Como a motivação pode consertar os sistemas públicos
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0:01 - 0:03Usem um minuto
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0:03 - 0:06e pensem em vocês
como líderes de um país. -
0:07 - 0:09E digamos que uma
das vossas maiores prioridades -
0:09 - 0:13é prestar aos vossos cidadãos
cuidados de saúde de alta qualidade. -
0:14 - 0:16Como é que fariam isso?
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0:16 - 0:18Iriam construir mais hospitais?
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0:18 - 0:20Ou abrir mais faculdades de medicina?
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0:20 - 0:23Investir na inovação clínica?
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0:23 - 0:27E se o sistema de saúde do país
estiver fundamentalmente avariado? -
0:27 - 0:30Seja pelo absentismo de médicos,
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0:30 - 0:33pelo esgotamento de medicamentos
ou pela baixa qualidade dos cuidados. -
0:33 - 0:36Por onde é que começariam?
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0:36 - 0:38Eu sou consultor de gestão
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0:38 - 0:40e, nos últimos três anos,
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0:40 - 0:42estive a trabalhar num projeto
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0:42 - 0:46para melhorar o sistema
de saúde público do Rajastão, -
0:46 - 0:48um estado da Índia.
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0:48 - 0:51Ao longo do projeto,
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0:51 - 0:54descobrimos algo profundo.
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0:55 - 0:59Mais médicos, melhores instalações,
inovação clínica, -
1:00 - 1:02tudo isso é importante.
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1:02 - 1:06Mas nada muda sem um ingrediente chave.
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1:06 - 1:08Motivação.
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1:09 - 1:11Mas a motivação é uma coisa complicada.
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1:12 - 1:15Se já lideraram uma equipa,
criaram uma criança -
1:15 - 1:18ou tentaram mudar um hábito pessoal,
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1:18 - 1:21sabem que a motivação
não aparece por magia. -
1:22 - 1:25É preciso que alguma coisa mude
para nos obrigar a preocuparmo-nos. -
1:26 - 1:30E se há uma coisa com que
todos nós nos preocupamos -
1:31 - 1:35é o desejo inerente de brilhar
em frente da sociedade. -
1:36 - 1:39Então, isso foi exatamente o que fizemos.
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1:39 - 1:42Decidimos focar-nos no cidadão:
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1:42 - 1:47nas pessoas a quem o sistema
era destinado, primeiro que tudo. -
1:48 - 1:51E hoje, queria contar-vos
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1:51 - 1:56como o Rajastão transformou drasticamente
o seu sistema de saúde público -
1:56 - 2:00usando o cidadão para ativar a motivação.
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2:01 - 2:05O Rajastão é um
dos maiores estados da Índia, -
2:05 - 2:09com uma população de quase 80 milhões.
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2:09 - 2:12É maior do que o Reino Unido.
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2:13 - 2:16Mas as semelhanças
provavelmente acabam aí. -
2:16 - 2:20Em 2016, quando a minha equipa foi chamada
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2:20 - 2:24para começar a trabalhar com o sistema
de saúde público do Rajastão, -
2:24 - 2:27encontrámo-lo num estado de crise.
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2:27 - 2:31Por exemplo, a média
de mortalidade neonatal -
2:31 - 2:36— o número de recém-nascidos
que morrem antes de completar um mês — -
2:36 - 2:40era 10 vezes maior do que no Reino Unido.
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2:41 - 2:43Por isso, os cidadãos estavam a dizer:
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2:43 - 2:46"Eu não quero ir a um centro
de saúde público". -
2:47 - 2:52Na Índia, quem queria consultar um médico
num centro de saúde público, -
2:52 - 2:56iria a um "CSP,"
ou "centro de saúde primário." -
2:57 - 3:02E a expetativa é de haver pelo menos
40 pacientes a ir ao um CSP por dia. -
3:03 - 3:07Mas, no Rajastão, só um
em quatro centros de saúde -
3:07 - 3:09estava a ter esse número
mínimo de pacientes. -
3:10 - 3:14Por outras palavras, as pessoas
tinham perdido a fé no sistema. -
3:15 - 3:18Quando aprofundámos mais,
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3:18 - 3:22percebemos que a falta de prestação
de contas era o centro do problema. -
3:24 - 3:25Imaginem isto.
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3:25 - 3:28Sudha, uma pessoa que ganha ao dia,
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3:28 - 3:31apercebe-se que a sua filha de um ano
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3:31 - 3:34está com uma disenteria incontrolável.
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3:34 - 3:37Então, decide tirar um dia de folga,
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3:37 - 3:41o que representa uma perda
de cerca 350 rupias, ou cinco dólares. -
3:41 - 3:44Pega na filha ao colo
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3:44 - 3:48e percorre cinco quilómetros
até ao centro de saúde público. -
3:49 - 3:51Mas o médico não está lá.
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3:52 - 3:55Então, no dia seguinte,
ela tira o dia, de novo, -
3:55 - 3:57e volta ao centro de saúde.
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3:57 - 3:59Desta vez, o médico está lá,
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3:59 - 4:01mas o farmacêutico diz-lhe
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4:01 - 4:05que os medicamentos gratuitos
de que ela precisa acabaram, -
4:05 - 4:08porque se esqueceram
de os encomendar a tempo. -
4:08 - 4:11Então, ela corre ao centro médico privado
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4:11 - 4:12e, quando lá chega,
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4:12 - 4:16olhando para o estado da filha
que piora a cada hora, -
4:16 - 4:18não consegue deixar de pensar
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4:18 - 4:22que devia ter ido logo de início
ao centro médico privado, -
4:22 - 4:27e pago 350 rupias
pela consulta e pelos remédios. -
4:29 - 4:35Ninguém é responsabilizado
por este enorme fracasso do sistema -
4:36 - 4:42que custou tempo, dinheiro
e preocupação a Sudha. -
4:44 - 4:47E isso é uma coisa
que precisa de ser reparado. -
4:47 - 4:50Como todos os bons consultores,
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4:50 - 4:54decidimos que a revisão de dados
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4:54 - 4:57tem de ser a resposta para
melhorar a prestação de contas. -
4:58 - 5:01Então, nós criámos estes sofisticados
quadros de desempenho -
5:01 - 5:04para tornar muito mais eficazes
as reuniões de revisão -
5:04 - 5:06do departamento de saúde.
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5:07 - 5:09Mas nada mudou.
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5:10 - 5:12Discussão após discussão,
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5:12 - 5:14reunião após reunião,
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5:14 - 5:16nada mudou.
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5:17 - 5:19Foi aí que eu percebi.
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5:19 - 5:21Vejam, os sistemas públicos
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5:21 - 5:25sempre foram governados
por mecanismos internos, -
5:25 - 5:27como reuniões de revisão.
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5:28 - 5:29Mas, com o passar do tempo,
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5:29 - 5:33as responsabilidades para com
o cidadão têm-se diluído. -
5:34 - 5:37Então, porque não colocar
o cidadão de novo na equação, -
5:37 - 5:41usando talvez as promessas aos cidadãos?
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5:41 - 5:43Isso não poderia estimular a motivação?
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5:44 - 5:49Começámos com aquilo a que eu gosto
de chamar a estratégia do café. -
5:49 - 5:54Provavelmente já viram uma
dessas placas em cafés, que diz: -
5:54 - 5:59"Se não vos derem um recibo,
o café é de graça." -
5:59 - 6:03O caixa não tem outra hipótese
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6:03 - 6:06senão dar-vos sempre um recibo.
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6:07 - 6:11Então, nós agarrámos nessa estratégia
e aplicámo-la em Rajastão. -
6:12 - 6:14Trabalhámos com o governo
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6:14 - 6:19num programa para reativar
300 centros de saúde em todo o estado, -
6:19 - 6:25e pintámos, de forma muito clara,
as promessas aos cidadãos na parede: -
6:26 - 6:30"Garantimos que haverá
sempre um médico presente." -
6:30 - 6:34"Garantimos que terá sempre
medicamentos gratuitos." -
6:34 - 6:38"Garantimos que terá sempre
o seu diagnóstico gratuito." -
6:39 - 6:43E, finalmente, trabalhámos
com representantes eleitos -
6:43 - 6:46para a inauguração
desses renovados centros de saúde, -
6:46 - 6:49que partilharam as promessas
aos cidadãos com a comunidade -
6:49 - 6:52com muita pompa e circunstância.
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6:52 - 6:56As promessas estavam ali na entrada.
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6:57 - 6:59Falhar seria uma vergonha.
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7:00 - 7:03O sistema tinha de começar a funcionar.
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7:04 - 7:06E funcionou.
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7:07 - 7:09A disponibilidade dos médicos aumentou,
-
7:09 - 7:12os medicamentos passaram
a estar disponíveis -
7:12 - 7:13e, em resultado,
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7:13 - 7:17as visitas dos pacientes subiram
20% em menos de um ano. -
7:18 - 7:22O sistema público de saúde
estava a voltar a funcionar. -
7:24 - 7:27Mas ainda havia uma longa
distância a percorrer. -
7:27 - 7:29Mudar não é assim tão fácil.
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7:30 - 7:32Um médico exasperado disse-me um dia:
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7:33 - 7:37"Eu quero transformar a saúde materna
na minha comunidade, -
7:37 - 7:39"mas não tenho enfermeiras suficientes."
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7:39 - 7:42Agora, os recursos como enfermeiras
-
7:42 - 7:45são controlados por
funcionários administrativos -
7:45 - 7:48a quem os médicos recorrem.
-
7:48 - 7:50Mas, enquanto os médicos
já estavam motivados, -
7:50 - 7:54os funcionários administrativos
não estavam suficientemente motivados -
7:54 - 7:56para ajudar os médicos.
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7:57 - 8:00Nessa altura, a chefe
do departamento de saúde pública, -
8:00 - 8:04a Sra. Veenu Gupta, apareceu
com uma ideia brilhante. -
8:04 - 8:08Uma classificação mensal
de todos os distritos. -
8:08 - 8:12E essa classificação iria avaliar
o desempenho de cada distrito -
8:12 - 8:14em cada principal doença
-
8:14 - 8:17e em cada principal procedimento.
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8:17 - 8:19Mas aqui vai a melhor parte.
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8:19 - 8:22Nós tornámos pública a classificação.
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8:22 - 8:24Colocámos a classificação na Internet,
-
8:24 - 8:26colocámos a avaliação nas redes sociais,
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8:26 - 8:29e antes de darmos por isso,
os "media" envolveram-se, -
8:29 - 8:33com artigos de jornal sobre
os distritos que estavam a funcionar bem -
8:33 - 8:35e os que não estavam.
-
8:35 - 8:39Nós não queríamos que as classificações
tivessem impacto apenas -
8:39 - 8:42nos distritos com os melhores
e os piores desempenhos. -
8:42 - 8:45Nós queríamos que as classificações
motivassem todos os distritos. -
8:46 - 8:49Assim, inspirámo-nos
nas ligas de futebol, -
8:49 - 8:52e criámos um sistema
de classificação com três níveis, -
8:52 - 8:55em que cada trimestre,
-
8:55 - 8:58se o desempenho de um distrito
estivesse a decair, -
8:58 - 9:01podia ser relegado para o nível inferior.
-
9:01 - 9:04No entanto, se o desempenho do distrito
estivesse a melhorar, -
9:04 - 9:07podia ser promovido à primeira liga.
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9:08 - 9:10As avaliações foram um grande sucesso.
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9:10 - 9:13Gerou um entusiasmo enorme,
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9:13 - 9:15e os distritos começaram
a competir entre si -
9:15 - 9:18para serem reconhecidos como exemplares
-
9:18 - 9:21Na verdade, é muito simples,
se pensarmos nisso. -
9:21 - 9:26Se os dados do desempenho
só forem revistos pelo gerente -
9:26 - 9:28num contexto interno,
-
9:28 - 9:31isso não é suficientemente motivador.
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9:31 - 9:34Mas, se esses dados forem publicados,
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9:34 - 9:38abertamente, para a comunidade ver,
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9:38 - 9:40esse é um cenário muito diferente.
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9:41 - 9:44Isso estimula um espírito competitivo
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9:44 - 9:47que se encontra dentro de todos nós.
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9:48 - 9:51Agora, quando juntámos essas duas coisas,
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9:51 - 9:55a estratégia do café
e a competição pública, -
9:55 - 9:57ficámos com um sistema de saúde público
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9:57 - 10:02que é significativamente mais motivado
para a melhoria da saúde dos cidadãos. -
10:04 - 10:07E depois de passar a ser
um sistema de saúde mais motivado, -
10:07 - 10:11era um sistema muito
mais bem preparado para o apoio. -
10:11 - 10:14Porque, agora,
há uma exigência de apoio, -
10:14 - 10:18sejam os recursos, os dados
ou o reforço de competências. -
10:19 - 10:21Vou dar-vos um exemplo.
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10:21 - 10:25Uma vez, eu estava numa reunião
no distrito da cidade de Ajmer. -
10:25 - 10:28Este distrito era um
dos que estavam a subir rapidamente -
10:29 - 10:30nas classificações.
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10:30 - 10:32Havia um grupo de médicos dedicados
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10:32 - 10:37que estavam a analisar ideias
para melhorar o apoio às suas equipas. -
10:37 - 10:41Um dos médicos tinha melhorado
as competências dos trabalhadores de saúde -
10:41 - 10:44para compensar o problema
da escassez de enfermeiras. -
10:44 - 10:48Outro médico estava a usar
o WhatsApp de maneira criativa -
10:48 - 10:52para partilhar as informações e ideias
com os trabalhadores de proximidade. -
10:52 - 10:53Por exemplo,
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10:53 - 10:57onde estão as crianças
que não estão vacinadas? -
10:57 - 10:59E, como convencer as mães
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10:59 - 11:02a levarem os filhos para serem vacinados?
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11:03 - 11:06E, como as equipas já estavam
significativamente motivadas, -
11:06 - 11:09estavam simplesmente
a aperfeiçoar o apoio, -
11:09 - 11:13porque queriam atuar cada vez melhor.
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11:14 - 11:20Claro que os sistemas defeituosos
necessitam de mais recursos e ferramentas. -
11:21 - 11:23Mas só isso não terá muito impacto
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11:23 - 11:27se não se resolver primeiro
o problema da motivação. -
11:28 - 11:31Só depois de criada a maré da motivação
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11:31 - 11:36se conseguem obter os reais retornos
dos recursos e das ferramentas. -
11:38 - 11:41Mas eu ainda não respondi
a uma pergunta fundamental: -
11:41 - 11:45O que aconteceu ao desempenho
do sistema público de saúde do Rajastão? -
11:47 - 11:50Em 2016, quando começou o nosso trabalho,
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11:50 - 11:53o governo da Índia e o Banco Mundial
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11:53 - 11:56surgiram com um índice de saúde pública.
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11:56 - 12:01O Rajastão foi classificado
em 20.º entre 21 estados. -
12:02 - 12:04No entanto, em 2018,
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12:04 - 12:06quando foi feita a avaliação seguinte,
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12:06 - 12:09o Rajastão mostrou
uma das maiores melhorias -
12:09 - 12:11entre todos os grandes estados da Índia,
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12:11 - 12:14dando um salto de quatro posições.
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12:14 - 12:18Por exemplo, mostrou
uma das maiores reduções -
12:18 - 12:20na mortalidade neonatal,
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12:20 - 12:25com mais três mil recém-nascidos
salvos todos os anos. -
12:26 - 12:32Normalmente, as transformações na saúde
pública levam muito tempo, décadas até. -
12:32 - 12:35Mas esta abordagem mostrou resultados
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12:35 - 12:37ao fim de dois anos.
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12:38 - 12:40Mas essa é a melhor parte.
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12:40 - 12:45Não há nada de especial no Rajastão
em relação ao que aprendemos. -
12:45 - 12:50Na verdade, esta abordagem de usar
os cidadãos para estimular a motivação -
12:51 - 12:54não se limita aos sistemas
de saúde pública. -
12:55 - 13:00Acredito sinceramente que,
se existe qualquer sistema público, -
13:00 - 13:01em qualquer país,
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13:01 - 13:03que está na inércia,
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13:03 - 13:06precisamos de reativar a motivação.
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13:07 - 13:10E uma ótima maneira
de estimular a motivação -
13:10 - 13:13é aumentar a transparência
para os cidadãos. -
13:14 - 13:17Podemos fazer isso no ensino,
no saneamento, -
13:18 - 13:20e até mesmo na representação política.
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13:21 - 13:23as escolas governamentais
podem competir abertamente -
13:23 - 13:26com base nas matrículas dos alunos.
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13:26 - 13:29As cidades e vilas, com base da limpeza.
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13:29 - 13:32E os governantes com base
numa tabela de desempenho, -
13:32 - 13:36quanto à forma como estão a melhorar
a vida dos cidadãos. -
13:37 - 13:41Há muitos sistemas avariados
no mundo inteiro. -
13:41 - 13:44Precisamos de recuperar a motivação.
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13:45 - 13:47Os cidadãos estão à espera.
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13:47 - 13:50Temos de agir hoje.
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13:50 - 13:51Muito obrigado.
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13:51 - 13:54(Aplausos)
- Title:
- Como a motivação pode consertar os sistemas públicos
- Speaker:
- Abhishek Gopalka
- Description:
-
Como se consertam sistemas públicos destruídos? Podemos despertar o espírito competitivo das pessoas. Nesta palestra sobre como conseguir que as pessoas se motivem para fazer a mudança, o estratega do setor público Abhishek Gopalka analisa como conseguiu melhorar o sistema de saúde do Rajastão, um estado da Índia com mais de 80 milhões de habitantes, usando os poderes da transparência e da prestação de contas públicas. "A motivação não aparece por magia", diz Gopalka. "Algo precisa de mudar para fazer com que as pessoas se preocupem".
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 14:07
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