Como estamos construindo a maior árvore genealógica do mundo
-
0:01 - 0:04As pessoas usam
a internet por várias razões. -
0:06 - 0:10Uma das categorias mais populares de sites
-
0:10 - 0:12é aquela em que as pessoas
acessam reservadamente. -
0:14 - 0:16Ela envolve curiosidade,
-
0:16 - 0:20níveis significativos de autoindulgência
-
0:20 - 0:23e registra atividades reprodutivas
-
0:23 - 0:25de outras pessoas.
-
0:25 - 0:26(Risos)
-
0:26 - 0:28Claro que estou falando sobre genealogia,
-
0:28 - 0:29(Risos)
-
0:29 - 0:31o estudo da história das famílias.
-
0:31 - 0:33Quando se trata de história familiar,
-
0:33 - 0:37sempre temos, em todas as famílias,
uma pessoa obcecada por genealogia. -
0:37 - 0:39Vamos chamá-la de tio Bernie.
-
0:39 - 0:43Tio Bernie é aquela pessoa
que ninguém quer se sentar ao lado, -
0:43 - 0:45no jantar de Ação de Graças,
-
0:45 - 0:47porque ele vai atormentar
com detalhes específicos -
0:47 - 0:50de alguns parentes mais velhos.
-
0:50 - 0:52Como se sabe,
-
0:52 - 0:55existe um lado científico para tudo,
-
0:55 - 0:59e descobrimos que as histórias
do tio Bernie têm um imenso potencial -
0:59 - 1:01para a pesquisa biomédica.
-
1:01 - 1:04Deixamos o tio Bernie e os genealogistas
-
1:04 - 1:09documentarem suas árvores genealógicas
usando um site chamado geni.com. -
1:09 - 1:13Quando se enviam as árvores para o site,
ele verifica os parentes, -
1:13 - 1:15e, se encontrar correspondências,
-
1:15 - 1:19mescla a árvore já existente com a nova.
-
1:20 - 1:23Com isso, são criadas
grandes árvores genealógicas, -
1:23 - 1:26muito além do nível individual
de cada genealogista. -
1:27 - 1:31Repetindo esse processo
com milhões de pessoas, -
1:31 - 1:33no mundo todo,
-
1:33 - 1:38podemos contribuir para a construção
de uma árvore de toda a humanidade. -
1:39 - 1:41Usando este site,
-
1:41 - 1:46conseguimos conectar
125 milhões de pessoas -
1:46 - 1:48em uma única árvore genealógica.
-
1:49 - 1:52Não é possível desenhar
a árvore nessas telas, -
1:52 - 1:54porque elas têm menos pixels
-
1:54 - 1:56do que o número de pessoas na árvore.
-
1:57 - 2:02Vejam um exemplo de 6 mil indivíduos,
que é apenas uma parte da árvore. -
2:02 - 2:05Cada nó verde representa uma pessoa.
-
2:05 - 2:08Os nós vermelhos representam casamentos
-
2:08 - 2:10e as conexões representam a paternidade.
-
2:11 - 2:13No meio da árvore, veem-se os ancestrais.
-
2:13 - 2:16A parte externa mostra os descendentes.
-
2:16 - 2:19Esta árvore mostra sete gerações,
aproximadamente. -
2:20 - 2:23Vejam o que acontece quando
aumentamos o número de indivíduos -
2:23 - 2:25para 70 mil pessoas,
-
2:25 - 2:29que ainda é uma pequena parte
do total de dados. -
2:30 - 2:34Apesar disso, pode-se ver a formação
de árvores genealógicas gigantescas -
2:34 - 2:37com vários parentes muito distantes.
-
2:38 - 2:41Graças ao trabalho
árduo dos genealogistas, -
2:41 - 2:44podemos voltar centenas de anos.
-
2:44 - 2:48Por exemplo,
vejam aqui Alexander Hamilton, -
2:48 - 2:50que nasceu em 1755.
-
2:51 - 2:55Ele foi o primeiro
secretário do Tesouro dos EUA, -
2:55 - 2:58mas hoje é conhecido, principalmente,
devido a um musical da Broadway. -
2:59 - 3:04Descobrimos que Alexander tem conexões
profundas na indústria do showbiz. -
3:04 - 3:06Ele é um parente de sangue de ...
-
3:07 - 3:08Kevin Bacon!
-
3:08 - 3:10(Risos)
-
3:10 - 3:15Ambos são descendentes de uma escocesa
que viveu no século 13. -
3:15 - 3:18Pode-se dizer, então,
que Alexander Hamilton -
3:18 - 3:21tem um parentesco
de 35 graus com Kevin Bacon. -
3:21 - 3:23(Risos)
-
3:23 - 3:26Essa árvore tem milhões
de histórias assim. -
3:28 - 3:33Investimos muito empenho para validar
a qualidade dos nossos dados. -
3:33 - 3:38Usando o DNA, descobrimos que 0,3%
dos dados das conexões mãe-filho -
3:38 - 3:40estão errados,
-
3:40 - 3:44o que coincidiria com as adoções nos EUA
antes da Segunda Guerra Mundial. -
3:45 - 3:47Do lado dos pais,
-
3:47 - 3:49a notícia não é tão boa:
-
3:50 - 3:561,9% das conexões pai-filho
nos dados estão erradas. -
3:56 - 3:58Vejo algumas pessoas sorrindo.
-
3:58 - 4:02Estão pensando:
existem muitos leiteiros por aí. -
4:02 - 4:03(Risos)
-
4:03 - 4:07No entanto, essa taxa de erro de 1,9%
nas conexões patriarcais -
4:07 - 4:09não é exclusiva dos nossos dados.
-
4:09 - 4:12Estudos anteriores encontraram
uma taxa de erro similar -
4:12 - 4:14usando classificação genealógica clínica.
-
4:14 - 4:17Portanto, a qualidade
dos nossos dados é boa -
4:17 - 4:19e não deveria ser uma surpresa.
-
4:19 - 4:23Nossos genealogistas
têm um profundo interesse -
4:23 - 4:26em documentar corretamente
a história familiar. -
4:29 - 4:33Podemos usar esses dados para aprender
quantitativamente sobre a humanidade, -
4:33 - 4:36por exemplo, sobre demografia.
-
4:36 - 4:40Vejam todos os nossos
perfis no mapa-múndi. -
4:40 - 4:45Cada pixel é uma pessoa
que viveu em algum momento. -
4:45 - 4:49Como temos muitos dados,
pode-se ver os contornos de muitos países, -
4:49 - 4:51especialmente no mundo Ocidental.
-
4:51 - 4:55Neste videoclipe, estratificamos
o mapa que acabei de mostrar, -
4:55 - 5:00baseado nas datas de nascimentos
das pessoas entre os anos de 1400 a 1900, -
5:00 - 5:03e as comparamos com eventos
de migração conhecidos. -
5:03 - 5:07O videoclipe mostra que as linhagens
mais profundas dos dados -
5:07 - 5:10apontam para o Reino Unido,
onde tinham um registro melhor -
5:10 - 5:13e eles se expandiram pelas rotas
do colonialismo ocidental. -
5:13 - 5:15Vamos assistir.
-
5:15 - 5:17(Vídeo) (Música)
-
5:17 - 5:19[Ano de nascimento:]
-
5:20 - 5:22[1492 - Colombo navega pelo oceano]
-
5:24 - 5:26[1620 - Mayflower chega a Massachusetts]
-
5:27 - 5:29[1652 - Colonização holandesa
na África do Sul] -
5:32 - 5:36[1788 - Transferência de presos
da Grã-Bretanha para a Austrália] -
5:36 - 5:38[1836 - Primeiros migrantes
usam a trilha do Oregon] -
5:38 - 5:41[Atividade total]
-
5:44 - 5:45Yaniv Erlich: Adoro este filme.
-
5:45 - 5:51Como esses eventos de migração
estão num contexto das famílias, -
5:51 - 5:53podemos fazer perguntas como:
-
5:53 - 5:56"Qual é a distância típica
entre os locais de nascimento -
5:56 - 5:59de maridos e esposas?"
-
5:59 - 6:03Essa distância desempenha
um papel fundamental na demografia, -
6:03 - 6:06porque os padrões nos quais as pessoas
migram para formar famílias -
6:06 - 6:10determinam como os genes se propagam
pelas áreas geográficas. -
6:11 - 6:13Analisamos essa distância usando os dados
-
6:13 - 6:17e descobrimos que, antigamente,
era tudo muito fácil. -
6:17 - 6:20As pessoas se casavam
com outras de aldeias próximas. -
6:20 - 6:24Mas a Revolução Industrial
complicou essa vida amorosa. -
6:24 - 6:28Hoje, com voos acessíveis
e com as mídias sociais, -
6:28 - 6:33as pessoas normalmente migram mais
de 100 quilômetros de onde nasceram -
6:33 - 6:35para encontrar sua alma gêmea.
-
6:37 - 6:38Pode-se perguntar:
-
6:38 - 6:43"Quem trabalha duro pra migrar
de um lugar a outro pra formar família?" -
6:44 - 6:47Os machos ou as fêmeas?
-
6:48 - 6:50Usamos nossos dados para resolver isso
-
6:50 - 6:53e, pelo menos nos últimos 300 anos,
-
6:53 - 6:56descobrimos que as mulheres
fazem esse trabalho difícil -
6:56 - 6:59de migrar de um lugar a outro
para formar uma família. -
6:59 - 7:03Esses resultados são
estatisticamente significativos -
7:03 - 7:06para considerar como fato científico
que os homens são preguiçosos. -
7:06 - 7:08(Risos)
-
7:09 - 7:12Podemos passar de perguntas
sobre demografia -
7:12 - 7:15para perguntas sobre a saúde humana.
-
7:15 - 7:16Por exemplo,
-
7:16 - 7:21como as variações genéticas influenciam
as diferenças no tempo de vida -
7:21 - 7:22das pessoas.
-
7:23 - 7:28Estudos analisaram a correlação
da longevidade entre gêmeos -
7:28 - 7:29para resolver esta questão.
-
7:29 - 7:32Estimou-se que as variações
genéticas respondem -
7:32 - 7:36por cerca de um quarto das diferenças
no tempo de vida das pessoas. -
7:37 - 7:39Gêmeos podem se correlacionar
por várias razões, -
7:39 - 7:43incluindo diferentes efeitos ambientais,
ou por viverem na mesma casa. -
7:44 - 7:48Grandes árvores genealógicas nos permitem
analisar parentes próximos, -
7:48 - 7:49como gêmeos,
-
7:49 - 7:52ou parentes distantes,
como primos de quarto grau. -
7:53 - 7:55Desta forma, podemos construir
modelos consistentes -
7:55 - 7:59que podem diferenciar a contribuição
das variações genéticas -
7:59 - 8:01daquela de fatores ambientais.
-
8:01 - 8:04Realizamos essa análise
usando nossos dados, -
8:04 - 8:09e descobrimos que variações
genéticas explicam apenas 15% -
8:10 - 8:13das diferenças na expectativa
de vida entre indivíduos. -
8:15 - 8:18São cinco anos, em média.
-
8:18 - 8:23Portanto, os genes influenciam
menos do que pensávamos antes. -
8:24 - 8:26São notícias ótimas,
-
8:26 - 8:30porque significa que nossas ações
são mais importantes. -
8:31 - 8:35Fumar, por exemplo, determina dez anos
da nossa expectativa de vida; -
8:35 - 8:37o dobro da influência genética.
-
8:38 - 8:41Podemos descobrir coisas
mais surpreendentes -
8:41 - 8:42quando saímos dessas árvores
-
8:42 - 8:47e deixamos os genealogistas reunirem
e documentarem informações sobre o DNA. -
8:47 - 8:49Os resultados podem ser surpreendentes.
-
8:49 - 8:53Pode ser difícil de acreditar,
mas o tio Bernie e seus amigos -
8:53 - 8:56podem criar competências forenses de DNA
-
8:56 - 8:59maiores até o que o FBI, atualmente.
-
9:01 - 9:03Quando se coloca o DNA numa grande árvore,
-
9:03 - 9:05cria-se um farol
-
9:05 - 9:08que ilumina centenas de parentes distantes
-
9:08 - 9:12que estão todos conectados
à pessoa que originou o DNA. -
9:13 - 9:15Ao se colocar vários faróis
numa grande árvore genealógica, -
9:15 - 9:19pode-se triangular o DNA
de uma pessoa desconhecida, -
9:19 - 9:23da mesma forma que
o sistema GPS usa vários satélites -
9:23 - 9:25para encontrar um local.
-
9:25 - 9:29O principal exemplo do poder dessa técnica
-
9:29 - 9:32foi a captura do assassino
do Golden State, na Califórnia, -
9:33 - 9:37um dos criminosos mais notórios
da história dos EUA. -
9:37 - 9:40O FBI procurava por essa pessoa
-
9:40 - 9:43há mais de 40 anos.
-
9:44 - 9:45Tinham o DNA dele,
-
9:45 - 9:49mas ele nunca apareceu
nos bancos de dados da polícia. -
9:49 - 9:54Há cerca de um ano, o FBI consultou
uma genealogista genética -
9:54 - 9:58e ela sugeriu que submetessem
o DNA dele a um serviço de genealogia, -
9:58 - 10:01que pode localizar parentes distantes.
-
10:01 - 10:02Fizeram isso
-
10:02 - 10:06e encontraram um primo
de terceiro grau do assassino. -
10:06 - 10:08Construíram uma grande árvore genealógica,
-
10:08 - 10:10examinaram suas diferentes ramificações,
-
10:11 - 10:13até encontrar um perfil
que correspondesse exatamente -
10:13 - 10:16ao do assassino do Golden State.
-
10:16 - 10:19Conseguiram o DNA dessa pessoa
e encontraram uma combinação perfeita -
10:19 - 10:21para o DNA que eles tinham.
-
10:21 - 10:25Ele foi preso e levado à justiça
depois de todos esses anos. -
10:26 - 10:29Desde então, os genealogistas
genéticos começaram a trabalhar -
10:29 - 10:32com forças policiais locais
-
10:32 - 10:35e a usar essa técnica
para capturar criminosos. -
10:36 - 10:38Somente nos últimos seis meses,
-
10:38 - 10:43com esta técnica, conseguiram resolver
mais de 20 casos arquivados. -
10:44 - 10:49Felizmente, existem muitos "tios Bernie"
e seus colegas genealogistas. -
10:49 - 10:52Não são amadores com um hobby limitado.
-
10:53 - 10:59São cidadãos cientistas com uma profunda
paixão para investigar quem somos. -
10:59 - 11:04Eles sabem que o passado
pode ser a chave para o futuro. -
11:04 - 11:05Muito obrigado.
-
11:05 - 11:08(Aplausos)
- Title:
- Como estamos construindo a maior árvore genealógica do mundo
- Speaker:
- Yaniv Erlich
- Description:
-
O geneticista computacional Yaniv Erlich ajudou a construir a maior árvore genealógica do mundo, abrangendo 13 milhões de pessoas ao longo de mais de 500 anos. Ele compartilha modelos fascinantes que surgiram do trabalho, sobre nossa vida amorosa, nossa saúde e até casos criminais de décadas, e mostra como os bancos de dados genealógicos de colaboração podem lançar luz não apenas sobre o passado, mas também sobre o futuro.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 11:45
Maricene Crus approved Portuguese, Brazilian subtitles for How we're building the world's largest family tree | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for How we're building the world's largest family tree | ||
Maricene Crus accepted Portuguese, Brazilian subtitles for How we're building the world's largest family tree | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for How we're building the world's largest family tree | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for How we're building the world's largest family tree | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for How we're building the world's largest family tree | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for How we're building the world's largest family tree | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for How we're building the world's largest family tree |