Como ajudo os adolescentes transexuais a serem o que querem ser | Norman Spack | TEDxBeaconStreet
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0:17 - 0:19É um praze estar aqui convosco.
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0:19 - 0:23Parece que já falei
em frente de quase todas as audiências -
0:23 - 0:26exceto na minha cidade natal.
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0:27 - 0:29Penso que não deve haver aqui muita gente
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0:29 - 0:31que possa dizer que nasceu em Brookline.
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0:31 - 0:34Mas é o que consta
na minha certidão de nascimento -
0:34 - 0:38porque antigamente havia maternidades
em Pill Hill, que já não existem -
0:38 - 0:42e eu nasci no Allerton, há muito tempo.
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0:44 - 0:48Eu queria gradecer
a quem me convidou para falar hoje aqui. -
0:50 - 0:53Gostava que todos aqui pensassem
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0:53 - 0:59na terceira palavra
que primeiro foi dita sobre vocês -
1:00 - 1:03ou, no caso de estarem a dar à luz,
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1:03 - 1:07sobre o ser que está a nascer.
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1:09 - 1:13Todos vocês a têm na ponta da língua,
se quiserem, podem dizê-la em voz alta. -
1:13 - 1:18As duas primeiras foram: "É um(a)..."
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1:18 - 1:20Audiência: Rapaz! Rapariga!
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1:20 - 1:21(Risos)
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1:21 - 1:23Isso mostra-nos bem...
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1:23 - 1:26Eu também trato de problemas
em que não há tanta certeza -
1:26 - 1:28se é uma rapariga ou um rapaz,
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1:28 - 1:31por isso, a vossa resposta misturada
foi muito apropriada. -
1:31 - 1:35Claro que, atualmente, a resposta
não aparece no nascimento, -
1:35 - 1:36mas nos ultrassons,
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1:36 - 1:40a não ser que os futuros pais
prefiram ser surpreendidos, -
1:40 - 1:42como antigamente todos eram.
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1:43 - 1:49Mas gostava que pensassem
a que é que conduz esta afirmação -
1:50 - 1:52da terceira palavra,
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1:52 - 1:54porque a terceira palavra
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1:54 - 1:59é uma descrição do nosso sexo.
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2:02 - 2:04Ou seja,
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2:04 - 2:08uma descrição dos nossos genitais.
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2:09 - 2:12Enquanto endocrinologista pediátrico,
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2:12 - 2:17costumava envolver-me muito,
e ainda me envolvo um pouco, -
2:17 - 2:23nos casos em que há discrepâncias
nas partes exteriores -
2:24 - 2:27ou entre as partes exteriores
e as partes interiores, -
2:28 - 2:32e temos de imaginar, literalmente,
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2:33 - 2:36qual é a descrição do sexo.
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2:37 - 2:42Não há nada que seja definível
na altura do nascimento -
2:43 - 2:46que nos possa definir.
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2:47 - 2:49Quando falo de definição,
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2:49 - 2:54estou a falar da nossa orientação sexual.
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2:55 - 2:59Não dizemos: "É um... rapaz 'gay'!"
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3:00 - 3:03"É uma rapariga lésbica!"
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3:03 - 3:09Essas situações, geralmente,
só se definem depois dos 10 anos. -
3:11 - 3:15Mas não definem qual o nosso género,
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3:16 - 3:19que, ao contrário do sexo anatómico,
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3:19 - 3:22descreve o nosso autoconceito.
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3:23 - 3:28Consideramo-nos homem ou mulher
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3:28 - 3:32ou algures no meio desse espetro?
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3:33 - 3:38Isso, por vezes, aparece
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3:39 - 3:41nos primeiros 10 anos de vida,
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3:41 - 3:45mas pode ser muito confuso para os pais,
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3:45 - 3:50porque é muito comum que as crianças
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3:50 - 3:54se envolvam em brincadeiras
de trocas de géneros. -
3:54 - 3:57Na verdade, há estudos que mostram
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3:57 - 4:02que 80% das crianças
que agem dessa forma -
4:03 - 4:09não vão continuar a querer ser
do sexo oposto -
4:10 - 4:13na altura em que começa a puberdade.
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4:14 - 4:18Mas, quando começa a puberdade,
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4:19 - 4:24— entre os 10 a 12 anos nas raparigas,
e os 12 a 14 nos rapazes — -
4:26 - 4:28com o crescimento dos seios
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4:28 - 4:32ou o aumento das gónadas,
para o dobro ou o triplo, -
4:32 - 4:34no caso dos geneticamente masculinos,
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4:35 - 4:36nessa altura,
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4:36 - 4:41se a criança diz que está
num corpo totalmente errado, -
4:42 - 4:45é quase certo que é transexual
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4:46 - 4:53e é extremamente improvável
que altere esse sentimento, -
4:53 - 4:58por mais que se tente
qualquer terapia reparadora -
4:58 - 5:00ou qualquer outra coisa prejudicial.
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5:02 - 5:04É uma situação muito rara,
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5:05 - 5:08portanto, tive muito pouca
experiência pessoal com isto. -
5:09 - 5:11A minha experiência foi mais típica,
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5:11 - 5:13porque eu tive uma prática
em adolescente. -
5:14 - 5:16Conheci uma pessoa de 24 anos,
geneticamente feminina, -
5:16 - 5:20que fez Harvard com três
colegas de quarto masculinos -
5:20 - 5:21que conheciam a história toda,
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5:21 - 5:26e um funcionário que registava sempre
o nome dele nas listas do curso -
5:26 - 5:28com um nome masculino.
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5:28 - 5:32Veio ter comigo,
depois de se formar, dizendo: -
5:32 - 5:35"Ajuda-me, eu sei que sabes muito
de endocrinologia". -
5:35 - 5:38Com efeito, tratei muitas pessoas
que nasceram sem gónadas. -
5:38 - 5:40Não era ciência de ponta.
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5:40 - 5:42Mas fiz um contrato com ele:
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5:42 - 5:44"Trato de ti, se me ensinares".
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5:45 - 5:47Foi o que ele fez.
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5:48 - 5:50E que aprendizagem tive
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5:50 - 5:53ao cuidar de todos os membros
do seu grupo de apoio. -
5:54 - 5:57Depois, fiquei muito confuso
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5:57 - 6:00porque pensava que era
relativamente fácil, naquela idade, -
6:00 - 6:01dar hormonas às pessoas
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6:01 - 6:05do género com que elas se afirmavam.
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6:05 - 6:08Mas, depois, o meu paciente casou-se.
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6:09 - 6:13Casou-se com uma mulher
que tinha nascido como homem, -
6:13 - 6:17que se tinha casado e,
enquanto homem, tivera dois filhos -
6:17 - 6:23e depois fizera a transição para mulher.
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6:25 - 6:28Agora, aquela mulher encantadora
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6:29 - 6:35estava ligada ao meu paciente masculino
— estavam legalmente casados — -
6:35 - 6:38porque apareciam como homem
e mulher e, quem é que sabia? -
6:38 - 6:40(Risos)
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6:43 - 6:48O meu paciente demonstrou
que um homem transexual -
6:49 - 6:54tem o mesmo direito a ser machista,
porque me enviou, da sua lua de mel -
6:54 - 6:57na sala de espelhos em Versailles:
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6:58 - 7:02"Foram precisos 50 polícias
para fazer sair a minha mulher da sala". -
7:10 - 7:11Fiquei confuso.
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7:11 - 7:13"Aquele fulano seria 'gay'?
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7:13 - 7:14"Seria heterossexual?"
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7:14 - 7:19Eu estava a confundir orientação sexual
com identidade de género. -
7:21 - 7:22O meu paciente disse-me:
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7:22 - 7:24"Olha, olha, olha,
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7:24 - 7:27"Se pensares no seguinte,
vais perceber: -
7:27 - 7:30"A orientação sexual
é com quem vamos para a cama. -
7:30 - 7:34"A identidade sexual
é o que somos na cama". -
7:34 - 7:36(Risos)
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7:36 - 7:39A partir daí, aprendi com muitos adultos
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7:39 - 7:41— cuidei de cerca de 200 adultos —
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7:41 - 7:43aprendi com eles
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7:43 - 7:45que, se eu não soubesse
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7:45 - 7:47quem era o parceiro dele
na sala de espera, -
7:48 - 7:51nunca podia adivinhar,
senão por acaso, -
7:51 - 7:55se eles eram "gays", hetero,
bissexuais ou assexuados, -
7:55 - 7:58na afirmação do seu género.
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7:58 - 7:59Por outras palavras,
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7:59 - 8:03uma coisa não tem absolutamente
nada a ver com a outra. -
8:04 - 8:06Os dados mostram-no bem.
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8:08 - 8:11Enquanto tratava dos 200 adultos,
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8:11 - 8:13achei aquilo muito penoso.
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8:13 - 8:16Aquelas pessoas — muitas delas —
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8:16 - 8:20tinham abdicado de tanta coisa na vida.
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8:20 - 8:23Por vezes, os pais rejeitavam-nos,
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8:23 - 8:25os irmãos, os próprios filhos,
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8:25 - 8:27e depois, as mulheres
de quem se divorciavam -
8:27 - 8:31proibiam-nos de verem os filhos.
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8:31 - 8:33Era terrível,
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8:33 - 8:36mas porque é que o faziam
aos 40 e aos 50 anos? -
8:36 - 8:40Porque sentiam que tinham de se afirmar,
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8:41 - 8:43antes de se suicidarem.
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8:43 - 8:50Com efeito, a taxa de suicídio
entre pessoas trans, sem tratamento, -
8:51 - 8:54está entre as mais altas do mundo.
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8:54 - 8:56Então, o que fazer?
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8:56 - 9:00Estava intrigado, quando fui
a uma conferência na Holanda, -
9:00 - 9:03onde são especialistas nisto
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9:03 - 9:06e vi a coisa mais espantosa.
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9:06 - 9:09Estavam a tratar jovens adolescentes,
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9:09 - 9:15depois de lhes fazerem um intenso teste
psicométrico de género. -
9:15 - 9:19Tratavam-nos, bloqueando
a puberdade que eles não queriam. -
9:20 - 9:23Porque, basicamente,
as crianças parecem-se todas, -
9:23 - 9:25até chegarem à puberdade,
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9:25 - 9:28altura em que, se sentem
que têm o sexo errado, -
9:28 - 9:31sentem-se como o Pinóquio
a transformar-se em burro. -
9:31 - 9:34A ilusão que tinham
de que o corpo podia mudar -
9:34 - 9:36para ser o que queriam ser,
com a puberdade, -
9:37 - 9:40é desfeita pela puberdade que recebem.
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9:41 - 9:44E vão-se abaixo.
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9:45 - 9:48Assim, suspendem a puberdade,
mas porque é que a suspendem? -
9:48 - 9:51Não podemos dar as hormonas
opostas àqueles jovens. -
9:51 - 9:53Vão ser prejudicados no seu crescimento.
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9:53 - 9:56Acham que podemos
ter uma conversa significativa -
9:56 - 9:58sobre os efeitos da fertilidade
de tal tratamento, -
9:58 - 10:02com uma rapariga de 10 anos
ou um rapaz de 12 anos? -
10:02 - 10:05Assim, ganha-se tempo
no processo de diagnóstico -
10:05 - 10:07durante quatro ou cinco anos,
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10:07 - 10:09para eles poderem perceber.
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10:09 - 10:13Podem continuar a fazer mais testes,
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10:13 - 10:16podem viver sem sentirem o corpo
a escapar-se deles. -
10:16 - 10:20Depois, num programa
a que chamam 12-16-18, -
10:21 - 10:25por volta dos 12 anos, quando
lhes dão as hormonas de bloqueio, -
10:26 - 10:28e depois, aos 16 anos,
quando voltam a testar, -
10:28 - 10:31qualificam-se de novo para receber.
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10:31 - 10:33Lembrem-se que o bloqueio
de hormonas é reversível, -
10:33 - 10:36mas, quando damos hormonas
do sexo oposto, -
10:36 - 10:40começam a aumentar os seios,
a aparecer pelos faciais e mudança de voz, -
10:40 - 10:41consoante as que forem usadas
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10:41 - 10:43e esses efeitos são permanentes
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10:43 - 10:45ou exigem uma cirurgia
para serem removidos, -
10:45 - 10:47ou eletrólise.
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10:47 - 10:49Mas nunca podem alterar a voz.
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10:49 - 10:53Isso é grave, acontece aos 15-16 anos.
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10:53 - 10:56Depois, aos 18, já podem ser operados.
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10:57 - 10:59Embora não haja uma boa cirurgia
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10:59 - 11:01para as mulheres ficarem
com genitais masculinos, -
11:01 - 11:04a cirurgia de homem para mulher
já enganou ginecologistas. -
11:05 - 11:07É mesmo boa.
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11:09 - 11:12Eu observei como os pacientes
se estão a comportar -
11:12 - 11:15e observei pacientes
que se pareciam com toda a gente, -
11:15 - 11:18exceto que estavam atrasados
na puberdade. -
11:18 - 11:20Mas, depois de lhes darem as hormonas
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11:20 - 11:22consistentes com o género que afirmam,
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11:22 - 11:24ficam ótimos.
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11:24 - 11:26Parecem normais.
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11:26 - 11:28Têm uma altura normal.
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11:28 - 11:31Nunca os distinguiríamos
no meio da multidão. -
11:33 - 11:35Nessa altura, decidi
que ia fazer o mesmo. -
11:35 - 11:39É aqui que entra o reino
da endocrinologia pediátrica -
11:40 - 11:44porque, se vamos lidar
com miúdos com 10 a 14 anos, -
11:44 - 11:47isso é endocrinologia pediátrica.
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11:47 - 11:51Por isso, trouxe alguns miúdos,
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11:52 - 11:54isso agora tornou-se o padrão dos cuidados
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11:54 - 11:57e o Hospital Infantil de Boston
está por detrás disto. -
11:57 - 12:01Quando lhes mostrei
os miúdos antes e depois, -
12:01 - 12:05pessoas que nunca foram tratadas
e pessoas que queriam ser tratadas -
12:05 - 12:07e fotografias dos holandeses,
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12:08 - 12:10vieram ter comigo e disseram:
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12:10 - 12:12"Tem de fazer qualquer coisa
por estes miúdos". -
12:12 - 12:15Onde estavam estes miúdos antes?
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12:15 - 12:18Estavam a sofrer
era onde eles estavam. -
12:21 - 12:24Por isso, começámos um programa em 2007.
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12:24 - 12:27Foi o primeiro programa do género
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12:27 - 12:29— mas é o tipo holandês —
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12:29 - 12:31na América do Norte.
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12:31 - 12:36Desde então, já temos 160 pacientes.
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12:37 - 12:40Vieram do Afeganistão? Não.
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12:42 - 12:47Uns 75% vieram de um raio
de 240 km de Boston, -
12:50 - 12:52e outros vieram de Inglaterra.
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12:52 - 12:56Jackie foi maltratada
nos Midlands, em Inglaterra. -
12:56 - 12:58Aqui, tem 12 anos,
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12:58 - 12:59estava a viver como uma rapariga,
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12:59 - 13:01mas estava a ser espancada,
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13:02 - 13:04era um espetáculo de terror,
tiveram de a tirar da escola. -
13:04 - 13:08A razão por que os britânicos apareceram
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13:08 - 13:13foi porque não tratavam ninguém
com menos de 16 anos, -
13:13 - 13:17o que significa que já os condenavam
a um corpo de adulto, -
13:17 - 13:19acontecesse o que acontecesse,
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13:19 - 13:21mesmo testando-os bem.
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13:21 - 13:25Ainda por cima, Jackie,
dadas as características do seu esqueleto, -
13:26 - 13:28estava destinada a medir 1,90 m de altura.
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13:30 - 13:33Mas ela estava ainda
no início da puberdade masculina. -
13:34 - 13:37Fiz uma coisa um pouco inovadora
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13:37 - 13:39porque eu conheço as hormonas
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13:39 - 13:42e o estrogénio é muito mais potente
do que a testosterona. -
13:42 - 13:46a fechar as epífises,
as placas de crescimento -
13:46 - 13:48e a impedir o crescimento.
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13:49 - 13:53Bloqueámos a testosterona
com uma hormona de bloqueio, -
13:53 - 13:57mas adicionámos o estrogénio
aos 13 anos, não foi aos 16. -
13:58 - 14:01Aqui está ela, aos 16 anos, à esquerda.
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14:03 - 14:06Quando fez 16 anos, ela foi à Tailândia,
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14:06 - 14:08onde faziam cirurgia plástica genital.
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14:08 - 14:10Agora fazem a cirurgia aos 18 anos.
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14:10 - 14:12E ela acabou por ter 1,80 m de altura.
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14:14 - 14:17Para além disso, ela tem
seios de tamanho normal, -
14:17 - 14:19porque, com o bloqueio de testosterona,
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14:19 - 14:23todas as nossas pacientes
têm seios de tamanho normal -
14:23 - 14:26se vêm ter connosco na idade adequada,
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14:26 - 14:27e não tarde demais.
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14:29 - 14:31Está ali, do lado direito.
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14:31 - 14:35Exibiu-se em público — foi semifinalista
no concurso para Miss Inglaterra. -
14:37 - 14:40Os juízes discutiram
se podiam fazer isso. -
14:42 - 14:44Disseram-me que um deles gracejou:
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14:44 - 14:48"Ela tem um porte mais natural
do que metade das outras candidatas". -
14:48 - 14:51(Risos)
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14:52 - 14:55Algumas delas foram industriadas um pouco
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14:55 - 14:57mas está tudo no ADN.
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14:58 - 15:02Ela tornou-se numa porta-voz espantosa.
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15:03 - 15:06Ofereceram-lhe contratos
como modelo, -
15:06 - 15:08altura em que ela me provocou
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15:08 - 15:11no Skype, para a BBC, quando disse:
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15:11 - 15:13"Sabem, eu podia ter tido
mais hipóteses enquanto modelo -
15:13 - 15:16"se me tivesse dado 1,90 m".
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15:16 - 15:17(Risos)
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15:18 - 15:20Imaginem.
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15:24 - 15:27Penso que esta foto diz tudo.
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15:28 - 15:29Diz tudo, realmente.
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15:30 - 15:33Estes são Nicole e o irmão Jonas
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15:33 - 15:38que apareceram no Boston Sunday Globe
em fevereiro de 2011. -
15:39 - 15:42São gémeos idênticos
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15:42 - 15:45comprovadamente idênticos.
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15:45 - 15:49Nicole afirmou-se como rapariga
desde os três anos. -
15:49 - 15:52Aos sete anos, mudaram-lhe o nome,
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15:52 - 15:55e vieram ter comigo
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15:55 - 16:01no início duma puberdade masculina.
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16:01 - 16:04Podem imaginar, olhando
para Jonas, aos 14 anos, -
16:04 - 16:07que a puberdade masculina
é precoce nesta família, -
16:07 - 16:09porque ele parece mais
ter uns 16 anos. -
16:09 - 16:12Mas realça ainda mais a necessidade
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16:12 - 16:15de ter consciência
do ponto em que o paciente está. -
16:15 - 16:18Nicole aqui está em bloqueio de puberdade
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16:19 - 16:22e Jonas está em controlo biológico.
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16:23 - 16:25Este é o aspeto que Nicole teria
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16:25 - 16:27se não fizéssemos o que estávamos a fazer.
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16:27 - 16:30Tem uma maçã de Adão proeminente.
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16:30 - 16:33Tem ossos faciais angulares,
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16:33 - 16:35todos os efeitos da testosterona.
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16:35 - 16:37Mas não no caso dela.
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16:37 - 16:39Ele tem um bigode,
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16:39 - 16:41e podem ver que há diferença na altura,
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16:41 - 16:44porque ele deu um salto
no crescimento que ela não dará. -
16:44 - 16:46Nicole está a tomar estrogénio.
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16:46 - 16:48Já tem uma forma diferente.
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16:49 - 16:54Esta família foi à Casa Branca
na primavera passada, -
16:55 - 17:00por causa do seu trabalho
em anular uma medida discriminatória. -
17:01 - 17:04Havia um projeto de lei que iria bloquear
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17:04 - 17:08o direito dos transexuais no Maine
usarem as casas de banho públicas -
17:08 - 17:10e tudo indicava que a lei ia ser aprovada.
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17:11 - 17:12Isso iria ser um problema,
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17:12 - 17:16mas Nicole foi pessoalmente falar
com cada legislador do Maine e disse: -
17:16 - 17:18"Eu posso fazer isto.
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17:18 - 17:20"Se eles me virem, vão compreender
-
17:20 - 17:25"porque é que não sou nenhuma ameaça
na casa de banho das mulheres, -
17:25 - 17:28"mas posso ser ameaçada
na casa de banho dos homens". -
17:28 - 17:30Por fim, conseguiram.
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17:34 - 17:36Para onde vamos, a partir daqui?
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17:38 - 17:41Ainda temos muito caminho a andar
em termos de antidiscriminação. -
17:41 - 17:45São apenas 17 os estados
que têm uma lei antidiscriminação, -
17:45 - 17:47contra a discriminação na habitação,
-
17:47 - 17:50no emprego, alojamento público.
-
17:51 - 17:54Só 17 estados e cinco deles
estão na Nova Inglaterra. -
17:54 - 17:57Precisamos de medicamentos menos caros,
-
17:57 - 17:59como os necessários para o bloqueio.
-
17:59 - 18:00Custam uma fortuna.
-
18:00 - 18:02Precisamos que esta situação
-
18:03 - 18:06seja retirada da lista
de doenças psiquiátricas. -
18:06 - 18:10É tão doença psiquiátrica
como ser "gay" ou lésbica -
18:11 - 18:14que já deixaram de o ser em 1973
-
18:14 - 18:15e todo o mundo mudou.
-
18:15 - 18:18Isso não vai dar cabo
do orçamento de ninguém. -
18:18 - 18:20Não é assim tão vulgar.
-
18:20 - 18:25Mas os riscos de não
se fazer nada por eles -
18:26 - 18:33não só os põem a todos
em perigo de se suicidarem -
18:33 - 18:39como manifestam se somos
uma sociedade realmente inclusiva. -
18:39 - 18:40Obrigado.
-
18:40 - 18:42(Aplausos)
- Title:
- Como ajudo os adolescentes transexuais a serem o que querem ser | Norman Spack | TEDxBeaconStreet
- Description:
-
A puberdade é um tempo difícil para toda a gente mas, para os adolescentes transexuais pode ser um pesadelo, porque ficam com um corpo com que não se sentem confortáveis. Numa palestra profunda, Norman Spack conta uma história pessoal de como se tornou num dos poucos médicos nos EUA a tratar menores com terapia de substituição hormonal. Bloqueando os efeitos da puberdade, Spack dá aos adolescentes transexuais o tempo de que eles necessitam.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 18:45
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How I help transgender teens become who they want to be | Norman Spack | TEDxBeaconStreet | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How I help transgender teens become who they want to be | Norman Spack | TEDxBeaconStreet | ||
Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for How I help transgender teens become who they want to be | Norman Spack | TEDxBeaconStreet | ||
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for How I help transgender teens become who they want to be | Norman Spack | TEDxBeaconStreet | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How I help transgender teens become who they want to be | Norman Spack | TEDxBeaconStreet | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How I help transgender teens become who they want to be | Norman Spack | TEDxBeaconStreet |