Como podemos ajudar os "medianos esquecidos" a atingir o seu potencial
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0:01 - 0:05Vou falar-vos dos ''medianos esquecidos".
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0:06 - 0:12Para mim, são os estudantes,
os colegas e todas as pessoas vulgares -
0:12 - 0:15que são muitas vezes ignoradas
-
0:15 - 0:19porque não são vistas como
excecionais nem problemáticas. -
0:19 - 0:22São os miúdos que pensamos
que podemos ignorar -
0:22 - 0:27porque as suas necessidades de apoio
não parecem ser urgentes. -
0:28 - 0:29São os colegas
-
0:29 - 0:34que mantêm em funcionamento
os motores das nossas organizações, -
0:34 - 0:38mas que não são vistos como os inovadores
que levam à excelência. -
0:39 - 0:43De muitas maneiras,
ignoramos as pessoas medianas -
0:43 - 0:46porque não nos mantêm
acordados de noite, -
0:46 - 0:49a pensar qual será a coisa louca
que eles vão criar. -
0:49 - 0:51(Risos)
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0:51 - 0:56A verdade é que dependemos
da complacência deles -
0:56 - 0:58e do seu sentido de desconexão
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0:58 - 1:01porque tornam mais fácil
o nosso trabalho. -
1:02 - 1:06Eu conheço um pouco
o que são os medianos esquecidos. -
1:07 - 1:11Quando eu andava na escola,
saia com esse pessoal mediano. -
1:12 - 1:15Durante muito tempo,
eu fui uma boa aluna, -
1:15 - 1:19mas isso mudou no sétimo ano.
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1:19 - 1:24Eu passava os dias na mexeriquice,
passando recadinhos, -
1:24 - 1:26sempre na brincadeira
com os meus amigos. -
1:27 - 1:29Em vez de fazer os trabalhos de casa
-
1:29 - 1:33agarrava-me ao telemóvel,
a recordar os incidentes do dia. -
1:33 - 1:39E, embora eu fosse
uma adolescente vulgar de 12 anos, -
1:40 - 1:45a minha ambivalência no ensino
levou-me a ter notas médias. -
1:47 - 1:52Felizmente para mim, a minha mãe
percebeu uma coisa importante, -
1:53 - 1:59que aquela minha situação
não era o que me convinha. -
2:00 - 2:05Enquanto antiga bibliotecária
de investigação e educadora, -
2:05 - 2:10a minha mãe sabia que eu era
capaz de muito mais. -
2:10 - 2:13Mas também sabia
-
2:13 - 2:16que, como eu era uma jovem negra nos EUA,
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2:16 - 2:20podia não ter as oportunidades
surgidas do nada -
2:20 - 2:23se ela não tivesse o cuidado de as criar.
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2:24 - 2:28Assim, ela colocou-me
numa escola diferente. -
2:28 - 2:33Inscreveu-me em atividades
de liderança no meu bairro. -
2:33 - 2:36E começou a falar comigo
mais seriamente -
2:36 - 2:41sobre a faculdade e as opções de carreira
a que eu podia aspirar. -
2:42 - 2:47A fórmula da minha mãe
para me tirar da mediania era simples. -
2:47 - 2:51Ela começou com altas expetativas.
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2:51 - 2:56Dedicou-se a descobrir
como preparar-me para o sucesso. -
2:57 - 3:00Tornou-me responsável
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3:01 - 3:06e, nesse percurso, convenceu-me
de que eu tinha o poder -
3:06 - 3:09de criar a minha própria história.
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3:10 - 3:15Essa fórmula não me ajudou apenas
a sair da minha crise do sétimo ano -
3:15 - 3:18— usei-a mais tarde em Nova Iorque,
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3:18 - 3:21quando estava a trabalhar com miúdos
que tinham muito potencial, -
3:22 - 3:26mas não tinham muitas oportunidades
para tirarem um curso superior. -
3:27 - 3:30Como sabem, os estudantes
de alto rendimento -
3:30 - 3:33geralmente têm acesso
a recursos adicionais, -
3:33 - 3:36como atividades
de enriquecimento no verão, -
3:36 - 3:38estágios
-
3:38 - 3:40e um amplo programa
-
3:40 - 3:44que os tira da sala de aula
e os coloca no mundo -
3:44 - 3:48de uma forma que dá ótimo aspeto
nas candidaturas para a faculdade. -
3:48 - 3:52Mas não proporcionamos
esse tipo de oportunidade a toda a gente. -
3:53 - 3:56E o resultado é que não são
só alguns jovens que se perdem. -
3:56 - 3:59Eu penso que nós, como sociedade,
também perdemos. -
4:00 - 4:04Eu tenho uma teoria louca,
sobre as pessoas medianas. -
4:04 - 4:09Penso que há bilhetes da lotaria
não reclamados entre os medianos. -
4:10 - 4:14Penso que a cura para o cancro
e o caminho para a paz mundial -
4:14 - 4:17podem muito bem estar ali.
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4:17 - 4:20Agora, como antiga professora de liceu,
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4:20 - 4:24não estou a dizer que todos vão passar
a ser alunos excelentes, por magia. -
4:25 - 4:29Mas creio que a maioria
das pessoas medianas -
4:29 - 4:31são capazes de muito mais.
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4:32 - 4:36E acredito que as pessoas ficam no "meio"
porque é para aí que as relegamos -
4:36 - 4:39e, por vezes, é onde elas descontraem
-
4:39 - 4:42enquanto tentam compreender as coisas.
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4:43 - 4:45Todos os nossos percursos
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4:45 - 4:49são feitos de uma série
de pausas e de acelerações, -
4:49 - 4:51de perdas e ganhos.
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4:52 - 4:55Temos a responsabilidade de garantir
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4:55 - 5:01que a identidade racial, de género,
cultural e socioeconómica de alguém -
5:01 - 5:06nunca seja a razão para esse alguém
não ter hipótese de sair da mediania. -
5:07 - 5:10Então, assim como a minha mãe fez comigo,
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5:10 - 5:14eu comecei com altas expetativas
para os meus jovens. -
5:15 - 5:17E comecei com uma pergunta.
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5:17 - 5:21Deixei de perguntar aos miúdos:
"Queres ir para a faculdade?" -
5:21 - 5:23e comecei a perguntar-lhes:
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5:24 - 5:26"Para que faculdade gostavas de ir?"
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5:27 - 5:28A primeira pergunta...
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5:29 - 5:32(Aplausos)
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5:34 - 5:38A primeira pergunta deixa em aberto
muitas possibilidades vagas. -
5:39 - 5:40Mas a segunda pergunta
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5:40 - 5:45diz uma coisa sobre o que eu pensava
que os meus jovens eram capazes. -
5:46 - 5:47Basicamente,
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5:47 - 5:51assume que eles irão acabar
o ensino secundário com sucesso. -
5:52 - 5:54E também assumia
-
5:54 - 5:57que teriam o tipo de currículo académico
-
5:57 - 6:02que poderia levá-los
a serem admitidos na universidade. -
6:02 - 6:06E tenho orgulho em dizer
que as altas expetativas funcionavam. -
6:06 - 6:09Enquanto os alunos negros e latinos,
a nível nacional, -
6:09 - 6:13que completam o curso
da faculdade em seis anos ou menos, -
6:13 - 6:16são apenas uma percentagem de 38%,
-
6:16 - 6:19nós fomos reconhecidos pela College Board
-
6:19 - 6:23pela nossa capacidade não apenas
de colocar os miúdos na faculdade -
6:23 - 6:25mas fazer com que eles
permaneçam na faculdade. -
6:25 - 6:28(Aplausos)
-
6:31 - 6:35Mas eu também sei que
as altas expetativas são ótimas, -
6:35 - 6:37mas é preciso um pouco mais do que isso.
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6:38 - 6:42Não pediremos a um pasteleiro
para fazer um bolo sem um forno. -
6:42 - 6:47E não devemos pedir aos medianos
para dar esse salto -
6:47 - 6:53sem lhes fornecer as ferramentas,
as estratégias e o apoio que eles merecem -
6:53 - 6:55para progredir na vida.
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6:56 - 7:01Um rapariga de quem fui mentora
durante muito tempo, a Nicole, -
7:01 - 7:03veio ao meu escritório um dia,
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7:03 - 7:08depois de o seu conselheiro estudantil
ter olhado para a sua ficha muito forte -
7:08 - 7:11e exprimir grande choque e espanto
-
7:11 - 7:14ao saber que ela estava interessada
em ir para a faculdade, -
7:15 - 7:20O que o conselheiro não sabia
era que, através da sua comunidade, -
7:20 - 7:24Nicole tinha tido acesso
ao curso preparatório para a faculdade, -
7:24 - 7:27aos exames para a entrada
e a programas de viagens internacionais. -
7:28 - 7:31Não só a faculdade
fazia parte do seu futuro, -
7:31 - 7:36como me orgulho em dizer que a Nicole
foi em frente e completou dois mestrados -
7:36 - 7:39após se formar na Universidade Purdue.
-
7:40 - 7:43(Aplausos)
-
7:45 - 7:49Também nos empenhámos em tornar
os nossos jovens responsáveis -
7:50 - 7:57e também instilar neles um sentimento
da responsabilidade para com eles mesmos, -
7:57 - 8:02para com os seus colegas,
as suas famílias e as suas comunidades. -
8:02 - 8:06Apostámos em reforçar o desenvolvimento
da juventude com iniciativas de valor. -
8:07 - 8:09Fomos a retiros de liderança
-
8:09 - 8:13e fizemos atividades com
diferentes níveis de desafios. -
8:13 - 8:17Abordámos juntos
as grandes questões da vida. -
8:18 - 8:21O resultado foi que os miúdos
adquiriram a noção -
8:21 - 8:26de que eram responsáveis por alcançar
esses diplomas da faculdade. -
8:27 - 8:33Foi gratificante ver esses jovens
a contactarem, a enviarem mensagens -
8:33 - 8:36a dizer: "Porque é que estás atrasado
para o curso preparatório?" -
8:36 - 8:40ou "O que é que estás a meter na mala
para a visita à faculdade amanhã?" -
8:41 - 8:45Nós trabalhámos para tornar
a faculdade aquilo que devia ser feito. -
8:46 - 8:50Começámos a criar programas
nos campos das faculdades -
8:50 - 8:55e eventos que permitissem que os jovens
se visualizassem a si mesmos -
8:55 - 8:59como estudantes e formandos da faculdade.
-
8:59 - 9:03Eu e a minha equipa desenterrámos
as nossas recordações de estudantes -
9:03 - 9:05e divertimo-nos muito,
com competições saudáveis -
9:06 - 9:09para saber quem tinha a melhor faculdade.
-
9:09 - 9:11Os miúdos perceberam a ideia
-
9:12 - 9:16e começaram a ver que havia
qualquer coisa mais para a sua vida. -
9:17 - 9:21Não apenas isso — eles puderam olhar
em volta para os estudantes da faculdade -
9:21 - 9:24e ver miúdos provenientes
das mesmas origens -
9:24 - 9:26e dos mesmos bairros
-
9:26 - 9:30e que aspiravam às mesmas coisas.
-
9:30 - 9:34Esse sentimento de pertença
era fundamental -
9:34 - 9:37e apareceu de uma maneira linda
e memorável -
9:37 - 9:40num dia em que estávamos
no aeroporto de Johannesburg, -
9:40 - 9:43à espera de passar pela alfândega
-
9:43 - 9:46a caminho do Botswana
para uma viagem de aprendizagem. -
9:46 - 9:49Eu vi um grupo de jovens
amontoados num círculo. -
9:50 - 9:53Quando se trata de adolescentes
isso quer dizer que se passa alguma coisa. -
9:53 - 9:54(Risos)
-
9:54 - 9:57Então, eu aproximei-me
por detrás dos miúdos -
9:57 - 10:00para perceber do que é
que estavam a falar. -
10:00 - 10:03Estavam a comparar
os carimbos nos passaportes. -
10:03 - 10:04(Risos)
-
10:04 - 10:07Estavam a sonhar em voz alta
com todos os países -
10:07 - 10:10que planeavam visitar no futuro.
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10:12 - 10:16Ver aqueles jovens de Nova Iorque
-
10:16 - 10:19não só a tornarem-se
estudantes universitários -
10:19 - 10:22mas a participarem em programas
de intercâmbio internacional -
10:22 - 10:25e conseguirem empregos em todo o mundo
-
10:25 - 10:27foi incrivelmente gratificante.
-
10:28 - 10:30Quando penso nos meus miúdos
-
10:30 - 10:34e em todos os médicos, advogados,
professores, assistentes sociais, -
10:34 - 10:36jornalistas e artistas
-
10:36 - 10:40que saíram do nosso pequeno recanto
em Nova Iorque, -
10:40 - 10:43odeio pensar no que teria acontecido
-
10:43 - 10:46se não tivéssemos investido nos medianos.
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10:46 - 10:51Pensem no que aquelas comunidades
e o mundo teriam perdido. -
10:53 - 10:57Esta fórmula para os medianos
não funciona só com os jovens. -
10:58 - 11:01Também pode transformar organizações.
-
11:02 - 11:04Podemos ser mais ousados
-
11:04 - 11:10em criar e articular uma missão
que inspire toda a gente. -
11:09 - 11:14Podemos autenticamente convidar
os nossos colegas para a mesa -
11:14 - 11:18para criarem uma estratégia
adequada à missão. -
11:18 - 11:23Podemos dar um retorno significativo
às pessoas ao longo do caminho, -
11:23 - 11:26e — por vezes o mais importante —
-
11:26 - 11:31garantir que atribuímos os créditos
pela contribuição de todos. -
11:33 - 11:38Quando a minha equipa se impôs
aspirações altas para si mesmos -
11:38 - 11:43fizeram uma coisa muito
transformadora para os jovens. -
11:44 - 11:49Tem sido maravilhoso olhar para trás
e ver todos os meus antigos colegas -
11:49 - 11:52que foram em frente
e conseguiram doutoramentos -
11:52 - 11:55e assumiram papéis de liderança
noutras organizações. -
11:57 - 12:03Nós temos o que é preciso para inspirar
e elevar as pessoas medianas. -
12:03 - 12:08Podemos estender o amor
às pessoas medianas. -
12:08 - 12:14Podemos desafiar os nossos preconceitos
sobre quem merece uma ajuda, e como. -
12:16 - 12:21Podemos estruturar as nossas organizações,
comunidades e instituições -
12:21 - 12:26de formas que sejam inclusivas
e que tenham princípios de equidade. -
12:27 - 12:29Porque, em última análise,
-
12:29 - 12:33o que geralmente
é confundido com um ponto final -
12:33 - 12:36é apenas uma vírgula.
-
12:36 - 12:38Obrigada.
-
12:38 - 12:41(Aplausos)
- Title:
- Como podemos ajudar os "medianos esquecidos" a atingir o seu potencial
- Speaker:
- Danielle R. Moss
- Description:
-
Vocês conhecem os "medianos esquecidos": são os estudantes, os colegas e as pessoas normais que geralmente são ignoradas porque não são vistas como excecionais nem como problemáticas. Como podemos dar-lhes condições para elas alcançarem o seu potencial total? Falando do seu trabalho em ajudar jovens chegarem à faculdade, a ativista social Danielle R. Moss desafia-nos a pensar profundamente sobre quem merece atenção -— e mostra-nos como encorajar os medianos que sonham em grande.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 12:58
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