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Arctic Death Spiral and the Methane Time Bomb

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  • 0:17 - 0:21
    Em associação com
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  • 0:27 - 0:29
    Apresenta
  • 0:30 - 0:37
    A Espiral da Morte do Ártico
    e a Bomba-Relógio de Metano
  • 0:42 - 0:47
    Sistema de Transmissão de Emergência
  • 0:49 - 0:51
    Interrompemos a nossa programação.
  • 0:51 - 0:55
    ISTO É UMA EMERGÊNCIA NACIONAL
    De seguida detalhes importantes
  • 0:55 - 0:58
    O "sistema" de alerta de emergência foi ativado.
  • 1:08 - 1:10
    Senhoras e senhores.
  • 1:11 - 1:16
    A própria palavra 'segredo' é repugnante,
    numa sociedade livre e aberta.
  • 1:16 - 1:18
    Decidimos há muito tempo
  • 1:18 - 1:23
    que os perigos da excessiva e injustificada
    ocultação de factos pertinentes
  • 1:24 - 1:28
    superam os perigos
    que são citados para a justificar.
  • 1:28 - 1:31
    Mas eu estou a pedir a vossa ajuda,
  • 1:31 - 1:35
    na enorme tarefa
    de informar e alertar o povo americano,
  • 1:36 - 1:40
    porque eu tenho total confiança
    na resposta e dedicação dos nossos cidadãos,
  • 1:40 - 1:43
    quando estes estão plenamente informados.
  • 1:43 - 1:48
    Muitos rios e o ar em muitas cidades,
    continuam muito poluídos.
  • 1:49 - 1:54
    E os nossos cidadãos sofrem,
    por causa do ar que respiram.
  • 1:54 - 1:59
    Vivemos em condições como estas
    por muitos e muitos anos.
  • 2:00 - 2:04
    Mas por muito que outrora aceitássemos isto como inevitável,
  • 2:04 - 2:09
    agora achamo-lo absolutamente intolerável.
  • 2:09 - 2:11
    Cada um de todos nós,
    de uma ponta à outra desta grande nação,
  • 2:11 - 2:16
    tem uma responsabilidade na manutenção
    e melhoria da qualidade ambiental,
  • 2:16 - 2:20
    ar puro e águas limpas,
    a utilização inteligente das nossas terras,
  • 2:20 - 2:25
    a proteção da vida selvagem e
    a beleza natural, parques que todos possam desfrutar.
  • 2:25 - 2:28
    Tudo isto faz parte do património de todos os Americanos.
  • 2:28 - 2:33
    Para garantir esse património,
    devemos atuar, e atuar decisivamente.
  • 2:34 - 2:36
    É literalmente agora ou nunca.
  • 2:37 - 2:41
    O nosso programa vai realçar a conservação.
  • 2:41 - 2:45
    A quantidade de energia gasta,
    que poderia ser poupada,
  • 2:45 - 2:51
    é maior que a energia total
    que estamos a importar de outros países.
  • 2:51 - 2:55
    Vamos também enfatizar o desenvolvimento
    nas nossas reservas ricas de carvão,
  • 2:55 - 2:57
    de uma forma ambientalmente correcta.
  • 2:58 - 3:03
    Agora parece-me que se nos concentrássemos
    na resolução dos problemas,
  • 3:03 - 3:07
    aah... do automóvel, do motor de combustão,
  • 3:07 - 3:10
    do factor da poluição,
    e já percorremos um longo caminho nessa direção.
  • 3:10 - 3:14
    Eu vejo-me como um ambientalista.
    Eu ahn..
  • 3:14 - 3:19
    Eu não quero ver toda esta beleza à nossa volta
    arrasada e destruída.
  • 3:19 - 3:24
    Todos sabemos que a actividade humana
    está a alterar a atmosfera,
  • 3:24 - 3:29
    de forma inesperada e sem precedentes.
  • 3:29 - 3:35
    Eu recomento que adoptemos a taxa BTU
    na capacidade de calor da energia,
  • 3:35 - 3:38
    como a melhor forma de nos dar
    uma receita para reduzir o déficit,
  • 3:39 - 3:43
    porque também combate a poluição,
    promove a eficiência energética,
  • 3:43 - 3:46
    promove a independência económica
    deste país,
  • 3:46 - 3:48
    enquanto ajuda a reduzir a dívida.
  • 3:49 - 3:53
    E é ambientalmente responsável.
    Vai ajudar-nos no futuro,
  • 3:53 - 3:56
    tal como nos ajuda, no presente, com o déficit.
  • 3:56 - 3:59
    Os Estados Unidos estão comprometidos com
    o fortalecimento da nossa segurança energética,
  • 3:59 - 4:01
    e a enfrentar a alteração climática global.
  • 4:02 - 4:05
    E a melhor forma de atingirmos estes objectivos é
    se a América continuar a liderar o caminho
  • 4:05 - 4:10
    em direção ao desenvolvimento de tecnologia
    mais limpa e energeticamente eficiente.
  • 4:10 - 4:12
    Vamos deixar este planeta...
  • 4:12 - 4:17
    pelo menos tão bom como o planeta
    que herdámos dos nossos pais
  • 4:17 - 4:21
    mas, nós temos... nós temos um problema acrescido
    com as alterações climáticas.
  • 4:21 - 4:24
    Enviámos... enviámos mil milhões de dólares a outras nações,
  • 4:24 - 4:28
    muitas delas hostis, e no...
    por causa da nossa dependência do petróleo,
  • 4:28 - 4:31
    e no processo,
    estamos a derreter as calotas polares,
  • 4:32 - 4:35
    a mudar o padrões climáticos
    em torno do globo...
  • 4:35 - 4:40
    A ciência é clara no que toca as emissões humanas de poluição do ar e de gases de aquecimento global
  • 4:40 - 4:43
    estão a alterar a nossa atmosfera.
    O aquecimento global antropogénico ainda é uma questão
  • 4:43 - 4:46
    que os cientistas estão a discutir,
    vocês sabem e eu também.
  • 4:46 - 4:49
    O debate em torno das causas das Alterações Climáticas
    está longe de ter terminado.
  • 4:49 - 4:52
    Bom, o clima está sempre a mudar.
    Essa não é a questão fundamental.
  • 4:52 - 4:56
    A questão fundamental é se a actividade humana é a...
    é o que está a contribuir mais...
  • 4:56 - 5:00
    Não acho que o CO2 é um problema,
    e por isso não creio que precise de ser regulamentado.
  • 5:00 - 5:03
    Todos respiramos CO2. O clima muda,
  • 5:03 - 5:09
    mas não há qualquer evidência de que é o CO2 que o ser humano produz que faz com que o clima mude.
  • 5:09 - 5:14
    A ideia uma mudança climática global
    provocada pelo ser humano é....
  • 5:15 - 5:18
    um dos grandes embustes perpetrados
  • 5:18 - 5:21
    pela comunidade científica.
    É um embuste.
  • 5:21 - 5:25
    Só estou preocupado com o incrível frenesi e agitação
  • 5:25 - 5:27
    em torno de uma coisa que é um completo mito.
  • 5:27 - 5:32
    É surpreendente como aaah,
    tantas pessoas ficam zangadas...
  • 5:32 - 5:37
    A existência de todos estes biliões de pessoas na terra
    influenciou a clima na terra,
  • 5:37 - 5:43
    mas nada disso é minimamente importante, aaahh...
    e ainda bem.
  • 5:43 - 5:45
    Está tudo bem.
  • 5:45 - 5:50
    A questão é até que ponto o homem influencia
    o clima e até que ponto podemos...
  • 5:50 - 5:54
    isto é algo com o qual nos devemos preocupar
    ou se devíamos...
  • 5:54 - 5:57
    atirar a economia global para a Idade das Trevas
    para travarmos isto.
  • 5:57 - 6:00
    Sabes, o maior embuste, penso eu,
    que tem andado por aí,
  • 6:00 - 6:03
    por muitos e muitos anos,
    se não mesmo centenas de anos,
  • 6:03 - 6:07
    tem sido este embuste do ambiente
    e do aquecimento global.
  • 6:07 - 6:09
    Reparem que já nem lhe chamam aquecimento global.
  • 6:09 - 6:10
    Nah, nah, nah. É porque está cada vez mais fresco!
  • 6:10 - 6:11
    É o "Controlo Climático".
  • 6:11 - 6:15
    Ya! Está a ficar mais fresco,
    já não se chama aquecimento global.
  • 6:15 - 6:18
    Portanto, o que nós precisamos, aquilo de que o mundo precisa mais é de mais combustíveis fósseis.
  • 6:18 - 6:23
    As provas que temos não são só de que não são os combustíveis fósseis que estão a destruir o planeta.
  • 6:23 - 6:24
    Eles estão a torná-lo muito melhor...
  • 6:24 - 6:26
    As mortes derivadas do clima estâo a diminuir,
  • 6:26 - 6:30
    e portanto, aquilo de que precisamos
    é de mais e mais combustíveis fósseis,
  • 6:30 - 6:33
    para que as pessoas possam comer
    e possam ter comida
  • 6:33 - 6:36
    Durante os anos da escola secundária,
    o uso da laca de cabelo "Aqua Net" prejudicou
  • 6:36 - 6:40
    ainda mais a camada do Ozono do que
    qualquer aldrabice do aquecimento global.
  • 6:40 - 6:41
    Aqua. Eu lembro-me da Aqua Net.
  • 6:41 - 6:42
    Aqua Net.
  • 6:42 - 6:43
    (risos)
    Todos, todos todos.
  • 6:43 - 6:45
    Eu lembro-me do creme Brill.
  • 6:45 - 6:47
    Mas acho que não tinha nada a ver com
    as alterações climáticas.
  • 6:47 - 6:49
    "Um pouco de tralala" Lembram-se disto?
    É isso!
  • 6:49 - 6:53
    Há mais!
    O CO2 também pode ficar...
  • 6:53 - 6:57
    (sons cómicos)
  • 6:57 - 7:01
    Nos tempos que em que o CO2
    era abundante na atmosfera
  • 7:01 - 7:07
    havia... maior crescimento nas quintas,
    vinhas e por aí adiante.
  • 7:07 - 7:10
    Ahn, acho que na Inglaterra,
    houve uma época em que
  • 7:10 - 7:14
    o crescimento das vinhas era tão grande
    que havia vinho por todo o lado e...
  • 7:16 - 7:20
    Mas ainda estou aberto à possibilidade. Portanto,
    se estiver aqui alguém da Exxon-Mobile...
  • 7:20 - 7:25
    eu tenho uma conta bancária e um número de encaminhamento disponível para si. (risos)
  • 7:25 - 7:28
    Poder-se-ia dizer, do ponto de vista económico...
  • 7:28 - 7:32
    que devíamos estar a queimar combustíveis fósseis como "Gangbusters" para gerar o máximo de riqueza possível,
  • 7:32 - 7:38
    desviar alguma dela para investigação em energias alternativas e assim chegaremos a elas
  • 7:38 - 7:41
    mais rápido do que se ...
    fizermos as pessoas pobres passarem fome
  • 7:41 - 7:46
    e arruinarmos as economias do mundo
    e reduzirmos as emissões de CO2.
  • 7:46 - 7:47
    (aplausos)
  • 7:47 - 7:50
    Agora, tal como combinado,
    deves-me duas cervejas.
  • 7:50 - 7:52
    (risos)
  • 7:52 - 7:59
    "Scientific American" fez um editorial àcerca das más tácticas de retórica dos que negam as alterações climáticas.
  • 7:59 - 8:03
    Os editores questionaram-se se somos pessoas
    cada vez mais alheias ao pensamento crítico,
  • 8:03 - 8:08
    e destituídas de lógica,
    alienadas da verdade objectiva.
  • 11:59 - 12:02
    E agora, o grande cabeçalho de
    "Climatologistas" esta noite.
  • 12:02 - 12:05
    O Painel para as Alterações Climáticas das Nações Unidas
  • 12:05 - 12:10
    diz que está a chegar o dia em que
    as alterações climáticas podem ser irreversíveis,
  • 12:10 - 12:13
    com consequências catastróficas,
    segundo dizem.
  • 12:13 - 12:16
    Só irá piorar se não tomarmos
    medidas drásticas.
  • 12:17 - 12:21
    Temos visto um número cada vez maior de regiões,
    ao longo das décadas, a perder o gelo,
  • 12:21 - 12:24
    mas esta é a primeira vez que o estamos a ver acontecer
    quase de forma global.
  • 12:24 - 12:26
    Da forma mais agourenta, o relatório diz
  • 12:26 - 12:30
    que estamos em perigo real de exceder
    o nosso limite de carbono de 1 trilião de toneladas.
  • 12:30 - 12:34
    Os cientistas dizem que isso aqueceria ainda mais a terra do que 3,5 graus Fahrenheit,
  • 12:34 - 12:37
    com impactos nas alterações climáticas
    muito mais perigosas...
  • 12:37 - 12:41
    E é essa a preocupação.
    Muitas das cidades estão em risco.
  • 12:41 - 12:43
    A maioria da população mundial
    vive em zonas costeiras,
  • 12:44 - 12:47
    é onde ficam situadas a maioria das principais cidades,
    por causa dos portos.
  • 12:47 - 12:48
    E estão ao nível do mar.
  • 12:48 - 12:53
    Portanto, qualquer pequena mudança no nível do mar
    pode desalojar milhões de pessoas.
  • 12:53 - 12:58
    Cientistas voam por cima de um gigantesco pedaço de gelo do Antártico, enquanto este se parte e colapsa.
  • 12:59 - 13:03
    O pedaço é enorme.
    Cerca de 7 vezes o tamanho de Manhattan,
  • 13:03 - 13:05
    cerca de 400 km quadrados.
  • 13:05 - 13:07
    Fazia parte da Plataforma de gelo Wilkins.
  • 13:07 - 13:13
    A maior na Antártica até ao momento,
    dizem os cientistas, que é vítima do aquecimento global.
  • 13:13 - 13:15
    Vendo a Plataforma de gelo Wilkins
    a desaparecer no momento,
  • 13:15 - 13:19
    aprendemos muito acerca da forma
    como o gelo responde à alteração do clima.
  • 13:19 - 13:22
    O gelo é apenas uma pequena porção
    da plataforma de gelo da Antártica.
  • 13:23 - 13:25
    Mas desfez-se bem mais cedo
    do que os cientistas tinham previsto.
  • 13:26 - 13:30
    Um sinal, dizem eles, de que as alterações climáticas
    podem estar a ocorrer mais depressa do que o esperado.
  • 13:30 - 13:33
    Um especialista disse-nos,
    no ano passado:
  • 13:33 - 13:39
    "Acho que nós... o que nós sabemos é que o gelo ahhh
    é provavelmente o nosso melhor sensor,
  • 13:39 - 13:42
    das alterações massivas que estão a ter lugar.
  • 13:43 - 13:46
    E, de muitas formas, acho que estamos
    em terreno inexplorado."
  • 13:47 - 13:52
    O gelo desempenha um papel vital no arrefecimento
    da Terra e na regulação dos níveis do mar.
  • 13:52 - 13:57
    À medida que desaparece, o planeta aquece,
    sobem os níveis do mar e mais gelo fica ameaçado.
  • 13:57 - 14:00
    Um ciclo vicioso ambiental.
  • 14:00 - 14:04
    Há agora glaciologistas
    que estão a ficar muito preocupados.
  • 14:04 - 14:08
    Mas ainda não apareceram
    para dizer aquilo que pensam.
  • 14:08 - 14:12
    Olhe bem para ele,
    porque não vai durar muito tempo.
  • 14:12 - 14:14
    Está a rachar e a partir-se.
  • 14:14 - 14:18
    E é apenas um entre dezenas
    de plataformas de gelo na Antártica
  • 14:18 - 14:21
    a colapsar mais cedo do que era previsto.
  • 14:21 - 14:25
    Eu diria que a grande maioria daquilo que estamos ver
    aqui estará partido este ano.
  • 14:25 - 14:28
    Foi um Verão fresco, certo? Chicago, Nova Iorque,
  • 14:28 - 14:30
    e lugares desses, portanto,
    como é que pode haver aquecimento global?
  • 14:30 - 14:32
    Assim.
    Olhe para o contexto.
  • 14:33 - 14:36
    Estes pontos azuis por cima da América do Norte
    representam temperaturas abaixo da média
  • 14:36 - 14:40
    para o Verão... Junho, Julho, Agosto.
    Aquilo a que chamamos de "Clima de Verão Lógico".
  • 14:40 - 14:44
    Mas olhe para o contexto. Estão no meio de um mar de pontos vermelhos espalhados pelo resto do globo.
  • 14:44 - 14:47
    Mais um par de pontos azuis aqui e ali.
  • 14:47 - 14:50
    Estes pontos vermelhos representam
    temperaturas acima da média.
  • 14:50 - 14:54
    O que representa isso em termos de ranking
    para este Verão e para Agosto:
  • 14:54 - 14:59
    globalmente, o segundo mais quente de que há registo.
    O record foi há pouco mais de um século.
  • 14:59 - 15:02
    Entre Junho e Agosto globalmente:
    o 3º mais quente de que há registo.
  • 15:02 - 15:06
    Os oceanos, que arrefeceram um par de anos,
    agora recuperaram em força.
  • 15:06 - 15:11
    Agosto foi o mês mais quente de que há registo. De Junho até Agosto também o mais quente de que há registo.
  • 15:12 - 15:16
    Ora, se os cientistas estiverem próximos de estar certos,
  • 15:16 - 15:21
    então este é o grande desafio
    que ameaça a humanidade, presentemente.
  • 15:21 - 15:24
    É o maior desafio
    que a humanidade alguma vez enfrentou,
  • 15:25 - 15:27
    e provavelmente irá alguma vez enfrentar.
  • 15:28 - 15:31
    Se alguém me perguntar,
    se os sistemas climáticos estão a mudar,
  • 15:31 - 15:33
    eu diria, olhem para os dados.
  • 15:35 - 15:41
    O Ártico está... está a passar por.. ahn,
    eu diria uma crise.
  • 15:42 - 15:47
    O degelo está a modificar velhas crenças
    sobre o Ártico e os seus padrões metereológicos,
  • 15:47 - 15:51
    bem como a ser considerado responsável por
    afectar as condições em torno do globo
  • 15:51 - 15:54
    e a desencadear uma subida
    nos níveis do mar globais.
  • 15:59 - 16:02
    De todos estes estudos colectivos
    de toda a região do Ártico,
  • 16:02 - 16:06
    podem ver que está a aquecer muito mais depressa
    do que o resto do planeta.
  • 16:06 - 16:09
    Em 2012 tivémos mais um record
  • 16:09 - 16:12
    em termos de degelo
    da plataforma de gelo na Groenlândia.
  • 16:15 - 16:17
    Mas aqui, no meio da neve e do gelo,
  • 16:17 - 16:21
    é dfícil de acreditar que a plataforma de gelo
    esteja a derretar tão rapidamente como os cientistas dizem.
  • 16:21 - 16:22
    Mas está.
  • 16:23 - 16:27
    Os cientistas dizem que estamos a assistir ao degelo das regiões polares a acontecer diante dos nossos olhos.
  • 16:29 - 16:32
    Portanto, podem ver que há um riacho aqui.
  • 16:32 - 16:36
    E depois há uma quantidade de fluxo
    a descer pelo lado direito.
  • 16:38 - 16:44
    Ao interpretarmos as imagem que chegam de salétites chamados "The Gravit Recovery and Climate Experiment".
  • 16:44 - 16:47
    Nos círculos científicos é chamado de "GRACE".
  • 16:47 - 16:51
    "GRACE" consegue detectar a menor e mais subtil
    mudança no gelo terrestre,
  • 16:51 - 16:54
    até à espessura de um cabelo humano.
  • 17:10 - 17:13
    As velocidades mais rápidas que estamos a ver ahn...
  • 17:13 - 17:16
    na Groenlândia não vão abrandar.
  • 17:16 - 17:19
    Não é assim que ahn... as plataformas de gelo se comportam.
  • 17:52 - 17:56
    Ooohohohooooo!
    Aaaaaah!
  • 17:56 - 18:01
    Ai! Oh meu Deus!
  • 18:02 - 18:05
    Aí vem a água....
  • 18:06 - 18:09
    Oh oooooh
  • 18:12 - 18:14
    Olha para aquilo!
  • 18:19 - 18:22
    ohoo, ohoo...
  • 18:30 - 18:33
    Uaaaaaaauuuu!
  • 18:38 - 18:41
    E qual foi a dimensão desta abatimento
    que acabámos de ver?
  • 18:41 - 18:46
    Iremos utilizar umas ilustrações
    para vos dar uma noção da escala.
  • 18:49 - 18:53
    É como se toda a ponta inferior de Manhattan
    se tivesse partido.
  • 18:53 - 18:56
    Excepto que a grossura, a altura
  • 18:56 - 19:01
    é equivalente a edifícios que são
    2 ou 3 vezes mais altos do que os que existem.
  • 19:16 - 19:21
    É uma coisa mágica, miraculosa,
    horrível, assustadora.
  • 19:21 - 19:26
    Não sei se alguém já viu
    o milagre e o horror daquilo.
  • 19:29 - 19:34
    Demorou uma centena de anos a recuar
    8 milhas, de 1900 até 2000.
  • 19:34 - 19:38
    De 2000 a 2010, recuou 9 milhas.
  • 19:38 - 19:43
    Portanto, em dez anos, recuou mais do que
    nos cem anos anteriores.
  • 19:47 - 19:51
    Em primeiro lugar, vamos olhar para
  • 19:51 - 19:56
    o comportamento descontrolado
    que está realmente a ocorrer no sistema do Ártico,
  • 19:57 - 19:59
    indo de forma quase exponencial.
  • 19:59 - 20:04
    Vimos o ritmo de mudança na área de gelo a acelerar.
  • 20:05 - 20:08
    Vimos as mudanças nas massas de gelo,
    na espessura,
  • 20:08 - 20:15
    também acelerando em direção ao zero,
    ao longo dos próximos 2 ou 3 anos.
  • 20:15 - 20:17
    E tomando tudo em consideração,
  • 20:17 - 20:24
    temos inequivocamente a pegada de um sistema em,
    como chamamos, auto-amplificação
  • 20:24 - 20:27
    ou "Comportamento Descontrolado"
  • 20:27 - 20:30
    Ahn, se calhar lembra-se de que
    em 2007 houve um ah..
  • 20:30 - 20:32
    um grande estudo feito por um grupo chamado
  • 20:32 - 20:35
    "Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas"
    [IPCC]
  • 20:35 - 20:43
    E eles procuraram, em modelos de computador,
    quão rápido o gelo do Ártico poderia desaparecer.
  • 20:43 - 20:48
    E, desde 2007, isto é o que nos dizem.
  • 20:48 - 20:50
    Que, ahmm...
  • 20:50 - 20:56
    Veríamos uma redução gradual no Ártico...
    mínimo de gelo,
  • 20:56 - 21:02
    reduzindo até onde provavelmente ainda teríamos
    uma quantidade razoável de gelo no ano 2100.
  • 21:02 - 21:05
    No pior dos casos, talvez em 2070,
  • 21:05 - 21:11
    veríamos mar aberto no Ártico, durante o Verão.
  • 21:12 - 21:14
    Nesse mesmo ano,
  • 21:15 - 21:23
    vimos, nas observações uma enorme
    queda no gelo do Ártico.
  • 21:23 - 21:27
    E a redução continuou,
    de forma que, em 2012,
  • 21:27 - 21:29
    isto é onde estamos agora.
  • 21:29 - 21:34
    Portanto, estamos quase 50 anos adiantados
    em relação ao pior dos cenários,
  • 21:34 - 21:39
    que os cientistas nos deram, apenas há 5
    ou 6 anos atrás, no que toca ao gelo do Ártico.
  • 21:40 - 21:47
    De facto, concordo com muitos dos que negam as alterações climáticas, quanto à IPCC estar errada,
  • 21:47 - 21:51
    Mas eu penso que eles estáo errados
    porque são demasiado conservadores.
  • 21:51 - 21:55
    E não contaram a história completa
    acerca do que poderá acontecer...
  • 21:55 - 21:58
    Pode resumir os efeitos
    de um mundo sem gelo no Ártico?
  • 21:58 - 22:02
    Sim, o efeito de um mundo
    sem gelo no Ártico é enorme,
  • 22:02 - 22:05
    uma vez que ultrapassa
    o próprio Ártico.
  • 22:05 - 22:08
    Porque, uma vez que o gelo
    do mar tenha desaparecido,
  • 22:08 - 22:13
    em primeiro lugar, isso produz
    um decréscimo no albedo global,
  • 22:13 - 22:17
    a quantidade de radiação
    reflectida pela terra.
  • 22:17 - 22:22
    E tem um efeito importante, na medida em que
    as massas de ar quentes do verão no Ártico,
  • 22:22 - 22:25
    provocam um recuo da linha do gelo,
  • 22:25 - 22:30
    e o recuo da linha de gelo tem tanto efeito no albedo
    quanto o decréscimo do gelo do mar.
  • 22:31 - 22:36
    Portanto, à medida que o albedo global muda,
    o que afecta a temperatura de todo o planeta,
  • 22:36 - 22:37
    aquece tudo.
  • 22:38 - 22:41
    Ahn, e depois, há o facto de que
    à medida que o gelo do mar recua
  • 22:41 - 22:47
    permite que as massas de água, em torno das
    plataformas do Ártico, aqueçam.
  • 22:47 - 22:53
    E isso aquece o leito do mar e liberta mais metano
    do pergelissolo do fundo do mar
  • 22:53 - 22:55
    que está a derreter.
  • 22:55 - 23:00
    E o próprio metano é muito, muito poderoso como
    gas com efeito de estufa.
  • 23:00 - 23:05
    Portanto, estamos a ter um pico de metano, ahn
    que vem do recuo do gelo do mar,
  • 23:05 - 23:10
    que, por sua vez, é um efeito global,
    e não apenas um efeito no Ártico.
  • 23:11 - 23:13
    Quando a IPCC ahn...
  • 23:13 - 23:16
    Não é um grande conjunto
    de pessoas a concordar.
  • 23:16 - 23:20
    É um grupo de pessoas a dizer,
    oh, é isto, é aquilo, é aqueloutro
  • 23:20 - 23:25
    Só que, quase toda a gente pensa que
    estamos a aquecer o planeta,
  • 23:25 - 23:28
    só discordam quanto à rapidez
    em que isso irá acontecer.
  • 23:28 - 23:33
    Discordam quanto ao que vai ser mais importante,
    os feedbacks positivos ou negativos.
  • 23:34 - 23:38
    É uma das equipas científicas mais conservadora
    do planeta. Trabalham com base no consenso,
  • 23:38 - 23:41
    e, depois de os cientistas chegarem a um consenso...
  • 23:41 - 23:44
    eles aprovam o relatório através do processo político.
  • 23:44 - 23:47
    Portanto, os políticos têm de aprovar
    a avaliação do IPCC, antes de ser publicada.
  • 23:49 - 23:52
    E eles concluem que...
    que atingimos o estado de "descontrolo",
  • 23:52 - 23:55
    se não recorrermos à Geoengenharia.
  • 23:55 - 23:57
    E isto não está no modelo.
  • 23:57 - 24:00
    Os modelos não mostram isto a acontecer.
    Isto está mesmo a acontecer.
  • 24:00 - 24:06
    Então o que é que acontecer quando se actualizam
    os modelos,de forma a reflectir o degelo do Ártico?
  • 24:07 - 24:09
    Estamos a ver os efeitos.
  • 24:09 - 24:14
    E um dos primeiros efeitos que, ahn...
  • 24:14 - 24:19
    chama a atenção da maioria das pessoas é
    o que se está a passar no gelo do mar Ártico,
  • 24:19 - 24:24
    o gelo que flutua no Oceano Ártico,
    que normalmente cobre a maioria do Oceano Ártico.
  • 24:24 - 24:32
    No passado ano de 2012 foi o record do mais baixo
    do gelo do Ártico durante o Verão que já vimos
  • 24:32 - 24:35
    desde que estamos a observá-lo.
  • 24:35 - 24:38
    Embora o resto do globo tenha arrefecido
    desde 1997,
  • 24:38 - 24:44
    a temperatura no Ártico começou a subir,
    e a subir cada vez mais rapidamente.
  • 24:44 - 24:48
    Quanto mais quente fica, mais rápido aquece.
  • 24:48 - 24:54
    Só em 2007, num ano apenas, derreteu mais
    do que no ano anterior
  • 24:54 - 24:58
    numa área equivalente ao
    triplo da dimensão da Califórnia.
  • 24:58 - 25:02
    E vai desaparecer dentro de 5 ou 10 anos.
  • 25:03 - 25:08
    É bastante claro desta espiral mortal,
    que é essa a forma como as quantidades de gelo
  • 25:08 - 25:13
    no Verão estão a reduzir em direção ahn...
    em direção ao zero,
  • 25:13 - 25:17
    que o gelo não vai durar mais
    do que um par de anos.
  • 25:20 - 25:26
    Não é possível... aquela massa de gelo,
    no fim de Stembro,
  • 25:26 - 25:32
    possa continuar neste círculo,
    durante as próximas 5 décadas.
  • 25:32 - 25:36
    Está a avançar muito rapidamente
    em direção ao ponto zero no centro.
  • 25:37 - 25:41
    Está a diminuir há várias décadas.
  • 25:41 - 25:44
    De facto, desde os anos de 1960´s e 70´s,
  • 25:44 - 25:50
    temos um padrão de diminuição da área de gelo no mar,
    particularmente nos seus valores mínimos,
  • 25:50 - 25:55
    e os valores mínimos de gelo do mar ocorrem
    em Setembro, no final do aquecimento do Verão.
  • 25:55 - 26:00
    Mas, reparem nos últimos anos,
    de 2007 em diante.
  • 26:00 - 26:05
    Os números estatísticos têm descido
    muito abaixo da linha recta.
  • 26:06 - 26:11
    Fica cada vez mais óbvio que
    as representações em linha recta já não são
  • 26:11 - 26:17
    ferramentas estatísticas apropriadas
    para demonstrar o que se passa no Ártico.
  • 26:17 - 26:24
    E assim percebemos que parece o fim
    da era do gelo no mar Ártico
  • 26:25 - 26:28
    em Setembro, por volta de 2015.
  • 26:29 - 26:33
    Portanto, estamos a ver um aumento da temperatura,
    este é um gráfico de temperatura da NASA,
  • 26:33 - 26:38
    que remonta a 1880, quando achamos que
    temos uma boa cobertura global com instrumentos.
  • 26:38 - 26:41
    Podemos levá-lo muito mais atrás.
  • 26:41 - 26:45
    De facto, foi publicado um ensaio muito relevante,
    na passada Primavera,
  • 26:45 - 26:51
    que analisou um número diferente de
    temperaturas de referência, como lhes chamamos,
  • 26:51 - 26:57
    tais como anéis de árvores e corais
    e estalactites em cavernas e coisas do género.
  • 26:57 - 27:01
    E recuámos o registo de temperaturas
    11 mil anos...
  • 27:01 - 27:03
    E o que temos é isto, ahn...
  • 27:03 - 27:06
    cá estamo nós a sair
    da idade do gelo, cá atrás,
  • 27:06 - 27:11
    e depois temos descida gradual e lenta, lenta, lenta,
    até ao século passado.
  • 27:12 - 27:14
    E depois, cá estamos nós.
    Aqui.
  • 27:14 - 27:19
    Portanto, nós... nós... nós estamos
    bastante seguros de que, ahn...
  • 27:20 - 27:23
    alguma coisa mudou
    nos últimos 200 anos
  • 27:23 - 27:27
    e a única coisa que conseguimos identificar
    que realmente conta é a ahn...
  • 27:29 - 27:32
    os gases de efeito de estufa
    que os seres humanos estão a libertar.
  • 27:33 - 27:40
    O que se está a passar na zona do Ártico,
    neste momento, é a resposta mais rápida
  • 27:40 - 27:44
    ao aquecimento global e às alterações
    climáticas por todo o planeta.
  • 27:47 - 27:52
    Em 1859, o físico britânico, John Tyndall,
    recorrendo a equipamento criado por ele,
  • 27:52 - 27:58
    mostrou que certos gases na atmosfera
    bloqueiam e absorvem radiações de calor, ou de onda longa.
  • 27:58 - 28:02
    Há 4 décadas, Svante Arrhenius,
    com milhares de cálculos manuais,
  • 28:02 - 28:10
    fez uma estimativa do poder do aquecimento global do CO2, muito próximo dos melhores modelos actuais.
  • 28:10 - 28:14
    Em 1950, o americano Charles Keeling
    começou a medir com precisão
  • 28:14 - 28:18
    o aumento constante de CO2 na atmosfera.
  • 28:18 - 28:23
    Análises espectrográficas mostraram logo que o
    novo carbono era, sem dúvida, criado pelo Homem.
  • 28:23 - 28:25
    É por isso um gás raro.
  • 28:25 - 28:28
    A atmosfera é composta essencialmente
    de Nitrogénio e Oxigénio.
  • 28:28 - 28:32
    Mas aqui podem constatar que,
    de um milhão de moléculas de ar em 1958,
  • 28:32 - 28:37
    314 destas seriam
    moléculas de dióxido de carbono.
  • 28:37 - 28:43
    E podem ver o gráfico em baixo à esquerda,
    a delinear os primeiros anos.
  • 28:43 - 28:46
    Desta forma podem ver, neste gráfico,
    imediatamente um monte de coisas.
  • 28:46 - 28:49
    Em primeiro lugar, está a aumentar com o tempo.
  • 28:49 - 28:52
    E aqui está como a Curva de Keeling,
    que é o nome pelo qual é conhecida,
  • 28:52 - 28:54
    se apresenta hoje.
  • 28:54 - 28:57
    E podem ver que o que era então 314,
  • 28:57 - 29:02
    é agora 395,
    chegando hoje aos 400.
  • 29:02 - 29:05
    Essa é uma história notável.
  • 29:05 - 29:09
    Porque esse aumento é algo como de 25%.
  • 29:09 - 29:15
    A humanidade está a mudar a composição
    química da atmosfera de forma considerável.
  • 29:15 - 29:18
    E, o efeito de estufa tem sido compreendido
    há um longo período de tempo.
  • 29:18 - 29:25
    O facto de o CO2, e outras moléculas que captam energia infra-vermelha, captam calor essencialmente,
  • 29:25 - 29:29
    foi do conhecimento dos físicos experimentalistas
    em meados do século XIX.
  • 29:29 - 29:33
    John Tyndall, em Londres,
    colocou dióxido de carbono num tubo
  • 29:33 - 29:38
    e mediu quanta energia infra-vermelha poderia
    absorver, que ele podia iluminar.
  • 29:38 - 29:46
    As primeiras tentativas para perceber as implicações disto no clima remontam a 1890.
  • 29:46 - 29:49
    Assim, de certo modo, a ciência estava lá,
  • 29:50 - 29:54
    a relacionar as quantidades de dióxido de carbono
    da atmosfera com as mudanças climáticas
  • 29:54 - 29:59
    até termos os cálculos que mostrassem
    que o CO2 estava efectivamente a aumentar
  • 29:59 - 30:02
    e a aumentar muito mais rapidamente
    do que tinha sido previsto no séc. XIX.
  • 30:02 - 30:07
    Havia mais pessoas a usar
    mais carvão, petróleo e gás natural,
  • 30:07 - 30:12
    e a velocidade do crescimento de CO2 foi
    uma surpresa para todos.
  • 30:13 - 30:17
    A revista "Popular Mechanics"
    escreveu sobre isto em 1953.
  • 30:17 - 30:24
    Os resultados da pesquisa mostravam-nos que, se
    continuássemos a adicionar CO2 à atmosfera,
  • 30:24 - 30:28
    queimando combustíveis fósseis,
    constataríamos um aumento na temperatura.
  • 30:28 - 30:34
    Este foi o trabalho do Doutor Gilbert Plas, que
    publicou um ensaio muito significativo sobre isto.
  • 30:34 - 30:41
    Este tem sido um assunto discutido durante
    os últimos cem anos, ou mais,
  • 30:42 - 30:49
    mas foi esta investigação que realmente conseguiu
    acertar no sentido de tornar a ciência clara.
  • 30:50 - 30:56
    Contudo, levámos este tempo todo
    para começarmos sequer à discussão pública
  • 30:56 - 30:57
    sobre a importâncida disto.
  • 30:57 - 31:03
    A quantidade de dióxido de carbono na atmosfera
    é o que conta para o clima.
  • 31:03 - 31:07
    O clima apenas reage à quantidade e ao tipo
    de gases captadores de calor que aí existem.
  • 31:07 - 31:11
    Quantos mais gases importantes existirem,
    como o CO2,
  • 31:11 - 31:13
    que é de longe o mais importante gás
    criado pelo homem,
  • 31:13 - 31:15
    mais aquece.
  • 31:15 - 31:18
    Agora, neste gráfico está a Temperatura
    e o dióxido de carbono.
  • 31:18 - 31:21
    Vejamos primeiro a linha a preto.
    Representa o dióxido de carbono.
  • 31:21 - 31:23
    1880 à esquerda,
    o presente à direita,
  • 31:23 - 31:29
    e assim, sabemos que aumentou gradualmente
    antes de começarem as medições de Keeling.
  • 31:29 - 31:33
    E que, nos anos anteriores a 1880,
  • 31:33 - 31:37
    quando provavelmente as actividades humanas
    não tinham grande efeito no clima,
  • 31:37 - 31:42
    estava perto dum valor de 280 e a mesma unidade
    de moléculas por cada milhão de moléculas.
  • 31:42 - 31:48
    Desta forma o CO2 tem vindo a subir, mas
    em todos estes anos antes de 1930,
  • 31:48 - 31:51
    pode dizer-se, em cada ano
    esteve abaixo da média,
  • 31:51 - 31:54
    e que nos anos mais recentes,
    a cada ano que passa esteve acima.
  • 31:54 - 31:59
    Outra vez, a variabilidade natural deve-se a factores
    como "El Niño" e ao ocasional vulcão forte,
  • 31:59 - 32:02
    que arrefece temporariamente o clima
    por um ou dois anos.
  • 32:02 - 32:07
    E, ahn... estas coisas aqui são algumas das
    mais fortes ocorrências do El Niño de que há registo.
  • 32:07 - 32:10
    Mas que existe agora um aquecimento
    e que este período é diferente
  • 32:10 - 32:13
    deste período,
    não há duvida nenhuma.
  • 32:13 - 32:16
    Então a pergunta que as
    pessoas tipicamente fazem é...
  • 32:16 - 32:19
    Como sabemos que isto não é
    algum tipo de ciclo normal?
  • 32:19 - 32:22
    OK. Está mais quente mas,
    esteve mais quente no passado.
  • 32:22 - 32:24
    Esteve mais frio no passado.
  • 32:24 - 32:27
    Como sabemos que isto
    é diferente do que aconteceu no passado?
  • 32:27 - 32:28
    Bem.
  • 32:28 - 32:33
    Podemos medir o que está a entrar e a sair
    do planeta através dum satélite,
  • 32:33 - 32:36
    e os satélites fazem
    um bom trabalho nisto.
  • 32:36 - 32:42
    Sabemos que, o planeta está
    em desequilíbrio energético .
  • 32:42 - 32:48
    Sabemos que esse desequilíbrio energético
    é totalmente consistente com as previsões
  • 32:48 - 32:51
    que foram feitas
    sobre os gases com efeito de estufa.
  • 32:51 - 32:54
    E sabemos que
    que esse é um grande desequilíbrio da energia.
  • 32:54 - 32:56
    Não é pequeno.
  • 32:56 - 33:03
    De facto, é igual a 400 mil bombas nucleares
    tipo Hiroshima a explodir todos os dias.
  • 33:03 - 33:06
    Ou seja, são quatro ou cinco
    por cada segundo, ou mais.
  • 33:06 - 33:11
    É essa a quantidade de energia que é captada,
    principalmente no oceano
  • 33:11 - 33:15
    porque o oceano é,
    de longe, o maior recipiente de calor.
  • 33:15 - 33:21
    Assim, as fontes naturais estão em equilibrio
    entre emissão e absorção.
  • 33:21 - 33:24
    Na verdade, os oceanos
    são apenas absorventes mas...
  • 33:24 - 33:26
    Seres Humanos.
    São tráfego de um sentido apenas.
  • 33:26 - 33:30
    Somos então apenas nós,
    quem causa este aumento.
  • 33:30 - 33:34
    Tudo o resto, até os vulcões,
    são equilibrados por definição .
  • 33:34 - 33:38
    Somos então apenas nós,
    quem causa este aumento.
  • 33:38 - 33:41
    Desde, aqui está o inicio de 1900
    até aos dias de hoje
  • 33:41 - 33:44
    O azul é mais frio do que a média,
    o amarelo e o laranja são mais quentes que a média
  • 33:44 - 33:47
    e podem ver aqui,
    ainda algumas áreas a azul.
  • 33:47 - 33:54
    Mas no inicio de 1970 começa a ver-se
    a predominância do amarelo e do laranja.
  • 33:54 - 33:58
    No momento em que isto termina, em 2010 ou assim,
  • 33:58 - 34:01
    podem ver nesta figura
    como se apresenta o mundo hoje.
  • 34:01 - 34:02
    Existe aquecimento por toda a parte.
  • 34:02 - 34:05
    Existe mais aquecimento sobre os continentes
    que sobre os oceanos.
  • 34:05 - 34:08
    Existe mais aquecimento no Norte
    que no Sul.
  • 34:08 - 34:10
    E há um maior aquecimento no Ártico .
  • 34:10 - 34:13
    Esta é uma Projeção de Mercator,
    por isso exagera na área do Ártico.
  • 34:13 - 34:16
    Mas o aquecimento é mais forte
    nas altas latitudes do Norte.
  • 34:16 - 34:20
    E isso deve-se ao número de feedbacks
    que pensamos ter entendido
  • 34:20 - 34:24
    dos quais o mais importante é,
    quando ocorre o aquecimento no extremo Norte,
  • 34:24 - 34:26
    o gelo e a neve derretem,
    tal como já vimos.
  • 34:26 - 34:31
    E, o gelo e a neve, ao derreterem, revelaram
    água e terra escuras debaixo delas,
  • 34:32 - 34:35
    que reflectem menos luz solar e,
    por consequência, absorvem mais luz.
  • 34:35 - 34:39
    Deste modo a cadeia de acontecimentos é
    o dióxido de carbono causa o aquecimento,
  • 34:39 - 34:41
    o aquecimento derrete a neve e o gelo,
  • 34:41 - 34:44
    a neve e o gelo derretidos
    criam uma superficie mais escura,
  • 34:44 - 34:47
    a superfície mais escura absorve mais luz solar,
  • 34:47 - 34:49
    e isso contribui para o aquecimento.
  • 34:49 - 34:52
    O rastilho humano é agora quase irrelevante.
  • 34:52 - 34:55
    Os feedbacks tomaram conta do processo.
  • 34:55 - 34:57
    O espelho que estava no topo do mundo
    vai desaparecer.
  • 34:57 - 35:02
    Não desaparece durante o Inverno
    mas o Sol também não brilha no Inverno.
  • 35:02 - 35:04
    Portanto, ele é importante durante o Verão.
  • 35:04 - 35:10
    Um dos efeitos principais que isto tem é que
    quando todas estas áreas a Norte estiverem cobertas
  • 35:10 - 35:14
    do branco reflector da neve e do gelo,
  • 35:14 - 35:17
    expele a maior parte da energia solar,
  • 35:17 - 35:20
    devolvendo-a ao espaço.
  • 35:20 - 35:22
    Mas, quando vemos
  • 35:22 - 35:27
    cada vez mais água e solo negro
    e superfícies negras,
  • 35:27 - 35:30
    então a energia solar
    tende a ser absorvida.
  • 35:30 - 35:32
    E em vez de reflectir 90% de toda a energia,
  • 35:32 - 35:35
    irá absorver 90% de toda a energia.
  • 35:35 - 35:40
    E é a isto que os cientistas chamam de
    "Feedback positivo",
  • 35:40 - 35:43
    e não querem dizer que isso é uma coisa boa.
  • 35:43 - 35:48
    Não é positivo para nós porque
    é mais uma espécie de ciclo vicioso,
  • 35:48 - 35:51
    mais calor significa menos gelo,
    e menos gelo significa menos calor
  • 35:51 - 35:55
    e, por assim dizer,
    continua em espiral.
  • 35:55 - 35:57
    E é isso que estamos a ver no Ártico.
  • 35:57 - 36:03
    E é essa a razão pela qual o Ártico está a aquecer
    ao dobro da velocidade do resto do planeta.
  • 36:03 - 36:08
    Isso significa que a energia do Sol está a ser
    absorvida pela tundra,
  • 36:08 - 36:16
    as áreas geladas das massas continentais do Norte,
    e pelo oceano, onde antes havia gelo,
  • 36:16 - 36:22
    de forma que todo o sistema está agora a acelerar,
    e a acelerar e a acelerar
  • 36:22 - 36:24
    e quanto mais quente fica
    mais depressa aquece.
  • 36:25 - 36:27
    Quanto mais depressa aquece
    mais vapor de água existe.
  • 36:27 - 36:29
    Quanto mais vapor de água,
    mais depressa aquece.
  • 36:29 - 36:31
    Quanto mais depressa aquece,
    menos gelo existe.
  • 36:31 - 36:35
    Quanto menos gelo, menos reflexo
    e portanto mais depressa aquece...
  • 36:35 - 36:37
    Começa a perceber a ideia?
  • 36:37 - 36:39
    Tem de ser uma curva descendente,
  • 36:39 - 36:43
    aquilo a que chamamos de uma
    queda exponencial.
  • 36:43 - 36:49
    E a projecção dessa linha tal como está
    neste conjunto específico de equações
  • 36:49 - 36:53
    e entendimentos sobre
    a perda de massa de gelo no Ártico
  • 36:53 - 37:00
    então, uma vez mais, isto mosta
    zero gelo flutuando no Oceano Ártico...
  • 37:00 - 37:03
    no final do Verão... de 2015.
  • 37:03 - 37:11
    O que confirma exactamente o meu trabalho sobre
    a queda da área de gelo no Ártico para essa mesma data.
  • 37:12 - 37:17
    Veja só, ao mesmo tempo, a espessura do gelo
    também tem vindo a diminuir.
  • 37:17 - 37:20
    O gelo no Ártico agora
    é mais fino do que antes,
  • 37:20 - 37:23
    e portanto mais vulnerável ao degelo.
  • 37:23 - 37:26
    E para lhe dar um exemplo
    daquilo que se está a passar
  • 37:26 - 37:28
    apenas na última estação...
  • 37:28 - 37:30
    ou seja, desde Março
  • 37:30 - 37:34
    Março e Abril de 2013,
  • 37:34 - 37:40
    olhando para esta área acima do Alasca.
  • 37:40 - 37:45
    Tivémos um ciclone, nesta área, que se movia
    provocando alguma rotação neste gelo
  • 37:45 - 37:50
    e o gelo começou a estalar e a partir-se,
    de uma forma que é muito, muito incomum.
  • 37:50 - 37:54
    Falei com cientistas da
    National Snow and Ice Data Center,
  • 37:54 - 38:00
    e eles disseram: "Aquilo que está aqui a ver
    acontece porque este gelo deveria ser, talvez,
  • 38:00 - 38:04
    de uma espessura de 6 metros há 30 anos
    e agora não chega a 1 metro.
  • 38:04 - 38:07
    E por isso é arrastado e partido.
  • 38:07 - 38:14
    E muito disto de facto congelou de novo,
    mas congelou de forma que era muito mais fino,
  • 38:14 - 38:20
    muito mais frágil, e é agora arrastado
    e deformado muito mais facilmente
  • 38:20 - 38:24
    e derrete muito mais rapidamente
    do que aconteceria há 30 anos atrás.
  • 38:24 - 38:29
    Quanto as pessoas pensam em Alterações
    Climáticas, elas pensam em 2100. 2100!
  • 38:29 - 38:32
    Se calhar temos mais uma subida
    do nível do mar de 600 metros.
  • 38:32 - 38:34
    Ora, bolas, eu acho que
    se consegue sobreviver a isso...
  • 38:34 - 38:38
    Estamos a falar de 2010.
    2020.
  • 38:39 - 38:41
    Vai ter impactos realmente sérios.
  • 38:41 - 38:46
    Se alguma destas coisas acontece,
    o que pode acontecer... a qualquer momento,
  • 38:46 - 38:50
    é como jogar Roleta Russa
    com algumas balas no revólver.
  • 38:50 - 38:52
    À medida que a temperatura
    começa a aumentar mais rapidamente,
  • 38:52 - 38:57
    outros feedbacks entram em jogo,
  • 38:57 - 39:01
    e de forma mais poderosa
    do que alguma vez foram.
  • 39:03 - 39:07
    A 6ª consequência diz respeito ao que se
    está a passar com a Calota da Groenlândia.
  • 39:09 - 39:14
    Agora, está lá como uma massa de gelo
    de 2,5 km de espessura
  • 39:15 - 39:19
    em cima de uma grande porção de massa de terra.
  • 39:20 - 39:23
    Era uma vez,
    há 15 000 anos atrás,
  • 39:23 - 39:29
    grandes plataformas de gelo
    cobriam as nossas zonas mais povoadas
  • 39:30 - 39:32
    no Hemisfério Ocidental.
  • 39:32 - 39:39
    Essas camadas de gelo recuaram muito
    rapidamente quando o clima e os oceanos mudaram.
  • 39:39 - 39:47
    E o que temos agora aqui é uma velocidade
    de recuo que, creio, é sem precedentes,
  • 39:47 - 39:50
    nos últimos 10 mil anos.
  • 39:50 - 39:55
    No início deste mês, a superfície da camada de gelo
    que cobre a Groenlândia derreteu de forma mais vasta
  • 39:55 - 39:58
    do que foi visto nos últimos 33 anos
    através de imagens de satélite
  • 39:58 - 40:01
    Temos alguns relatórios de que havia degelo
    a ocorrer em torno da Groenlândia.
  • 40:01 - 40:05
    Literelmente, tanta água a correr
    que estava a arrastar pontes e outras coisas.
  • 40:05 - 40:08
    Havia estradas cobertas de neve
    que estavam com problemas.
  • 40:08 - 40:10
    Tinham de estar aqui,
  • 40:10 - 40:16
    no ano passado por esta altura,
    para ver esta ponte completamente arrastada
  • 40:16 - 40:21
    A descarga do rio, na altura, era
  • 40:21 - 40:24
    basicamente, 200 vezes a do Tamisa.
  • 40:24 - 40:29
    Os efeitos são pequenos, para já...
  • 40:29 - 40:34
    mas a perda de massa da Groenlândia
    duplicou na última década.
  • 40:34 - 40:40
    E, se esse padrão de duplicação
    continuar nas próximas décadas,
  • 40:40 - 40:45
    então teremos de reescrever
    algumas das previsões que fizémos,
  • 40:45 - 40:48
    acerca da rapidez
    com que isto vai acontecer.
  • 40:48 - 40:53
    O leito da camada de gelo e o interior da
    camada de gelo esta congelada até à base.
  • 40:53 - 40:54
    E está a começar a deslizar.
  • 40:54 - 41:00
    Isto é o leito de rocha, ok?
  • 41:00 - 41:02
    E isto é o gelo.
  • 41:02 - 41:06
    E isto é a água.
  • 41:06 - 41:12
    E esta água, repentina e violentamente,
    drena por este canal.
  • 41:12 - 41:17
    Depois, subitamente há uma mudança de direção,
    mas move-se muito rapidamente.
  • 41:17 - 41:19
    Estamos a concentrar-nos
    neste pequeno lago aqui,
  • 41:19 - 41:25
    podem ver estes lagos de água de montanha a
    aparecer à superfície da plataforma de gelo
  • 41:25 - 41:28
    à medida que o clima
    se torna mais e mais quente.
  • 41:28 - 41:32
    Portanto, o que pode ver aqui é que isto
    vai serpenteando e serpenteando
  • 41:32 - 41:36
    até que afunda,
    no meio do gelo, ali.
  • 41:36 - 41:38
    E à medida que continua a afundar,
  • 41:38 - 41:42
    vai levar todo o calor
    para os níveis mais profundos do gelo.
  • 41:42 - 41:46
    Portnato, agora o calor vai por ali abaixo e
    como um pedaço de manteiga,
  • 41:46 - 41:48
    o gelo começa a ficar mole.
  • 41:48 - 41:53
    Começa a mover-se mais rapidamente e a água
    vai para o fundo
  • 41:53 - 41:56
    e, porque se trada de um fluido incompressível,
  • 41:56 - 41:58
    irá suportar até um kilómetro de gelo.
  • 41:58 - 42:04
    Irá lubrificar enormes quantidades de gelo
    e fazê-lo mover-se rapidamente pela superfície rochosa.
  • 42:04 - 42:08
    E isso também acelera o processo.
  • 42:08 - 42:13
    A água ao longo da superfície
    da camada de gelo é desenfreada,
  • 42:13 - 42:19
    e está a causar danos incalculáveis
    à base da camada de gelo,
  • 42:19 - 42:24
    e está a penetrar nas regiões profundas
    do interior que nunca antes,
  • 42:24 - 42:31
    pelo menos nos últimos 10.000 anos,
    tinha sido sujeito a este nível de aquecimento,
  • 42:31 - 42:33
    de entrada de água.
  • 42:33 - 42:37
    A água que é drenada por baixo do gelo
    é relativamente quente.
  • 42:37 - 42:44
    A temperatura média da plataforma de gelo, em
    profundidade, é vários graus abaixo do ponto de congelamento,
  • 42:44 - 42:48
    enquanto que a água que está a ser drenada para lá
    está ao nível do ponto de congelamento.
  • 42:52 - 42:56
    Portanto é água relativamente quente, que é drenada
    e aquece a plataforma de gelo, interiormente.
  • 42:56 - 43:00
    O gelo mais quente deforma-se mais facilmente
    do que o gelo mais frio.
  • 43:00 - 43:05
    Por isso, um aumento na quantidade de água quente que é drenada para o gelo tem um efeito de amolecimento,
  • 43:05 - 43:09
    especialmente quando a quantidade
    de água quente aumenta.
  • 43:09 - 43:12
    Sabem, a Groenlândia está a 23 pés
    de altura do nível do mar.
  • 43:12 - 43:15
    7,3 metros, se tudo derrete...
  • 43:15 - 43:18
    E a história é bastante clara.
  • 43:18 - 43:21
    Quando aquece,
    não há gelo na Groenlândia.
  • 43:21 - 43:24
    Quando está mais frio,
    há imenso gelo na Groenlândia.
  • 43:24 - 43:28
    E, por isso, é bastante claro que a Groenlândia
    tem uma relação muito próxima com a temperatura
  • 43:28 - 43:31
    e se fica demasiado quente
    desaparece.
  • 43:31 - 43:36
    E demasiado quente não significa muitos graus acima
    daqueles em que nos encontramos agora...
  • 43:36 - 43:39
    E isto é o glaciar Ilulissat.
  • 43:39 - 43:43
    Esta é a frente da queda do glaciar Ilulissat,
    sobre o qual voámos no primeiro dia.
  • 43:43 - 43:46
    Este é o mais rápido fluxo de gelo do mundo.
  • 43:46 - 43:48
    Tem 122 metros de altura.
  • 43:48 - 43:54
    A água está a aparecer por debaixo do gelo e
    a esguichar daqui, por baixo do nível da água,
  • 43:54 - 43:56
    como... um jacuzzi.
  • 43:56 - 43:59
    E está a criar circulação por baixo
  • 43:59 - 44:06
    e está a conduzir a água quente do oceano
    por baixo da linha de água, aqui.
  • 44:06 - 44:10
    E isso acelera a queda
    dos gigantescos glaciares.
  • 44:10 - 44:14
    E toda esta baía está cheia
    de glaciares gigantescos
  • 44:14 - 44:17
    À medida que o movimento acelera...
  • 44:17 - 44:21
    o gelo por cima do rio
    começa a partir e a deformar-se, assim,
  • 44:21 - 44:26
    e, podem ver, à medida que se parte,
    a água acumula-se nesses pedaços.
  • 44:26 - 44:32
    E a água começa a absorver mais calor e,
    como a água é mais pesada do que o gelo,
  • 44:32 - 44:37
    começa a hidrofracturar à medida
    que avança pela plataforma do gelo,
  • 44:37 - 44:41
    acelerando ainda mais o movimento.
  • 44:41 - 44:45
    Portanto, aquilo que estão a ver é que,
    a cada estádio,
  • 44:45 - 44:52
    há um diferente processo que,
    não só se alimenta a si mesmo,
  • 44:52 - 44:56
    mas também alimenta todos
    os outros processos do ciclo.
  • 44:57 - 45:00
    Se quiserem saber o que se está a passar
    na plataforma de gelo,
  • 45:00 - 45:04
    precisam de seguir a água,
    e descobrir o que esta revela.
  • 45:04 - 45:06
    E esta é a história que nos está a contar.
  • 45:06 - 45:10
    É por isso que os cientistas
    estão a começar a sentir que
  • 45:10 - 45:19
    a Groenlância e as camadas de gelo por todo o planeta
    têm a capacidade de se mover muito mais rapidamente
  • 45:19 - 45:26
    do que alguma vez o fizeram
    durante o período da experiência humana.
  • 45:27 - 45:34
    Por isso, a grande preocupação é não nos
    encaminharmos para um evento deste género
  • 45:35 - 45:41
    em que as camadas de gelo comecem a mover-se a um
    ritmo que ultrapasse a capacidade humana de acompanhar.
  • 45:42 - 45:48
    À medida que avançamos para uma aceleração
    do aumento da alteração climática,
  • 45:48 - 45:55
    uma vez que as águas em torno da Groenlândia
    já não estão cobertas de gelo flutuante,
  • 45:56 - 46:01
    e à medida que a temperatura dessas águas envolventes
    começa a aumentar,
  • 46:01 - 46:06
    então, claro, o ar sobre a Groenlândia aquece.
  • 46:08 - 46:11
    As águas envolventes ficam mais quentes.
  • 46:12 - 46:14
    A superfície do gelo começa a derreter,
  • 46:16 - 46:17
    através da cúpula.
  • 46:18 - 46:24
    Bem, no ano passado, neste lugar que sobrevoámos
    Kangerlussuaq,
  • 46:24 - 46:26
    era este o aspecto do rio.
  • 46:26 - 46:29
    Transbordou,
    esta ponte foi arrastada,
  • 46:29 - 46:31
    máquinas enormes eram varridas
  • 46:31 - 46:38
    porque estava a haver derretimento por cima
    de toda a superfície da plataforma de gelo.
  • 46:42 - 46:47
    Nunca tinham visto um fluxo de água
    daquele nível neste rio.
  • 46:47 - 46:53
    Portanto, as consequências
    na Calota Polar da Groenlândia são massivas.
  • 46:54 - 46:59
    E à medida que derrete, acrescenta água fresca
    à água dos ocenanos do globo,
  • 47:00 - 47:02
    e começa a fazer subir o nível do mar.
  • 47:03 - 47:11
    Se isso acontecer depressa, podemos esperar
    2, 3, 5, 7 metros de diferença no nível do mar...
  • 47:12 - 47:14
    por todo o mundo,
  • 47:14 - 47:16
    a acontecer, com o passar das décadas,
  • 47:16 - 47:19
    i.e. dentro de 10 a 20 anos,
  • 47:20 - 47:24
    isso seria catastrófico para a civilização,
  • 47:24 - 47:31
    cuja maioria dos centros urbanos
    ficariam abaixo do nível do mar, nessa nova situação.
  • 47:31 - 47:35
    De facto, a plataforma de gelo
    da Groenlândia está a des-glaciar.
  • 47:35 - 47:37
    Está a recuar...
  • 47:37 - 47:40
    mas o seu recuo é dinâmico.
  • 47:40 - 47:48
    Está a afundar o interior da plataforma de gelo
    mais depressa do que os modelos actuais assumem.
  • 47:48 - 47:52
    E portanto, a plataforma de gelo e o seu interior
    está a acelerar,
  • 47:52 - 47:55
    e o derretimento das margens é aumentado,
  • 47:55 - 48:01
    e acho que isto significa que o a plataforma de gelo
    está... a de-glaciar de forma activa.
  • 48:02 - 48:07
    E isso é... um problema muito sério,
    no que toca ao aumento do nível do mar.
  • 48:09 - 48:12
    Avancemos para a 4ª consequência.
  • 48:12 - 48:15
    Ou seja, o impacto na tundra.
  • 48:17 - 48:21
    Essas massas de terra,
    que rodeiam o Oceano Ártico,
  • 48:22 - 48:26
    têm agora uma costa marítima aberta e mais quente,
  • 48:27 - 48:32
    e o ar quente e as temperaturas quentes
    estão a produzir um feedback nas massas de terra.
  • 48:33 - 48:39
    E o que daí resulta, claro, é o aumento do degelo
    do permafrost [pergelissolo] da tundra,
  • 48:39 - 48:44
    e temos esta profundidade de permafrost derretida,
    à qual chamamos de molde,
  • 48:44 - 48:47
    que aumenta ano após ano.
  • 48:48 - 48:50
    Isso também tem consequências.
  • 48:52 - 48:59
    Por exemplo, há imenso material biológico nas
    profundezas geladas da tundra,
  • 48:59 - 49:03
    e, à medida que isso derrete, começa a degradar-se,
    os micróbios têm um festim
  • 49:03 - 49:09
    e libertam mais dióxido de carbono,
    e mais metano, da vegetação apodrecida.
  • 49:10 - 49:13
    Portanto, o metano está a ser
    libertado para a atmosfera...
  • 49:13 - 49:19
    não apenas do fundo do oceano, mas também,
    como disse, do descongelamento da tundra.
  • 49:20 - 49:22
    E, quanto quanto mais metano há na atmosfera,
  • 49:22 - 49:25
    como mostra este slide,
  • 49:25 - 49:29
    maior é o efeito de estufa,
    e o metano é um poderoso gás com efeito de estufa.
  • 49:29 - 49:32
    Quando o permafrost descongela,
  • 49:32 - 49:37
    a matéria orgânica no permafrost
    também descongela e começa a degradar-se.
  • 49:37 - 49:39
    Os microorganismos começam a alimentar-se dela.
  • 49:39 - 49:44
    Se não houver oxigénio,
    os microorganismos produzem metano.
  • 49:44 - 49:50
    Se houver oxigénio,
    os microorganismos produzem dióxido de carbono.
  • 49:51 - 49:54
    Ahhhh, permafrost.
    Aqui está.
  • 49:55 - 49:58
    Terra congelada.
  • 49:58 - 50:02
    Descobrimos, no que toca à matéria orgânica
    que sai desta colina,
  • 50:02 - 50:04
    é que é muito mais biodisponível,
  • 50:04 - 50:08
    ou seja, muito mais apetitosa
    para os micróbios que a decompoem,
  • 50:09 - 50:13
    do que o carbono, ou a matéria orgânica
    que existe à superfície hoje.
  • 50:13 - 50:15
    E isso tem implicações no clima,
  • 50:15 - 50:18
    porque isso significa que esta
    matéria orgânica é processada mais depressa,
  • 50:18 - 50:21
    aquilo que sai para a atmosfera
    é dióxido de carbono e metano,
  • 50:21 - 50:24
    e fazem parte do feedback do clima dessa forma.
  • 50:24 - 50:29
    Em lugares como este, onde o permafrost liberta
    matéria orgânica actuam como aceleradores.
  • 50:29 - 50:33
    Eles aceleram o processo das
    alterações climáticas provocadas pelo homem.
  • 50:33 - 50:36
    Por isso, ahn, é uma grande amplificação
    daquilo que nós estamos a fazer.
  • 50:36 - 50:38
    Ele alimenta o nosso próprio impacto.
  • 50:38 - 50:42
    É importante compreender que a escala e a velocidade da mudança de que estamos a falar agora
  • 50:42 - 50:46
    é vários graus, dois a cinco graus
    em apenas 100 anos
  • 50:46 - 50:51
    Ou seja, é mais rápido do que aconteceu
    nos últimos 50 milhões de anos.
  • 50:51 - 50:55
    Estamos a falar de alterãções climáticas
    sem precedentes e duma rápida e súbita resposta
  • 50:55 - 50:58
    deste ecossistema.
  • 50:58 - 51:01
    Tem havido alterações no Ártico,
    no permafrost,
  • 51:01 - 51:04
    em termos de temperatura ao longo do tempo,
  • 51:04 - 51:07
    não apenas nas camadas finas próximas da superfície,
  • 51:07 - 51:10
    mas pelo menos até 10, 20 e 50
    metros de profundidade,
  • 51:10 - 51:13
    Estamos a ver mudanças que são ainda mais rápidas.
  • 51:13 - 51:15
    Isto indica que há aquecimento
    não só junto à superfície,
  • 51:15 - 51:20
    mas também que o calor está a ser transportado
    em profundidade, de forma muito eficaz.
  • 51:22 - 51:26
    O permafrost acumula metano.
  • 51:26 - 51:29
    Como disse o Richard,
    está actualmente a derreter.
  • 51:29 - 51:33
    Está mais quente lá em cima. Está quase 5 graus
    mais quente lá no Ártico do que está...
  • 51:33 - 51:35
    A temperatura média do mundo
    só subiu um grau
  • 51:35 - 51:37
    mas no Ártico subiu 5 graus.
  • 51:37 - 51:44
    E está a libertar 50 milhões de toneladas por ano,
    ou seja, mil milhões de toneladas de CO2.
  • 51:45 - 51:46
    E está claramente a aumentar.
  • 51:46 - 51:50
    Ou seja, se tudo corresse bem,
    basicamente, estaríamos todos mortos.
  • 51:50 - 51:53
    E está a acontecer agora.
  • 51:53 - 51:55
    E o problema aqui é que está a acelerar.
  • 51:55 - 52:00
    Uma vez que comece a gerar, através deste processo,
    ou de qualquer outro dos quais falei,
  • 52:00 - 52:04
    uma vez que estes processos
    produzam mais CO2 do que nós,
  • 52:04 - 52:09
    já não fazia diferença se nós
    parássemos completamente.
  • 52:09 - 52:10
    Vai continuar a avançar.
  • 52:10 - 52:12
    Estes são os ciclos de feedbacks positivos.
  • 52:12 - 52:16
    E, já agora, não estão nos modelos.
  • 52:24 - 52:32
    A 5ª implicação da dinâmica do Ártico
    diz respeito ao feedback da libertação de metano.
  • 52:32 - 52:37
    É, provavelmente, uma das
    mais importantes questões que temos de analisar.
  • 52:37 - 52:40
    Estaremos em risco de destabilizar estas coisas
    chamadas hidratos de metano
  • 52:40 - 52:44
    que acumulam muito metano
    no fundo do oceano,
  • 52:44 - 52:46
    numa forma ainda quase congelada,
  • 52:46 - 52:48
    10 000 mil milhões de toneladas desta coisa.
  • 52:48 - 52:52
    E sabe-se que são destabilizados pelo aquecimento.
  • 52:52 - 52:55
    Este pedaço de gelo pode parecer
    perfeitamente normal à primeira vista,
  • 52:55 - 53:00
    mas chegue-lhe um fósforo
    e algo surpreendente acontece...
  • 53:00 - 53:03
    Tal como relatado na edição deste mês da revista Atlantic,
    chama-se hidrato de metano,
  • 53:03 - 53:05
    e não é, na realidade, nada anormal.
  • 53:05 - 53:11
    De facto, há mais de 100 mil triliões
    de pés cúbicos disto na Terra.
  • 53:11 - 53:14
    No que toca ao volume, é como
    a dimensão do mar Mediterrânico.
  • 53:14 - 53:20
    E tem mais capacidade energética do que todo
    o carvão, petróleo e gás natural da Terra juntos.
  • 53:20 - 53:22
    E ainda que o metano queime de forma limpa,
  • 53:22 - 53:25
    o metano não queimado é um gás
    com efeito de estufa potente,
  • 53:25 - 53:27
    e se há uma fuga,
    pode ser devastador para o ambiente.
  • 53:27 - 53:32
    A USGS está confiante de que uma fuga não será problema,
    desde que sejam tomadas as devidas precauções.
  • 53:32 - 53:37
    Há efeitos irreversíveis possíveis do
    descongelamento do gelo do mar.
  • 53:37 - 53:46
    Se começa a permitir que o Oceano Ártico aqueça,
    e aquela o fundo do oceano,
  • 53:46 - 53:49
    então, começaremos a libertar hidrato de metano.
  • 53:49 - 53:56
    À cerca de 80 anos, passámos a estudar
    a plataforma de gelo do Ártico Siberiano Ocidental.
  • 53:56 - 54:01
    E, de facto, temo-lo estudado ao longo dos
    últimos 80 anos.
  • 54:01 - 54:04
    Continuamente, ano após ano, após ano.
  • 54:04 - 54:09
    Realizando uma ou duas expedições por ano.
  • 54:09 - 54:16
    Esses hidrocarbonetos são produzidos
    na camada sedimentar, que estava selada
  • 54:17 - 54:21
    e evitava que o metano
    escapasse para a atmosfera.
  • 54:21 - 54:28
    É por isso que estamos a dizer que isto deve ser
    o maior armazenamento de hidrocarboneto do mundo.
  • 54:28 - 54:29
    Ali...
  • 54:29 - 54:33
    Há o potencial risco de que,
    se o aquecimento continuar,
  • 54:33 - 54:37
    a maior e, talvez, imensa e massiva
    quantidade de metano
  • 54:37 - 54:40
    possa ser libertada
    desta plataforma do Ártico.
  • 54:40 - 54:42
    Claro que há esse risco potencial.
  • 54:42 - 54:49
    E em termos de riscos potenciais, eu diria que
    esta plataforma do Ártico Siberiano tem o maior potencial.
  • 54:49 - 54:55
    Porque, como já disse, a bolsa de carbono é enorme
    e a parede da plataforma de gelo muito fina,
  • 54:55 - 55:01
    e o aquecimento ocorre de forma forte
    do que em outras áreas do oceano mundial.
  • 55:01 - 55:04
    Claro que é um risco potencial.
  • 55:05 - 55:08
    Portanto, o metano na atmosfera,
  • 55:08 - 55:12
    a quantidade total de metano na atmosfera,
  • 55:12 - 55:13
    na atmosfera actual,
  • 55:13 - 55:16
    é de cerca de 5 gigatoneladas.
  • 55:16 - 55:23
    A quantidade de carbono, preservada na forma
    de metano, nesta plataforma do Ártico Siberiano Ocidental,
  • 55:23 - 55:25
    é, aproximadamente...
  • 55:25 - 55:28
    de centenas a milhares de gigatoneladas.
  • 55:28 - 55:33
    E, claro, apenas 1% dessa quantidade é necessária
  • 55:33 - 55:36
    para duplicar o peso do metano na atmosfera.
  • 55:36 - 55:40
    Mas para destabilizar 1% desta bolsa de carbono,
  • 55:40 - 55:45
    creio que não é necessário muito,
  • 55:45 - 55:51
    consideranto que o estado do permafrost
    e a quantidade de metano actualmente involvida.
  • 55:51 - 55:59
    Porque aquilo que divide este metano da atmosfera,
    é uma fina camada de água,
  • 55:59 - 56:01
    e um permafrost cada vez mais fraco,
  • 56:01 - 56:04
    que vai perdendo
    a sua capacidade de selar,
  • 56:04 - 56:06
    de servir de selo.
  • 56:06 - 56:11
    E isto é, eu julgo que é uma questão de...
  • 56:11 - 56:15
    não é uma questão de centenas de anos,
    é uma questão de décadas, acho.
  • 56:15 - 56:19
    Talvez, no máximo, 100 anos, mas
    eu acho,
  • 56:19 - 56:22
    uma questão de décadas.
  • 56:22 - 56:25
    [Pode acontecer a qualquer momento.]
  • 56:25 - 56:29
    É possível que aconteça, porque,
  • 56:33 - 56:40
    eu poderia apresentar uma lista de factores que poderão, que são muito convenientes... convincentes para nós.
  • 56:41 - 56:46
    Portanto, poderia acontecer.
  • 56:46 - 56:49
    Não a qualquer momento.
  • 56:49 - 56:52
    A qualquer momento parece que
    poderia acontecer hoje.
  • 56:52 - 56:54
    Pode acontecer amanhã.
  • 56:54 - 56:56
    Ou o dia depois de amanhã.
    [Podia.]
  • 56:56 - 56:59
    Acha mesmo?
  • 57:02 - 57:08
    O Igor é está muito convencido porque
    ele passou muito tempo lá.
  • 57:09 - 57:16
    E onde o gelo devia ter cerca de 2 metros
    de espessura, tinha 40 centímetros...
  • 57:17 - 57:20
    Isto significa que o processo...
  • 57:20 - 57:26
    Todos os processos que servem
    a destabilização de tudo...
  • 57:26 - 57:32
    do gelo do mar, da camada de água,
    do aumento das correntes
  • 57:32 - 57:36
    (as correntes, quer dizer, o movimento
    da água por baixo do gelo aumentar).
  • 57:36 - 57:43
    Portanto, tudo, tudo parece anómalo.
    Mesmo para a nossa experiência ao longo destes 10 anos,
  • 57:43 - 57:45
    tudo parece anómalo.
  • 57:45 - 57:51
    E isso é o que o leva a pensar que...
  • 57:51 - 57:58
    fá-lo pensar que o pior pode acontecer...
  • 58:08 - 58:12
    Em resumo, não estamos a gostar nada
    do que estamos a ver lá,
  • 58:12 - 58:15
    absolutamente nada.
  • 58:15 - 58:17
    Uh, olhem para isto.
  • 58:17 - 58:21
    Em questão de dias...
    dias apenas,
  • 58:21 - 58:25
    estamos com esta grande... esta grande área...
  • 58:25 - 58:28
    olhem para isto...
  • 58:28 - 58:33
    quase a explodir de metano.
  • 58:33 - 58:39
    A única explicação possível
    é a degelo do clatrato de metano.
  • 58:39 - 58:42
    É a única explicação possível.
  • 59:24 - 59:27
    Olá, ahm... quanto tempo acha que temos
    antes que se torne
  • 59:27 - 59:31
    socialmente, e de outros modos,
    inaceitável emitir carbono,
  • 59:31 - 59:34
    e, quero dizer, quão radicalmente acha
    que precisamos de agir em função disso?
  • 59:34 - 59:37
    Certo, bem, quer dizer...
  • 59:37 - 59:44
    Eu acho que... quanto mais agirmos,
    melhor será para as gerações futuras.
  • 59:44 - 59:48
    Eu não... pois, quero dizer,
    há todo o tipo de estimativas.
  • 59:48 - 59:49
    E ahm...
  • 59:49 - 59:55
    Basicamente, se fizermos imensas coisas
    nos próximo 10 anos,
  • 59:55 - 59:58
    ainda enfrentamos um futuro
    consideravelmente desconfortável,
  • 59:58 - 60:01
    e quanto menos fizermos,
    pior se tornará.
  • 60:01 - 60:05
    Quanto conseguiremos prevenir
    dependerá de quão arrojados formos,
  • 60:05 - 60:11
    do quanto estivermos preparados para fazer e isso irá, por seu lado, depender da mudança das opiniões sociais.
  • 60:13 - 60:16
    Quais são as implicações de tudo isto,
  • 60:16 - 60:18
    para o comportamento dinâmico global,
  • 60:18 - 60:23
    tanto ao nível do clima como, na verdade,
    para a humanidade enquanto civilização,
  • 60:23 - 60:27
    e a biosfera de que fazemos todos parte?
  • 60:29 - 60:34
    Bem, obviamente, o Ártico está ligado ao
    resto do mundo, é uma parte do mundo,
  • 60:34 - 60:41
    e o que se passa no Ártico tem, inevitavelmente, implicações e consequências e desenvolvimentos
  • 60:41 - 60:43
    no resto do planeta.
  • 60:43 - 60:50
    Socialmente, sabemos que iremos começar
    a eliminar alguns aerosóis,
  • 60:50 - 60:53
    estas partículas na atmosfera
    que, de momento,
  • 60:53 - 60:57
    estão a reflectir muita da luz solar
    de volta para o espaço.
  • 60:57 - 61:04
    Também sabemos que muita energia solar é absorvida
    pelo aquecimento do fundo do oceano.
  • 61:06 - 61:10
    E, à medida que os efeitos do dióxido de carbono,
    e de outros gases com efeito de estufa
  • 61:10 - 61:16
    no comportamento global como um todo,
    começam a regressar ao curso,
  • 61:16 - 61:23
    assim, as temperaturas globais começarão a responder
    da mesma forma que as temperaturas do Ártico.
  • 61:23 - 61:27
    O CO2 começa a aumentar a temperatura,
  • 61:27 - 61:30
    a subida da temperatura gera
    o feedback do vapor de água,
  • 61:30 - 61:33
    o feedback do vapor de água
    acelera o aquecimento...
  • 61:34 - 61:39
    E entâo começamos a ter condições mais quentes
    em algumas florestas tropicais,
  • 61:39 - 61:44
    temos queima, morte florestal e aumento
    da libertação de dióxido de carbono
  • 61:44 - 61:48
    da biomassa do planeta.
  • 61:48 - 61:53
    É um conjunto de feedbacks difetente
    daquele que opera no alto Ártico,
  • 61:53 - 61:55
    mas ainda assim,
    igualmente potente.
  • 61:56 - 62:03
    E tal como no Ártico,
    assim amanhã no mundo inteiro.
  • 62:04 - 62:11
    E se as implicações do comportamento de corrente de jacto e produção de comida e as consequências da dinâmica do Ártico
  • 62:12 - 62:17
    na nossa sobrevivência enquanto espécie, na nossa economia,
    na nossa produção alimentar,
  • 62:18 - 62:22
    o abandono dos pobres,
  • 62:22 - 62:29
    e na incapacidade de sustentar
    uma população de 8, 9, 10 mil milhões de pessoas,
  • 62:30 - 62:32
    então, também...
  • 62:32 - 62:37
    a crescente aceleração do comportamento global...
  • 62:37 - 62:40
    que inevitavelmente se seguirá...
  • 62:40 - 62:46
    a menos que sejamos capazer de intervir,
    no sentido de o abrandar
  • 62:46 - 62:48
    fazê-lo parar,
    e revertê-lo,
  • 62:50 - 62:53
    então, sem esta intervenção...
  • 62:53 - 62:59
    a dinâmica global reserva
    um futuro negro para a humanidade...
  • 62:59 - 63:05
    um futuro negro para a biosfera
    de que fazemos parte.
  • 63:05 - 63:08
    Está na hora de agirmos...
  • 63:08 - 63:12
    Não apenas pelo Ártico...
  • 63:12 - 63:17
    mas pela crise global
    em que todos nos encontramos.
  • 63:17 - 63:22
    Não há um acordo em relação ao quanto
    precisamos de fazer, e quão rápido.
  • 63:22 - 63:26
    Para ser honesto, não creio que seja necessário,
    porque uma coisa de que tenho a certeza
  • 63:26 - 63:32
    é que não iremos fazer tanto quanto
    os cientistas dizem que precisamos de fazer.
  • 63:32 - 63:37
    Por isso é que eu nunca analisei de perto
    essa questão particular, porque
  • 63:37 - 63:40
    o que os cientistas dizem
    que precisamos de fazer está aqui...
  • 63:40 - 63:44
    o que estamos realmente a fazer está aqui...
  • 63:44 - 63:49
    e aquilo que os vários acordos globais tentaram
    levar-nos a fazer, e frequentemente falharam,
  • 63:49 - 63:51
    está algures aqui...
  • 63:51 - 63:53
    Portanto, o abismo é tão imenso...
  • 63:53 - 63:58
    que, ahn, pois, quer dizer,
    é um pergunta perfeitamente razoável...
  • 63:58 - 64:02
    mas por esta razão eu nunca
    a analisei com muito detalhe.
  • 64:02 - 64:06
    Mas acredito que quanto mais
    pessoas acreditarem nisto....
  • 64:06 - 64:11
    mais provável é que actuem,
    portanto imagino que haja...
  • 64:11 - 64:13
    a negação também pode
    acontecer a muitos níveis...
  • 64:13 - 64:20
    Acredita-se numa coisa factualmente,
    mas não se acredita no fundo do coração,
  • 64:20 - 64:23
    e, mesmo que diga:
    "Ah, sim, eu acredito nas alterações climáticas"
  • 64:23 - 64:28
    mas, não se deixa a si mesmo, a
    um nível emocional, pensar acerca
  • 64:28 - 64:32
    do que vai acontecer
    ao planeta no futuro,
  • 64:32 - 64:34
    e pode, por assim dizer,
    separar a sua vida quotidiana
  • 64:34 - 64:39
    daquilo em que acredita,
    no lado mais académico da sua mente.
  • 64:39 - 64:42
    Portanto, eu acho que, ahn...
    de muitas formas,
  • 64:42 - 64:47
    mudar a opinião social é a coisa mais importante
    que podemos fazer no presente momento,
  • 64:47 - 64:50
    para lidarmos com este problema, porque assim...
  • 64:50 - 64:54
    as pessoas começarão a mover-se em direção ao que os cientistas dizem que é necessário fazer.
  • 64:57 - 65:00
    Temos muito trabalho para fazer
    e não temos muito tempo para o fazer.
  • 65:00 - 65:04
    Ahm, da forma como eu vejo o mundo,
    que foi como eu comecei,
  • 65:04 - 65:07
    ahm...
  • 65:07 - 65:10
    temos de cortar as emissões de carbono rapidamente.
  • 65:10 - 65:16
    Depois fica claro, temos de reduzir as emissões de carbono em 80%, não em 2050, mas em 2020.
  • 65:16 - 65:23
    Há 4 décadas que nós, ambientalistas, andamos a falar acerca da necessidade de salvar o planeta.
  • 65:23 - 65:28
    Mas da forma como eu o vejo, o planeta
    vai andar por cá durante muito tempo...
  • 65:28 - 65:32
    O que precisamos de salvar agora
    é a própria civilização...
  • 65:32 - 65:35
    É isso, é isso que está em jogo...
  • 65:36 - 65:39
    Ao vir aqui hoje, não tenho segundas intenções.
  • 65:39 - 65:42
    Estou a lutar pelo meu futuro.
  • 65:42 - 65:47
    Estou aqui para falar em nome
    de todas as gerações futuras.
  • 65:47 - 65:54
    Estou aqui a falar pelas crianças que morrem à fome
    no mundo, cujos choros não são ouvidos.
  • 65:54 - 65:58
    Estou aqui a falar pelos inúmeros animais
    que morrem em todo o planeta,
  • 65:58 - 66:03
    porque não têm para onde ir...
  • 66:03 - 66:09
    E agora ouvimos falar de animais e plantas extintas, todos os dias, desaparecidas para sempre.
  • 66:09 - 66:16
    Tudo isto acontece diante dos nossos olhos e agimos como se tivéssemos todo o tempo que queremos
  • 66:16 - 66:19
    e todas as soluções.
  • 66:19 - 66:23
    Vós não sabeis como resolver
    os buracos na camada de ozono.
  • 66:23 - 66:27
    Vós não sabeis como trazer o salmão
    de volta para um rio morto...
  • 66:27 - 66:31
    Vós não sabeis como trazer de volta
    um animal extinto.
  • 66:31 - 66:37
    E não conseguem trazer de volta a floresta, que antes crescia onde é agora um deserto...
  • 66:37 - 66:39
    Se não sabem como reparar,
  • 66:39 - 66:43
    por favor, parem de estragar.
  • 66:43 - 66:47
    Sou apenas uma criança, contudo eu sei
    que estamos nisto todos juntos,
  • 66:47 - 66:51
    e deveríamos agir como um único mundo
    em direção a um único objectivo.
  • 66:51 - 66:58
    Se uma criança de rua, que não tem nada,
    está disposta a partilhar
  • 66:58 - 67:02
    então, porque é que nós, que temos tudo,
    somos tão gananciosos?
  • 67:03 - 67:08
    Sou apenas uma criança, contudo eu sei
    que se todo o dinheiro gasto na guerra
  • 67:08 - 67:14
    fosse gasto na procura de soluções ambientais, na eliminação da probreza e em fazer acordos,
  • 67:14 - 67:18
    que maravilhoso lugar esta terra seria.
  • 67:18 - 67:21
    Na escola, até mesmo na creche,
  • 67:21 - 67:25
    ensinam-nos a comportarmo-nos no mundo.
  • 67:25 - 67:31
    Ensinam-nos a não brigar com outros,
    a resolver os problemas,
  • 67:31 - 67:33
    a respeitar os outros,
  • 67:33 - 67:35
    a limpar as nossas porcarias,
  • 67:35 - 67:37
    a não magoar outras criaturas,
  • 67:37 - 67:40
    a partilhar,
    a não sermos gananciosos.
  • 67:40 - 67:46
    Então porque é que fazem aquilo
    que nos dizem para não fazermos?
  • 67:46 - 67:50
    Estão a decidir em que
    tipo de mundo vamos crescer.
  • 67:50 - 67:54
    Os pais deveriam poder
    confortar os seus filhos dizendo
  • 67:54 - 67:58
    "Vai tudo correr bem.
    Não é o fim do mundo.
  • 67:58 - 68:01
    e estamos a fazer
    o melhor que podemos..."
  • 68:01 - 68:05
    Mas eu acho que já
    não nos podem dizer isso...
  • 68:05 - 68:09
    Estamos , sequer,
    na vossa lista de prioridades?
  • 68:09 - 68:10
    O meu pais costuma dizer
  • 68:10 - 68:14
    "És aquilo que fazes,
    não aquilo que dizes."
  • 68:14 - 68:19
    Bom, aquilo que fazem faz-me chorar à noite.
  • 68:19 - 68:21
    Vós, os crescidos, dizeis que nos amam.
  • 68:21 - 68:27
    Mas eu desafio-vos, por favor, façam com que
    os vossos actos reflictam as vossas palavras.
  • 68:27 - 68:29
    Obrigada.
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Title:
Arctic Death Spiral and the Methane Time Bomb
Description:

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Video Language:
English
Duration:
01:11:12
  • (re)Ver a tradução da palavra "Climate" - consoante o sentido ou a minha interpretação usei Climática, Ambiente e Clima.
    Jorge

Portuguese subtitles

Incomplete

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