Return to Video

Poderemos aproveitar o poder de um buraco negro? — Fabio Pacucci

  • 0:08 - 0:10
    Imaginem um futuro distante
    quando os seres humanos
  • 0:11 - 0:13
    passarem para além do nosso
    pálido ponto azul,
  • 0:13 - 0:17
    criarem cidades em planetas
    a milhares de anos-luz de distância
  • 0:17 - 0:21
    e mantiverem uma rede galáctica
    de comércio e transporte.
  • 0:22 - 0:25
    O que será preciso
    para a nossa civilização dar esse salto?
  • 0:25 - 0:28
    Há muitas coisas a ter em conta
    — como comunicaremos?
  • 0:29 - 0:31
    Como será um governo galáctico?
  • 0:31 - 0:34
    E uma das coisas mais importantes:
  • 0:34 - 0:38
    Onde obteremos energia suficiente
    para alimentar essa civilização
  • 0:38 - 0:43
    — a indústria, as operações
    de transformação e as naves espaciais?
  • 0:44 - 0:47
    Um astrónomo chamado Nikolai Kardashev
  • 0:47 - 0:51
    propôs uma escala para quantificar
    a crescente necessidade de energia
  • 0:51 - 0:52
    duma civilização em evolução.
  • 0:52 - 0:56
    Na primeira fase evolucionária,
    em que estamos atualmente,
  • 0:57 - 0:59
    as fontes de combustível
    no nosso planeta,
  • 0:59 - 1:02
    como os combustíveis fósseis,
    os painéis solares e as centrais nucleares
  • 1:02 - 1:07
    provavelmente são suficientes para povoar
    outros planetas do nosso sistema solar,
  • 1:07 - 1:09
    mas pouco mais para além disso.
  • 1:10 - 1:13
    Para uma civilização
    na terceira e última fase,
  • 1:13 - 1:18
    a expansão à escala galáctica
    exigirá cerca de 100 mil milhões de vezes
  • 1:18 - 1:23
    mais energia do que os 385 yota joules
  • 1:23 - 1:26
    que o nosso Sol liberta por segundo.
  • 1:26 - 1:29
    E a menos que haja um avanço
    na Física exótica,
  • 1:29 - 1:32
    só há uma fonte de energia
    que poderá ser suficiente:
  • 1:32 - 1:36
    um buraco negro super maciço.
  • 1:36 - 1:39
    É contraintuitivo pensar em buracos negros
    como fontes de energia,
  • 1:40 - 1:44
    mas é exatamente isso que eles são,
    graças aos seus discos de acreção:
  • 1:44 - 1:47
    estruturas circulares, planas,
    formadas por matéria
  • 1:47 - 1:50
    que vai caindo no horizonte de eventos.
  • 1:50 - 1:53
    Graças à conservação do ímpeto angular,
  • 1:53 - 1:57
    as partículas não caem
    diretamente no buraco negro.
  • 1:57 - 2:00
    Em vez disso, caem lentamente em espiral.
  • 2:00 - 2:04
    Devido ao intenso campo
    gravitacional do buraco negro,
  • 2:04 - 2:07
    essas partículas convertem a sua energia
    potencial em energia cinética
  • 2:07 - 2:10
    à medida que se vão aproximando
    do horizonte de eventos.
  • 2:10 - 2:13
    A interação das partículas permite
    que esta energia cinética
  • 2:13 - 2:16
    seja irradiada para o espaço
  • 2:16 - 2:19
    com uma eficácia espantosa
    de matéria-para-energia:
  • 2:19 - 2:25
    6% para buracos negros não-rotativos
    e mais de 32% para os buracos rotativos.
  • 2:26 - 2:30
    Isto ultrapassa extraordinariamente
    a fissão nuclear,
  • 2:30 - 2:33
    atualmente o mecanismo mais eficaz
    e abundantemente disponível
  • 2:33 - 2:35
    para extrair energia da massa.
  • 2:36 - 2:42
    A fissão converte em energia
    apenas 0,08% de um átomo de urânio.
  • 2:43 - 2:46
    O segredo para aproveitar esta energia
    pode residir numa estrutura
  • 2:46 - 2:52
    idealizada pelo físico Freeman Dyson,
    conhecida por esfera de Dyson.
  • 2:52 - 2:57
    Nos anos 60, Dyson sugeriu
    que uma civilização planetária avançada
  • 2:57 - 3:01
    podia construir uma esfera artificial
    em volta da sua estrela principal,
  • 3:01 - 3:06
    captando toda a sua energia irradiada
    para satisfazer as suas necessidades.
  • 3:06 - 3:09
    Uma conceção semelhante,
    embora muito mais complicada
  • 3:10 - 3:13
    poderá ser aplicada, em teoria,
    aos buracos negros.
  • 3:13 - 3:17
    Para produzirem energia, os buracos negros
    precisam de ser alimentados continuamente
  • 3:18 - 3:21
    — por isso, não podemos cobri-los
    inteiramente com uma esfera.
  • 3:21 - 3:24
    Mesmo que o fizéssemos,
    os jatos de plasma que saem dos polos
  • 3:24 - 3:26
    de muitos buracos negros
    extremamente maciços,
  • 3:26 - 3:30
    despedaçariam qualquer estrutura
    no seu caminho.
  • 3:30 - 3:34
    Em vez disso, podemos idealizar
    uma espécie de anel de Dyson
  • 3:34 - 3:37
    feito de coletores enormes,
    controlados à distância,
  • 3:37 - 3:40
    numa órbita compacta
    em volta de um buraco negro,
  • 3:40 - 3:44
    talvez no plano do disco de acreção,
    mas bastante afastados dele.
  • 3:44 - 3:47
    Estes aparelhos poderão usar
    painéis espelhados
  • 3:47 - 3:50
    para transmitirem a energia recolhida
    a uma central energética
  • 3:50 - 3:53
    ou a uma bateria de armazenagem.
  • 3:53 - 3:54
    Precisaremos de garantir
  • 3:54 - 3:58
    que estes coletores
    são colocados no raio correto:
  • 3:58 - 4:01
    demasiado perto e derreter-se-ão
    graças à energia irradiada;
  • 4:01 - 4:06
    longe demais e só recolherão
    uma fração minúscula da energia disponível
  • 4:06 - 4:09
    e poderão ser despedaçados por estrelas
    na órbita do buraco negro.
  • 4:09 - 4:14
    Provavelmente, precisaremos
    de material altamente refletor
  • 4:14 - 4:17
    tal como a hematite,
    para construir todo esse sistema
  • 4:17 - 4:20
    mais uns quantos planetas desmantelados
  • 4:20 - 4:23
    para fazer uma legião
    de robôs de construção.
  • 4:23 - 4:27
    Depois de construído, o anel de Dyson
    será uma obra-prima da tecnologia
  • 4:27 - 4:32
    alimentando uma civilização
    espalhada por cada braço duma galáxia.
  • 4:32 - 4:35
    Tudo isto pode parecer especulação,
  • 4:35 - 4:38
    mas, já hoje, na nossa atual
    crise de energia,
  • 4:38 - 4:42
    somos confrontados com os recursos
    limitados do nosso planeta.
  • 4:42 - 4:46
    Serão sempre necessárias novas formas
    de produção sustentável de energia,
  • 4:46 - 4:49
    especialmente, à medida
    que a Humanidade luta pela sobrevivência
  • 4:49 - 4:52
    e pelo progresso tecnológico
    da nossa espécie.
  • 4:52 - 4:55
    Talvez já haja algures uma civilização
  • 4:55 - 4:58
    que tenha conquistado
    esses gigantes astronómicos.
  • 4:58 - 5:00
    Até talvez possamos dizer,
  • 5:00 - 5:04
    ao ver a luz do buraco negro dela
    a escurecer, periodicamente,
  • 5:04 - 5:08
    à medida que partes do anel de Dyson
    passam entre eles e nós.
  • 5:08 - 5:13
    Ou talvez essas superestruturas estejam
    fadadas a manter-se no reino da teoria.
  • 5:13 - 5:18
    Só o tempo — e o nosso engenho
    científico — o dirão.
Title:
Poderemos aproveitar o poder de um buraco negro? — Fabio Pacucci
Speaker:
Fabio Pacucci
Description:

Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/could-we-harness-the-power-of-a-black-hole-fabio-pacucci

Imaginem um futuro distante em que os seres humanos passem para além da Terra, construam cidades em planetas a milhares de anos-luz de distância e mantenham uma rede galáctica de comércio e transporte. O que será necessário para dar este salto? E onde obteremos energia suficiente para alimentar essa civilização? Fabio Pacucci explora a possibilidade de utilizar a energia de um buraco negro para alimentar uma civilização galáctica.

Lição de Fabio Pacucci, realização de TOTEM Studio.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:19

Portuguese subtitles

Revisions