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Minha batalha no tribunal contra um negador do holocausto | Dra. Deborah E. Lipstadt | TEDxSkoll

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    Venho até vocês hoje
    para falar sobre mentirosos,
  • 0:22 - 0:23
    ações judiciais,
  • 0:23 - 0:25
    e risos.
  • 0:26 - 0:29
    A primeira vez que ouvi
    sobre a negação do holocausto,
  • 0:29 - 0:30
    eu ri.
  • 0:31 - 0:32
    "Negação" do holocausto?
  • 0:33 - 0:36
    O holocausto que tem
    a questionável distinção
  • 0:36 - 0:41
    de ser o genocídio mais
    bem-documentado do mundo?
  • 0:42 - 0:44
    Quem poderia acreditar que não aconteceu?
  • 0:45 - 0:46
    Pensem nisso.
  • 0:47 - 0:51
    Para que negadores estejam certos
    quem teria que estar errado?
  • 0:52 - 0:54
    Bem, primeiramente, as vítimas,
  • 0:54 - 0:59
    os sobreviventes que nos contaram
    suas histórias angustiantes.
  • 1:00 - 1:03
    Quem mais teria que estar errado?
  • 1:03 - 1:05
    Os espectadores.
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    As pessoas que viveram
    nas inúmeras cidades e vilarejos
  • 1:09 - 1:11
    do fronte oriental,
  • 1:11 - 1:13
    que assistiram a seus vizinhos
    sendo arrebanhados:
  • 1:13 - 1:16
    homens, mulheres,
    crianças, jovens, idosos,
  • 1:16 - 1:19
    e conduzidos para os arredores da cidade
  • 1:19 - 1:22
    para serem fuzilados e abandonados
    para morrer em valas.
  • 1:23 - 1:24
    Ou os poloneses,
  • 1:24 - 1:29
    que viviam em cidades e vilarejos
    nos arredores dos campos de concentração,
  • 1:29 - 1:31
    e que observavam dia após dia
  • 1:31 - 1:35
    enquanto os trens entravam
    cheio de pessoas e saíam vazios.
  • 1:36 - 1:40
    Mas, acima de tudo,
    quem teria que estar errado?
  • 1:41 - 1:42
    Os criminosos.
  • 1:43 - 1:46
    As pessoas que dizem: "Nós fizemos isso.
  • 1:46 - 1:48
    Eu fiz isso".
  • 1:48 - 1:50
    Talvez eles incluam uma advertência,
  • 1:50 - 1:54
    eles digam: "Eu não tive escolha.
    Fui obrigado a fazer aquilo".
  • 1:55 - 1:57
    No entanto, eles dizem: "Eu fiz".
  • 1:59 - 2:00
    Pensem nisso.
  • 2:00 - 2:06
    Em nenhum julgamento de crimes de guerra,
    desde o fim da Segunda Guerra Mundial,
  • 2:06 - 2:13
    o criminoso de qualquer nacionalidade
    jamais disse: "Não aconteceu".
  • 2:14 - 2:18
    De novo, podem ter dito: "Fui forçado",
    mas não que nunca aconteceu.
  • 2:18 - 2:20
    Tendo considerado muito isso,
  • 2:20 - 2:24
    decidi que a negação
    não entraria na minha pauta;
  • 2:24 - 2:27
    tinha coisas mais sérias pra me preocupar,
    pra escrever e pesquisar a respeito,
  • 2:27 - 2:29
    e segui adiante.
  • 2:30 - 2:32
    Avançando pouco mais de uma década,
  • 2:32 - 2:34
    dois estudiosos seniores,
  • 2:34 - 2:37
    dois dos historiadores
    mais proeminentes do holocausto,
  • 2:37 - 2:40
    me procuraram e disseram:
    "Deborah, vamos tomar um café.
  • 2:40 - 2:44
    Temos uma ideia de pesquisa
    que achamos ser perfeita para você".
  • 2:44 - 2:48
    Intrigada e lisonjeada com o fato
    de virem até mim com uma ideia
  • 2:48 - 2:52
    e de me acharem digna dela,
    eu perguntei: "O que é?"
  • 2:52 - 2:55
    E disseram: "Negação do holocausto".
  • 2:56 - 2:58
    E pela segunda vez, eu ri.
  • 2:59 - 3:01
    Negação do holocausto?
  • 3:01 - 3:03
    Seriam eles membros
    da sociedade Flat Earth?
  • 3:03 - 3:05
    Ou desses que acreditam
    que Elvis está vivo?
  • 3:05 - 3:07
    Eu deveria estudá-los?
  • 3:08 - 3:09
    E os dois disseram:
  • 3:09 - 3:11
    "Sim, estamos intrigados.
  • 3:12 - 3:13
    Qual é a deles?
  • 3:13 - 3:15
    Qual é o objetivo deles?
  • 3:15 - 3:19
    Como conseguem levar as pessoas
    a acreditar no que eles dizem?"
  • 3:19 - 3:21
    Então pensei
  • 3:21 - 3:26
    que, se eles achavam que valia a pena,
    eu faria uma digressão momentânea,
  • 3:26 - 3:29
    talvez um ano, ou dois,
    três, talvez até quatro:
  • 3:29 - 3:32
    em termos acadêmicos, isso é momentâneo.
  • 3:32 - 3:33
    (Risos)
  • 3:33 - 3:35
    Trabalhamos muito devagar.
  • 3:35 - 3:37
    (Risos)
  • 3:37 - 3:39
    E eu os investigaria.
  • 3:39 - 3:40
    Então fiz isso.
  • 3:40 - 3:43
    Fiz minha pesquisa,
    e descobri muitas coisas,
  • 3:43 - 3:45
    duas das quais eu gostaria
    de compartilhar com vocês.
  • 3:45 - 3:47
    Primeira:
  • 3:47 - 3:52
    negadores são lobos em pele de cordeiro.
  • 3:52 - 3:55
    Eles são os mesmos: nazistas, neonazistas;
  • 3:55 - 3:59
    vocês decidem se querem acrescentar
    a palavra "neo" lá ou não.
  • 3:59 - 4:02
    Mas quando olhei para eles,
  • 4:02 - 4:06
    não vi um uniforme da SS,
  • 4:06 - 4:10
    símbolos da suástica na parede,
  • 4:10 - 4:12
    saudações Sieg Heil,
  • 4:12 - 4:13
    nada disso.
  • 4:13 - 4:16
    Em vez disso encontrei
  • 4:16 - 4:21
    pessoas desfilando
    como acadêmicos respeitáveis.
  • 4:22 - 4:23
    O que eles tinham?
  • 4:23 - 4:24
    Tinham um instituto.
  • 4:24 - 4:28
    O "Institute for Historical Review".
  • 4:29 - 4:32
    Eles tinham um jornal bacana,
  • 4:32 - 4:35
    o "Journal of Historical Review",
  • 4:35 - 4:39
    cheio de inúmeras notas de rodapé.
  • 4:41 - 4:42
    E tinham um novo nome.
  • 4:43 - 4:45
    Não neonazistas,
  • 4:45 - 4:48
    nem antissemitas:
  • 4:48 - 4:49
    revisionistas.
  • 4:50 - 4:52
    Eles diziam: "Nós somos revisionistas.
  • 4:52 - 4:55
    Nossa missão é fazer uma coisa:
  • 4:55 - 4:58
    rever erros na história".
  • 4:59 - 5:04
    Mas tudo o que precisávamos fazer era
    descer um centímetro abaixo da superfície,
  • 5:04 - 5:06
    e o que encontrávamos lá?
  • 5:06 - 5:09
    A mesma adulação a Hitler,
  • 5:09 - 5:11
    louvor ao Terceiro Reich,
  • 5:11 - 5:14
    antissemitismo, racismo, preconceito.
  • 5:15 - 5:17
    Foi isso que me intrigou.
  • 5:17 - 5:20
    Era antissemitismo, racismo, preconceito,
  • 5:20 - 5:24
    desfilando como discurso racional.
  • 5:25 - 5:27
    Outra coisa que descobri,
  • 5:27 - 5:31
    e vimos um slide antes
    sobre fatos e opiniões,
  • 5:31 - 5:35
    muitos de nós fomos ensinados
    a pensar que há fatos e há opiniões.
  • 5:35 - 5:38
    Depois de estudar negadores,
    eu penso diferente.
  • 5:38 - 5:40
    Há fatos,
  • 5:40 - 5:42
    há opiniões,
  • 5:42 - 5:43
    e há mentiras.
  • 5:44 - 5:48
    E os negadores querem
    pegar as mentiras deles,
  • 5:49 - 5:51
    mascará-las como opiniões,
  • 5:51 - 5:53
    talvez opiniões aguçadas,
  • 5:53 - 5:56
    talvez opiniões tipo "fora da caixa",
  • 5:56 - 5:59
    mas então, se são opiniões deles,
    elas deveriam fazer parte da conversa.
  • 5:59 - 6:03
    E então eles transgridem os fatos.
  • 6:04 - 6:07
    Eu publiquei meu trabalho,
    o livro foi publicado:
  • 6:07 - 6:10
    "Negando o Holocausto: O Crescente
    Ataque à Verdade e à Memória"
  • 6:10 - 6:14
    foi lançado em muitos países diferentes,
    inclusive aqui na Penguin UK,
  • 6:15 - 6:18
    e eu tinha lidado com essas pessoas
    e estava pronta para seguir adiante.
  • 6:19 - 6:23
    Então veio a carta da Penguin UK.
  • 6:23 - 6:26
    E pela terceira vez, eu ri,
  • 6:28 - 6:29
    equivocadamente.
  • 6:30 - 6:32
    Abri a carta,
  • 6:32 - 6:37
    e ela informava que David Irving
    estava me processando por calúnia
  • 6:38 - 6:39
    no Reino Unido
  • 6:39 - 6:42
    por chamá-lo de negador do holocausto.
  • 6:43 - 6:45
    David Irving estava me processando?
  • 6:45 - 6:46
    Quem era David Irving?
  • 6:46 - 6:48
    Ele era um escritor de obras históricas,
  • 6:48 - 6:51
    a maioria delas sobre
    a Segunda Guerra Mundial,
  • 6:51 - 6:54
    e praticamente todos
    esses trabalhos tomaram a posição
  • 6:54 - 6:58
    de que os nazistas
    não eram tão ruins assim,
  • 6:58 - 7:01
    e os aliados não eram tão bons assim.
  • 7:01 - 7:05
    E os judeus, o que quer que tenha
    acontecido com eles, meio que mereceram.
  • 7:05 - 7:08
    Ele conhecia os documentos e os fatos,
  • 7:08 - 7:11
    mas ele, de alguma forma,
    os deturpou para obter essa opinião.
  • 7:12 - 7:14
    Ele nem sempre foi
    um negador do holocausto,
  • 7:14 - 7:16
    mas no final dos anos 80,
  • 7:16 - 7:19
    ele adotou isso com grande vigor.
  • 7:20 - 7:24
    Eu também ri porque este era um homem
  • 7:24 - 7:28
    que não só era negador do holocausto,
    mas se mostrava muito orgulhoso disso.
  • 7:28 - 7:30
    Aqui estava um homem que disse:
  • 7:30 - 7:33
    "Vou afundar o navio de guerra Auschwitz".
  • 7:34 - 7:35
    Aqui estava um homem
  • 7:35 - 7:39
    que apontou para o número tatuado
    no braço de um sobrevivente e disse:
  • 7:41 - 7:46
    "Quanto você ganhou para tatuar
    esse número no seu braço?"
  • 7:46 - 7:48
    Aqui estava um homem que disse:
  • 7:48 - 7:51
    "Mais pessoas morreram
    no carro do senador Kennedy,
  • 7:51 - 7:53
    em Chappaquiddick,
  • 7:53 - 7:56
    do que nas câmaras de gás em Auschwitz".
  • 7:56 - 7:59
    Essa é uma referência americana,
    mas vocês podem pesquisá-la.
  • 8:00 - 8:03
    Este não era um homem que parecia
    envergonhado ou reticente
  • 8:03 - 8:05
    por ser um negador do holocausto.
  • 8:06 - 8:10
    Muitos dos meus colegas
    acadêmicos me aconselharam:
  • 8:10 - 8:12
    "Ei, Deborah, simplesmente ignore isto".
  • 8:12 - 8:15
    Quando expliquei que não se pode
    simplesmente ignorar uma ação de calúnia,
  • 8:15 - 8:18
    eles disseram: "E quem vai
    mesmo acreditar nele?"
  • 8:19 - 8:21
    Mas esta era a questão:
  • 8:21 - 8:26
    a lei britânica colocou o ônus em mim
  • 8:26 - 8:29
    para provar a verdade do que eu disse,
  • 8:29 - 8:32
    em contraste de como teria
    sido nos Estados Unidos
  • 8:32 - 8:36
    e em muitos outros países:
    que ele provasse a falsidade.
  • 8:37 - 8:38
    O que isso significava?
  • 8:38 - 8:42
    Significava que se eu não lutasse,
  • 8:42 - 8:44
    ele ganharia por omissão.
  • 8:45 - 8:49
    E se ele ganhasse por omissão,
    ele então poderia legitimamente dizer:
  • 8:49 - 8:54
    "Minha versão, de David Irving,
    do holocausto é a versão legítima.
  • 8:54 - 8:57
    Deborah Lipstadt foi acusada
    de ter me caluniado
  • 8:57 - 8:59
    quando me acusou de ser
    negador do holocausto.
  • 8:59 - 9:03
    Dito isto, eu, David Irving,
    não sou um negador do holocausto".
  • 9:03 - 9:05
    E qual é essa versão?
  • 9:05 - 9:08
    Não havia nenhum plano
    para assassinar os judeus,
  • 9:08 - 9:10
    não havia câmaras de gás,
  • 9:10 - 9:12
    não houve fuzilamento em massa,
  • 9:12 - 9:15
    Hitler não teve nada a ver
    com qualquer sofrimento que aconteceu,
  • 9:15 - 9:19
    e os judeus inventaram tudo isso
  • 9:19 - 9:23
    para conseguir dinheiro da Alemanha
    e para obter um Estado,
  • 9:23 - 9:27
    e eles fizeram isso com o auxílio
    e favorecimento dos aliados.
  • 9:27 - 9:30
    Eles plantaram os documentos e as provas.
  • 9:31 - 9:34
    Eu não poderia deixar isso ficar assim
  • 9:34 - 9:37
    e jamais poderia encarar
    um sobrevivente
  • 9:37 - 9:39
    ou um filho deles.
  • 9:39 - 9:41
    Não poderia deixar isso ficar assim
  • 9:41 - 9:45
    e me considerar
    uma historiadora responsável.
  • 9:46 - 9:48
    Então, nós lutamos.
  • 9:48 - 9:50
    E, para quem não assistiu
    ao filme "Negação",
  • 9:50 - 9:53
    alerta de "spoiler": nós ganhamos.
  • 9:53 - 9:54
    (Risos)
  • 9:54 - 9:56
    (Aplausos)
  • 10:01 - 10:05
    O juiz considerou David Irving
  • 10:05 - 10:08
    um mentiroso,
  • 10:08 - 10:10
    um racista e antissemita.
  • 10:11 - 10:13
    A visão histórica dele era tendenciosa,
  • 10:13 - 10:15
    ele mentiu, distorceu fatos
  • 10:15 - 10:18
    e o mais importante,
  • 10:18 - 10:20
    ele fez isso deliberadamente.
  • 10:20 - 10:24
    Mostramos um padrão,
    em mais de 25 instâncias principais.
  • 10:24 - 10:28
    Não coisas pequenas; muitos aqui
    escrevem ou estão escrevendo livros.
  • 10:28 - 10:31
    Sempre cometemos erros,
    por isso ficamos felizes
  • 10:31 - 10:33
    em ter uma segunda edição
    pra corrigir os erros.
  • 10:33 - 10:35
    (Risos)
  • 10:36 - 10:39
    Mas estes sempre se moveram
    na mesma direção:
  • 10:39 - 10:42
    culpe os judeus,
  • 10:42 - 10:44
    exonere os nazistas.
  • 10:45 - 10:47
    Mas como nós ganhamos?
  • 10:47 - 10:52
    Seguimos as notas de rodapé dele
    de volta às suas origens.
  • 10:53 - 10:55
    E o que encontramos?
  • 10:55 - 10:56
    Não na maioria dos casos,
  • 10:56 - 10:58
    e não na preponderância dos casos,
  • 10:58 - 11:03
    mas em cada instância na qual ele fez
    alguma referência ao holocausto,
  • 11:03 - 11:08
    que a suposta evidência dele
    fora distorcida, meia verdade,
  • 11:08 - 11:11
    mudança de datas e de sequências,
  • 11:12 - 11:14
    alguém foi colocado
    numa reunião e não estava lá.
  • 11:14 - 11:17
    Em outras palavras,
    ele não tinha as evidências.
  • 11:17 - 11:19
    As evidências dele não provaram isso.
  • 11:19 - 11:22
    Nós não provamos o que aconteceu.
  • 11:23 - 11:25
    Provamos que o que ele
    disse que aconteceu
  • 11:25 - 11:27
    e por extensão, todos os negadores,
  • 11:27 - 11:30
    já que ele ou os menciona
    ou eles obtêm seus argumentos com ele,
  • 11:30 - 11:32
    não é verdade.
  • 11:32 - 11:36
    O que eles alegam, eles não têm
    as evidências para provar.
  • 11:37 - 11:42
    Então, por que a minha história
    é mais do que apenas a história
  • 11:42 - 11:46
    de uma ação judicial difícil
    e peculiar de seis longos anos,
  • 11:46 - 11:51
    e uma professora americana
    sendo arrastada para um tribunal
  • 11:51 - 11:54
    por um homem que o tribunal
    declarou em seu julgamento
  • 11:54 - 11:56
    ser um polemista neonazista?
  • 11:56 - 11:58
    Qual é a mensagem?
  • 11:59 - 12:02
    Acho que, no contexto
    da questão da verdade,
  • 12:02 - 12:04
    a mensagem é muito significativa.
  • 12:04 - 12:06
    Porque hoje,
  • 12:06 - 12:08
    como bem sabemos,
  • 12:08 - 12:12
    verdades e fatos estão sob ataque.
  • 12:13 - 12:16
    A mídia social, apesar de todos
    os presentes que nos deu,
  • 12:16 - 12:21
    também permitiu que a diferença
    entre fatos estabelecidos
  • 12:21 - 12:23
    e mentiras
  • 12:23 - 12:25
    fosse nivelada.
  • 12:26 - 12:27
    Em primeiro lugar:
  • 12:27 - 12:29
    extremismo.
  • 12:30 - 12:33
    Vocês podem não ver
    os roupões da Ku Klux Klan,
  • 12:33 - 12:36
    ou as cruzes se queimando,
  • 12:36 - 12:40
    talvez nem mesmo ouçam
    toda a linguagem da supremacia branca.
  • 12:40 - 12:45
    Podemos chamá-la de "direita alternativa",
    "Frente Nacional", escolham seus nomes.
  • 12:45 - 12:51
    Mas por baixo, foi esse mesmo extremismo
    que encontrei na negação do holocausto,
  • 12:51 - 12:54
    desfilando como discurso racional.
  • 12:56 - 13:01
    Vivemos numa idade na qual
    a verdade está na defensiva.
  • 13:01 - 13:04
    Vem à minha mente um cartum de Nova York.
  • 13:04 - 13:07
    Um show de perguntas recentemente
    apareceu em "The New Yorker"
  • 13:07 - 13:09
    no qual o apresentador diz
    a uma das concorrentes:
  • 13:09 - 13:12
    "Sim, senhora, a sua resposta está certa,
  • 13:12 - 13:14
    mas seu oponente gritou
    mais alto do que você,
  • 13:14 - 13:16
    então ele ganha o ponto".
  • 13:17 - 13:19
    O que podemos fazer?
  • 13:19 - 13:21
    Em primeiro lugar,
  • 13:21 - 13:26
    não podemos ser enganados
    pelas aparências racionais.
  • 13:26 - 13:31
    Temos que procurar embaixo,
    e lá vamos encontrar o extremismo.
  • 13:32 - 13:34
    Em segundo lugar:
  • 13:34 - 13:40
    devemos entender
    que a verdade não é relativa.
  • 13:42 - 13:43
    Em terceiro lugar:
  • 13:44 - 13:47
    devemos ficar na ofensiva,
  • 13:47 - 13:49
    não na defensiva.
  • 13:50 - 13:52
    Quando alguém faz
    uma afirmação ultrajante,
  • 13:52 - 13:57
    mesmo que possua um dos cargos
    mais altos da nação, se não do mundo,
  • 13:58 - 13:59
    devemos dizer a ele:
  • 13:59 - 14:01
    "Onde está a prova?
  • 14:01 - 14:03
    Onde estão as evidências?"
  • 14:03 - 14:06
    Devemos manter os pés "deles" no fogo.
  • 14:06 - 14:11
    Não devemos tratar o assunto como
    se as mentiras dele refletissem os fatos.
  • 14:12 - 14:16
    E como eu disse anteriormente,
    a verdade não é relativa.
  • 14:16 - 14:19
    Muitos de nós crescemos
    no mundo acadêmico
  • 14:19 - 14:20
    e do pensamento liberal esclarecido,
  • 14:20 - 14:24
    no qual nos ensinam
    que tudo está aberto ao debate.
  • 14:24 - 14:26
    Mas não é o caso.
  • 14:26 - 14:30
    Certas coisas são verdadeiras,
  • 14:30 - 14:33
    há fatos indiscutíveis,
  • 14:33 - 14:35
    verdades objetivas.
  • 14:35 - 14:40
    Galileu nos ensinou isso há séculos.
  • 14:40 - 14:45
    Mesmo depois de ser forçado
    pelo Vaticano a se retratar
  • 14:45 - 14:48
    de que a Terra se movia em torno do Sol,
  • 14:48 - 14:51
    ele se pronunciou, e quais são
    os registros do que ele disse?
  • 14:51 - 14:55
    "Mas, mesmo assim, ela se move."
  • 14:56 - 14:59
    A Terra não é plana.
  • 14:59 - 15:01
    O clima está mudando.
  • 15:02 - 15:05
    Elvis não está vivo.
  • 15:05 - 15:06
    (Risos)
  • 15:06 - 15:08
    (Aplausos)
  • 15:08 - 15:11
    E o mais importante:
  • 15:11 - 15:15
    verdade e fato estão sob ataque.
  • 15:16 - 15:21
    O trabalho à nossa frente, a tarefa
    e o desafio à nossa frente
  • 15:21 - 15:22
    são enormes.
  • 15:23 - 15:25
    O tempo para lutar é curto.
  • 15:26 - 15:29
    Temos que agir agora.
  • 15:30 - 15:33
    Mais tarde será tarde demais.
  • 15:33 - 15:34
    Muito obrigada.
  • 15:34 - 15:37
    (Aplausos)
Title:
Minha batalha no tribunal contra um negador do holocausto | Dra. Deborah E. Lipstadt | TEDxSkoll
Description:

A historiadora Deborah Lipstadt passou anos pesquisando negadores do holocausto para um de seus livros, argumentando que o racismo, antissemitismo e preconceito deles haviam sido disfarçados como discurso racional. Mas ela nunca pensou que teria que enfrentar um deles no tribunal. A palestra dela conta a incrível história de sua batalha de seis anos para defender a existência do holocausto numa sala de audiência e propõe soluções de como lutar pela verdade numa nova era marcada por "fatos alternativos".

A Dra. Deborah E. Lipstadt é professora de Estudos Modernos Judaicos e do Holocausto na Universidade Emory em Atlanta. Seu livro mais recente, "Holocausto: uma compreensão americana" (Rutgers, 2016) explora como os Estados Unidos têm compreendido e interpretado o holocausto desde 1945. Seu livro anterior, "The Eichmann Trial" (Schocken / Nextbook 2011), publicado em comemoração do 50º aniversário do Julgamento Eichmann, foi aclamado pelo Publisher Weekly como "uma dissecção penetrante e autoritária de um caso de referência e seus efeitos posteriores".

Ela ocupou e atualmente detém uma nomeação presidencial para o Conselho do Memorial do Holocausto dos EUA (dos Presidentes Clinton e Obama) e foi convidada pelo presidente George W. Bush para representar a Casa Branca no 60º aniversário da libertação de Auschwitz. No Museu do Holocausto dos EUA, Lipstadt preside o Comitê sobre Antissemitismo & Negação do Holocausto Patrocinada pelo Estado. Ela está atualmente escrevendo um livro, "The Antisemitic Delusion: Letters to a Student", que será publicado em 2018.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:55

Portuguese, Brazilian subtitles

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