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Do que um planeta precisa para ter vida

  • 0:01 - 0:03
    Estou muito grato por estar aqui,
  • 0:03 - 0:06
    fico grato por vocês estarem aqui,
  • 0:06 - 0:08
    se não, seria um pouco estranho.
  • 0:08 - 0:10
    Fico grato por estarmos todos aqui.
  • 0:11 - 0:13
    E quando digo "aqui", não quero dizer aqui
  • 0:15 - 0:16
    Ou aqui.
  • 0:17 - 0:18
    Mas aqui.
  • 0:18 - 0:19
    Na Terra.
  • 0:20 - 0:24
    E quando digo "nós", não me refiro a nós
    deste auditório,
  • 0:24 - 0:25
    mas à vida,
  • 0:25 - 0:27
    todas as vidas na Terra.
  • 0:27 - 0:30
    (Risos)
  • 0:32 - 0:34
    Dos seres complexos até aos unicelulares,
  • 0:34 - 0:37
    do bolor aos cogumelos,
  • 0:37 - 0:38
    até aos ursos "voadores".
  • 0:38 - 0:40
    (Risos)
  • 0:42 - 0:43
    E o que é interessante é que
  • 0:43 - 0:46
    a Terra é o único lugar que
    sabemos que possui vida
  • 0:46 - 0:48
    — 8,7 milhões de espécies.
  • 0:48 - 0:50
    Nós já procurámos noutros lugares
  • 0:50 - 0:52
    talvez não tanto quanto
    deveríamos ou poderíamos,
  • 0:52 - 0:54
    mas já procurámos
    e não encontrámos outros;
  • 0:54 - 0:57
    a Terra é o único lugar
    que conhecemos com vida.
  • 0:58 - 0:59
    Será que a Terra é especial?
  • 0:59 - 1:02
    É uma pergunta
    para a qual eu queria ter a resposta
  • 1:02 - 1:03
    desde que era criança
  • 1:03 - 1:05
    e acho que 80%
    dos que estão neste auditório
  • 1:05 - 1:08
    já pensaram o mesmo,
    e também queriam saber a resposta.
  • 1:09 - 1:11
    Para entender se existem planetas
  • 1:11 - 1:13
    — no sistema solar ou para além dele —
  • 1:13 - 1:15
    que podem sustentar vida,
  • 1:15 - 1:18
    o primeiro passo é entender o que é
    necessário para se ter vida aqui.
  • 1:19 - 1:22
    De todas as 8,7 milhões de espécies,
  • 1:22 - 1:24
    a vida só precisa de três coisas.
  • 1:25 - 1:28
    Por um lado, toda a vida
    na Terra precisa de energia
  • 1:28 - 1:31
    vida complexa, como nós,
    precisa da energia solar
  • 1:31 - 1:34
    mas a vida no subsolo
    consegue a sua própria energia
  • 1:34 - 1:35
    através de reações
    químicas, por exemplo.
  • 1:35 - 1:37
    Há uma série
    de diferentes fontes de energia
  • 1:37 - 1:39
    disponíveis em todos os planetas.
  • 1:39 - 1:41
    Por outro lado,
  • 1:41 - 1:43
    toda a vida precisa de alimentos.
  • 1:44 - 1:48
    E isto parece complicado, especialmente
    se quiserem um tomate suculento.
  • 1:48 - 1:50
    (Risos)
  • 1:50 - 1:54
    No entanto, toda
    a vida na Terra obtém alimentos
  • 1:54 - 1:56
    de apenas seis elementos químicos
  • 1:56 - 1:59
    e esses elementos podem ser
    encontrados em qualquer corpo planetário
  • 1:59 - 2:01
    no nosso sistema solar.
  • 2:01 - 2:05
    Só resta a coisa no meio,
    que é mais difícil de obter.
  • 2:06 - 2:08
    E não é o alce, mas a água.
  • 2:08 - 2:10
    (Risos)
  • 2:11 - 2:13
    Contudo, um alce seria muito fixe.
  • 2:13 - 2:14
    (Risos)
  • 2:15 - 2:20
    E não é água congelada,
    nem gasosa, mas água líquida.
  • 2:21 - 2:24
    É isso que a vida precisa
    para sobreviver.
  • 2:24 - 2:27
    Muitos corpos do sistema solar
    não possuem água líquida
  • 2:27 - 2:29
    e, portanto,
    também não procuramos lá.
  • 2:29 - 2:32
    Outros corpos do sistema solar
    podem conter água líquida em abundância
  • 2:32 - 2:33
    mais até do que a Terra,
  • 2:33 - 2:35
    mas está presa
    debaixo de uma camada de gelo
  • 2:35 - 2:38
    e por isso torna-se
    difícil chegar até ela
  • 2:38 - 2:41
    é difícil até mesmo
    descobrir se existe vida lá.
  • 2:41 - 2:44
    Isso deixa-nos com alguns
    corpos que deveríamos considerar.
  • 2:44 - 2:47
    Então vamos simplificar
    o problema para nós próprios.
  • 2:47 - 2:50
    Pensemos sobre a água líquida
    na superfície de um planeta.
  • 2:50 - 2:53
    Existem apenas três corpos
    para considerar no nosso sistema
  • 2:53 - 2:56
    no que se refere a água líquida
    na superfície de um planeta,
  • 2:56 - 3:00
    e por ordem de distância do Sol são:
    Vénus, Terra e Marte.
  • 3:01 - 3:04
    É preciso existir uma atmosfera
    para que a água seja líquida.
  • 3:04 - 3:07
    É preciso ter muito cuidado
    com essa atmosfera.
  • 3:07 - 3:11
    A atmosfera não pode ser grande demais,
    espessa demais, quente demais,
  • 3:11 - 3:13
    porque acabaria por ficar
    quente demais como Vénus
  • 3:13 - 3:15
    e assim não pode haver água líquida.
  • 3:15 - 3:19
    Mas se não houver atmosfera suficiente,
    e ela for muito fina e fria,
  • 3:19 - 3:21
    acabará por ficar
    como em Marte, muito frio.
  • 3:21 - 3:24
    Então Vénus é demasiado quente,
    Marte é demasiado frio
  • 3:24 - 3:25
    e a Terra é o ideal.
  • 3:25 - 3:29
    Podem olhar para estas imagens
    atrás de mim e verão automaticamente
  • 3:29 - 3:32
    onde a vida pode sobreviver
    no nosso sistema solar.
  • 3:32 - 3:34
    É um problema como o da Caracóis Dourados
  • 3:34 - 3:37
    e é tão simples
    que até uma criança entenderia.
  • 3:38 - 3:39
    Contudo,
  • 3:39 - 3:42
    Gostaria que se lembrassem de duas coisas
  • 3:42 - 3:45
    da história da Caracóis Dourados,
    em que talvez não pensemos com frequência
  • 3:45 - 3:48
    mas que eu acredito
    que seja muito relevante aqui.
  • 3:48 - 3:50
    Número um:
  • 3:51 - 3:54
    Se a tigela da Mamã Urso
    está muito fria
  • 3:54 - 3:57
    quando a Caracóis Dourados entra na sala,
  • 3:57 - 3:59
    quer dizer que
    esteve sempre muito fria?
  • 4:00 - 4:04
    Ou talvez tivesse estado no ponto
    em alguma outra altura?
  • 4:04 - 4:07
    O momento em que a Caracóis Dourados
    entra na sala determina a resposta
  • 4:07 - 4:09
    que nos é dada na história.
  • 4:09 - 4:11
    E a resposta é a mesma para os planetas.
  • 4:11 - 4:13
    Eles não são estáticos. Eles mudam.
  • 4:13 - 4:14
    Eles variam. Eles evoluem.
  • 4:15 - 4:16
    E as atmosferas fazem o mesmo.
  • 4:17 - 4:18
    Então vou dar-vos um exemplo.
  • 4:18 - 4:21
    Esta é uma das
    minhas fotos favoritas de Marte.
  • 4:21 - 4:24
    Não é a imagem com a melhor resolução,
    não é a imagem mais "sexy",
  • 4:24 - 4:25
    nem mesmo a imagem mais recente,
  • 4:25 - 4:29
    mas é uma imagem que mostra os leitos
    que cortam a superfície do planeta;
  • 4:29 - 4:32
    leitos esculpidos
    por correntes de água líquida;
  • 4:33 - 4:38
    que levaram centenas, milhares ou dezenas
    de milhares de anos para se formarem.
  • 4:38 - 4:40
    Isso já não pode acontecer em Marte hoje.
  • 4:40 - 4:43
    A atmosfera de Marte hoje
    é muito fina e muito fria
  • 4:43 - 4:45
    para que a água permaneça líquida.
  • 4:45 - 4:49
    Esta imagem mostra
    que a atmosfera de Marte mudou
  • 4:49 - 4:51
    e mudou de uma maneira enorme.
  • 4:52 - 4:56
    E mudou de um estado
    que poderíamos definir como habitável,
  • 4:57 - 5:01
    pois os três requerimentos para haver vida
    estavam presentes há muito tempo atrás.
  • 5:01 - 5:03
    Para onde foi a atmosfera
  • 5:03 - 5:06
    que permitia que a água
    fosse líquida na superfície?
  • 5:06 - 5:09
    Bem, uma teoria é que ela
    escapou para o espaço.
  • 5:09 - 5:12
    Partículas atmosféricas
    adquiriram energia suficiente para escapar
  • 5:12 - 5:14
    da gravidade do planeta,
  • 5:14 - 5:16
    escapando para o espaço, para sempre.
  • 5:16 - 5:19
    E isso acontece com todos os corpos
    que possuem atmosferas.
  • 5:19 - 5:20
    Os cometas possuem caudas
  • 5:20 - 5:23
    que são incríveis exemplos visíveis
    do escapamento atmosférico.
  • 5:23 - 5:27
    Mas Vénus também tem atmosfera
    que escapa com o tempo,
  • 5:27 - 5:29
    e Marte e a Terra também.
  • 5:29 - 5:32
    É uma questão de grau e escala.
  • 5:32 - 5:35
    Gostaríamos de descobrir
    quanta se escapou com o tempo
  • 5:35 - 5:37
    para podermos explicar essa transição.
  • 5:37 - 5:40
    Como é que as atmosferas
    adquirem energia suficiente para escapar?
  • 5:40 - 5:42
    E as partículas?
  • 5:42 - 5:45
    Há duas maneiras, se
    resumirmos um pouco as coisas.
  • 5:45 - 5:46
    Número um, luz solar.
  • 5:46 - 5:50
    A luz emitida pelo sol pode ser absorvida
    pelas partículas atmosféricas
  • 5:50 - 5:51
    e aquecê-las.
  • 5:51 - 5:53
    Sim, estou a dançar, mas elas...
  • 5:53 - 5:54
    (Risos)
  • 5:55 - 5:57
    Meu Deus, nem sequer no meu casamento.
  • 5:57 - 5:59
    (Risos)
  • 5:59 - 6:02
    Elas adquirem energia suficiente
    para escapar e para se libertarem
  • 6:02 - 6:05
    da gravidade do planeta
    simplesmente devido ao aquecimento.
  • 6:05 - 6:08
    A segunda maneira para elas conseguirem
    energia é através do vento solar.
  • 6:08 - 6:13
    Consiste em partículas, massa, material,
    ejetados a partir da superfície do Sol,
  • 6:13 - 6:15
    e que vão gritando
    pelo sistema solar fora
  • 6:15 - 6:17
    a 400 quilómetros por segundo,
  • 6:17 - 6:20
    às vezes mais rápido
    durante tempestades solares,
  • 6:20 - 6:23
    e vão a grande velocidade
    através do espaço interplanetário
  • 6:23 - 6:25
    em direção aos
    planetas e às suas atmosferas
  • 6:25 - 6:26
    e poderão fornecer energia
  • 6:26 - 6:29
    para que as partículas atmosféricas
    também escapem.
  • 6:29 - 6:31
    Interesso-me por isto
  • 6:31 - 6:33
    porque está
    relacionado com habitabilidade.
  • 6:33 - 6:37
    Eu disse que há duas coisas
    na história da Caracóis Dourados
  • 6:37 - 6:39
    para as quais queria chamar a atenção
    e lembrar-vos
  • 6:39 - 6:41
    e a segunda é
    um pouco mais subtil.
  • 6:42 - 6:45
    Se a tigela do
    Papá Urso está muito quente,
  • 6:46 - 6:49
    e a tigela da
    Mamã Urso está muito fria,
  • 6:51 - 6:54
    a tigela do Bebé Urso
    não deveria estar ainda mais fria?
  • 6:55 - 6:58
    Se a tendência for seguida?
  • 6:58 - 7:01
    Esta coisa que vocês aceitaram
    durante toda a vida,
  • 7:01 - 7:04
    quando refletem um pouco mais sobre ela,
    pode não ser assim tão simples.
  • 7:05 - 7:08
    Claro, a distância de um planeta
    ao Sol determina a sua temperatura.
  • 7:09 - 7:11
    Tem um papel
    a desempenhar na habitabilidade.
  • 7:11 - 7:13
    Mas talvez haja outras coisas
    em que deveríamos pensar.
  • 7:13 - 7:16
    Talvez sejam as próprias tigelas
  • 7:16 - 7:18
    que também ajudam a determinar
    o fim da história,
  • 7:18 - 7:20
    o que é ideal.
  • 7:20 - 7:23
    Poderia falar sobre muitas
    das diferentes características
  • 7:23 - 7:24
    destes três planetas
  • 7:24 - 7:26
    que poderão influenciar a habitabilidade,
  • 7:26 - 7:29
    mas por razões egoístas relacionadas
    com a minha pesquisa
  • 7:29 - 7:33
    e o facto de estar eu aqui em cima
    a segurar no comando e não vocês...
  • 7:33 - 7:34
    (Risos)
  • 7:34 - 7:36
    Gostaria de falar
    durante um ou dois minutos
  • 7:36 - 7:37
    sobre campos magnéticos.
  • 7:38 - 7:40
    A Terra tem um.
    Vénus e Marte não têm.
  • 7:41 - 7:44
    Os campos magnéticos são formados
    no interior profundo de um planeta
  • 7:44 - 7:48
    por material líquido instável e
    condutor de eletricidade
  • 7:48 - 7:50
    que cria um enorme campo magnético
    à volta da Terra.
  • 7:50 - 7:53
    Se tiverem uma bússola,
    sabem para que lado é Norte.
  • 7:53 - 7:54
    Vénus e Marte não têm isso.
  • 7:54 - 7:56
    Se tiverem uma bússola em Vénus e Marte,
  • 7:56 - 7:58
    parabéns, estão perdidos.
  • 7:58 - 7:59
    (Risos)
  • 8:00 - 8:02
    Isto influencia a habitabilidade?
  • 8:03 - 8:04
    Bem, como poderia?
  • 8:05 - 8:08
    Muitos cientistas pensam
    que o campo magnético de um planeta
  • 8:08 - 8:10
    serve como um escudo para a atmosfera,
  • 8:10 - 8:13
    desviando as partículas
    do vento solar por todo o planeta
  • 8:13 - 8:15
    numa espécie de efeito de campo de força
  • 8:15 - 8:18
    que tem a ver com a
    carga elétrica dessas partículas.
  • 8:18 - 8:21
    Prefiro pensar nisso
    como um resguardo contra espirros
  • 8:21 - 8:23
    num bufete de saladas para planetas.
  • 8:23 - 8:25
    (Risos)
  • 8:25 - 8:28
    E sim, os meus colegas que vão
    ver isto mais tarde vão aperceber-se
  • 8:28 - 8:31
    que é a primeira vez
    na história da nossa comunidade
  • 8:31 - 8:33
    em que o vento solar foi
    equiparado a muco.
  • 8:33 - 8:37
    (Risos)
  • 8:38 - 8:40
    Então o resultado é que a
    Terra pode estar protegida
  • 8:40 - 8:42
    há milhares de milhões de anos
  • 8:42 - 8:44
    porque temos um campo magnético.
  • 8:44 - 8:45
    A atmosfera nunca conseguiu escapar.
  • 8:45 - 8:47
    Marte, por sua vez, esteve desprotegido
  • 8:47 - 8:49
    devido à ausência de um campo magnético,
  • 8:49 - 8:51
    por milhares de milhões de anos,
  • 8:51 - 8:54
    talvez uma quantidade significativa
    de atmosfera tenha desaparecido
  • 8:54 - 8:56
    que explique a transição
    de um planeta habitável
  • 8:56 - 8:58
    para o planeta que vemos hoje.
  • 8:59 - 9:02
    Outros cientistas pensam
    que campos magnéticos
  • 9:02 - 9:05
    poderão atuar mais como velas num barco,
  • 9:05 - 9:10
    permitindo ao planeta interagir com
    mais energia proveniente do vento solar
  • 9:10 - 9:13
    do que o planeta teria sido capaz de
    interagir por si só.
  • 9:13 - 9:16
    As velas poderão captar energia
    proveniente do vento solar.
  • 9:16 - 9:19
    O campo magnético poderá captar
    energia proveniente do vento solar
  • 9:19 - 9:21
    que permita uma maior
    fuga da atmosfera.
  • 9:22 - 9:24
    É uma ideia que tem de ser testada,
  • 9:24 - 9:27
    mas o efeito e a maneira como funciona
    parecem aparentes.
  • 9:27 - 9:30
    Isso porque sabemos
    que a energia do vento solar
  • 9:30 - 9:32
    está a ser depositada
    na nossa atmosfera aqui na Terra.
  • 9:32 - 9:35
    A energia é conduzida
    através das linhas do campo magnético
  • 9:35 - 9:37
    e desce para as regiões polares,
  • 9:37 - 9:39
    dando origem a uma
    aurora extremamente bonita.
  • 9:39 - 9:41
    Se já alguma vez viram uma,
    é magnífica.
  • 9:41 - 9:43
    Sabemos que a energia está a entrar.
  • 9:43 - 9:46
    Estamos a tentar avaliar a
    quantidade de partículas que estão a sair
  • 9:46 - 9:50
    e se o campo magnético
    tem alguma influência nisto.
  • 9:51 - 9:53
    Então apresentei-vos aqui um problema,
  • 9:53 - 9:55
    mas ainda não tenho uma solução.
  • 9:55 - 9:56
    Não temos uma solução.
  • 9:57 - 9:59
    Mas estamos a trabalhar nisso.
    E como?
  • 9:59 - 10:01
    Enviámos naves espaciais
    para os três planetas.
  • 10:01 - 10:03
    Algumas delas estão em órbita agora,
  • 10:03 - 10:06
    incluindo a nave espacial MAVEN,
    que está neste momento a orbitar Marte,
  • 10:06 - 10:10
    uma missão na qual tenho envolvimento
    e que é liderada a partir daqui,
  • 10:10 - 10:11
    da Universidade do Colorado.
  • 10:11 - 10:14
    Foi feita para medir
    a fuga atmosférica.
  • 10:14 - 10:16
    Temos medições parecidas
    em Vénus e na Terra.
  • 10:17 - 10:19
    Logo que tenhamos todas as medições,
  • 10:19 - 10:21
    poderemos juntá-las todas
    e poderemos perceber
  • 10:21 - 10:25
    como é que os três planetas interagem
    com o seu ambiente espacial,
  • 10:25 - 10:26
    com o que os rodeia.
  • 10:26 - 10:30
    Poderemos decidir se os campos magnéticos
    são importantes para a habitabilidade
  • 10:30 - 10:31
    ou não.
  • 10:31 - 10:34
    Quando tivermos essa resposta,
    qual é a importância?
  • 10:34 - 10:36
    Quer dizer, eu importo-me seriamente...
  • 10:36 - 10:39
    Financeiramente também, mas seriamente.
  • 10:39 - 10:40
    (Risos)
  • 10:40 - 10:42
    Antes de mais, uma resposta a esta questão
  • 10:42 - 10:45
    irá ensinar-nos mais
    sobre estes três planetas,
  • 10:45 - 10:46
    Vénus, Terra e Marte,
  • 10:46 - 10:49
    não só a maneira como interagem
    com o seu ambiente hoje em dia,
  • 10:49 - 10:51
    mas como eles eram
    há milhares de milhões de anos,
  • 10:51 - 10:53
    se seriam habitáveis
    há muito tempo atrás ou não.
  • 10:53 - 10:55
    Irá ensinar-nos sobre as atmosferas
  • 10:55 - 10:57
    que nos rodeiam e que estão próximas.
  • 10:57 - 11:00
    Para além disso, o que
    iremos aprender com estes planetas
  • 11:00 - 11:02
    pode ser aplicado
    a atmosferas em todo o lado,
  • 11:02 - 11:05
    incluindo planetas que estamos agora
    a observar à volta de outras estrelas.
  • 11:05 - 11:07
    Por exemplo, a nave espacial Kepler,
  • 11:07 - 11:10
    que é construída e controlada
    a partir daqui de Boulder,
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    tem observado
    uma região do céu do tamanho de um selo
  • 11:13 - 11:15
    desde há uns anos
  • 11:15 - 11:17
    e encontrou milhares de planetas
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    — numa região do céu
    do tamanho de um selo
  • 11:20 - 11:24
    que não achamos que seja
    diferente de qualquer outra parte do céu.
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    Passámos, num espaço de 20 anos,
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    de não conhecer nenhum planeta
    para lá do nosso sistema solar,
  • 11:31 - 11:32
    para agora termos tantos
  • 11:32 - 11:36
    que nem sabemos
    quais devemos investigar primeiro.
  • 11:37 - 11:39
    Qualquer vantagem ajuda.
  • 11:41 - 11:44
    Na verdade, baseado
    em observações da Kepler
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    e outras observações semelhantes,
  • 11:46 - 11:48
    acreditamos que,
  • 11:48 - 11:52
    dos 200 mil milhões de estrelas
    apenas na Via Láctea,
  • 11:53 - 11:58
    cada estrela tem, em média,
    pelo menos um planeta.
  • 11:59 - 12:00
    Para além disso,
  • 12:00 - 12:06
    as estimativas sugerem que
    há algo como 40 a 100 mil milhões
  • 12:06 - 12:10
    desses planetas
    que classificaríamos como sendo habitáveis
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    apenas na nossa galáxia.
  • 12:14 - 12:16
    Temos as observações desses planetas,
  • 12:16 - 12:19
    mas ainda não sabemos
    quais deles são habitáveis.
  • 12:19 - 12:23
    É um pouco como
    estar preso num espaço vermelho...
  • 12:23 - 12:24
    (Risos)
  • 12:24 - 12:26
    ... num palco
  • 12:26 - 12:30
    e saber que existem
    outros mundos por aí fora
  • 12:31 - 12:35
    e querer desesperadamente
    saber mais sobre eles,
  • 12:35 - 12:39
    querer interrogá-los e descobrir
    se talvez um ou dois deles
  • 12:39 - 12:41
    são um pouco como nós.
  • 12:42 - 12:45
    Não podem fazê-lo.
    Ainda não podem ir lá.
  • 12:45 - 12:49
    Portanto, têm de usar as ferramentas
    que desenvolveram à vossa volta
  • 12:49 - 12:50
    para Vénus, Terra e Marte,
  • 12:50 - 12:53
    e têm de aplicá-las
    a estas outras situações,
  • 12:53 - 12:58
    e ter a esperança que estão a fazer
    deduções razoáveis a partir da informação,
  • 12:58 - 13:00
    e que serão capazes de
    determinar os melhores candidatos
  • 13:00 - 13:03
    para estes planetas habitáveis
    e quais não o são.
  • 13:04 - 13:07
    No fim de contas, e pelo menos por agora,
  • 13:07 - 13:10
    este é o nosso
    espaço vermelho, aqui mesmo.
  • 13:10 - 13:14
    Este é o único planeta
    que conhecemos que é habitável,
  • 13:14 - 13:17
    embora, muito em breve,
    possamos vir a descobrir mais.
  • 13:17 - 13:20
    Mas por enquanto, este é
    o único planeta habitável,
  • 13:20 - 13:22
    E este é o nosso espaço vermelho.
  • 13:22 - 13:24
    E eu estou muito
    grato por estarmos aqui.
  • 13:24 - 13:26
    Obrigado.
  • 13:26 - 13:28
    (Aplausos)
Title:
Do que um planeta precisa para ter vida
Speaker:
Dave Brain
Description:

"Vénus é demasiado quente, Marte é demasiado frio, e a Terra é simplesmente ideal." diz o cientista planetário Dave Brain. Mas porquê? Nesta agradável e humorística apresentação, Brain explora a ciência fascinante por detrás do que leva um planeta a possuir vida — e porque é que a humanidade talvez esteja apenas no lugar certo à hora certa, quando se trata da cronologia dos planetas que sustentam vida.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:42

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