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Um bafômetro poderia detectar o câncer? - Julian Burschka

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    Como pode um bafômetro medir
    o nível de álcool no nosso sangue,
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    horas depois da última ingestão,
    com base apenas no sopro?
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    O ar exalado dos pulmões contém
    vestígios de centenas, até mesmo milhares,
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    de compostos orgânicos voláteis:
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    pequenas moléculas, leves o bastante
    para viajarem facilmente como gases.
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    Uma delas é o etanol,
    que consumimos em bebidas alcoólicas.
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    Ele viaja pela corrente sanguínea,
    até os alvéolos pulmonares,
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    passando para o ar exalado
    a uma concentração 2 mil vezes menor,
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    em média, do que no sangue.
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    Quando alguém sopra em um bafômetro,
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    o etanol presente no ar exalado
    passa para uma câmara de reação.
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    Lá, ele é convertido em outra molécula,
    chamada acido acético,
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    em um tipo especial de reator que produz
    uma corrente elétrica durante a reação.
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    A força da corrente indica a quantidade
    de etanol na amostra de ar,
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    e, por conseguinte, no sangue.
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    Além dos compostos orgânicos voláteis,
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    como o etanol ingerido
    dos alimentos e das bebidas alcoólicas,
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    os processos bioquímicos de nossas células
    produzem muitos outros.
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    E quando algo interfere
    nesses processos, como uma doença,
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    os compostos orgânicos voláteis presentes
    no ar exalado também podem variar.
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    Será que poderíamos detectar doenças
    analisando o ar exalado por uma pessoa,
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    sem exames de diagnósticos mais invasivos
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    como biópsias, radiação
    e exames de sangue?
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    Teoricamente, sim.
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    Mas os testes de doenças são bem mais
    complicados que os de nível alcoólico.
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    Para identificar doenças,
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    os pesquisadores precisariam considerar
    dezenas de compostos no ar exalado.
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    Uma dada doença pode fazer
    com que alguns desses compostos
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    aumentem ou diminuam de concentração,
    enquanto outros talvez não mudem.
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    É provável que o perfil seja
    diferente para cada doença
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    e que possa até mesmo variar
    em diferentes estágios dela.
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    Por exemplo, os tipos de câncer
    estão entre os candidatos
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    mais pesquisados para o diagnóstico
    pela análise do ar exalado.
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    Uma das reações bioquímicas
    que muitos tumores podem causar
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    é um grande aumento em um processo
    de geração de energia chamado glicólise,
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    conhecido como "Efeito Warburg",
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    Esse aumento da glicólise eleva
    os metabólitos, como o lactato,
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    que, por sua vez, podem afetar
    uma série de processos metabólicos
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    e, por fim, resultar
    na composição alterada do ar,
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    possivelmente incluindo uma concentração
    aumentada de compostos voláteis,
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    como o sulfóxido de dimetilo.
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    Mas o Efeito Warburg é apenas um possível
    indicador de atividade cancerosa
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    e não revela nada sobre o tipo de câncer.
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    Mais indicadores são necessários
    para fazer um diagnóstico.
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    Para encontrar essas diferenças sutis,
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    os pesquisadores comparam
    o ar exalado por pessoas saudáveis
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    com o de pessoas
    que sofrem de alguma doença,
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    usando perfis baseados
    em centenas de amostras de ar.
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    Essa análise complexa requer
    um tipo de sensor bem diferente
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    e mais versátil que o bafômetro.
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    Alguns estão sendo desenvolvidos.
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    Alguns diferenciam
    os compostos individuais,
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    observando como eles se movem
    por uma série de campos elétricos.
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    Outros utilizam uma gama de resistores
    feitos de diferentes materiais,
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    os quais alteram a resistência
    quando expostos a uma certa mistura
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    de compostos orgânicos voláteis.
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    Há outros desafios também.
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    Essas substâncias estão presentes
    em concentrações incrivelmente baixas,
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    geralmente apenas partes por bilhão,
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    muito inferiores às concentrações
    de etanol no ar exalado.
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    Os níveis dos compostos podem ser
    influenciados por fatores além da doença,
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    incluindo idade, gênero,
    alimentação e estilo de vida.
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    Por fim, existe a necessidade
    de distinguir quais compostos da amostra
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    foram produzidos no organismo do paciente
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    e quais foram inalados no ambiente,
    pouco antes do teste.
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    Em razão desses desafios,
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    a análise do ar exalado
    ainda não está disponível.
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    Mas os testes clínicos preliminares
    em câncer nos pulmões, no cólon
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    e em outros tipos de câncer
    têm apresentado resultados encorajadores.
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    Um dia, a detecção precoce do câncer
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    poderá ser tão fácil
    quanto inspirar e expirar.
Title:
Um bafômetro poderia detectar o câncer? - Julian Burschka
Speaker:
Julian Burschka
Description:

Veja a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/could-a-breathalyzer-detect-cancer-julian-burschka

Como um bafômetro pode medir o nível de álcool no nosso sangue, horas depois da última ingestão, com base apenas no sopro? E poderíamos usar essa mesma tecnologia para detectar doenças, analisando o ar exalado por uma pessoa, sem a necessidade de usar métodos mais invasivos, como biópsia, exames de sangue ou radiação? Julian Burschka explica esse complicado processo.
Lição de Julian Burschka, dirigido por Cabong Studios.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:17

Portuguese, Brazilian subtitles

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