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A pesquisa da matéria escura e o que sabemos até agora.

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    Já pensaram no que aconteceria
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    se o mundo fosse um pouco diferente?
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    Como a nossa vida seria diferente
  • 0:07 - 0:10
    se tivéssemos nascido há cinco mil anos
  • 0:10 - 0:12
    em vez de agora?
  • 0:12 - 0:13
    Como a história seria diferente
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    se os continentes estivessem
    em latitudes diferentes
  • 0:16 - 0:20
    ou como teria evoluído
    a vida no sistema solar
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    se o Sol fosse 10% maior?
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    Jogar com estas possibilidades
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    é a minha profissão,
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    mas com o universo inteiro.
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    Eu crio modelos de universos
    num computador.
  • 0:34 - 0:37
    Universos digitais
    com diferentes pontos de partida
  • 0:37 - 0:41
    e feitos de diferentes
    quantidades e tipos de matéria.
  • 0:41 - 0:45
    Depois comparo
    esses universos com o nosso
  • 0:45 - 0:49
    para ver do que é que ele é feito
    e como evoluiu.
  • 0:51 - 0:55
    Este processo de testar modelos
    com medições do céu
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    tem-nos ensinado muito
    sobre o nosso universo até aqui.
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    Uma das coisas
    mais estranhas que aprendemos
  • 1:01 - 1:04
    é que a maior parte
    da matéria no universo
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    é composta por algo
    totalmente diferente de nós
  • 1:09 - 1:11
    Mas sem isso,
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    o universo tal como conhecemos
    não existiria.
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    Tudo o que conseguimos ver
    com telescópios
  • 1:21 - 1:25
    compõe cerca de 15%
    da massa total do universo.
  • 1:26 - 1:30
    Os restantes 85%
  • 1:30 - 1:33
    não emitem nem absorvem luz.
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    Não conseguimos vê-los
    com os nossos olhos,
  • 1:36 - 1:40
    não conseguimos detetá-lo
    com as ondas de rádio,
  • 1:40 - 1:43
    as micro-ondas ou
    qualquer outro tipo de luz.
  • 1:43 - 1:45
    Mas sabemos que está lá
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    por causa de sua influência
    naquilo que vemos.
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    É mais ou menos como
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    se fôssemos mapear
    a superfície do nosso planeta
  • 1:53 - 1:55
    e tudo o que nela existe
  • 1:55 - 1:59
    usando a imagem da Terra
    feita do espaço, à noite.
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    Dá para ter uma ideia
    pelos espaços iluminados,
  • 2:02 - 2:04
    mas há muita coisa
    que não vemos.
  • 2:04 - 2:08
    Tudo, desde as pessoas às cordilheiras.
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    É preciso deduzir o que existe
    a partir dessas poucas pistas.
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    Chamamos a essa coisa invisível
    "matéria escura".
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    Muita gente já ouviu falar
    da matéria escura,
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    mas mesmo que já tenham
    ouvido falar dela,
  • 2:23 - 2:26
    provavelmente
    parece-vos uma coisa abstrata,
  • 2:26 - 2:30
    algo distante,
    provavelmente até irrelevante.
  • 2:31 - 2:33
    Bem, o interessante
  • 2:33 - 2:36
    é que a matéria escura
    está por toda a parte
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    e, provavelmente, aqui mesmo.
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    Provavelmente, há partículas
    de matéria escura
  • 2:42 - 2:44
    a atravessar o nosso corpo,
    neste momento,
  • 2:44 - 2:46
    enquanto estamos nesta sala.
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    Porque estamos aqui na Terra,
  • 2:48 - 2:50
    e a Terra gira em torno do Sol,
  • 2:50 - 2:52
    e o Sol desloca-se pela nossa galáxia
  • 2:52 - 2:56
    a mais de 800 000 km por hora.
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    Mas a matéria escura
    não choca connosco,
  • 2:58 - 3:00
    simplesmente atravessa-nos.
  • 3:01 - 3:05
    Como é que aprendemos mais
    sobre ela?
  • 3:05 - 3:06
    O que ela é
  • 3:06 - 3:09
    e como se relaciona
    com a nossa existência?
  • 3:09 - 3:14
    Para entender como passámos a existir,
  • 3:14 - 3:17
    primeiro temos de perceber
    como surgiu a nossa galáxia.
  • 3:18 - 3:22
    Esta é uma imagem da nossa galáxia,
    da Via Láctea, hoje.
  • 3:22 - 3:25
    Qual era o seu aspeto
    há dez mil milhões de anos?
  • 3:25 - 3:28
    Ou como será
    daqui a dez milhões de anos?
  • 3:29 - 3:31
    E quanto às histórias
  • 3:31 - 3:33
    das centenas de milhões de outras galáxias
  • 3:33 - 3:37
    que já mapeamos em estudos
    mais aprofundados do espaço?
  • 3:37 - 3:39
    Como seriam diferentes
    as suas histórias
  • 3:39 - 3:42
    se o universo fosse feito
    de algo diferente?
  • 3:42 - 3:45
    Ou se houvesse
    mais ou menos matéria nele?
  • 3:46 - 3:49
    Então, o interessante
    nesses modelos de universos
  • 3:49 - 3:53
    é que eles nos permitem
    testar essas possibilidades.
  • 3:54 - 3:59
    Vamos voltar
    ao primeiro momento do universo,
  • 3:59 - 4:04
    apenas uma fração de segundo
    após o Big Bang.
  • 4:06 - 4:07
    Nesse momento inicial,
  • 4:08 - 4:10
    não havia matéria alguma.
  • 4:10 - 4:13
    O universo estava a expandir-se
    muito rapidamente.
  • 4:13 - 4:16
    E a mecânica quântica ensina-nos
  • 4:16 - 4:19
    que a matéria está
    permanentemente
  • 4:19 - 4:21
    a ser criada e destruída.
  • 4:22 - 4:25
    Nesse momento, o universo
    estava a expandir-se tão depressa
  • 4:25 - 4:28
    que a matéria criada
    não podia ser destruída.
  • 4:29 - 4:33
    Assim, pensamos que toda a matéria
    foi criada durante esse período.
  • 4:34 - 4:36
    Tanto a matéria escura
  • 4:36 - 4:39
    quanto a matéria normal
    que nos constitui.
  • 4:40 - 4:43
    Agora vamos avançar um pouco
  • 4:43 - 4:45
    para um momento posterior
    à criação da matéria.
  • 4:45 - 4:48
    depois de se formarem
    os protões e os neutrões
  • 4:48 - 4:50
    depois se formar de o hidrogénio,
  • 4:50 - 4:53
    cerca de 400 mil anos
    depois do Big Bang.
  • 4:53 - 4:57
    O universo era quente e denso e uniforme,
  • 4:57 - 5:00
    mas não perfeitamente uniforme.
  • 5:00 - 5:05
    Esta imagem, feita por um telescópio
    espacial, chamado satélite Planck,
  • 5:05 - 5:08
    mostra-nos a temperatura do universo
  • 5:08 - 5:09
    em todas as direções.
  • 5:10 - 5:13
    E o que vemos é que havia locais
  • 5:13 - 5:16
    que eram um pouco mais quentes
    e mais densos do que outros.
  • 5:17 - 5:20
    As manchas nesta imagem
    representam locais
  • 5:20 - 5:23
    com mais massa ou menos massa
    no início do universo.
  • 5:25 - 5:29
    Aquelas manchas aumentaram
    por causa da gravidade.
  • 5:30 - 5:34
    O universo estava a expandir-se
    e a ficar menos denso, no geral,
  • 5:34 - 5:37
    ao longo dos últimos
    13 800 milhões de anos.
  • 5:38 - 5:40
    Mas a gravidade atuou bem nos locais
  • 5:40 - 5:43
    onde havia um pouco mais de massa
  • 5:43 - 5:47
    e atraiu cada vez mais massa
    para aquelas áreas.
  • 5:47 - 5:50
    Tudo isto é um pouco difícil de imaginar,
  • 5:50 - 5:53
    por isso, vou mostrar
    do que estou a falar.
  • 5:53 - 5:57
    Os modelos digitais de que falei
    permitem-nos testar essas ideias,
  • 5:57 - 5:59
    então vamos dar observar um deles.
  • 6:00 - 6:03
    Este filme foi feito
    pelo meu grupo de investigação,
  • 6:03 - 6:07
    e mostra o que ocorreu no universo
    após os momentos iniciais.
  • 6:09 - 6:11
    O universo começou
    razoavelmente uniforme,
  • 6:11 - 6:13
    mas havia algumas regiões
  • 6:13 - 6:16
    com um pouco mais de matéria.
  • 6:16 - 6:19
    A gravidade passou a atuar
    e atraiu cada vez mais massa
  • 6:19 - 6:23
    para os locais onde já havia
    um pouco de matéria extra.
  • 6:24 - 6:26
    Com o passar do tempo,
  • 6:26 - 6:28
    há tanta massa num local,
  • 6:28 - 6:30
    que o gás hidrogénio,
  • 6:30 - 6:33
    a princípio bem misturado
    com a matéria escura,
  • 6:33 - 6:35
    começa a separar-se dela,
  • 6:35 - 6:37
    a arrefecer, a formar estrelas,
  • 6:37 - 6:40
    e temos uma pequena galáxia.
  • 6:40 - 6:43
    Com o passar do tempo,
    ao longo de milhares de milhões de anos,
  • 6:43 - 6:45
    aquelas pequenas galáxias chocaram,
  • 6:45 - 6:48
    fundiram-se e cresceram
    até se tornarem galáxias maiores
  • 6:48 - 6:51
    como a nossa própria galáxia,
    a Via Láctea.
  • 6:52 - 6:56
    Agora, o que aconteceria
    se não houvesse matéria escura?
  • 6:56 - 6:58
    Sem matéria escura,
  • 6:58 - 7:02
    aqueles pontos nunca
    se agrupariam de forma suficiente.
  • 7:02 - 7:07
    Acontece que é preciso, pelo menos,
    um milhão de vezes a massa do Sol,
  • 7:07 - 7:09
    numa região densa,
  • 7:09 - 7:11
    antes de começarem a surgir estrelas.
  • 7:12 - 7:13
    Sem matéria escura,
  • 7:13 - 7:16
    nunca haveria matéria suficiente
    no mesmo local.
  • 7:17 - 7:21
    Vemos aqui dois universos, lado a lado.
  • 7:21 - 7:24
    Num deles, dá para ver
  • 7:24 - 7:27
    que as coisas se agrupam rapidamente.
  • 7:27 - 7:29
    Nesse universo,
  • 7:29 - 7:31
    é muito fácil formarem-se galáxias.
  • 7:31 - 7:33
    No outro universo,
  • 7:33 - 7:36
    as coisas que começaram
    como pequenos agrupamentos
  • 7:36 - 7:38
    permanecem muito pequenos.
  • 7:38 - 7:40
    Não acontece grande coisa.
  • 7:40 - 7:43
    Naquele universo,
    não teríamos a nossa galáxia.
  • 7:43 - 7:45
    Ou qualquer outra galáxia.
  • 7:45 - 7:46
    Não haveria a Via Láctea,
  • 7:46 - 7:48
    não haveria o Sol,
  • 7:48 - 7:50
    nós não existiríamos.
  • 7:50 - 7:53
    Simplesmente não poderíamos existir
    naquele universo.
  • 7:55 - 7:58
    OK, então, essa coisa maluca,
    a matéria escura,
  • 7:58 - 8:01
    compõe a maior parte
    da massa do universo,
  • 8:01 - 8:03
    passa através de nós agora mesmo,
    não existiríamos sem ela.
  • 8:03 - 8:05
    O que é isso?
  • 8:05 - 8:07
    Bom, não fazemos ideia.
  • 8:07 - 8:09
    (Risos)
  • 8:09 - 8:12
    Mas temos várias
    hipóteses razoáveis
  • 8:12 - 8:15
    e muitas ideias
    sobre como aprender mais.
  • 8:16 - 8:20
    Muitos físicos acham
    que a matéria escura é uma partícula,
  • 8:20 - 8:23
    parecida com
    partículas subatómicas conhecidas,
  • 8:23 - 8:26
    como protões, neutrões e eletrões.
  • 8:26 - 8:28
    O que quer que seja,
  • 8:28 - 8:32
    tem um comportamento parecido
    quanto à gravidade.
  • 8:32 - 8:35
    Mas não emite nem absorve luz,
  • 8:35 - 8:38
    e atravessa a matéria normal
  • 8:38 - 8:40
    como se ela não existisse.
  • 8:40 - 8:43
    Gostarí­amos de saber
    que partí­cula é essa.
  • 8:43 - 8:45
    Por exemplo, qual o seu peso?
  • 8:45 - 8:50
    Ou, acontece alguma coisa
    se ela interagir com a matéria normal?
  • 8:50 - 8:53
    Os físicos têm muitas ideias
    sobre o que ela poderá ser,
  • 8:53 - 8:55
    são muito criativos.
  • 8:55 - 8:57
    Mas é muito difícil
  • 8:57 - 9:01
    porque essas ideias
    abrangem uma enorme variedade.
  • 9:01 - 9:04
    Poderia ser tão pequena
    quanto as menores partículas subatómicas,
  • 9:04 - 9:08
    mas poderia ser tão grande
    quanto a massa de 100 sóis
  • 9:09 - 9:12
    Então, como descobrimos o que ela é?
  • 9:13 - 9:15
    Bem, físicos e astrónomos
  • 9:15 - 9:17
    têm muitas formas
    de procurar matéria escura.
  • 9:18 - 9:22
    Uma das coisas que estamos a fazer
    é construir detetores sensíveis
  • 9:22 - 9:25
    em minas subterrâneas profundas
  • 9:25 - 9:28
    esperando a possibilidade
  • 9:28 - 9:32
    de que uma partícula de matéria escura
    que atravesse as pessoas e a Terra,
  • 9:32 - 9:34
    atinja um material mais denso
  • 9:34 - 9:38
    e deixe atrás de si
    um rasto da sua passagem.
  • 9:38 - 9:41
    Estamos a procurar
    matéria escura no céu,
  • 9:41 - 9:43
    caso partículas de matéria escura
  • 9:43 - 9:45
    choquem umas com as outras
  • 9:45 - 9:48
    e criem uma luz de alta energia
    que consigamos ver
  • 9:48 - 9:50
    com telescópios especiais de raios gama.
  • 9:51 - 9:54
    Estamos até a tentar criar
    matéria escura aqui, na Terra,
  • 9:54 - 9:59
    fazendo colidir partículas
    e observando o que acontece,
  • 9:59 - 10:03
    usando o Grande Colisor de Hadrões,
    na Suíça.
  • 10:03 - 10:05
    Até agora,
  • 10:05 - 10:08
    todas estas experiências
    têm-nos ensinado muito
  • 10:08 - 10:11
    sobre o que a matéria escura não é.
  • 10:11 - 10:12
    (Risos)
  • 10:12 - 10:14
    Mas não ainda sobre o que ela é.
  • 10:14 - 10:17
    Havia ideias muito boas
    sobre o que seria a matéria escura,
  • 10:17 - 10:19
    que essas experiências
    poderiam ter visto,
  • 10:19 - 10:21
    mas ainda não as viram.
  • 10:21 - 10:24
    Então temos de continuar a procurar
    e a refletir mais.
  • 10:26 - 10:30
    Agora, outra maneira de ter uma ideia
    do que é a matéria escura
  • 10:30 - 10:32
    é estudar as galáxias.
  • 10:32 - 10:35
    Já falámos de como a nossa galáxia
  • 10:35 - 10:38
    e muitas outras galáxias
    nem sequer existiriam
  • 10:38 - 10:40
    sem a matéria escura.
  • 10:40 - 10:42
    Aqueles modelos também fazem previsões
  • 10:42 - 10:44
    de muitas outras coisas sobre galáxias:
  • 10:44 - 10:46
    como se distribuem pelo universo,
  • 10:46 - 10:47
    como se movem,
  • 10:47 - 10:49
    como evoluem ao longo do tempo.
  • 10:49 - 10:53
    Podemos testar essas previsões
    com observações do céu.
  • 10:54 - 10:57
    Então, vou dar dois exemplos
  • 10:57 - 11:00
    desse tipo de medições
    que podemos fazer com as galáxias.
  • 11:01 - 11:05
    O primeiro é que podemos fazer
    mapas do universo com as galáxias.
  • 11:06 - 11:09
    Faço parte de um estudo,
    o "Estudo da Energia Escura",
  • 11:09 - 11:12
    que fez o maior mapa do universo até aqui.
  • 11:13 - 11:18
    Medimos as posições e os formatos
    de 100 milhões de galáxias
  • 11:19 - 11:21
    num oitavo do céu.
  • 11:23 - 11:27
    Esse mapa mostra-nos toda a matéria
    nessa região do céu,
  • 11:28 - 11:34
    inferida pela luz distorcida desses
    100 milhões de galáxias.
  • 11:34 - 11:38
    A luz distorcida de toda a matéria
  • 11:38 - 11:41
    que estava entre essas galáxias e nós.
  • 11:43 - 11:46
    A gravidade da matéria é forte
    a ponto de curvar o caminho da luz.
  • 11:47 - 11:51
    E isso fornece-nos essa imagem.
  • 11:53 - 11:54
    Então esses tipos de mapa
  • 11:54 - 11:56
    podem-nos dizer
    quanto há de matéria escura;
  • 11:56 - 11:59
    também nos dizem onde ela está
  • 11:59 - 12:01
    e como ela muda ao longo do tempo.
  • 12:03 - 12:07
    Estamos a tentar aprender
    do que o universo é feito
  • 12:07 - 12:09
    em escalas muito grandes.
  • 12:09 - 12:13
    Acontece que as galáxias
    mais pequenas do universo
  • 12:14 - 12:16
    fornecem algumas das melhores pistas.
  • 12:17 - 12:19
    Porque é que isso acontece?
  • 12:19 - 12:23
    Estes são dois exemplos
    de universos simulados,
  • 12:23 - 12:25
    com dois tipos distintos
    de matéria escura.
  • 12:26 - 12:28
    Ambas as imagens
    mostram uma região
  • 12:28 - 12:30
    em torno de uma galáxia
    como a Via Láctea.
  • 12:31 - 12:34
    E é possível ver uma porção
    de outras matérias em volta,
  • 12:34 - 12:36
    pequenos agrupamentos.
  • 12:36 - 12:37
    Na imagem da direita
  • 12:37 - 12:39
    as partículas de matéria escura
  • 12:39 - 12:42
    movem-se mais devagar
    do que as da imagem da esquerda.
  • 12:43 - 12:46
    Se essas partículas de matéria negra
    se movem muito depressa,
  • 12:46 - 12:49
    a gravidade nos agrupamentos
    mais pequenos não é bastante forte
  • 12:49 - 12:51
    para desacelerar essas
    pequenas partículas.
  • 12:51 - 12:53
    E elas continuam,
  • 12:53 - 12:55
    nunca colidem
    com esses pequenos agrupamentos.
  • 12:55 - 12:59
    Temos menos agrupamentos
    do que no universo da direita.
  • 13:00 - 13:02
    Sem esses pequenos agrupamentos,
  • 13:02 - 13:04
    temos menos galáxias pequenas.
  • 13:06 - 13:08
    Se olharmos para o céu meridional,
  • 13:08 - 13:12
    conseguimos ver duas
    dessas galáxias pequenas,
  • 13:12 - 13:15
    as maiores entre as pequenas galáxias
    que orbitam a nossa Via Láctea:
  • 13:15 - 13:18
    a Grande Nuvem de Magalhães
    e a Pequena Nuvem de Magalhães.
  • 13:19 - 13:21
    Nos últimos anos,
  • 13:21 - 13:24
    detetámos várias outras
    galáxias ainda mais pequenas.
  • 13:24 - 13:26
    Esse é um exemplo de uma delas
  • 13:26 - 13:29
    que detetámos no mesmo
    estudo de matéria escura
  • 13:29 - 13:31
    que usámos para fazer
    mapas do universo.
  • 13:32 - 13:34
    Algumas dessas galáxias muito pequenas,
  • 13:34 - 13:36
    são extremamente pequenas;
  • 13:36 - 13:39
    algumas têm apenas
    umas centenas de estrelas
  • 13:39 - 13:42
    em comparação com as centenas
    de milhares de milhões de estrelas
  • 13:42 - 13:43
    na Via Láctea.
  • 13:44 - 13:46
    Isso torna-as bem difíceis
    de serem encontradas.
  • 13:46 - 13:48
    Mas, na última década,
  • 13:48 - 13:51
    chegámos a encontrar
    várias dessas galáxias.
  • 13:51 - 13:53
    Conhecemos agora 60
    dessas pequenas galáxias
  • 13:53 - 13:56
    a orbitar a nossa Via Láctea.
  • 13:56 - 14:00
    Essas criaturinhas
    são uma boa pista para a matéria escura,
  • 14:01 - 14:05
    porque a simples existência
    dessas galáxias diz-nos
  • 14:05 - 14:08
    que a matéria escura não pode
    estar a mover-se muito depressa,
  • 14:08 - 14:12
    e não pode acontece grande coisa
    quando ela colide com a matéria normal.
  • 14:13 - 14:14
    Nos próximos anos,
  • 14:14 - 14:18
    faremos mapas do céu
    muito mais precisos.
  • 14:19 - 14:22
    E isso ajudar-nos-á
    a melhorar os nossos filmes
  • 14:22 - 14:25
    de todo o universo
    e de toda a galáxia.
  • 14:26 - 14:30
    Os físicos também estão a fazer
    experiências novas e mais sensíveis
  • 14:30 - 14:34
    para tentar captar algum sinal
    de matéria escura nos seus laboratórios.
  • 14:35 - 14:38
    A matéria escura ainda é
    um grande mistério.
  • 14:38 - 14:42
    Mas vivemos numa época bem
    muito excitante para investigá-la.
  • 14:43 - 14:45
    Temos indícios muito claros
    da sua existência.
  • 14:45 - 14:48
    Da escala das galáxias mais pequenas
  • 14:48 - 14:51
    à escala de todo o universo.
  • 14:51 - 14:55
    Vamos realmente descobri-la?
    E entender o que ela é?
  • 14:57 - 14:58
    Não faço a menor ideia.
  • 14:58 - 15:01
    Mas vai ser divertido descobrir.
  • 15:01 - 15:04
    Temos muitas possibilidades
    de descoberta,
  • 15:04 - 15:07
    e definitivamente vamos aprender mais
    sobre o que ela faz
  • 15:07 - 15:10
    e sobre o que não faz.
  • 15:10 - 15:13
    Independente de acharmos
    essa partícula dentro em breve,
  • 15:13 - 15:15
    espero ter-vos convencido
  • 15:15 - 15:18
    de que esse mistério
    está na verdade muito perto de nós.
  • 15:19 - 15:20
    A procura da matéria escura
  • 15:20 - 15:23
    pode ser a chave
    para um novo entendimento da Física
  • 15:24 - 15:25
    e do nosso lugar no universo.
  • 15:26 - 15:27
    Obrigada.
  • 15:27 - 15:29
    (Aplausos)
Title:
A pesquisa da matéria escura e o que sabemos até agora.
Speaker:
Risa Wechler
Description:

Cerca de 85% da massa do universo é "matéria sscura" — um material misterioso que não pode ser observado , mas que tem imensa influência no cosmos. O que é exatamente essa coisa estranha e o que tem ela a ver com a nossa existência? A astrofísica Risa Wechler examina porque é que a matéria escura pode ser a chave para entendermos como o universo foi formado — e conta como os físicos nos laboratórios do mundo inteiro têm desenvolvido formas criativas de a estudar.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:43

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