Encontrar vida que não conseguimos imaginar
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0:00 - 0:02Tenho uma carreira estranha.
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0:02 - 0:05Sei disso porque há pessoas
que me abordam, -
0:05 - 0:08colegas que me dizem:
"Chris, tens uma carreira estranha." -
0:08 - 0:09(Risos)
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0:09 - 0:11E percebo o que querem dizer,
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0:11 - 0:13porque comecei a minha carreira
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0:13 - 0:15como um físico nuclear teórico.
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0:15 - 0:17E andava a pensar sobre quarks e gluões
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0:17 - 0:19e colisões de iões pesados,
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0:19 - 0:21e tinha apenas 14 anos.
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0:21 - 0:24Não, não, não tinha 14 anos.
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0:25 - 0:27Mas depois disso,
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0:27 - 0:29na verdade tinha o meu próprio laboratório
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0:29 - 0:31no departamento
de neurociência computacional, -
0:31 - 0:33e não estava a fazer
nenhuma neurociência. -
0:33 - 0:36Mais tarde, trabalharia
em genética evolucionária, -
0:36 - 0:38e em biologia de sistemas.
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0:38 - 0:41Mas vou falar-vos sobre outra coisa, hoje.
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0:41 - 0:43Vou falar-vos
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0:43 - 0:45sobre como aprendi algo sobre a vida.
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0:45 - 0:49E eu era mesmo um cientista de foguetões.
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0:49 - 0:52Na verdade, não era
um cientista de foguetões -
0:52 - 0:53mas estava a trabalhar
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0:53 - 0:55no Jet Propulsion Laboratory
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0:55 - 0:58na solarenga California onde faz calor;
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0:58 - 1:00ao passo que agora estou no Midwest,
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1:00 - 1:02e faz frio.
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1:02 - 1:05Mas foi uma experiência entusiasmante.
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1:05 - 1:08Um dia um gestor da NASA
entra no meu escritório, -
1:08 - 1:11senta-se e diz:
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1:11 - 1:13"Pode dizer-nos por favor,
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1:13 - 1:15"como é que procuramos vida
fora da Terra?" -
1:15 - 1:17E isso foi uma surpresa para mim,
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1:17 - 1:19porque eu tinha sido contratado,
realmente, -
1:19 - 1:21para trabalhar em computação quântica.
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1:21 - 1:23No entanto,
eu tinha uma muito boa resposta. -
1:23 - 1:26Disse: "Não faço ideia."
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1:26 - 1:29E ele disse-me: "Bioassinaturas,
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1:29 - 1:31"precisamos de procurar
uma bioassinatura." -
1:31 - 1:33E eu disse: "O que é que é isso?"
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1:33 - 1:35E ele disse:
"É qualquer fenómeno mensurável -
1:35 - 1:37"que nos permita indicar
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1:37 - 1:39"a presença de vida."
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1:39 - 1:41E eu disse: "A sério?
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1:41 - 1:43"É que, isso é fácil, não é?
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1:43 - 1:45"Quer dizer, temos vida.
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1:45 - 1:47"Não podem aplicar uma definição,
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1:47 - 1:51"por exemplo, uma definição do tipo
das do Supremo Tribunal?" -
1:51 - 1:53E então pensei sobre isso
um bocado, e disse: -
1:53 - 1:55"Bem, é mesmo fácil, não?
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1:55 - 1:58"Porque, sim, se virem algo assim,
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1:58 - 2:00"então tudo bem, vamos chamar-lhe vida,
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2:00 - 2:02"não há dúvidas.
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2:02 - 2:04"Mas aqui está uma coisa."
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2:04 - 2:07E ele diz:
"Certo, isso também é vida. Eu sei. -
2:07 - 2:09"Excepto se pensares que a vida
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2:09 - 2:11"também se define por coisas que morrem,
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2:11 - 2:13"não vais ter sorte com esta coisa,
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2:13 - 2:15"porque, na verdade,
é um organismo muito estranho. -
2:15 - 2:18"Desenvolve-se
até à idade adulta dessa forma -
2:18 - 2:20"e depois passa por uma fase
Benjamin Button, -
2:20 - 2:22"e depois retrocede e retrocede
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2:22 - 2:24"até ser como um embrião de novo,
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2:24 - 2:27"e então desenvolve-se de novo,
e retrocede e desenvolve-se -
2:27 - 2:28"— como um ioiô —
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2:28 - 2:30"e nunca morre.
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2:30 - 2:32"Então, de facto é vida,
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2:32 - 2:36"mas, na realidade, não é
como nós pensávamos que a vida seria. -
2:36 - 2:39"E então vemos algo assim."
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2:39 - 2:41E ele: "Meu Deus,
que tipo de forma de vida é essa?" -
2:41 - 2:43Alguém sabe?
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2:43 - 2:46Na verdade, não é vida, é um cristal.
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2:46 - 2:48Então, assim que começamos a olhar
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2:48 - 2:50para coisas cada vez mais pequenas
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2:50 - 2:51— esta pessoa, em particular,
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2:51 - 2:54escreveu um artigo inteiro e disse:
"Ei, isto são bactérias." -
2:54 - 2:56Só que, se olharmos
um pouco mais de perto, -
2:56 - 3:00vemos que isto é pequeno demais
para ser algo assim. -
3:00 - 3:01Ele ficou convencido,
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3:01 - 3:04mas a maioria das pessoas não.
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3:04 - 3:05E depois, é claro,
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3:05 - 3:07a NASA fez também
um grande anúncio público, -
3:07 - 3:10e o Presidente Clinton
deu uma conferência de imprensa, -
3:10 - 3:12sobre esta descoberta espantosa
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3:12 - 3:14de vida num meteorito marciano.
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3:14 - 3:18Só que hoje em dia,
isto é amplamente disputado. -
3:18 - 3:21Se tirarmos a lição
de todas estas imagens, -
3:21 - 3:24então apercebemo-nos — bem, na verdade,
talvez não seja assim tão fácil. -
3:24 - 3:26Talvez eu precise mesmo
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3:26 - 3:28de uma definição de vida
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3:28 - 3:30para poder fazer aquele tipo de distinção.
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3:30 - 3:32Então, pode a vida ser definida?
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3:32 - 3:34Bem, como abordariam a questão?
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3:34 - 3:35Bem, é claro,
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3:35 - 3:38iriam à Enciclopédia Britânica,
até à letra V. -
3:38 - 3:41Não, claro que não fariam isso;
iriam antes ao Google. -
3:41 - 3:43E então talvez obtivessem algo.
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3:43 - 3:45E o que talvez obtivessem
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3:45 - 3:49— algo que realmente se referisse
a coisas a que estamos habituados, -
3:49 - 3:50descartávamos.
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3:50 - 3:52E depois talvez chegassem
a algo como isto. -
3:52 - 3:54E isto diz algo complicado
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3:54 - 3:56com montes e montes de conceitos.
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3:56 - 3:57Quem é que, à face da Terra,
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3:57 - 4:01escreveria algo tão retorcido e complexo
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4:01 - 4:02e inepto?
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4:03 - 4:07Oh, trata-se, na verdade, de um conjunto
de conceitos muito, muito importantes. -
4:07 - 4:09Por isso, ao realçar apenas
algumas palavras -
4:09 - 4:12e dizer que definições assim
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4:12 - 4:14dependem de coisas que não se baseiam
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4:14 - 4:17em aminoácidos ou folhas
-
4:17 - 4:19ou qualquer coisa
a que estejamos habituados, -
4:19 - 4:21mas apenas em processos.
-
4:21 - 4:23E se dermos uma olhadela,
-
4:23 - 4:26isto estava num livro que escrevi
que lida com vida artificial -
4:26 - 4:29e que explica porque é que
aquele gestor da NASA -
4:29 - 4:30foi parar ao meu escritório.
-
4:30 - 4:34Porque a ideia era que,
com conceitos destes, -
4:34 - 4:38talvez possamos, de facto, fabricar
uma forma de vida. -
4:38 - 4:41E se vocês se estão a perguntar:
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4:41 - 4:42"Mas o que é a vida artificial?",
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4:42 - 4:45deixem-me guiar-vos numa visita relâmpago
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4:45 - 4:47à história de como tudo isto aconteceu.
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4:47 - 4:49E tudo começou há algum tempo,
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4:49 - 4:51quando alguém escreveu
-
4:51 - 4:53um dos primeiros vírus
de computador bem sucedidos. -
4:53 - 4:57E para aqueles de entre vocês
que não são suficientemente velhos, -
4:57 - 4:59que não têm ideia
de como esta infecção funcionava -
4:59 - 5:01— concretamente, através destas disquetes.
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5:01 - 5:04Mas o que é interessante nas infecções
destes vírus de computador -
5:04 - 5:06é que, se olharmos para a taxa
-
5:06 - 5:08a que a infecção avançava,
-
5:08 - 5:10aparece este comportamento com picos
-
5:10 - 5:13a que estamos acostumados
num vírus da gripe. -
5:13 - 5:16E é devido a esta corrida ao armamento
-
5:16 - 5:18entre "hackers" e "designers"
de sistemas operativos -
5:18 - 5:20que as coisas avançam e retrocedem.
-
5:20 - 5:23E o resultado
é uma espécie de árvore da vida -
5:23 - 5:24destes vírus,
-
5:24 - 5:27uma filogenia que se parece muito com
-
5:27 - 5:30o tipo de vida a que estamos habituados,
pelos menos ao nível dos vírus. -
5:30 - 5:33Então, trata-se de vida?
Quanto a mim, não. -
5:33 - 5:36Porquê? Porque estas coisas
não evoluem por si mesmas. -
5:36 - 5:38Têm "hackers" a escrevê-las.
-
5:38 - 5:42Mas a ideia foi rapidamente levada
um pouco mais longe -
5:42 - 5:46quando um cientista a trabalhar
no Instituto de Santa Fé decidiu: -
5:46 - 5:48"Porque não tentamos embalar
estes pequenos vírus -
5:48 - 5:51"em mundos artificiais
dentro do computador -
5:51 - 5:52"e os deixamos evoluir?"
-
5:52 - 5:54Foi Steen Rasmussen.
-
5:54 - 5:56E ele desenhou este sistema,
que não funcionou, -
5:56 - 5:59porque os vírus estavam constantemente
a destruir-se uns aos outros. -
5:59 - 6:02Mas houve outro cientista
que tinha estado a observar isto, -
6:02 - 6:04um ecologista.
-
6:04 - 6:06E ele foi para casa e disse:
"Sei como resolver isto." -
6:06 - 6:08E escreveu o sistema Tierra,
-
6:08 - 6:10e, no meu livro, é um dos primeiros
-
6:10 - 6:12verdadeiros sistemas vivos artificiais
-
6:12 - 6:16— excepto pelo facto que aqueles programas
não se desenvolveram em complexidade. -
6:16 - 6:19Então, tendo visto o seu trabalho,
e trabalhado um pouco nisto, -
6:19 - 6:20foi aqui que eu entrei.
-
6:20 - 6:22E decidi criar um sistema
-
6:22 - 6:24que tem todas as propriedades necessárias
-
6:24 - 6:27para vermos a evolução da complexidade,
-
6:27 - 6:31problemas cada vez mais complexos
constantemente evoluindo. -
6:31 - 6:34E claro, já que eu não sei escrever
em código, tive ajuda. -
6:34 - 6:36Tive dois estudantes universitários
-
6:36 - 6:38do California Institute of Technology
a trabalhar comigo. -
6:38 - 6:42Este é o Charles Offria, à esquerda,
e o Titus Brown, à direita. -
6:42 - 6:44Agora são respeitáveis professores
-
6:44 - 6:46na Michigan State University,
-
6:46 - 6:48mas posso assegurar-vos de que,
naqueles tempos, -
6:48 - 6:50não éramos uma equipa respeitável.
-
6:50 - 6:52E sinto-me muito feliz
que nenhuma foto sobreviva -
6:52 - 6:55dos três juntos, seja onde for.
-
6:55 - 6:57Mas como é este sistema?
-
6:57 - 7:00Bem, na verdade,
não posso entrar em detalhes, -
7:00 - 7:02mas o que vêem aqui
são algumas das entranhas. -
7:02 - 7:04Mas aquilo que queria focar
-
7:04 - 7:06é este tipo de estrutura de população.
-
7:06 - 7:09Estão aqui cerca de 10 000 programas.
-
7:09 - 7:12E todas as diferentes estirpes
têm diferentes cores. -
7:12 - 7:15E como podem ver aqui, há grupos
a crescer em cima uns dos outros, -
7:15 - 7:17porque se estão a espalhar.
-
7:17 - 7:19Sempre que um programa
-
7:19 - 7:21é melhor a sobreviver neste mundo,
-
7:21 - 7:23devido a alguma mutação
que tenha sofrido, -
7:23 - 7:26vai-se espalhar sobre os outros
e levá-los à extinção. -
7:26 - 7:29Então vou mostrar-vos um filme
onde vão ver esse tipo de dinâmica. -
7:29 - 7:32E este tipo de experiências são iniciadas
-
7:32 - 7:34com programas que nós próprios escrevemos.
-
7:34 - 7:36Escrevemos o nosso próprio material,
-
7:36 - 7:38replicamo-lo, e temos muito orgulho
em nós próprios. -
7:38 - 7:41E pomo-los lá dentro,
e o que se vê imediatamente -
7:41 - 7:44é que há ondas e ondas de inovação.
-
7:44 - 7:46A propósito, isto está muito acelerado,
-
7:46 - 7:48por isso é como mil gerações por segundo.
-
7:48 - 7:50Mas imediatamente o sistema fica, tipo:
-
7:50 - 7:53"Que raio de pedaço de código
estúpido era aquele? -
7:53 - 7:55"Isto pode ser melhorado
de tantas maneiras -
7:55 - 7:56"tão depressa."
-
7:56 - 7:58Então vêem-se ondas de novos tipos
-
7:58 - 8:00dominando os outros tipos.
-
8:00 - 8:03E este tipo de actividade
prolonga-se por bastante tempo, -
8:03 - 8:07até que as principais coisas mais fáceis
já foram adquiridas por estes programas. -
8:07 - 8:11E então vê-se uma espécie
de estase a acontecer -
8:11 - 8:13em que o sistema basicamente espera
-
8:13 - 8:16por um novo tipo de inovação, como este,
-
8:16 - 8:18que se irá espalhar
-
8:18 - 8:20sobre todas as anteriores inovações
-
8:20 - 8:23e irá apagar os genes
que havia anteriormente, -
8:23 - 8:27até que um novo tipo de nível mais elevado
de complexidade tenha sido alcançado. -
8:27 - 8:30E este processo continua
e continua e continua. -
8:30 - 8:32Então, o que vemos aqui
-
8:32 - 8:34é um sistema que vive muito
-
8:34 - 8:36da forma a que estamos habituados
a ver a vida. -
8:36 - 8:40Mas aquilo que o pessoal da NASA
me perguntou realmente foi: -
8:40 - 8:42"Estes tipos
-
8:42 - 8:44"têm uma bioassinatura?
-
8:44 - 8:46"Podemos medir este tipo de vida?
-
8:46 - 8:48"Porque se pudermos,
-
8:48 - 8:51"talvez tenhamos uma hipótese
de descobrirmos vida noutro lugar -
8:51 - 8:53"sem estarmos a ser parciais
-
8:53 - 8:55"em coisas como os aminoácidos."
-
8:55 - 8:58Então eu disse:
"Bem, talvez possamos construir -
8:58 - 9:00"uma bioassinatura
-
9:00 - 9:03"baseada na vida
como um processo universal. -
9:03 - 9:08"De facto, talvez possa usar
os conceitos que eu desenvolvi -
9:08 - 9:12"para poder captar o que um sistema vivo
simples poderia ser." -
9:12 - 9:14E aquilo a que eu cheguei
-
9:14 - 9:18— primeiro tenho de fazer
uma introdução sobre a ideia, -
9:18 - 9:21e depois talvez isso sirva como
um detector de significado, -
9:21 - 9:23em vez de um detector de vida.
-
9:23 - 9:25E a forma de conseguirmos fazer isso
-
9:25 - 9:27— gostaria de descobrir como distinguir
-
9:27 - 9:30um texto que foi escrito
por um milhão de macacos, -
9:30 - 9:32do texto que está nos nossos livros.
-
9:32 - 9:34E gostaria de o fazer de tal forma que
-
9:34 - 9:36que não fosse realmente necessário
ler a linguagem, -
9:36 - 9:39porque tenho a certeza
que não ia ser capaz de o fazer. -
9:39 - 9:42Desde que saiba
que existe algum tipo de alfabeto. -
9:42 - 9:44Então, aqui estaria
um gráfico de frequência -
9:44 - 9:46de quão frequentemente se encontraria
-
9:46 - 9:48cada uma das 26 letras do alfabeto
-
9:48 - 9:50num texto escrito por macacos aleatórios.
-
9:50 - 9:52E obviamente cada uma dessas letras
-
9:52 - 9:54surge com uma frequência
aproximadamente igual. -
9:54 - 9:58Mas se agora olharmos para a mesma
distribuição em textos em inglês, -
9:58 - 10:00é este o gráfico.
-
10:00 - 10:04E digo-vos, este resultado é bastante
consistente nos vários textos em inglês. -
10:04 - 10:07E se olhar para textos em francês,
tem um aspecto ligeiramente diferente, -
10:07 - 10:08ou em italiano, ou alemão.
-
10:08 - 10:11Todas têm o seu próprio tipo
de frequência de distribuição, -
10:11 - 10:13mas é consistente.
-
10:13 - 10:15Não importa se o texto
é sobre política ou ciência. -
10:15 - 10:18Não importa se é um poema
-
10:18 - 10:21ou se é um texto matemático.
-
10:21 - 10:23É uma assinatura consistente,
-
10:23 - 10:25e é bastante estável.
-
10:25 - 10:27Desde que os nossos livros
sejam escritos em inglês -
10:27 - 10:30— porque as pessoas
estão a reescrevê-los e a copiá-los — -
10:30 - 10:32estará lá.
-
10:32 - 10:34Então, isso inspirou-me a pensar:
-
10:34 - 10:37"E se eu tentar usar esta ideia
-
10:37 - 10:39"não para detectar textos aleatórios,
-
10:39 - 10:41"de textos com significado,
-
10:41 - 10:45"mas antes detectar o facto
de que existe significado -
10:45 - 10:47"nas biomoléculas que constituem a vida?"
-
10:47 - 10:49Mas primeiro tenho de perguntar:
-
10:49 - 10:53O que são estes elementos constituintes,
como o alfabeto, que vos mostrei? -
10:53 - 10:55Bem, acontece que temos
muitas alternativas diferentes -
10:55 - 10:58para este conjunto
de elementos constituintes. -
10:58 - 10:59Podemos usar aminoácidos,
-
10:59 - 11:02podemos usar ácidos nucleicos,
ácidos carboxílicos, ácidos gordos. -
11:02 - 11:04De facto, a química é extremamente rica,
-
11:04 - 11:07e o nosso corpo usa
uma grande quantidade dela. -
11:07 - 11:08Então, para testar esta ideia,
-
11:08 - 11:11primeiro fomos ver os aminoácidos
e alguns outros ácidos carboxílicos. -
11:11 - 11:13E aqui está o resultado.
-
11:13 - 11:17Aqui está o que se obtém
-
11:17 - 11:20se, por exemplo, se olharmos
para a distribuição dos aminoácidos -
11:20 - 11:23num cometa ou no espaço interestelar
-
11:23 - 11:24ou, de facto, num laboratório,
-
11:24 - 11:27em que nos assegurámos de que
na nossa sopa primordial -
11:27 - 11:29não existia lá nada vivo.
-
11:29 - 11:32O que descobrimos
é sobretudo glicina e depois alanina -
11:32 - 11:34e existem alguns vestígios
de outros elementos. -
11:34 - 11:37Isto é também muito consistente
-
11:37 - 11:40— o que se encontra em sistemas
como a Terra, -
11:40 - 11:42onde existem aminoácidos,
-
11:42 - 11:44mas não existe vida.
-
11:44 - 11:46Mas imaginem que pegam
num pouco de terra -
11:46 - 11:48e escavam através dela
-
11:48 - 11:51e depois colocam estes espectrómetros,
-
11:51 - 11:53porque há bactérias por toda a parte;
-
11:53 - 11:55ou que recolhem água
em qualquer lugar na Terra, -
11:55 - 11:57porque está a fervilhar de vida,
-
11:57 - 11:59e fazem a mesma análise;
-
11:59 - 12:01o espectro parece completamente diferente.
-
12:01 - 12:05Claro, há na mesma glicina e alanina,
-
12:05 - 12:08mas estes são elementos pesados,
-
12:08 - 12:10aminoácidos pesados
que estão a ser produzidos -
12:10 - 12:13porque são valiosos para o organismo.
-
12:13 - 12:15E alguns outros
-
12:15 - 12:17que não são usados no conjunto de 20,
-
12:17 - 12:18não aparecerão de todo
-
12:18 - 12:20em nenhum tipo de concentração.
-
12:20 - 12:23Isto também se revela
extremamente consistente. -
12:23 - 12:25Não importa que tipo de sedimento
se usa para raspar, -
12:25 - 12:29sejam bactérias
ou quaisquer plantas ou animais. -
12:29 - 12:31Onde quer que haja vida,
-
12:31 - 12:32iremos ter esta distribuição,
-
12:32 - 12:34por oposição àquela distribuição.
-
12:34 - 12:37E é detectável não apenas em aminoácidos.
-
12:38 - 12:39Agora podem perguntar:
-
12:39 - 12:42E quanto aos Avidianos?
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12:42 - 12:45Os Avidianos são os habitantes
deste mundo de computador -
12:45 - 12:49onde são felizes replicando-se
e desenvolvendo-se em complexidade. -
12:49 - 12:52Então esta é a distribuição que se obtém
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12:52 - 12:54se, de facto, não houver vida.
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12:54 - 12:56Eles têm cerca de 28 destas instruções.
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12:56 - 13:00E se tivermos um sistema em que
eles são substituídos uns pelos outros, -
13:00 - 13:02é como os macacos a escrever
numa máquina de escrever. -
13:02 - 13:04Cada uma destas instruções surge
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13:04 - 13:07com frequência aproximadamente igual.
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13:07 - 13:11Mas se agora tomarmos um conjunto
de tipos em replicação -
13:11 - 13:13como no vídeo que viram,
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13:13 - 13:15tem este aspecto.
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13:15 - 13:17Então aqui estão algumas instruções
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13:17 - 13:20que são extremamente valiosas
para estes organismos, -
13:20 - 13:22e a sua frequência vai ser alta.
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13:22 - 13:24E há na verdade algumas instruções
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13:24 - 13:26que apenas se usa uma vez, ou nem isso.
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13:26 - 13:28As instruções ou são venenosas
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13:28 - 13:32ou devem realmente ser usadas
a menos de um nível abaixo de aleatório. -
13:32 - 13:35Neste caso, a frequência é mais baixa.
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13:35 - 13:38E agora podemos ver, é esta realmente
uma assinatura consistente? -
13:38 - 13:40Posso dizer-vos que, na verdade, é,
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13:40 - 13:43porque neste tipo de espectro,
tal como o que viram nos livros, -
13:43 - 13:45e tal como o que viram nos aminoácidos,
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13:45 - 13:48não importa como se muda o meio ambiente,
é muito consistente; -
13:48 - 13:50vai reflectir o meio ambiente.
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13:50 - 13:53Vou então mostrar-vos agora
uma pequena experiência que fizemos. -
13:53 - 13:54E tenho de vos explicar,
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13:54 - 13:56a parte de cima deste gráfico
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13:56 - 13:59mostra aquela distribuição
da frequência de que falei. -
13:59 - 14:02Aqui, de facto,
trata-se do meio ambiente sem vida -
14:02 - 14:04em que cada instrução ocorre
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14:04 - 14:06com frequências iguais.
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14:07 - 14:12E aqui em baixo, mostro a taxa
de mutação no meio ambiente. -
14:13 - 14:15E começo por uma taxa de mutação tão alta
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14:15 - 14:17que, mesmo que introduzíssemos
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14:17 - 14:19um programa de replicação
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14:19 - 14:21que de outra forma
se desenvolveria alegremente -
14:21 - 14:23até preencher o mundo inteiro,
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14:23 - 14:27se o introduzíssemos, sofreria uma mutação
e morreria imediatamente. -
14:27 - 14:29Então, não há vida possível
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14:29 - 14:32a este nível de taxa de mutação.
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14:32 - 14:36Mas agora vou lentamente descer
a temperatura, por assim dizer, -
14:36 - 14:38e então há este limiar de viabilidade
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14:38 - 14:40em que agora seria possível
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14:40 - 14:42a um replicador realmente viver.
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14:42 - 14:45E iremos introduzir estes tipos
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14:45 - 14:47naquela sopa a toda a hora.
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14:47 - 14:49Então vamos ver qual o aspecto disso.
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14:49 - 14:52Primeiro, nada, nada, nada.
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14:52 - 14:54Muito quente, muito quente.
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14:54 - 14:57Agora o limiar de viabilidade é atingido,
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14:57 - 14:59e a distribuição da frequência
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14:59 - 15:02mudou dramaticamente e estabiliza.
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15:02 - 15:04E agora o que eu fiz foi,
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15:04 - 15:07estava a ser mauzinho, voltei a aumentar
a temperatura uma e outra vez. -
15:07 - 15:10E claro, atinge o limiar da viabilidade.
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15:10 - 15:13E estou a mostrar-vos isto de novo
porque é tão lindo. -
15:13 - 15:15Acerta-se no limiar da viabilidade.
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15:15 - 15:17A distribuição muda para "vivo!"
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15:17 - 15:20E então, assim que se acerta no limiar
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15:20 - 15:22em que a taxa de mutação é tão alta
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15:22 - 15:24que não é possível a auto-reprodução,
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15:24 - 15:27não se pode copiar a informação
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15:27 - 15:29e passá-la à descendência
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15:29 - 15:31sem fazer tantos erros que
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15:31 - 15:34a capacidade de replicar-se desaparece.
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15:34 - 15:37E então a assinatura perde-se.
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15:37 - 15:39O que aprendemos com isto?
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15:39 - 15:43Bem, penso que aprendemos
várias coisas com isto. -
15:43 - 15:45Uma delas é que,
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15:45 - 15:48se somos capazes de pensar sobre a vida
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15:48 - 15:50em termos abstractos
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15:50 - 15:52— e não estamos a falar de coisas
como as plantas, -
15:52 - 15:54e não estamos a falar de aminoácidos,
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15:54 - 15:56e não estamos a falar de bactérias,
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15:56 - 15:58mas pensamos em termos de processos —
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15:58 - 16:01então poderemos começar a pensar
sobre a vida, -
16:01 - 16:03não algo assim tão especial como na Terra,
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16:03 - 16:06mas algo que poderá existir
em qualquer lado. -
16:06 - 16:08Porque realmente tem a ver, apenas,
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16:08 - 16:10com estes conceitos de informação,
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16:10 - 16:12de armazenamento de informação
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16:12 - 16:14no interior de substratos
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16:14 - 16:16— qualquer coisa: "bits",
ácidos nucleicos, -
16:16 - 16:18qualquer coisa que seja um alfabeto —
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16:18 - 16:20e o assegurar
de que há algum tipo de processo -
16:20 - 16:23para que esta informação
possa ser armazenada -
16:23 - 16:25por muito mais tempo
do que poderíamos esperar -
16:25 - 16:28que fossem as escalas de tempo
para a deterioração da informação. -
16:28 - 16:30E se o conseguirmos fazer,
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16:30 - 16:32então temos vida.
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16:32 - 16:34Então a primeira coisa que aprendemos
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16:34 - 16:37é que é possível definir vida
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16:37 - 16:40exclusivamente em termos de processos,
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16:40 - 16:42sem fazer qualquer referência
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16:42 - 16:44ao tipo de coisas que nos são caras,
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16:44 - 16:47no que toca ao tipo de vida na Terra.
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16:47 - 16:50E isto, de certo modo, retira-nos de novo,
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16:50 - 16:53como todas as nossas descobertas
científicas, ou muitas delas -
16:53 - 16:55— é este contínuo destronamento do homem —
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16:55 - 16:58de como pensamos que somos especiais
porque estamos vivos. -
16:58 - 17:01Bem, conseguimos criar vida.
Conseguimos criar vida no computador. -
17:01 - 17:03Concedo, é limitada,
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17:03 - 17:06mas aprendemos o que é preciso
-
17:06 - 17:08para realmente construí-la.
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17:08 - 17:11E assim que temos isso,
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17:11 - 17:14então deixa de ser uma tarefa
tão difícil -
17:14 - 17:18dizer se compreendermos
os processos fundamentais -
17:18 - 17:21que não se referem a nenhum
substrato em particular, -
17:21 - 17:23então podemos ir
-
17:23 - 17:25e tentar outros mundos,
-
17:25 - 17:29descobrir que tipo de alfabetos
químicos lá estarão, -
17:29 - 17:31descobrir o suficiente
sobre a química normal, -
17:31 - 17:34a geoquímica do planeta,
-
17:34 - 17:37para que saibamos
como é que esta distribuição seria -
17:37 - 17:38na ausência de vida,
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17:38 - 17:41e então procurar
por grandes desvios a isso -
17:41 - 17:44— isto aqui a sobressair, que diz:
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17:44 - 17:46"Este químico não devia mesmo estar aqui."
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17:46 - 17:48Bem, não sabemos que há vida então,
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17:48 - 17:50mas poderíamos dizer:
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17:50 - 17:53"Bem, ao menos vou ter de olhar
com muita precisão para este químico, -
17:53 - 17:55"para ver de onde ele vem."
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17:55 - 17:57E essa talvez seja a nossa hipótese
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17:57 - 17:59de realmente descobrir vida
-
17:59 - 18:01quando não a podemos observar
visivelmente. -
18:01 - 18:04E então essa é realmente a única mensagem
para levarem para casa -
18:04 - 18:06que tenho para vós.
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18:06 - 18:08A vida pode ser menos misteriosa
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18:08 - 18:10do que aquilo que fazemos dela
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18:10 - 18:14quando tentamos pensar
como seria noutros planetas. -
18:14 - 18:17E se removermos o mistério da vida,
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18:17 - 18:20então penso que é um pouco mais fácil
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18:20 - 18:22para nós pensar acerca de como vivemos,
-
18:22 - 18:26e como talvez não sejamos tão especiais
como sempre pensámos que somos. -
18:26 - 18:28E vou deixar-vos com isto.
-
18:28 - 18:29E muito obrigado.
-
18:29 - 18:31(Aplausos)
- Title:
- Encontrar vida que não conseguimos imaginar
- Speaker:
- Christoph Adami
- Description:
-
Como é que procuramos vida alienígena se não se assemelha nada à vida que conhecemos? Na TEDxUIUC, Christoph Adami mostra como usa a sua pesquisa sobre vida artificial — programas de computador que se auto-replicam — para encontrar uma "bioassinatura", um "biomarcador", que esteja livre dos nossos preconceitos sobre o que é a vida.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 18:31
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Finding life we can't imagine | ||
Nuno Miranda Ribeiro added a translation |