Se uma árvore pudesse falar | Lesley Rigg | TEDxNorthernIllinoisUniversity
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0:06 - 0:08Boa tarde.
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0:08 - 0:11Vamos fazer uma pequena viragem
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0:11 - 0:14e vamos olhar para a memória das plantas.
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0:14 - 0:17Todos conhecemos bem as nossas memórias
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0:17 - 0:19e como documentamos as nossas memórias
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0:19 - 0:22através de fotos, através de livros,
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0:22 - 0:24através de obras criativas,
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0:24 - 0:26de pinturas artísticas.
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0:26 - 0:31Mas as plantas também documentam
a sua época e a sua vida -
0:31 - 0:34e o que é notável nas plantas
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0:34 - 0:38é que têm uma memória
muito mais longa do que nós. -
0:38 - 0:42Nós estamos limitados, de muitas formas,
pela nossa longevidade. -
0:42 - 0:45As plantas podem viver milhares de anos
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0:45 - 0:47e, como veem, esta planta está ativamente
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0:47 - 0:50— como disse a minha aluna Shannon,
que me ajudou na investigação — -
0:50 - 0:53esta planta está a introduzir-se
nesta foto. -
0:53 - 0:55(Risos)
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0:56 - 0:58Penso que o meu comando está avariado.
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1:02 - 1:03Obrigada.
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1:08 - 1:10Cá vamos.
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1:12 - 1:15O espantoso no mundo em que vivemos
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1:15 - 1:18é que, quando fazemos uma fotografia,
estamos a congelar o tempo. -
1:18 - 1:20Mas o tempo não é estático
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1:20 - 1:25e as plantas registam a natureza dinâmica
do mundo em que vivemos. -
1:25 - 1:28Esta é Altgeld Hall
ao longo das suas muitas estações. -
1:28 - 1:31Quando levo alunos aos bosques
aqui no "campus", digo-lhes: -
1:31 - 1:33"Olhem à vossa volta.
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1:33 - 1:35"Vocês estão a ver o dia de hoje.
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1:35 - 1:37"Amanhã será diferente.
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1:37 - 1:39"No próximo ano será diferente.
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1:39 - 1:41"Há 20 anos era diferente".
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1:41 - 1:43As plantas não se mantêm imóveis.
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1:43 - 1:45Crescem e movimentam-se
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1:45 - 1:48mas fazem-no a um ritmo tão lento
que não damos por isso. -
1:49 - 1:52Não vemos as ervas a crescer.
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1:52 - 1:54Mas se passearem num bosque,
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1:54 - 1:56vemos que há rebentos,
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1:56 - 1:58que há adultos,
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1:58 - 2:01que há plantas e heras a trepar.
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2:02 - 2:03As coisas são dinâmicas
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2:03 - 2:06e estão sempre a mover-se e a mudar.
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2:07 - 2:10Temos as nossas fotografias,
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2:10 - 2:13e estes são muitos dos instantâneos
do meu álbum de fotografias. -
2:14 - 2:17Esta sou eu e esta sou eu hoje.
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2:17 - 2:18Esta é a minha mãe e eu.
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2:18 - 2:21Mudamos e podemos documentar
essa mudança. -
2:21 - 2:23Esta é Shannon, a minha aluna
doutoranda -
2:23 - 2:25com a minha filha,
quando ela era mais pequena. -
2:25 - 2:27A minha filha agora é mais alta.
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2:28 - 2:29Mudamos.
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2:29 - 2:31Esta é a minha família.
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2:31 - 2:35Podemos ir ao mesmo local
à superfície da Terra -
2:35 - 2:38e recriar uma memória.
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2:38 - 2:40Podemos recriar o tempo.
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2:40 - 2:43As plantas não têm
a mesma mobilidade, estão presas. -
2:43 - 2:46Assim, embora estejamos
limitados pela nossa longevidade, -
2:46 - 2:48não estamos limitados
pela nossa mobilidade. -
2:48 - 2:51Podemos levar
as nossas memórias connosco. -
2:51 - 2:53Podemos criar novas memórias
em espaços novos. -
2:53 - 2:55As plantas, durante a sua vida,
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2:55 - 2:58estão estáticas num local,
mas não no tempo. -
2:59 - 3:02A única vez que as plantas se movem
é quando lançam as sementes -
3:02 - 3:05e já voltaremos a isso.
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3:08 - 3:10As plantas documentam a sua vida
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3:10 - 3:13mas nós também documentamos
a vida das plantas. -
3:13 - 3:15A foto da esquerda
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3:15 - 3:18é uma pintura de um artista italiana
chamado Arcimboldo. -
3:18 - 3:20Pintou isto no início do século XVI.
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3:20 - 3:23É um deus mítico das colheitas.
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3:24 - 3:28Se olharmos para esta pintura
e pensarmos na Itália, -
3:28 - 3:32especialmente em Milão,
no início do século XVI, -
3:32 - 3:36isto dá-nos uma imagem muito boa
das plantas que havia ali -
3:36 - 3:40porque devia ser aquilo
que ele estava a pintar. -
3:42 - 3:44Mas falta qualquer coisa nesta pintura
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3:45 - 3:48se pensarmos na comida italiana atual
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3:48 - 3:51— pensem nas massas,
pensem nas "pizzas" — -
3:52 - 3:56o ingrediente principal para fazer
uma refeição italiana seria o tomate. -
3:57 - 3:59Mas não há tomates nesta pintura,
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4:00 - 4:02porque os tomates foram
introduzidos na Europa -
4:02 - 4:06por volta da época em que Arcimboldo
pintou esta pintura. -
4:06 - 4:09Vieram dos Andes, na América do Sul.
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4:09 - 4:12O tomate só foi cultivado na Europa
no início do século XIX. -
4:13 - 4:16Assim, a memória que temos
se formos de viagem à Europa, -
4:16 - 4:18se formos de viagem à Itália,
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4:18 - 4:23temos memórias muito vivas,
muito tácteis, dessa experiência. -
4:23 - 4:26E para voltar
a um dos oradores anteriores, -
4:27 - 4:29é uma memória falsa.
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4:29 - 4:32É uma coisa que lá colocámos.
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4:32 - 4:37O tomate não é nativo na Itália.
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4:37 - 4:39Fomos nós que o levámos para lá.
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4:39 - 4:41É aquilo a que chamamos,
no mundo das plantas, -
4:41 - 4:43uma planta exótica invasiva.
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4:43 - 4:45Nós ajudámo-la a invadir.
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4:45 - 4:51Esta imagem é de uma vivenda
de há 2000 anos, em Itália. -
4:52 - 4:54É a sala de jantar dessa vivenda
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4:54 - 4:56e tem frescos pintados nas paredes
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4:56 - 4:59— são quatro paredes, 360º.
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4:59 - 5:01Há 24 espécies de plantas
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5:01 - 5:04cuja existência há 2000 anos
conseguimos documentar -
5:04 - 5:06graças a estas pinturas.
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5:06 - 5:08Assim, pudemos reconstituir a memória
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5:08 - 5:11da região mediterrânica
daquela época. -
5:12 - 5:15Mas as plantas também deixam memórias.
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5:15 - 5:17Estes pólens aqui
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5:17 - 5:20— todos conhecemos bem o pólen
porque gostamos muito dele, -
5:20 - 5:22fazem-nos espirrar —
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5:22 - 5:25estes pólens são "migalhas de pão"
que as plantas deixam atrás de si. -
5:25 - 5:27Ficam presos nos sedimentos.
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5:27 - 5:30Ficam presos na água.
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5:30 - 5:33Ficam misturados com sedimentos
em ribeiros e rios. -
5:33 - 5:36São transportados para lagos
e zonas húmidas, -
5:36 - 5:38e ficam ali armazenados.
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5:38 - 5:41Ficam ali armazenados
durante milhares de anos. -
5:41 - 5:43Podemos recuperá-los
e conhecer a sua história. -
5:44 - 5:46Podemos captar essas memórias.
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5:46 - 5:47Voltaremos a isso.
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5:49 - 5:51Somos muito bons a documentar
as alterações locais. -
5:51 - 5:55Somos muito bons a perceber
a paisagem no nosso quintal. -
5:56 - 6:00Esta é uma reserva natural
mesmo a oeste de nós aqui, -
6:01 - 6:03chamada Nachusa Grasslands.
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6:03 - 6:05É propriedade da Nature Conservancy.
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6:05 - 6:07A minha aluna doutoranda
trabalha ali. -
6:07 - 6:09Quando vamos para a floresta,
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6:09 - 6:12embora eu diga aos meus alunos
que as florestas estão sempre a mudar -
6:12 - 6:13e que o que vemos hoje
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6:13 - 6:18não é o que teríamos visto ontem
nem o que podemos ver amanhã, -
6:18 - 6:21é muito difícil imaginarmos isso.
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6:21 - 6:24Este é o aspeto do bosque hoje.
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6:24 - 6:26Bonito e denso, cheio de árvores.
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6:26 - 6:28Aqui é em 1939.
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6:29 - 6:34Isto é uma coisa onde vamos todos os dias,
mas onde não vemos o passado. -
6:34 - 6:36Mas o passado está registado.
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6:36 - 6:37Podemos registá-lo,
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6:37 - 6:40mas também podemos obter
as informações pelas árvores -
6:40 - 6:42porque podemos descobrir
a idade que elas têm, -
6:42 - 6:45podemos observar o ritmo do crescimento
utilizando os anéis. -
6:45 - 6:47Muita gente conhece os anéis das árvores.
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6:47 - 6:49Voltaremos a isso.
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6:51 - 6:53Se passarmos do local para o global,
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6:53 - 6:55observamos onde vivem as plantas
no mundo inteiro -
6:55 - 7:01e todos conhecemos o verde,
ou seja, as florestas tropicais. -
7:01 - 7:04Se olharmos para onde vivemos,
aqui na região dos Grandes Lagos, -
7:04 - 7:07vivemos na fronteira
entre a floresta caduca -
7:07 - 7:10— as árvores que perdem
as folhas, todos os anos — -
7:10 - 7:12e as ervas altas das pradarias.
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7:12 - 7:15Vivemos mesmo nesta fronteira.
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7:15 - 7:17Temos uma linha... aqui,
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7:17 - 7:20como se pudéssemos estar
na floresta um dia -
7:20 - 7:23e, de um salto, passar para a pradaria.
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7:23 - 7:26Não é isso que acontece,
é mais dinâmico do que isso. -
7:27 - 7:30As memórias dessas margens
e dessas fronteiras -
7:30 - 7:33estão impressas no solo,
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7:33 - 7:36estão impressas no pólen
que ficou para trás -
7:36 - 7:39e, por isso, podemos captar essas memórias
e documentar a mudança. -
7:39 - 7:41Mas isto é estático.
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7:41 - 7:45Vivemos aqui e pensamos
que é aqui que está a floresta tropical. -
7:46 - 7:48Fim da história.
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7:48 - 7:52Mas a floresta tropical
não esteve sempre aqui. -
7:53 - 7:57As áreas escuras, as pretas,
neste mapa -
7:57 - 8:01representam florestas tropicais
há 50 milhões de anos, no Eoceno. -
8:02 - 8:07O clima do Eoceno é o clima
que prevemos vir a ter -
8:07 - 8:09daqui a 200 anos,
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8:10 - 8:14dadas as alterações que estão
a ocorrer no nosso ambiente. -
8:14 - 8:19Esta é uma época em que no mundo
— tal como o conhecemos — -
8:19 - 8:22os continentes ainda estavam
a separar-se. -
8:22 - 8:23Reparem na Índia.
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8:23 - 8:25O que é que a Índia está ali a fazer?
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8:25 - 8:28Está quase a esmagar a Europa
e a formar os Himalaias. -
8:28 - 8:29Ainda não o conseguiu.
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8:29 - 8:32Mas, antes disso, as florestas tropicais
dominavam o globo. -
8:33 - 8:35E a Antártida, aqui em baixo,
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8:35 - 8:39estava coberta daquilo a que chamamos
uma Nothofagus, uma floresta de faias. -
8:40 - 8:42Esta é uma floresta de faias do sul.
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8:42 - 8:44Este espécimen tem uns milhares de anos
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8:44 - 8:46cresceu no sul da Austrália.
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8:47 - 8:50Esta é a floresta da Antártida
há 50 milhões de anos. -
8:50 - 8:52Era este o aspeto que tinha
-
8:52 - 8:55e sabemos que o aspeto hoje
não é o mesmo. -
8:55 - 8:59As nossas memórias são estáticas,
as nossas memórias estão limitadas. -
8:59 - 9:02Mas as plantas podem contar-nos
uma história muito mais longa -
9:02 - 9:04e podemos aprender com elas.
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9:04 - 9:07É um pouco o que eu quero
partilhar convosco hoje. -
9:08 - 9:10Estes são os pólens a que eu me referi.
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9:10 - 9:13Se virarmos aquele ao contrário,
parece o Rato Mickey. -
9:13 - 9:16Normalmente, é fácil de reconhecer.
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9:16 - 9:21Retiramos, no fundo de um lago,
um núcleo de sedimento -
9:22 - 9:25e trazemos para a superfície
o sedimento que encontramos -
9:25 - 9:27e cortamo-lo em lâminas.
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9:27 - 9:31Depois, agarramos em cada lâmina
e extraímos-lhe o pólen. -
9:31 - 9:34E assim conseguimos reconstruir
como terá sido a floresta. -
9:34 - 9:35Usamos as "migalhas de pão";
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9:35 - 9:37usamos as memórias das plantas
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9:37 - 9:39para reconstruir a floresta
ao longo do tempo. -
9:40 - 9:42Este gráfico, embora pareça complicado,
-
9:42 - 9:44só recua 15 000 anos.
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9:45 - 9:47Observamos aqui o pólen
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9:47 - 9:49e depois o pólen muda ao longo do tempo
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9:49 - 9:51— vamos avançando até ao presente.
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9:51 - 9:54Passamos duma floresta de coníferas
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9:54 - 9:55— isto aqui é o Illinois;
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9:55 - 9:59este é o pântano do Lago Nelson,
aqui mesmo. -
9:59 - 10:02Era uma floresta de coníferas
há 15 000 anos. -
10:02 - 10:04Transforma-se numa floresta de carvalhos
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10:04 - 10:07e depois, mais recentemente,
numa pradaria. -
10:07 - 10:09Podemos assim documentar as memórias
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10:09 - 10:14e usar essas memórias para perceber
como as coisas mudaram ao longo do tempo -
10:14 - 10:17e como as plantas reagem ao seu ambiente.
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10:18 - 10:22Podemos agarrar nestes núcleos de pólen
que estão isolados no espaço. -
10:22 - 10:24Temos um núcleo
proveniente de um pântano -
10:24 - 10:27e o que é que ele nos diz
sobre todo o globo ou todo o continente? -
10:27 - 10:28Muito pouco.
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10:28 - 10:30Mas, quando obtemos um núcleo
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10:30 - 10:33de todos os pântanos e zonas húmidas
e lagos de todo o país, -
10:33 - 10:35e os juntamos, como num "puzzle",
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10:35 - 10:39começamos a ver que,
quando estávamos cobertos de gelo, -
10:39 - 10:40a comunidade de vegetação
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10:40 - 10:44— esta área escura aqui
é uma floresta de abetos, -
10:44 - 10:46estas áreas escuras aqui
são florestas de carvalhos, -
10:46 - 10:48representados pelo pólen —
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10:48 - 10:51e podemos observar estas
comunidades de vegetação -
10:51 - 10:53a avançar pela América do Norte
-
10:53 - 10:55à medida que o gelo derrete.
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10:55 - 10:58Podemos usar este rasto
de "migalhas de pão". -
10:58 - 11:01Podemos passar dos glaciares maciços
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11:01 - 11:04e pela floresta limitada
para aquilo que é hoje a Flórida -
11:04 - 11:07para aquilo que esperamos ver hoje.
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11:10 - 11:14Podemos obter esse conhecimento,
podemos usar esses núcleos de pólen -
11:14 - 11:18e podemos criar a nossa memória
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11:18 - 11:21de como teria sido há 16 000 anos
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11:21 - 11:23em LaSalle County, aqui no Illinois
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11:23 - 11:26e este seria exatamente
o aspeto que teria. -
11:26 - 11:30Coníferas, zonas húmidas,
animais estranhos que já não existem, -
11:30 - 11:32e estes são quase todos de fósseis.
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11:32 - 11:35Com efeito, antigamente aqui,
este é um enorme castor gigante -
11:35 - 11:37que já não existe.
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11:37 - 11:40Mas conhecemos todas estas plantas.
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11:40 - 11:41Sabemos que elas existiram.
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11:41 - 11:44Sabemos a proporção
em que existiam na paisagem -
11:45 - 11:48graças às informações que obtemos
do pólen que subsistiu -
11:48 - 11:53— os instantâneos no tempo,
o álbum de fotos de família, sobretudo. -
11:56 - 11:59Podemos agarrar nesses núcleos de pólen
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11:59 - 12:02e podemos fazer um mapa
— isto é nogueira. -
12:02 - 12:06Quando é que a nogueira chegou
a este ponto nos núcleos de pólen? -
12:06 - 12:09Quando é que chegou ali?
Quando é que chegou ali? -
12:09 - 12:11Podemos calcular
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12:11 - 12:13não só onde estavam e quando estavam
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12:13 - 12:15mas com que rapidez lá chegaram
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12:15 - 12:18— quanto tempo demoraram a viajar,
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12:18 - 12:20quanto tempo levaram a migrar.
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12:21 - 12:24Quantos milhares de anos
levou a nogueira a passar daqui para ali. -
12:24 - 12:27Podemos ver: levou cerca de 6000 anos
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12:28 - 12:30a avançar pela América do Norte.
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12:30 - 12:32As plantas não agarram nas raízes e andam.
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12:32 - 12:34Não se trata duma verdadeira migração.
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12:34 - 12:36O que acontece é que lançam sementes
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12:36 - 12:39e essas sementes são apanhadas
por um esquilo e escondidas algures: -
12:39 - 12:41depois ficam esquecidas
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12:41 - 12:42e depois germinam, não é?
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12:42 - 12:45Mas para ser deste tamanho,
ou deste tamanho -
12:45 - 12:48primeiro temos de ser deste tamanho.
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12:48 - 12:52Temos de sobreviver enquanto rebento
antes de podermos ser uma árvore. -
12:52 - 12:57Isto é um processo muito lento,
um processo muito lento de mudança. -
12:58 - 13:03Isto equivale a cerca
de 20 quilómetros por século. -
13:04 - 13:07Vou repetir — 20 km por século.
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13:07 - 13:09É mesmo.
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13:09 - 13:12Não se movem muito depressa.
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13:12 - 13:18O que sabemos de todos os dados
que reunimos -
13:18 - 13:20e estes são os dados mais recentes
-
13:20 - 13:23do Painel Intergovernamental
para a Alteração Climática. -
13:23 - 13:27Isto são 60 a 70 mil artigos
com informações. -
13:27 - 13:28Sabemos que o clima está a mudar.
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13:29 - 13:31Sabemos que os últimos 30 anos
que terminam em 2012, -
13:31 - 13:35foram os 30 anos mais quentes
dos últimos 1400 anos. -
13:36 - 13:38Ok, alteração climática.
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13:38 - 13:40O que significa isto
para a comunidade das plantas? -
13:40 - 13:43Significa que o que vemos
hoje na floresta -
13:43 - 13:47não vai ser o que vamos ver
quando formos para a floresta em 2080. -
13:47 - 13:53Não vai ser o que vamos ver
na floresta em 2200, não é? -
13:53 - 13:55Está a mudar. Ótimo.
-
13:56 - 13:58O problema é quando muda
o ritmo de mudança. -
13:58 - 14:01Está a mudar muito mais depressa
do que mudou no passado. -
14:01 - 14:03Pensem nisso.
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14:03 - 14:04Estou a dizer que o clima
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14:04 - 14:07terá mudado drasticamente
quando chegarmos a 2080 -
14:07 - 14:08— o que não chega a 100 anos —
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14:09 - 14:11e as plantas só se movimentam
20 km num século, -
14:11 - 14:17não vão conseguir movimentar-se
tão depressa como a mudança do clima. -
14:18 - 14:20Mas isso é tema
para outra palestra noutra altura. -
14:23 - 14:27Para podermos avaliar isto
— é o que eu estou a fazer, -
14:27 - 14:30não penso que estou no fim
da minha existência -
14:30 - 14:33mas mesmo que eu viva muito tempo,
-
14:33 - 14:36provavelmente não estarei cá em 2080.
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14:37 - 14:41Por isso, para criar 2080, para sabermos
o que os rebentos estarão a fazer -
14:41 - 14:44arranjámos financiamento
da Fundação de Ciências Naturais -
14:44 - 14:46para transportar a floresta até 2080.
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14:46 - 14:48É o que estão a ver aqui.
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14:48 - 14:53O meu colaborador de investigação e eu
levámos aquecedores -
14:53 - 14:55— estávamos na margem oriental
do Lago Superior — -
14:55 - 14:58levámos também a nossa eletricidade,
-
14:58 - 15:00— o que é uma outra história —
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15:00 - 15:02para a floresta.
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15:02 - 15:03Instalámos estes aquecedores;
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15:03 - 15:05ligámo-los; regámos os rebentos;
-
15:05 - 15:08mantivemo-los quentes durante três anos
-
15:08 - 15:11e depois observámos os monitores
para ver o que eles faziam. -
15:11 - 15:14Este é o tipo de estudos
que se realizam -
15:14 - 15:17para captar as memórias
das plantas do passado, -
15:17 - 15:19usar as informações
que podemos obter delas, -
15:19 - 15:21criar o futuro
-
15:21 - 15:23e ver como eles reagiriam.
-
15:25 - 15:27Esta é a área de que eu estava a falar,
-
15:27 - 15:29onde nós estávamos.
-
15:29 - 15:32Este é o ponto em que esperávamos
ver essa mudança. -
15:33 - 15:36Se passarmos de uma comunidade
para a outra, -
15:36 - 15:38esta é a floresta de folha caduca,
-
15:39 - 15:41esta é a floresta de coníferas.
-
15:41 - 15:44Estas aqui são as que estão
a migrar e a avançar, certo? -
15:44 - 15:46É aqui que devemos ver a mudança.
-
15:46 - 15:49Com efeito, nesta área aqui,
na margem oriental do Lago Superior, -
15:50 - 15:53podemos abraçar um bordo-açucareiro,
dar-lhe um beijo, e continuar para norte -
15:53 - 15:56sabendo que era o último que íamos ver.
-
15:56 - 15:58Mas isso é hoje.
-
15:58 - 16:01Amanhã a história será diferente.
-
16:01 - 16:05Usámos três anéis para nos ajudar
a criar essas memórias -
16:05 - 16:08porque os anéis das árvores
registam o ambiente. -
16:08 - 16:11Registam como uma árvore
foi feliz num dado ano. -
16:11 - 16:14Muita água, muito sol,
bons nutrientes -
16:14 - 16:16— vou crescer rapidamente
-
16:16 - 16:19e vou arranjar um anel muito grande.
-
16:19 - 16:22Assim, podemos registar como
as nossas árvores são felizes. -
16:22 - 16:24Este é o interior de uma árvore
perto de Fermilab, -
16:24 - 16:29que está a registar a história
da física de partículas, em três anéis. -
16:29 - 16:33Aqui temos a descoberta
do eletrão, em 1897 -
16:33 - 16:37e a descoberta do protão em 1911.
-
16:38 - 16:42Podemos criar, sobrepor as nossas memórias
às memórias das árvores. -
16:42 - 16:45Se ligarmos todas estas informações
a alguns modelos, -
16:46 - 16:48tudo o que sabemos
das memórias das árvores -
16:49 - 16:51— tudo aquilo que podemos reunir —
-
16:51 - 16:55e sabemos para onde vamos
em termos da alteração ambiental, -
16:56 - 16:57podemos recriar hoje
-
16:57 - 16:59— estes são bordos-açucareiros,
-
16:59 - 17:02os bordos-açucareiros
crescem na América do Norte — -
17:02 - 17:05e depois, colocá-los em 2080.
-
17:05 - 17:10Em 2080, Vermont já não será
o rei do xarope de bordo. -
17:11 - 17:14Os bordos-açucareiros já não
crescerão em Vermont. -
17:15 - 17:18E isso, pelo menos,
será durante a vida dos nossos filhos -
17:18 - 17:20e, esperemos, durante a nossa vida.
-
17:20 - 17:21Talvez? Não sei.
-
17:21 - 17:24Mas para muitos de vocês, deve ser.
-
17:24 - 17:27Portanto, já não há
bordos-açucareiros a regenerar. -
17:27 - 17:28Eles ainda estarão ali.
-
17:28 - 17:30O problema é esse:
eles vivem 400 anos. -
17:30 - 17:33Continuarão ali, com a sua canópia.
-
17:33 - 17:36Pensamos que não há problema.
Eles estão ali. -
17:36 - 17:38Reparem bem nestes tipos.
-
17:38 - 17:41Se não virem estes tipos,
eles não vão estar ali; -
17:41 - 17:43a próxima geração não vai aparecer.
-
17:43 - 17:48Aqui, a árvore estatal do Illinois
é o carvalho-branco. -
17:48 - 17:51O carvalho-branco é belo
e é dominante no Illinois. -
17:51 - 17:53Coloquem-no no modelo futuro.
-
17:53 - 17:54Oh-oh.
-
17:55 - 17:58Vamos ter de ter
uma nova árvore estatal. -
17:59 - 18:04As árvores também estão a sussurrar-nos
numa escala de tempo mais curta. -
18:04 - 18:06Quando pensamos nas estações
-
18:06 - 18:09e pensamos nos rebentos
e nas flores da primavera, -
18:09 - 18:13pensamos nas vindimas
— se gostarem tanto de vinho como eu — -
18:13 - 18:17elas dizem-nos qual a duração da estação.
-
18:17 - 18:18Sabemos se ela vai ser mais comprida.
-
18:18 - 18:21Sabemos quando a primavera
ocorre mais cedo. -
18:21 - 18:23Sabemos quando o outono
ocorre mais tarde. -
18:24 - 18:27Elas estão a sussurrar-nos
e a dizer-nos coisas. -
18:33 - 18:38Podemos monitorar um campo
durante as estações -
18:38 - 18:40e esse é o fim da estação.
-
18:40 - 18:43Podem voltar ao diapositivo anterior?
-
18:43 - 18:44Não?
-
18:44 - 18:48O que vemos, se observarmos
esta floresta ao longo das estações, -
18:48 - 18:50vemos que fica rosada na primavera,
-
18:50 - 18:52fica totalmente verde no verão
-
18:52 - 18:54e depois vemos as folhas a cair.
-
18:54 - 18:59A altura em que estes acontecimentos
ocorrem é fundamental para o futuro. -
18:59 - 19:00É o sussurrar,
-
19:00 - 19:02é o que as árvores nos estão a segredar.
-
19:02 - 19:06É o que elas nos estão a dizer,
se nos pudessem contar uma história. -
19:07 - 19:08Temos de as escutar.
-
19:08 - 19:10Esta árvore é uma árvore em Inglaterra.
-
19:10 - 19:13É um carvalho num campo
perto da casa da minha mãe. -
19:14 - 19:15Esta árvore tem mais de 100 anos.
-
19:15 - 19:19Se recuarmos 100 anos,
estamos na véspera da I Guerra Mundial. -
19:19 - 19:22Quem passa perto desta árvore
e que histórias estão a contar? -
19:22 - 19:26Eles têm as suas memórias
nos álbuns de fotos de família. -
19:26 - 19:29Ao mesmo tempo, esta árvore
guarda as suas memórias. -
19:29 - 19:31Está a vigiar o seu mundo
-
19:31 - 19:35e a criar as suas imagens
e instantâneos. -
19:35 - 19:38Se estivermos dispostos a escutar
o que as plantas nos dizem, -
19:38 - 19:42elas podem dar uma reviravolta
ao nosso mundo. -
19:46 - 19:48Obrigada.
-
19:48 - 19:50(Aplausos)
- Title:
- Se uma árvore pudesse falar | Lesley Rigg | TEDxNorthernIllinoisUniversity
- Description:
-
As plantas documentam a sua vida e têm uma memória maior do que os seres humanos, visto que vivem milhares de anos. O que é que podemos aprender com as plantas sobre o passado e o futuro?
Lesley Rigg é atualmente a vice-presidente interina da investigação na Universidade do Illinois do Norte. Como a sua área de investigação é a biogeografia, também foi nomeada para o Departamento de Ciências Biológicas.Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em /http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 20:00
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for If a tree could talk | Lesley Rigg | TEDxNorthernIllinoisUniversity | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for If a tree could talk | Lesley Rigg | TEDxNorthernIllinoisUniversity | ||
Isabel Vaz Belchior accepted Portuguese subtitles for If a tree could talk | Lesley Rigg | TEDxNorthernIllinoisUniversity | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for If a tree could talk | Lesley Rigg | TEDxNorthernIllinoisUniversity | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for If a tree could talk | Lesley Rigg | TEDxNorthernIllinoisUniversity | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for If a tree could talk | Lesley Rigg | TEDxNorthernIllinoisUniversity | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for If a tree could talk | Lesley Rigg | TEDxNorthernIllinoisUniversity | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for If a tree could talk | Lesley Rigg | TEDxNorthernIllinoisUniversity |