Por que os remédios frequentemente apresentam efeitos colaterais perigosos para as mulheres | Alyson McGregor | TEDxProvidence
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0:22 - 0:24Todos nós vamos a médicos.
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0:26 - 0:30E fazemos isso com a confiança cega
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0:30 - 0:34de que os exames pedidos
e as medicações prescritas -
0:34 - 0:37se baseiam em evidência,
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0:37 - 0:40evidência feita para nos ajudar.
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0:42 - 0:47No entanto, a realidade é que isso
nem sempre se aplicou a todo mundo. -
0:48 - 0:50E se eu lhes dissesse
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0:50 - 0:53que as descobertas feitas
pelas ciências médicas no século passado -
0:53 - 0:57basearam-se apenas na metade da população?
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0:59 - 1:02Sou uma médica de emergência.
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1:02 - 1:05Fui treinada para enfrentar
emergências médicas. -
1:06 - 1:10Tem a ver com salvar vidas.
Mais legal, impossível! -
1:12 - 1:15É verdade, há muitos casos
de nariz escorrendo e topadas no dedão -
1:15 - 1:19mas, não importa quem dê
entrada no pronto-socorro, -
1:19 - 1:21pedimos os mesmos exames,
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1:21 - 1:23prescrevemos a mesma medicação,
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1:23 - 1:27sem nem mesmo pensar no sexo
ou no gênero de nossos pacientes. -
1:29 - 1:30E por que deveríamos?
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1:30 - 1:34Nunca fomos ensinados que havia
diferenças entre homens e mulheres. -
1:37 - 1:41Um estudo recente do órgão Government
Accountability revelou que 80% das drogas -
1:41 - 1:43são retiradas do mercado
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1:43 - 1:46por causa dos efeitos
colaterais nas mulheres. -
1:47 - 1:49Então, vamos pensar um pouco sobre isso.
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1:49 - 1:53Por que estamos descobrindo
efeitos colaterais nas mulheres -
1:53 - 1:56apenas depois que as drogas
são lançadas no mercado? -
1:57 - 2:03Vocês sabiam que são necessários anos
para uma droga passar do plano da ideia, -
2:03 - 2:06a ser testada em células num laboratório,
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2:06 - 2:08passar por estudos em animais,
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2:08 - 2:10por testes clínicos em humanos,
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2:10 - 2:14finalmente ser submetida
a um processo regulatório de aprovação -
2:14 - 2:18até estar disponível
para seu médico receitá-la a você? -
2:20 - 2:24Sem falar nos milhões e bilhões
de dólares de financiamento -
2:24 - 2:26necessários a esse processo todo.
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2:28 - 2:30Por que estamos descobrindo
efeitos colaterais inaceitáveis -
2:30 - 2:34em metade da população depois disso tudo?
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2:37 - 2:39O que está acontecendo?
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2:39 - 2:42Bem, acontece que as células
usadas nos laboratórios -
2:43 - 2:45eram células masculinas,
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2:45 - 2:48os animais usados nos estudos eram machos,
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2:48 - 2:52e os testes clínicos foram feitos
quase exclusivamente em homens. -
2:55 - 3:00Como foi que o modelo masculino se tornou
o padrão para a pesquisa médica? -
3:03 - 3:07Vejamos um exemplo
que se popularizou na mídia, -
3:07 - 3:11relativo ao Zolpiden,
um remédio para dormir. -
3:11 - 3:15O Zolpiden foi lançado no mercado
há mais de 20 anos -
3:15 - 3:20e, desde então, centenas de milhões
de receitas foram aviadas, -
3:20 - 3:24principalmente às mulheres, que sofrem
mais com distúrbios do sono que os homens. -
3:25 - 3:28Mas, somente no ano passado,
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3:28 - 3:31a Food and Drug Administration
recomendou cortar a dose pela metade -
3:31 - 3:33apenas para mulheres,
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3:34 - 3:37pois perceberam que as mulheres
metabolizam a droga -
3:37 - 3:40numa velocidade menor do que os homens,
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3:40 - 3:42o que faz com que acordem de manhã
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3:42 - 3:45com uma quantidade maior
da droga ativa em seu sistema. -
3:45 - 3:49E, aí, sonolentas, saem
ao volante de um carro -
3:49 - 3:52e correm o risco de um acidente
com veículos motores. -
3:53 - 3:57E não posso deixar de pensar,
como médica de emergência, -
3:57 - 4:02quantas das pacientes
das quais cuidei ao longo dos anos -
4:02 - 4:05se envolveram em acidente
com veículo motor, -
4:05 - 4:08que provavelmente poderia ter sido evitado
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4:08 - 4:14se esse tipo de análise tivesse sido feito
e posto em prática 20 anos atrás, -
4:14 - 4:16quando essa droga foi lançada.
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4:18 - 4:22Quantas outras coisas precisam ser
analisadas do ponto de vista do gênero? -
4:22 - 4:24O que mais estamos deixando escapar?
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4:28 - 4:32A Segunda Guerra Mundial
mudou muitas coisas, -
4:32 - 4:34e uma delas foi a necessidade
de evitar que as pessoas -
4:34 - 4:39se tornassem vítimas da pesquisa
médica sem seu livre consentimento. -
4:40 - 4:43Assim, foram estabelecidas
algumas orientações ou regras necessárias, -
4:43 - 4:48e parte disso foi o desejo de proteger
as mulheres em idade fértil -
4:48 - 4:52de participar de quaisquer
pesquisas médicas. -
4:53 - 4:58Havia medo: e se algo acontecesse
ao feto durante o estudo? -
4:58 - 5:00Quem seria o responsável?
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5:00 - 5:03E, na verdade, os cientistas
daquela época acharam -
5:03 - 5:06que isso foi um mal que veio para o bem,
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5:06 - 5:08pois, vamos reconhecer,
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5:10 - 5:13o corpo do homem é muito mais homogêneo.
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5:13 - 5:17Eles não possuem a constante
flutuação dos níveis hormonais -
5:17 - 5:20que poderia afetar os dados limpos
que conseguiriam testando apenas homens. -
5:22 - 5:25Era mais fácil. Era mais barato.
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5:26 - 5:29Sem contar que, naquele tempo,
havia uma crença generalizada -
5:29 - 5:33de que homens e mulheres eram
semelhantes em todos os aspectos, -
5:33 - 5:36exceto pelos órgãos reprodutivos
e pelos hormônios sexuais. -
5:38 - 5:40Então, decidiu-se assim:
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5:41 - 5:44a pesquisa médica seria feita em homens,
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5:45 - 5:48e, mais tarde, os resultados
seriam aplicados às mulheres. -
5:49 - 5:53O que isso causou à noção
de saúde da mulher? -
5:53 - 5:58A saúde da mulher tornou-se
sinônimo de reprodução: -
5:58 - 6:01mamas, ovários, útero, gravidez.
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6:03 - 6:05É esse termo que chamamos
agora de "medicina do biquíni". -
6:07 - 6:09E foi assim até cerca dos anos 1980,
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6:09 - 6:13quando esse conceito foi questionado
pela comunidade médica -
6:13 - 6:17e pelos formuladores de políticas
de saúde pública, ao perceberem -
6:17 - 6:21que excluir as mulheres de todos
os estudos na pesquisa médica, -
6:21 - 6:24na verdade, era prestar
a elas um desserviço. -
6:25 - 6:27E, exceto pelas questões reprodutivas,
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6:27 - 6:30pouco se sabia sobre
as necessidades específicas -
6:30 - 6:32da paciente mulher.
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6:33 - 6:39Desde aquela época, uma quantidade
enorme de evidências vieram à tona, -
6:39 - 6:44mostrando-nos como homens e mulheres
são diferentes em todos os aspectos. -
6:49 - 6:52Temos um ditado em medicina que diz:
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6:52 - 6:55"criança não é um adulto em miniatura".
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6:57 - 6:59E dizemos isso para lembrar a nós mesmos
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6:59 - 7:03que as crianças têm uma fisiologia
diferente da dos adultos normais. -
7:05 - 7:10E foi por causa disso que surgiu
a especialidade médica da pediatria. -
7:10 - 7:16Agora, realizamos pesquisas
com crianças para melhorar a vida delas. -
7:17 - 7:20E sei que o mesmo pode ser
dito com relação às mulheres. -
7:20 - 7:26As mulheres não são apenas
homens com peitos e trompas. -
7:26 - 7:27(Risos)
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7:27 - 7:30Mas elas têm uma anatomia
e fisiologia próprias -
7:30 - 7:33que merecem ser estudadas
com o mesmo interesse. -
7:36 - 7:40O sistema cardiovascular, por exemplo.
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7:40 - 7:44Nessa área da medicina, tem-se
feito o máximo para descobrir -
7:44 - 7:48por que parece que homens e mulheres
têm infartos completamente diferentes. -
7:49 - 7:52A doença coronariana é a que mais mata,
tanto homens quanto mulheres, -
7:54 - 7:58mas mais mulheres morrem no primeiro ano
após ter um infarto do que os homens. -
8:00 - 8:04Homens reclamam de dor opressiva no peito,
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8:04 - 8:07como se houvesse um elefante
sentado em seu peito. -
8:07 - 8:09E chamamos isso de típico.
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8:11 - 8:14As mulheres têm dor no peito também.
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8:14 - 8:20Contudo, mais mulheres do que homens
reclamam de "não se sentir muito bem", -
8:21 - 8:25"estar com falta de ar",
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8:25 - 8:27"se sentir tão cansada ultimamente".
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8:28 - 8:31E, por alguma razão,
chamamos isso de atípico, -
8:31 - 8:35mesmo que, como mencionei,
as mulheres sejam metade da população. -
8:36 - 8:42Então, qual é a evidência que explica
algumas dessas diferenças? -
8:43 - 8:45Se observarmos a anatomia,
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8:45 - 8:51os vasos sanguíneos ao redor do coração
são menores nas mulheres, -
8:52 - 8:56e a forma como esses vasos sanguíneos
desenvolvem a doença é diferente -
8:56 - 8:59nas mulheres, comparado com os homens.
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8:59 - 9:03E os exames que usamos para determinar
o risco de alguém ter um ataque cardíaco -
9:04 - 9:08foram inicialmente criados, testados
e aperfeiçoados em homens -
9:08 - 9:11e, assim, não são muito bons
para detectar isso em mulheres. -
9:13 - 9:16E, se pensarmos nos remédios,
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9:16 - 9:19remédios comuns que usamos, como aspirina,
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9:21 - 9:25damos aspirina para homens saudáveis
para ajudar a prevenir ataques cardíacos, -
9:25 - 9:29mas vocês sabiam que a aspirina
para uma mulher saudável -
9:29 - 9:32na verdade é prejudicial?
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9:33 - 9:36O que isso claramente nos mostra
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9:36 - 9:39é que se trata apenas da ponta do iceberg.
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9:40 - 9:43A medicina de emergência é uma área
que tem um ritmo frenético. -
9:44 - 9:48Em quantos tratamentos médicos
que envolvem risco de vida, -
9:48 - 9:50como no caso do câncer e do derrame,
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9:52 - 9:56há diferenças importantes entre os sexos
às quais deveríamos atentar? -
9:57 - 10:02Até para saber por que alguns têm
mais problema de nariz escorrendo -
10:02 - 10:03do que outros,
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10:03 - 10:08ou por que os remédios dados
para aliviar a dor das topadas no dedão -
10:08 - 10:11funcionam para alguns, e não para outros?
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10:14 - 10:19O Instituto de Medicina afirma
que toda célula tem um sexo. -
10:21 - 10:24O que isto significa?
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10:24 - 10:26Sexo é DNA.
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10:26 - 10:31Gênero é a forma como alguém
se apresenta na sociedade. -
10:31 - 10:34E esses dois nem sempre combinam,
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10:34 - 10:38como podemos ver na população transgênero.
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10:38 - 10:42Mas é importante perceber que,
desde o momento da concepção, -
10:43 - 10:45todas as células do nosso corpo,
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10:45 - 10:49pele, cabelo, coração e pulmões,
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10:49 - 10:52contêm nosso DNA único,
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10:52 - 10:56e esse DNA contém
os cromossomos que determinam -
10:56 - 11:02se vamos nos tornar macho
ou fêmea, homem ou mulher. -
11:02 - 11:03Costumava-se pensar
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11:03 - 11:08que esses cromossomos determinantes
do sexo mostrados aqui, -
11:08 - 11:11XY para macho, XX para fêmea,
-
11:11 - 11:16meramente determinavam se íamos
nascer com ovários ou testículos, -
11:16 - 11:20e eram os hormônios sexuais
que esses órgãos produziam -
11:20 - 11:24que eram os responsáveis pelas diferenças
que vemos no sexo oposto. -
11:26 - 11:30Mas sabemos que essa teoria está errada,
-
11:31 - 11:34ou pelo menos está um pouco incompleta.
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11:34 - 11:38E, graças a cientistas como o Dr. Page,
do Whitehead Institute, -
11:38 - 11:40que trabalha com o cromossomo Y,
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11:40 - 11:43e o Dr. Yang, da UCLA,
-
11:43 - 11:48que encontraram evidências de que
esses cromossomos determinantes do sexo, -
11:48 - 11:51presentes em todas
as células do nosso corpo, -
11:51 - 11:56continuam ativos durante toda nossa vida
-
11:58 - 12:02e poderiam ser os responsáveis
pelas diferenças que vemos -
12:02 - 12:04na dosagem das drogas,
-
12:04 - 12:07ou pelas diferenças
entre homens e mulheres -
12:07 - 12:10na susceptibilidade
e severidade das doenças. -
12:12 - 12:16Este novo conhecimento é decisivo,
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12:19 - 12:22e cabe aos cientistas continuarem
a descobrir essas evidências, -
12:22 - 12:26mas cabe aos médicos começarem
a traduzir esses dados -
12:26 - 12:29no leito dos pacientes
-
12:29 - 12:31hoje.
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12:31 - 12:33Imediatamente.
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12:35 - 12:38Eu ajudo nisso. Sou cofundadora
de uma organização nacional -
12:38 - 12:41chamada "Sex and Gender
Women's Health Collaborative", -
12:41 - 12:46em que coletamos todos esses dados,
que ficam disponíveis para o ensino -
12:46 - 12:48e para o cuidado dos pacientes.
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12:48 - 12:53E estamos tentando promover
um debate entre os educadores médicos. -
12:53 - 12:55É uma grande empreitada.
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12:55 - 13:02Está havendo mudança na formação médica.
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13:03 - 13:05Mas acredito neles.
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13:05 - 13:11Sei que vão perceber a importância
de se adotar o ponto de vista do gênero -
13:11 - 13:14no atual currículo escolar.
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13:14 - 13:21Tem a ver com treinar futuros provedores
de assistência médica corretamente. -
13:22 - 13:23E, regionalmente,
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13:23 - 13:27sou cocriadora de um setor dentro
do Departamento de Medicina de Emergência -
13:27 - 13:28aqui na Brown University,
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13:28 - 13:31chamado "Sexo e Gênero
na Medicina de Emergência", -
13:31 - 13:36e realizamos pesquisas para determinar
as diferenças entre homens e mulheres -
13:36 - 13:38nas situações de emergência,
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13:38 - 13:43como doença cardíaca, derrame,
sepse e abuso de substâncias, -
13:43 - 13:49mas também acreditamos
que a educação é fundamental. -
13:49 - 13:53Criamos um modelo de educação abrangente.
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13:53 - 13:59Temos programas para os médicos,
para os enfermeiros, para os estudantes -
13:59 - 14:01e para os pacientes.
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14:01 - 14:06Porque isso não pode ser deixado a cargo
apenas dos profissionais de saúde. -
14:06 - 14:10Todos tempos um papel a desempenhar.
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14:12 - 14:18Mas tenho de lhes avisar que não é fácil.
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14:18 - 14:21Na verdade, é difícil.
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14:21 - 14:26Basicamente, é mudar a forma
como pensamos a medicina, -
14:26 - 14:30a saúde e a pesquisa.
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14:30 - 14:34É mudar nosso relacionamento
com o sistema de saúde. -
14:34 - 14:37Mas não há volta.
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14:37 - 14:41Agora sabemos o bastante
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14:41 - 14:46para saber que não estávamos
no caminho certo. -
14:46 - 14:48Martin Luther King Jr. disse:
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14:48 - 14:53“A mudança não anda
sobre as rodas da inevitabilidade, -
14:53 - 14:57mas acontece através da luta contínua".
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14:57 - 15:00E o primeiro passo em direção
à mudança é a conscientização. -
15:00 - 15:05Não tem a ver somente com melhorar
o tratamento para as mulheres. -
15:05 - 15:11Tem a ver com prestar assistência
médica personalizada a todos. -
15:11 - 15:15Essa conscientização tem
o poder de transformar -
15:15 - 15:19os serviços de saúde para
homens e mulheres. -
15:19 - 15:25E, de agora em diante, quero
que perguntem a seus médicos -
15:25 - 15:29se o tratamento que estão recebendo
é específico para seu sexo e gênero. -
15:30 - 15:33Talvez eles não saibam a resposta
-
15:33 - 15:35ainda.
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15:35 - 15:40Mas o debate começou e podemos
todos aprender juntos. -
15:40 - 15:48Lembrem-se, para mim e meus colegas
da área, seu sexo e gênero importam. -
15:48 - 15:49Obrigada.
-
15:49 - 15:51(Aplausos)
- Title:
- Por que os remédios frequentemente apresentam efeitos colaterais perigosos para as mulheres | Alyson McGregor | TEDxProvidence
- Description:
-
Em grande parte do século passado, as drogas aprovadas e lançadas no mercado foram testadas apenas em pacientes masculinos, levando a dosagens inadequadas e a efeitos colaterais inaceitáveis para as mulheres. Apenas recentemente, diferenças fisiológicas importantes entre homens e mulheres foram levadas em consideração na pesquisa médica. A médica especialista em emergência, Dra. Alyson McGregor, estuda essas diferenças e, em sua fascinante palestra, discute a história por trás de como o modelo masculino se tornou o padrão para a pesquisa médica, mostrando que entender as diferenças entre homens e mulheres pode levar a tratamentos mais efetivos para ambos os sexos.
Esta palestra foi dada num evento TEDx, usando o formato da Conferência TED, mas organizada independentemente por uma comunidade local.
Veja mais em http://ted.com/tedx - Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 15:52