidos
criam uma superficie mais escura,
-
a superfície mais escura absorve mais luz solar,
-
e isso contribui para o aquecimento.
-
O rastilho humano é agora quase irrelevante.
-
Os feedbacks tomaram conta do processo.
-
O espelho que estava no topo do mundo
vai desaparecer.
-
Não desaparece durante o Inverno
mas o Sol também não brilha no Inverno.
-
Portanto, ele é importante durante o Verão.
-
Um dos efeitos principais que isto tem é que
quando todas estas áreas a Norte estiverem cobertas
-
do branco reflector da neve e do gelo,
-
expele a maior parte da energia solar,
-
devolvendo-a ao espaço.
-
Mas, quando vemos
-
cada vez mais água e solo negro
e superfícies negras,
-
então a energia solar
tende a ser absorvida.
-
E em vez de reflectir 90% de toda a energia,
-
irá absorver 90% de toda a energia.
-
E é a isto que os cientistas chamam de
"Feedback positivo",
-
e não querem dizer que isso é uma coisa boa.
-
Não é positivo para nós porque
é mais uma espécie de ciclo vicioso,
-
mais calor significa menos gelo,
e menos gelo significa menos calor
-
e, por assim dizer,
continua em espiral.
-
E é isso que estamos a ver no Ártico.
-
E é essa a razão pela qual o Ártico está a aquecer
ao dobro da velocidade do resto do planeta.
-
Isso significa que a energia do Sol está a ser
absorvida pela tundra,
-
as áreas geladas das massas continentais do Norte,
e pelo oceano, onde antes havia gelo,
-
de forma que todo o sistema está agora a acelerar,
e a acelerar e a acelerar
-
e quanto mais quente fica
mais depressa aquece.
-
Quanto mais depressa aquece
mais vapor de água existe.
-
Quanto mais vapor de água,
mais depressa aquece.
-
Quanto mais depressa aquece,
menos gelo existe.
-
Quanto menos gelo, menos reflexo
e portanto mais depressa aquece...
-
Começa a perceber a ideia?
-
Tem de ser uma curva descendente,
-
aquilo a que chamamos de uma
queda exponencial.
-
E a projecção dessa linha tal como está
neste conjunto específico de equações
-
e entendimentos sobre
a perda de massa de gelo no Ártico
-
então, uma vez mais, isto mosta
zero gelo flutuando no Oceano Ártico...
-
no final do Verão... de 2015.
-
O que confirma exactamente o meu trabalho sobre
a queda da área de gelo no Ártico para essa mesma data.
-
Veja só, ao mesmo tempo, a espessura do gelo
também tem vindo a diminuir.
-
O gelo no Ártico agora
é mais fino do que antes,
-
e portanto mais vulnerável ao degelo.
-
E para lhe dar um exemplo
daquilo que se está a passar
-
apenas na última estação...
-
ou seja, desde Março
-
Março e Abril de 2013,
-
olhando para esta área acima do Alasca.
-
Tivémos um ciclone, nesta área, que se movia
provocando alguma rotação neste gelo
-
e o gelo começou a estalar e a partir-se,
de uma forma que é muito, muito incomum.
-
Falei com cientistas da
National Snow and Ice Data Center,
-
e eles disseram: "Aquilo que está aqui a ver
acontece porque este gelo deveria ser, talvez,
-
de uma espessura de 6 metros há 30 anos
e agora não chega a 1 metro.
-
E por isso é arrastado e partido.
-
E muito disto de facto congelou de novo,
mas congelou de forma que era muito mais fino,
-
muito mais frágil, e é agora arrastado
e deformado muito mais facilmente
-
e derrete muito mais rapidamente
do que aconteceria há 30 anos atrás.
-
Quanto as pessoas pensam em Alterações
Climáticas, elas pensam em 2100. 2100!
-
Se calhar temos mais uma subida
do nível do mar de 600 metros.
-
Ora, bolas, eu acho que
se consegue sobreviver a isso...
-
Estamos a falar de 2010.
2020.
-
Vai ter impactos realmente sérios.
-
Se alguma destas coisas acontece,
o que pode acontecer... a qualquer momento,
-
é como jogar Roleta Russa
com algumas balas no revólver.
-
À medida que a temperatura
começa a aumentar mais rapidamente,
-
outros feedbacks entram em jogo,
-
e de forma mais poderosa
do que alguma vez foram.
-
A 6ª consequência diz respeito ao que se
está a passar com a Calota da Groenlândia.
-
Agora, está lá como uma massa de gelo
de 2,5 km de espessura
-
em cima de uma grande porção de massa de terra.
-
Era uma vez,
há 15 000 anos atrás,
-
grandes plataformas de gelo
cobriam as nossas zonas mais povoadas
-
no Hemisfério Ocidental.
-
Essas camadas de gelo recuaram muito
rapidamente quando o clima e os oceanos mudaram.
-
E o que temos agora aqui é uma velocidade
de recuo que, creio, é sem precedentes,
-
nos últimos 10 mil anos.
-
No início deste mês, a superfície da camada de gelo
que cobre a Groenlândia derreteu de forma mais vasta
-
do que foi visto nos últimos 33 anos
através de imagens de satélite
-
Temos alguns relatórios de que havia degelo
a ocorrer em torno da Groenlândia.
-
Literelmente, tanta água a correr
que estava a arrastar pontes e outras coisas.
-
Havia estradas cobertas de neve
que estavam com problemas.
-
Tinham de estar aqui,
-
no ano passado por esta altura,
para ver esta ponte completamente arrastada
-
A descarga do rio, na altura, era
-
basicamente, 200 vezes a do Tamisa.
-
Os efeitos são pequenos, para já...
-
mas a perda de massa da Groenlândia
duplicou na última década.
-
E, se esse padrão de duplicação
continuar nas próximas décadas,
-
então teremos de reescrever
algumas das previsões que fizémos,
-
acerca da rapidez
com que isto vai acontecer.
-
O leito da camada de gelo e o interior da
camada de gelo esta congelada até à base.
-
E está a começar a deslizar.
-
Isto é o leito de rocha, ok?
-
E isto é o gelo.
-
E isto é a água.
-
E esta água, repentina e violentamente,
drena por este canal.
-
Depois, subitamente há uma mudança de direção,
mas move-se muito rapidamente.
-
Estamos a concentrar-nos
neste pequeno lago aqui,
-
podem ver estes lagos de água de montanha a
aparecer à superfície da plataforma de gelo
-
à medida que o clima
se torna mais e mais quente.
-
Portanto, o que pode ver aqui é que isto
vai serpenteando e serpenteando
-
até que afunda,
no meio do gelo, ali.
-
E à medida que continua a afundar,
-
vai levar todo o calor
para os níveis mais profundos do gelo.
-
Portnato, agora o calor vai por ali abaixo e
como um pedaço de manteiga,
-
o gelo começa a ficar mole.
-
Começa a mover-se mais rapidamente e a água
vai para o fundo
-
e, porque se trada de um fluido incompressível,
-
irá suportar até um kilómetro de gelo.
-
Irá lubrificar enormes quantidades de gelo
e fazê-lo mover-se rapidamente pela superfície rochosa.
-
E isso também acelera o processo.
-
A água ao longo da superfície
da camada de gelo é desenfreada,
-
e está a causar danos incalculáveis
à base da camada de gelo,
-
e está a penetrar nas regiões profundas
do interior que nunca antes,
-
pelo menos nos últimos 10.000 anos,
tinha sido sujeito a este nível de aquecimento,
-
de entrada de água.
-
A água que é drenada por baixo do gelo
é relativamente quente.
-
A temperatura média da plataforma de gelo, em
profundidade, é vários graus abaixo do ponto de congelamento,
-
enquanto que a água que está a ser drenada para lá
está ao nível do ponto de congelamento.
-
Portanto é água relativamente quente, que é drenada
e aquece a plataforma de gelo, interiormente.
-
O gelo mais quente deforma-se mais facilmente
do que o gelo mais frio.
-
Por isso, um aumento na quantidade de água quente que é drenada para o gelo tem um efeito de amolecimento,
-
especialmente quando a quantidade
de água quente aumenta.
-
Sabem, a Groenlândia está a 23 pés
de altura do nível do mar.
-
7,3 metros, se tudo derrete...
-
E a história é bastante clara.
-
Quando aquece,
não há gelo na Groenlândia.
-
Quando está mais frio,
há imenso gelo na Groenlândia.
-
E, por isso, é bastante claro que a Groenlândia
tem uma relação muito próxima com a temperatura
-
e se fica demasiado quente
desaparece.
-
E demasiado quente não significa muitos graus acima
daqueles em que nos encontramos agora...
-
E isto é o glaciar Ilulissat.
-
Esta é a frente da queda do glaciar Ilulissat,
sobre o qual voámos no primeiro dia.
-
Este é o mais rápido fluxo de gelo do mundo.
-
Tem 122 metros de altura.
-
A água está a aparecer por debaixo do gelo e
a esguichar daqui, por baixo do nível da água,
-
como... um jacuzzi.
-
E está a criar circulação por baixo
-
e está a conduzir a água quente do oceano
por baixo da linha de água, aqui.
-
E isso acelera a queda
dos gigantescos glaciares.
-
E toda esta baía está cheia
de glaciares gigantescos
-
À medida que o movimento acelera...
-
o gelo por cima do rio
começa a partir e a deformar-se, assim,
-
e, podem ver, à medida que se parte,
a água acumula-se nesses pedaços.
-
E a água começa a absorver mais calor e,
como a água é mais pesada do que o gelo,
-
começa a hidrofracturar à medida
que avança pela plataforma do gelo,
-
acelerando ainda mais o movimento.
-
Portanto, aquilo que estão a ver é que,
a cada estádio,
-
há um diferente processo que,
não só se alimenta a si mesmo,
-
mas também alimenta todos
os outros processos do ciclo.
-
Se quiserem saber o que se está a passar
na plataforma de gelo,
-
precisam de seguir a água,
e descobrir o que esta revela.
-
E esta é a história que nos está a contar.
-
É por isso que os cientistas
estão a começar a sentir que
-
a Groenlância e as camadas de gelo por todo o planeta
têm a capacidade de se mover muito mais rapidamente
-
do que alguma vez o fizeram
durante o período da experiência humana.
-
Por isso, a grande preocupação é não nos
encaminharmos para um evento deste género
-
em que as camadas de gelo comecem a mover-se a um
ritmo que ultrapasse a capacidade humana de acompanhar.
-
À medida que avançamos para uma aceleração
do aumento da alteração climática,
-
uma vez que as águas em torno da Groenlândia
já não estão cobertas de gelo flutuante,
-
e à medida que a temperatura dessas águas envolventes
começa a aumentar,
-
então, claro, o ar sobre a Groenlândia aquece.
-
As águas envolventes ficam mais quentes.
-
A superfície do gelo começa a derreter,
-
através da cúpula.
-
Bem, no ano passado, neste lugar que sobrevoámos
Kangerlussuaq,
-
era este o aspecto do rio.
-
Transbordou,
esta ponte foi arrastada,
-
máquinas enormes eram varridas
-
porque estava a haver derretimento por cima
de toda a superfície da plataforma de gelo.
-
Nunca tinham visto um fluxo de água
daquele nível neste rio.
-
Portanto, as consequências
na Calota Polar da Groenlândia são massivas.
-
E à medida que derrete, acrescenta água fresca
à água dos ocenanos do globo,
-
e começa a fazer subir o nível do mar.
-
Se isso acontecer depressa, podemos esperar
2, 3, 5, 7 metros de diferença no nível do mar...
-
por todo o mundo,
-
a acontecer, com o passar das décadas,
-
i.e. dentro de 10 a 20 anos,
-
isso seria catastrófico para a civilização,
-
cuja maioria dos centros urbanos
ficariam abaixo do nível do mar, nessa nova situação.
-
De facto, a plataforma de gelo
da Groenlândia está a des-glaciar.
-
Está a recuar...
-
mas o seu recuo é dinâmico.
-
Está a afundar o interior da plataforma de gelo
mais depressa do que os modelos actuais assumem.
-
E portanto, a plataforma de gelo e o seu interior
está a acelerar,
-
e o derretimento das margens é aumentado,
-
e acho que isto significa que o a plataforma de gelo
está... a de-glaciar de forma activa.
-
E isso é... um problema muito sério,
no que toca ao aumento do nível do mar.
-
Avancemos para a 4ª consequência.
-
Ou seja, o impacto na tundra.
-
Essas massas de terra,
que rodeiam o Oceano Ártico,
-
têm agora uma costa marítima aberta e mais quente,
-
e o ar quente e as temperaturas quentes
estão a produzir um feedback nas massas de terra.
-
E o que daí resulta, claro, é o aumento do degelo
do permafrost [pergelissolo] da tundra,
-
e temos esta profundidade de permafrost derretida,
à qual chamamos de molde,
-
que aumenta ano após ano.
-
Isso também tem consequências.
-
Por exemplo, há imenso material biológico nas
profundezas geladas da tundra,
-
e, à medida que isso derrete, começa a degradar-se,
os micróbios têm um festim
-
e libertam mais dióxido de carbono,
e mais metano, da vegetação apodrecida.
-
Portanto, o metano está a ser
libertado para a atmosfera...
-
não apenas do fundo do oceano, mas também,
como disse, do descongelamento da tundra.
-
E, quanto quanto mais metano há na atmosfera,
-
como mostra este slide,
-
maior é o efeito de estufa,
e o metano é um poderoso gás com efeito de estufa.
-
Quando o permafrost descongela,
-
a matéria orgânica no permafrost
também descongela e começa a degradar-se.
-
Os microorganismos começam a alimentar-se dela.
-
Se não houver oxigénio,
os microorganismos produzem metano.
-
Se houver oxigénio,
os microorganismos produzem dióxido de carbono.
-
Ahhhh, permafrost.
Aqui está.
-
Terra congelada.
-
Descobrimos, no que toca à matéria orgânica
que sai desta colina,
-
é que é muito mais biodisponível,
-
ou seja, muito mais apetitosa
para os micróbios que a decompoem,
-
do que o carbono, ou a matéria orgânica
que existe à superfície hoje.
-
E isso tem implicações no clima,
-
porque isso significa que esta
matéria orgânica é processada mais depressa,
-
aquilo que sai para a atmosfera
é dióxido de carbono e metano,
-
e fazem parte do feedback do clima dessa forma.
-
Em lugares como este, onde o permafrost liberta
matéria orgânica actuam como aceleradores.
-
Eles aceleram o processo das
alterações climáticas provocadas pelo homem.
-
Por isso, ahn, é uma grande amplificação
daquilo que nós estamos a fazer.
-
Ele alimenta o nosso próprio impacto.
-
É importante compreender que a escala e a velocidade da mudança de que estamos a falar agora
-
é vários graus, dois a cinco graus
em apenas 100 anos
-
Ou seja, é mais rápido do que aconteceu
nos últimos 50 milhões de anos.
-
Estamos a falar de alterãções climáticas
sem precedentes e duma rápida e súbita resposta
-
deste ecossistema.
-
Tem havido alterações no Ártico,
no permafrost,
-
em termos de temperatura ao longo do tempo,
-
não apenas nas camadas finas próximas da superfície,
-
mas pelo menos até 10, 20 e 50
metros de profundidade,
-
Estamos a ver mudanças que são ainda mais rápidas.
-
Isto indica que há aquecimento
não só junto à superfície,
-
mas também que o calor está a ser transportado
em profundidade, de forma muito eficaz.
-
O permafrost acumula metano.
-
Como disse o Richard,
está actualmente a derreter.
-
Está mais quente lá em cima. Está quase 5 graus
mais quente lá no Ártico do que está...
-
A temperatura média do mundo
só subiu um grau
-
mas no Ártico subiu 5 graus.
-
E está a libertar 50 milhões de toneladas por ano,
ou seja, mil milhões de toneladas de CO2.
-
E está claramente a aumentar.
-
Ou seja, se tudo corresse bem,
basicamente, estaríamos todos mortos.
-
E está a acontecer agora.
-
E o problema aqui é que está a acelerar.
-
Uma vez que comece a gerar, através deste processo,
ou de qualquer outro dos quais falei,
-
uma vez que estes processos
produzam mais CO2 do que nós,
-
já não fazia diferença se nós
parássemos completamente.
-
Vai continuar a avançar.
-
Estes são os ciclos de feedbacks positivos.
-
E, já agora, não estão nos modelos.
-
A 5ª implicação da dinâmica do Ártico
diz respeito ao feedback da libertação de metano.
-
É, provavelmente, uma das
mais importantes questões que temos de analisar.
-
Estaremos em risco de destabilizar estas coisas
chamadas hidratos de metano
-
que acumulam muito metano
no fundo do oceano,
-
numa forma ainda quase congelada,
-
10 000 mil milhões de toneladas desta coisa.
-
E sabe-se que são destabilizados pelo aquecimento.
-
Este pedaço de gelo pode parecer
perfeitamente normal à primeira vista,
-
mas chegue-lhe um fósforo
e algo surpreendente acontece...
-
Tal como relatado na edição deste mês da revista Atlantic,
chama-se hidrato de metano,
-
e não é, na realidade, nada anormal.
-
De facto, há mais de 100 mil triliões
de pés cúbicos disto na Terra.
-
No que toca ao volume, é como
a dimensão do mar Mediterrânico.
-
E tem mais capacidade energética do que todo
o carvão, petróleo e gás natural da Terra juntos.
-
E ainda que o metano queime de forma limpa,
-
o metano não queimado é um gás
com efeito de estufa potente,
-
e se há uma fuga,
pode ser devastador para o ambiente.
-
A USGS está confiante de que uma fuga não será problema,
desde que sejam tomadas as devidas precauções.
-
Há efeitos irreversíveis possíveis do
descongelamento do gelo do mar.
-
Se começa a permitir que o Oceano Ártico aqueça,
e aquela o fundo do oceano,
-
então, começaremos a libertar hidrato de metano.
-
À cerca de 80 anos, passámos a estudar
a plataforma de gelo do Ártico Siberiano Ocidental.
-
E, de facto, temo-lo estudado ao longo dos
últimos 80 anos.
-
Continuamente, ano após ano, após ano.
-
Realizando uma ou duas expedições por ano.
-
Esses hidrocarbonetos são produzidos
na camada sedimentar, que estava selada
-
e evitava que o metano
escapasse para a atmosfera.
-
É por isso que estamos a dizer que isto deve ser
o maior armazenamento de hidrocarboneto do mundo.
-
Ali...
-
Há o potencial risco de que,
se o aquecimento continuar,
-
a maior e, talvez, imensa e massiva
quantidade de metano
-
possa ser libertada
desta plataforma do Ártico.
-
Claro que há esse risco potencial.
-
E em termos de riscos potenciais, eu diria que
esta plataforma do Ártico Siberiano tem o maior potencial.
-
Porque, como já disse, a bolsa de carbono é enorme
e a parede da plataforma de gelo muito fina,
-
e o aquecimento ocorre de forma forte
do que em outras áreas do oceano mundial.
-
Claro que é um risco potencial.
-
Portanto, o metano na atmosfera,
-
a quantidade total de metano na atmosfera,
-
na atmosfera actual,
-
é de cerca de 5 gigatoneladas.
-
A quantidade de carbono, preservada na forma
de metano, nesta plataforma do Ártico Siberiano Ocidental,
-
é, aproximadamente...
-
de centenas a milhares de gigatoneladas.
-
E, claro, apenas 1% dessa quantidade é necessária
-
para duplicar o peso do metano na atmosfera.
-
Mas para destabilizar 1% desta bolsa de carbono,
-
creio que não é necessário muito,
-
consideranto que o estado do permafrost
e a quantidade de metano actualmente involvida.
-
Porque aquilo que divide este metano da atmosfera,
é uma fina camada de água,
-
e um permafrost cada vez mais fraco,
-
que vai perdendo
a sua capacidade de selar,
-
de servir de selo.
-
E isto é, eu julgo que é uma questão de...
-
não é uma questão de centenas de anos,
é uma questão de décadas, acho.
-
Talvez, no máximo, 100 anos, mas
eu acho,
-
uma questão de décadas.
-
[Pode acontecer a qualquer momento.]
-
É possível que aconteça, porque,
-
eu poderia apresentar uma lista de factores que poderão, que são muito convenientes... convincentes para nós.
-
Portanto, poderia acontecer.
-
Não a qualquer momento.
-
A qualquer momento parece que
poderia acontecer hoje.
-
Pode acontecer amanhã.
-
Ou o dia depois de amanhã.
[Podia.]
-
Acha mesmo?
-
O Igor é está muito convencido porque
ele passou muito tempo lá.
-
E onde o gelo devia ter cerca de 2 metros
de espessura, tinha 40 centímetros...
-
Isto significa que o processo...
-
Todos os processos que servem
a destabilização de tudo...
-
do gelo do mar, da camada de água,
do aumento das correntes
-
(as correntes, quer dizer, o movimento
da água por baixo do gelo aumentar).
-
Portanto, tudo, tudo parece anómalo.
Mesmo para a nossa experiência ao longo destes 10 anos,
-
tudo parece anómalo.
-
E isso é o que o leva a pensar que...
-
fá-lo pensar que o pior pode acontecer...
-
Em resumo, não estamos a gostar nada
do que estamos a ver lá,
-
absolutamente nada.
-
Uh, olhem para isto.
-
Em questão de dias...
dias apenas,
-
estamos com esta grande... esta grande área...
-
olhem para isto...
-
quase a explodir de metano.
-
A única explicação possível
é a degelo do clatrato de metano.
-
É a única explicação possível.
-
Olá, ahm... quanto tempo acha que temos
antes que se torne
-
socialmente, e de outros modos,
inaceitável emitir carbono,
-
e, quero dizer, quão radicalmente acha
que precisamos de agir em função disso?
-
Certo, bem, quer dizer...
-
Eu acho que... quanto mais agirmos,
melhor será para as gerações futuras.
-
Eu não... pois, quero dizer,
há todo o tipo de estimativas.
-
E ahm...
-
Basicamente, se fizermos imensas coisas
nos próximo 10 anos,
-
ainda enfrentamos um futuro
consideravelmente desconfortável,
-
e quanto menos fizermos,
pior se tornará.
-
Quanto conseguiremos prevenir
dependerá de quão arrojados formos,
-
do quanto estivermos preparados para fazer e isso irá, por seu lado, depender da mudança das opiniões sociais.
-
Quais são as implicações de tudo isto,
-
para o comportamento dinâmico global,
-
tanto ao nível do clima como, na verdade,
para a humanidade enquanto civilização,
-
e a biosfera de que fazemos todos parte?
-
Bem, obviamente, o Ártico está ligado ao
resto do mundo, é uma parte do mundo,
-
e o que se passa no Ártico tem, inevitavelmente, implicações e consequências e desenvolvimentos
-
no resto do planeta.
-
Socialmente, sabemos que iremos começar
a eliminar alguns aerosóis,
-
estas partículas na atmosfera
que, de momento,
-
estão a reflectir muita da luz solar
de volta para o espaço.
-
Também sabemos que muita energia solar é absorvida
pelo aquecimento do fundo do oceano.
-
E, à medida que os efeitos do dióxido de carbono,
e de outros gases com efeito de estufa
-
no comportamento global como um todo,
começam a regressar ao curso,
-
assim, as temperaturas globais começarão a responder
da mesma forma que as temperaturas do Ártico.
-
O CO2 começa a aumentar a temperatura,
-
a subida da temperatura gera
o feedback do vapor de água,
-
o feedback do vapor de água
acelera o aquecimento...
-
E entâo começamos a ter condições mais quentes
em algumas florestas tropicais,
-
temos queima, morte florestal e aumento
da libertação de dióxido de carbono
-
da biomassa do planeta.
-
É um conjunto de feedbacks difetente
daquele que opera no alto Ártico,
-
mas ainda assim,
igualmente potente.
-
E tal como no Ártico,
assim amanhã no mundo inteiro.
-
E se as implicações do comportamento de corrente de jacto e produção de comida e as consequências da dinâmica do Ártico
-
na nossa sobrevivência enquanto espécie, na nossa economia,
na nossa produção alimentar,
-
o abandono dos pobres,
-
e na incapacidade de sustentar
uma população de 8, 9, 10 mil milhões de pessoas,
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então, também...
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a crescente aceleração do comportamento global...
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que inevitavelmente se seguirá...
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a menos que sejamos capazer de intervir,
no sentido de o abrandar
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fazê-lo parar,
e revertê-lo,
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então, sem esta intervenção...
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a dinâmica global reserva
um futuro negro para a humanidade...
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um futuro negro para a biosfera
de que fazemos parte.
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Está na hora de agirmos...
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Não apenas pelo Ártico...
-
mas pela crise global
em que todos nos encontramos.
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Não há um acordo em relação ao quanto
precisamos de fazer, e quão rápido.
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Para ser honesto, não creio que seja necessário,
porque uma coisa de que tenho a certeza
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é que não iremos fazer tanto quanto
os cientistas dizem que precisamos de fazer.
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Por isso é que eu nunca analisei de perto
essa questão particular, porque
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o que os cientistas dizem
que precisamos de fazer está aqui...
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o que estamos realmente a fazer está aqui...
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e aquilo que os vários acordos globais tentaram
levar-nos a fazer, e frequentemente falharam,
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está algures aqui...
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Portanto, o abismo é tão imenso...
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que, ahn, pois, quer dizer,
é um pergunta perfeitamente razoável...
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mas por esta razão eu nunca
a analisei com muito detalhe.
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Mas acredito que quanto mais
pessoas acreditarem nisto....
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mais provável é que actuem,
portanto imagino que haja...
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a negação também pode
acontecer a muitos níveis...
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Acredita-se numa coisa factualmente,
mas não se acredita no fundo do coração,
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e, mesmo que diga:
"Ah, sim, eu acredito nas alterações climáticas"
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mas, não se deixa a si mesmo, a
um nível emocional, pensar acerca
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do que vai acontecer
ao planeta no futuro,
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e pode, por assim dizer,
separar a sua vida quotidiana
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daquilo em que acredita,
no lado mais académico da sua mente.
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Portanto, eu acho que, ahn...
de muitas formas,
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mudar a opinião social é a coisa mais importante
que podemos fazer no presente momento,
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para lidarmos com este problema, porque assim...
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as pessoas começarão a mover-se em direção ao que os cientistas dizem que é necessário fazer.
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Temos muito trabalho para fazer
e não temos muito tempo para o fazer.
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Ahm, da forma como eu vejo o mundo,
que foi como eu comecei,
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ahm...
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temos de cortar as emissões de carbono rapidamente.
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Depois fica claro, temos de reduzir as emissões de carbono em 80%, não em 2050, mas em 2020.
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Há 4 décadas que nós, ambientalistas, andamos a falar acerca da necessidade de salvar o planeta.
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Mas da forma como eu o vejo, o planeta
vai andar por cá durante muito tempo...
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O que precisamos de salvar agora
é a própria civilização...
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É isso, é isso que está em jogo...
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Ao vir aqui hoje, não tenho segundas intenções.
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Estou a lutar pelo meu futuro.
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Estou aqui para falar em nome
de todas as gerações futuras.
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Estou aqui a falar pelas crianças que morrem à fome
no mundo, cujos choros não são ouvidos.
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Estou aqui a falar pelos inúmeros animais
que morrem em todo o planeta,
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porque não têm para onde ir...
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E agora ouvimos falar de animais e plantas extintas, todos os dias, desaparecidas para sempre.
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Tudo isto acontece diante dos nossos olhos e agimos como se tivéssemos todo o tempo que queremos
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e todas as soluções.
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Vós não sabeis como resolver
os buracos na camada de ozono.
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Vós não sabeis como trazer o salmão
de volta para um rio morto...
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Vós não sabeis como trazer de volta
um animal extinto.
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E não conseguem trazer de volta a floresta, que antes crescia onde é agora um deserto...
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Se não sabem como reparar,
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por favor, parem de estragar.
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Sou apenas uma criança, contudo eu sei
que estamos nisto todos juntos,
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e deveríamos agir como um único mundo
em direção a um único objectivo.
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Se uma criança de rua, que não tem nada,
está disposta a partilhar
-
então, porque é que nós, que temos tudo,
somos tão gananciosos?
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Sou apenas uma criança, contudo eu sei
que se todo o dinheiro gasto na guerra
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fosse gasto na procura de soluções ambientais, na eliminação da probreza e em fazer acordos,
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que maravilhoso lugar esta terra seria.
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Na escola, até mesmo na creche,
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ensinam-nos a comportarmo-nos no mundo.
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Ensinam-nos a não brigar com outros,
a resolver os problemas,
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a respeitar os outros,
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a limpar as nossas porcarias,
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a não magoar outras criaturas,
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a partilhar,
a não sermos gananciosos.
-
Então porque é que fazem aquilo
que nos dizem para não fazermos?
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Estão a decidir em que
tipo de mundo vamos crescer.
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Os pais deveriam poder
confortar os seus filhos dizendo
-
"Vai tudo correr bem.
Não é o fim do mundo.
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e estamos a fazer
o melhor que podemos..."
-
Mas eu acho que já
não nos podem dizer isso...
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Estamos , sequer,
na vossa lista de prioridades?
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O meu pais costuma dizer
-
"És aquilo que fazes,
não aquilo que dizes."
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Bom, aquilo que fazem faz-me chorar à noite.
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Vós, os crescidos, dizeis que nos amam.
-
Mas eu desafio-vos, por favor, façam com que
os vossos actos reflictam as vossas palavras.
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Obrigada.
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Not Synced
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Not Synced
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Not Synced
JonephFuntseka
(re)Ver a tradução da palavra "Climate" - consoante o sentido ou a minha interpretação usei Climática, Ambiente e Clima.
Jorge