Fotos deslumbrantes do ameaçado Everglades | Mac Stone | TEDxUF
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0:20 - 0:23Tive o enorme privilégio
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0:23 - 0:25de viajar para locais incríveis,
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0:25 - 0:29fotografando paisagens distantes
e culturas remotas -
0:29 - 0:31pelo mundo todo.
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0:31 - 0:32Adoro o meu trabalho.
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0:32 - 0:33Meu trabalho é ótimo, né?
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0:33 - 0:35O melhor trabalho, né mesmo?
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0:36 - 0:41Mas as pessoas têm uma ideia
um pouco distorcida sobre ele. -
0:42 - 0:46Sempre acham que ele é uma sequência
de epifanias, nascer do sol e arcos-íris, -
0:47 - 0:50quando, na realidade,
é mais ou menos assim. -
0:51 - 0:52(Risos)
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0:52 - 0:54Este é o meu escritório.
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0:54 - 0:56Sem grana para passar
a noite em hotéis caros, -
0:56 - 0:59é comum dormirmos ao relento.
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0:59 - 1:03Se conseguirmos ficar secos, já é lucro.
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1:04 - 1:06Também não comemos
em restaurantes chiques. -
1:06 - 1:09Por isso costumamos comer
o que há no menu local. -
1:10 - 1:13Se estivermos no páramo equatoriano,
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1:13 - 1:15vamos comer um grande roedor
chamado porquinho-da-índia. -
1:15 - 1:17(Risos)
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1:17 - 1:19É bem pior do que parece.
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1:19 - 1:21(Risos)
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1:22 - 1:26Mas o que talvez torne
nossa experiência um pouco diferente -
1:26 - 1:29e um pouco mais especial
do que a das pessoas comuns -
1:29 - 1:32é termos essa inquietação
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1:32 - 1:36que, mesmo nos momentos
difíceis e de desespero, pensamos: -
1:36 - 1:39"Opa, pode ser que isso
aqui dê uma boa foto; -
1:39 - 1:42talvez haja aqui uma boa história".
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1:42 - 1:45Mas por que é importante
contar essa história? -
1:45 - 1:49Porque ajuda a nos conectar
com nossa herança cultural e natural. -
1:49 - 1:54No sudeste dos EUA, há um divórcio
alarmante entre a população -
1:54 - 1:57e as áreas naturais que, para início
de conversa, nos permitem estar aqui. -
1:58 - 2:01Somos seres visuais,
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2:01 - 2:03por isso usamos o que vemos
para aprender o que sabemos. -
2:04 - 2:08Claro que a maioria das pessoas não vai
mergulhar de boa vontade num pântano. -
2:09 - 2:14Como esperar, então, que as pessoas
abracem a causa do pântano? -
2:14 - 2:16Não funciona assim.
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2:16 - 2:18Então, meu trabalho é usar
minha câmera, -
2:18 - 2:21usar a fotografia como
instrumento de comunicação -
2:21 - 2:25para construir uma ponte sobre o fosso
que separa a ciência e a estética, -
2:25 - 2:27para que as pessoas falem sobre isso,
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2:27 - 2:29para que pensem nisso
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2:29 - 2:32e, finalmente, para que se importem.
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2:32 - 2:35Comecei a fazer isso há 15 anos
aqui mesmo em Gainesville, -
2:35 - 2:37bem aqui no meu quintal.
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2:37 - 2:40Eu me apaixonei pela aventura
e pela descoberta -
2:40 - 2:43explorando todos esses lugares diferentes
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2:43 - 2:45que estavam a minutos
da porta da minha casa. -
2:45 - 2:47E há montes deles aqui, pessoal.
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2:47 - 2:49Há imensos e belíssimos locais
a serem descobertos. -
2:51 - 2:53Mesmo após esses anos todos,
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2:53 - 2:56minha fascinação de infância pela natureza
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2:56 - 2:58nunca amadureceu completamente.
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2:58 - 3:01E ainda vejo o mundo
com os olhos de uma criança -
3:01 - 3:04e tento incorporar
essa sensação de maravilhamento -
3:04 - 3:08e esse sentimento de curiosidade
às minhas fotografias -
3:08 - 3:10sempre que possível.
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3:11 - 3:14Temos muita sorte, porque, aqui no sul,
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3:14 - 3:17ainda temos a bênção
de termos uma tela em branco -
3:17 - 3:20que podemos preencher
com as aventuras mais fantásticas -
3:20 - 3:23e as experiências mais incríveis.
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3:23 - 3:26É só uma questão de nos deixarmos
levar pela imaginação. -
3:27 - 3:30Muita gente olha para isso e diz:
"Puxa, que árvore bonita". -
3:31 - 3:32Mas para mim não é só uma árvore;
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3:32 - 3:35olho para isso e vejo uma oportunidade,
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3:35 - 3:37vejo um final de semana inteiro.
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3:39 - 3:42Porque, quando era menino,
esse tipo de imagem -
3:42 - 3:43chamava minha atenção,
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3:43 - 3:47me fazia pular do sofá e me atrever
a explorar, descobrir as matas -
3:47 - 3:50e pôr a cabeça debaixo d'água
para ver o que havia lá. -
3:51 - 3:54Gente, tenho fotografado pelo mundo afora
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3:54 - 3:55e posso lhes garantir uma coisa:
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3:55 - 3:58o que temos aqui no sul,
aqui neste "Estado Ensolarado", -
3:58 - 4:01não fica devendo nada
a tudo isso que tenho visto. -
4:02 - 4:06Contudo, a nossa indústria do turismo
anda promovendo as coisas erradas. -
4:06 - 4:09Antes dos 12 anos, a maioria
das crianças já foi à Disney -
4:09 - 4:12mais vezes do que já andaram de canoa
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4:12 - 4:14ou acamparam sob um céu estrelado.
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4:15 - 4:19Não tenho nada contra a Disney,
ou o Mickey; também costumava ir lá. -
4:19 - 4:21Mas faltam aí as ligações fundamentais
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4:21 - 4:25que criam um sentimento real
de orgulho e de pertencimento -
4:25 - 4:27ao local que eles chamam de lar.
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4:28 - 4:31E isso resulta da percepção
de que as paisagens -
4:31 - 4:33que definem a nossa herança natural
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4:33 - 4:36e alimentam os aquíferos
da água que bebemos -
4:36 - 4:40têm sido consideradas assustadoras,
perigosas e fantasmagóricas. -
4:40 - 4:43Quando nossos antepassados
chegaram aqui, alertaram: -
4:43 - 4:45"Afastem-se dessas áreas, são assombradas.
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4:46 - 4:49Estão cheias de fantasmas
e espíritos maus". -
4:50 - 4:52Não sei de onde tiraram essa ideia.
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4:52 - 4:53(Risos)
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4:53 - 4:55Mas isso levou a um afastamento bem real,
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4:55 - 4:57a uma mentalidade muito negativa,
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4:57 - 5:01que tem mantido a população
desinteressada, silenciosa, -
5:01 - 5:03e que acaba por colocar
em risco o meio ambiente. -
5:04 - 5:08Somos um estado rodeado
e definido pela água. -
5:08 - 5:09No entanto, durante séculos,
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5:09 - 5:12os pântanos e as áreas úmidas
têm sido considerados -
5:12 - 5:14obstáculos a serem transpostos.
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5:14 - 5:17Assim, eles têm sido tratados
como ecossistemas de segunda classe, -
5:18 - 5:21pois têm baixo valor econômico
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5:21 - 5:24e, claro, são o lar de cobras e jacarés,
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5:25 - 5:29os quais, reconheço, não são
os embaixadores mais simpáticos. -
5:29 - 5:30(Risos)
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5:30 - 5:34Portanto, chegou-se à conclusão
de que pântano bom era pântano drenado. -
5:34 - 5:39Na verdade, drenar um pântano para dar
lugar à agricultura e ao desenvolvimento -
5:39 - 5:42era considerado, até há pouco tempo,
a quintessência do conservacionismo. -
5:43 - 5:45Mas agora estamos remando para trás,
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5:45 - 5:48porque, quanto mais aprendemos
sobre essas paisagens alagadas, -
5:48 - 5:53mais segredos conseguimos desvendar
sobre as relações entre as espécies -
5:53 - 5:57e a interação entre habitats,
bacias hidrográficas e rotas migratórias. -
5:58 - 6:00Vamos pegar este pássaro, por exemplo:
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6:00 - 6:02é a mariquita-protonotária.
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6:02 - 6:05Eu o adoro, porque é um pássaro
do pântano em todos os sentidos: -
6:06 - 6:10fazem ninhos, se acasalam e procriam
nesses pântanos primários, -
6:10 - 6:11nessas florestas inundadas.
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6:11 - 6:14No fim da primavera,
após criarem os filhotes, -
6:14 - 6:18voam milhares de quilômetros
sobre o Golfo do México -
6:18 - 6:20para a América Central e a do Sul.
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6:20 - 6:23Depois, no fim do inverno,
na primavera, eles voltam. -
6:23 - 6:26Voam milhares de quilômetros
sobre o Golfo do México. -
6:26 - 6:29E para onde vão? Onde pousam?
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6:29 - 6:32Exatamente na mesma árvore.
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6:33 - 6:34É muito louco.
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6:34 - 6:37Este pássaro é do tamanho
de uma bola de tênis. -
6:38 - 6:39Vejam só, é uma loucura!
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6:39 - 6:42Eu mesmo precisei de um GPS
para chegar aqui hoje, -
6:42 - 6:44e esta é a minha cidade natal.
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6:44 - 6:45(Risos)
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6:45 - 6:46É muito louco.
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6:46 - 6:49Provavelmente isso revela
mais sobre mim do que sobre o pássaro. -
6:50 - 6:54Mas o que acontece quando esse pássaro
voa sobre o Golfo do México -
6:54 - 6:56para a América Central,
para passar o inverno, -
6:56 - 6:58volta na primavera
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6:58 - 7:00e dá de cara com isto:
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7:01 - 7:03um campo de golfe novinho?
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7:04 - 7:08Esta é uma narrativa frequente
demais aqui no estado da Flórida. -
7:08 - 7:10E esse é um processo natural
que ocorre há milhares de anos -
7:10 - 7:12e só agora estamos entendendo.
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7:12 - 7:15Imaginem o quanto poderemos
aprender sobre essas paisagens -
7:15 - 7:18se as preservarmos antes.
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7:18 - 7:22Apesar da vida rica e abundante
que há nesses pântanos, -
7:22 - 7:24eles continuam a ter má reputação.
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7:25 - 7:28Muita gente sente-se desconfortável
com a ideia de entrar -
7:28 - 7:30nas águas escuras da Flórida.
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7:30 - 7:32É compreensível.
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7:32 - 7:33Dá para entender.
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7:33 - 7:36Mas o bom de ter crescido
aqui no Estado Ensolarado -
7:36 - 7:38é que muitos de nós
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7:38 - 7:41convivemos com esse medo latente,
mas muito palpável, -
7:42 - 7:44de que, quando mergulhamos os pés na água,
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7:44 - 7:47pode haver alguma coisa muito mais antiga
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7:47 - 7:49e muito mais adaptada do que nós.
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7:50 - 7:55Saber que não somos os maiorais
é um desconforto saudável, penso eu. -
7:56 - 8:00Quantas vezes, nesta era
moderna, urbana e digital, -
8:00 - 8:02temos a oportunidade
de nos sentirmos vulneráveis -
8:03 - 8:07ou de considerarmos que o mundo
talvez não tenha sido feito só para nós? -
8:07 - 8:08Assim, na última década,
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8:08 - 8:12comecei a procurar as áreas
em que a floresta deu lugar ao asfalto, -
8:12 - 8:14e os pinheiros se transformaram
em ciprestes. -
8:14 - 8:18Cheguei à conclusão de que todos
esses mosquitos e répteis, -
8:18 - 8:20todos esses desconfortos,
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8:20 - 8:23eram afirmações de que eu tinha
encontrado a verdadeira vida selvagem, -
8:24 - 8:26e me rendi a ela completamente.
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8:26 - 8:29Como fotógrafo conservacionista,
obcecado pela água escura, -
8:29 - 8:33não admira ter ido parar
no pântano mais famoso de todos: -
8:34 - 8:35o Everglades.
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8:35 - 8:37Cresci aqui no centro-norte da Flórida
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8:37 - 8:42e sempre ouvi estes nomes encantados:
lugares como Loxahatchee e Fakahatchee, -
8:42 - 8:45Corkscrew, Big Cypress.
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8:45 - 8:48Esses lugares calavam fundo
no meu coração adolescente -
8:48 - 8:50e me desafiavam a explorá-los.
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8:50 - 8:52E foi o que fiz: desci para o sul
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8:52 - 8:55para iniciar o que viria a ser
um projeto de cinco anos, -
8:56 - 8:58para documentar, explicar,
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8:58 - 9:02na esperança de apresentar
o Everglades sob uma nova luz, -
9:02 - 9:04uma luz mais inspirada.
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9:04 - 9:07Sabia que ia ser difícil,
pois temos aqui uma área -
9:07 - 9:11que é quase um terço do estado
da Flórida; é enorme. -
9:11 - 9:15Quando falo Everglades, as pessoas
dizem: "Ah, sei, o parque nacional". -
9:15 - 9:19Mas o Everglades não é só um parque;
é toda uma bacia hidrográfica -
9:21 - 9:24que começa com a cadeia de lagos
Kissimmee ao norte. -
9:24 - 9:26Quando caem as chuvas de verão,
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9:26 - 9:28as enxurradas vão dar no Lago Okeechobee,
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9:28 - 9:32e o Lago Okeechobee se enche,
transborda pelas margens -
9:32 - 9:35e escorre para o sul lentamente,
ao sabor da topografia, -
9:35 - 9:38penetrando o "rio de grama",
as pradarias de capim-navalha, -
9:38 - 9:40antes de ir dar nos pântanos de ciprestes,
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9:40 - 9:42até avançar mais para o sul,
para os manguezais, -
9:42 - 9:45e, por fim, chegar à Baía da Flórida,
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9:46 - 9:48a gema esmeralda do Everglades,
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9:48 - 9:51o grande estuário,
um estuário de 2 mil km². -
9:52 - 9:56Claro, o parque nacional
é a parte sul desse sistema, -
9:56 - 10:01mas o que o torna tão especial são
os elementos que ali desembocam, -
10:01 - 10:04a água fresca que percorreu
160 km do norte até ali. -
10:04 - 10:08Não há como fronteiras
políticas ou invisíveis -
10:08 - 10:13protegerem o parque das águas poluídas
ou da escassez de água. -
10:13 - 10:15Infelizmente, é exatamente
isso o que temos feito. -
10:16 - 10:17Nos últimos 60 anos,
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10:17 - 10:21drenamos, construímos barragens,
dragamos o Everglades, -
10:21 - 10:26de tal forma que hoje só chega à baía
um terço da água que costumava chegar. -
10:28 - 10:32Infelizmente, esta história não é só
sobre o brilho do sol e arcos-íris. -
10:32 - 10:34Para o bem ou para o mal,
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10:34 - 10:38a história do Everglades
está intrinsecamente ligada -
10:38 - 10:42aos altos e baixos da relação
do homem com a natureza. -
10:43 - 10:48Mas vou lhes mostrar estas lindas fotos,
porque elas vão sensibilizá-los. -
10:48 - 10:51Vão atrair a sua atenção,
vão trazê-los para a natureza. -
10:51 - 10:54E enquanto tenho a sua atenção,
posso lhes contar a verdadeira história. -
10:54 - 10:56Acontece que pegamos isto...
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10:56 - 10:58e trocamos por isto,
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10:59 - 11:00num ritmo alarmante.
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11:01 - 11:03E o que as pessoas ignoram
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11:03 - 11:06é a dimensão real
do que estamos discutindo. -
11:06 - 11:09Porque o Everglades é responsável
não só pela água potável -
11:09 - 11:11para 7 milhões de habitantes da Flórida,
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11:11 - 11:14mas hoje também alimenta as lavouras
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11:14 - 11:16de tomates e laranjas durante o ano todo,
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11:16 - 11:19para mais de 300 milhões
de norte-americanos. -
11:20 - 11:24E é a mesma quantidade sazonal
de água, no verão, -
11:24 - 11:27que ajudou a construir
o rio de grama há 6 mil anos. -
11:28 - 11:33E hoje, ironicamente, também é
responsável por 200 mil hectares -
11:33 - 11:35do infindável "rio de cana-de-açúcar".
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11:36 - 11:38E esses mesmos campos são responsáveis
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11:38 - 11:42pela descarga de níveis extremamente altos
de fertilizantes na bacia hidrográfica, -
11:42 - 11:44alterando permanentemente o sistema.
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11:45 - 11:49Mas não só para vocês entenderem
o funcionamento desse sistema, -
11:49 - 11:52como também se envolverem com ele,
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11:52 - 11:55decidi dividir a história
em várias narrativas diferentes. -
11:55 - 11:58Queria começar esta história
no Lago Okeechobee, -
11:58 - 12:00onde pulsa o coração
do sistema Everglades. -
12:00 - 12:05Para tanto, escolhi um embaixador,
uma espécie icônica. -
12:05 - 12:07Este é o gavião-caramujeiro do Everglades.
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12:07 - 12:08Uma ave fantástica.
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12:08 - 12:12Eles costumavam nidificar
aos milhares no norte do Everglades. -
12:12 - 12:15Atualmente estão reduzidos
a cerca de 400 casais. -
12:16 - 12:17E qual a razão?
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12:17 - 12:20Porque só têm uma fonte
de alimentos, um caramujo, -
12:20 - 12:23um gastrópode aquático do tamanho
duma bola de pingue-pongue. -
12:24 - 12:27Quando começamos a construir
barragens no Everglades, -
12:27 - 12:29a fazer diques no Lago Okeechobee
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12:29 - 12:33e a drenar as áreas úmidas,
acabamos com o habitat do caramujo. -
12:33 - 12:35Por isso a população de gaviões diminuiu.
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12:36 - 12:39Por esse motivo, eu queria uma foto
que transmitisse não só essa relação -
12:39 - 12:43entre as áreas úmidas,
o caramujo e o gavião, -
12:43 - 12:45mas uma foto que transmitisse também
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12:45 - 12:48como essa relação era incrível
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12:48 - 12:52e como é muito importante
que eles possam contar um com o outro: -
12:52 - 12:54as áreas úmidas sadias e essa ave.
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12:54 - 12:55Para isso, bolei uma ideia.
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12:55 - 12:59Comecei a esboçar planos para fazer a foto
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12:59 - 13:02e os enviei para o biólogo
da vida selvagem em Okeechobee. -
13:02 - 13:05Como é uma espécie ameaçada,
é preciso uma autorização especial. -
13:05 - 13:07Construí uma plataforma submersa
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13:07 - 13:09que mantinha os caramujos
na superfície da água. -
13:09 - 13:14Foram meses planejando essa ideia maluca.
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13:14 - 13:17Levei a plataforma para o Lago Okeechobee
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13:17 - 13:19e passei uma semana
dentro d'água, esperando -
13:19 - 13:22com a água pelo cintura, nove horas
por dia, do nascer ao pôr do sol, -
13:22 - 13:26para conseguir uma imagem
que pudesse transmitir isso. -
13:26 - 13:29Esse foi o dia em que finalmente consegui:
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13:29 - 13:32(Vídeo): (Mac Stone)
Diferente de outras aves de rapina, -
13:32 - 13:35o gavião-caramujeiro tem uma única
fonte de alimento: o caramujo. -
13:35 - 13:37Depois de instalar a plataforma,
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13:37 - 13:40olhei e vi um gavião se aproximando
por cima das taboas. -
13:40 - 13:42Vi que olhava e procurava.
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13:42 - 13:45Ele sobrevoou a armadilha,
e percebi que ele a tinha visto. -
13:45 - 13:48E veio direto para ela.
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13:48 - 13:51Naquele momento, todos os meses
de planejamento, de espera, -
13:51 - 13:53todas as queimaduras de sol,
picadas de mosquitos, -
13:53 - 13:56tudo isso, de repente, valeu a pena.
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13:56 - 13:59(Mac Stone no vídeo):
Ah, meu Deus, nem acredito! -
14:00 - 14:03Podem imaginar minha empolgação
naquele momento. -
14:03 - 14:05Finalmente aconteceu, ah, meu Deus!
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14:05 - 14:07Mosquitos demais, sol demais.
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14:07 - 14:11A ideia era que, para alguém
que nunca tinha visto esta ave -
14:11 - 14:13e não tinha razões
para se preocupar com ela, -
14:13 - 14:16estas fotos, estas novas perspectivas,
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14:16 - 14:19ajudassem a lançar uma nova luz
sobre uma das muitas espécies -
14:19 - 14:23que tornam essa bacia hidrográfica
tão especial, tão valiosa e importante. -
14:23 - 14:27Sei muito bem que não posso
chegar aqui em Gainesville -
14:27 - 14:30e falar dos animais do Everglades
sem falar dos jacarés. -
14:31 - 14:34Adoro jacarés, desde criança.
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14:34 - 14:39Meus pais sempre diziam que minha relação
com os jacarés era doentia. -
14:39 - 14:41Mas gosto do fato
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14:41 - 14:43de serem considerados
os tubarões da água doce. -
14:43 - 14:47São temidos, são odiados
e, tragicamente, mal compreendidos. -
14:48 - 14:51Porque eles são uma espécie especial,
não apenas superpredadores. -
14:51 - 14:55Na verdade, são os verdadeiros
arquitetos do Everglades, -
14:55 - 14:59porque, quando a água baixa
no inverno, que é a estação seca, -
14:59 - 15:02eles começam a cavar aqueles buracos,
os "buracos de jacaré". -
15:02 - 15:04E fazem isso porque, quando a água baixa,
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15:04 - 15:08eles conseguem se manter úmidos
e procurar comida. -
15:08 - 15:11Isso não afeta somente os jacarés,
-
15:11 - 15:14mas outros animais que também
dependem dessas relações, -
15:14 - 15:16portanto, eles também são
uma espécie fundamental. -
15:17 - 15:21Então, como fazer para que esse
superpredador, esse réptil primitivo, -
15:21 - 15:26pareça, ao mesmo tempo,
vulnerável e dominador do sistema? -
15:27 - 15:30Entrando num poço com 120 jacarés
-
15:31 - 15:34e rezando para ter tomado a decisão certa.
-
15:34 - 15:35(Risos)
-
15:36 - 15:38Está tudo bem: não perdi nenhum dedo.
-
15:39 - 15:42Mas percebo que não vou mobilizar vocês,
-
15:42 - 15:45não vou arregimentar tropas para
"Salvem o Everglades para os jacarés!" -
15:45 - 15:48Isso não vai acontecer,
porque hoje eles estão por toda parte. -
15:48 - 15:52São uma das grandes histórias
de sucesso do conservacionismo nos EUA. -
15:52 - 15:56Mas há uma espécie no Everglades
pela qual é impossível não se apaixonar: -
15:56 - 15:58o colhereiro americano.
-
15:58 - 16:02Pássaros maravilhosos, mas tiveram
uma vida difícil aqui no Everglades, -
16:02 - 16:06pois começaram com milhares
de casais na Baía da Flórida -
16:06 - 16:08e, na virada do século 20,
-
16:08 - 16:11foram reduzidos a dois, dois casais.
-
16:11 - 16:12Por quê?
-
16:13 - 16:16Porque as mulheres os achavam
mais bonitos em seus chapéus -
16:16 - 16:18do que voando no céu.
-
16:18 - 16:21Então, proibiu-se o comércio das penas,
-
16:21 - 16:23e o número deles voltou a aumentar.
-
16:23 - 16:25Quando o número começou a aumentar,
-
16:25 - 16:29os cientistas começaram a prestar
atenção neles, a estudar esses pássaros. -
16:29 - 16:30E descobriram que seu comportamento
-
16:30 - 16:35está intrinsecamente ligado
ao ciclo anual da água no Everglades, -
16:35 - 16:38aquilo que forma a bacia
hidrográfica do Everglades. -
16:39 - 16:40E descobriram que essas aves
-
16:40 - 16:43começam a nidificar no inverno,
quando a água baixa, -
16:43 - 16:47porque, como se alimentam pelo tato,
têm de tocar tudo o que comem. -
16:47 - 16:50Assim, esperam por essas poças
cheias de peixes -
16:50 - 16:53para comerem o suficiente
para alimentarem as crias. -
16:53 - 16:57Então, essas aves se tornaram
um verdadeiro ícone do Everglades, -
16:57 - 17:00um termômetro da saúde geral do sistema.
-
17:00 - 17:04E, quando esse número começou a aumentar,
em meados do século 20, -
17:04 - 17:08disparando para 900, 1000, 1100, 1200,
-
17:08 - 17:12começamos, justamente aí,
a drenar o sul do Everglades. -
17:12 - 17:15Impedimos dois terços dessa água
de correr para o sul. -
17:16 - 17:18E isso teve consequências drásticas.
-
17:19 - 17:22Justo quando os números
estavam atingindo o pico, -
17:22 - 17:26infelizmente, a verdadeira
história do colhereiro hoje, -
17:26 - 17:30a verdadeira foto do que temos
hoje é mais ou menos assim. -
17:31 - 17:35E hoje estamos com menos
de 70 casais na Baía da Flórida, -
17:36 - 17:39porque desequilibramos o sistema demais.
-
17:39 - 17:41E todas essas organizações ficam gritando:
-
17:41 - 17:44"O Everglades é frágil! É frágil!"
-
17:44 - 17:45Não é.
-
17:45 - 17:46É resiliente.
-
17:47 - 17:49Porque, apesar de tudo
o que tiramos de lá, -
17:49 - 17:52de tudo o que fizemos e drenamos,
apesar das barragens e dragagens, -
17:52 - 17:54ainda sobraram partes,
-
17:54 - 17:58ainda há ali partes
à espera de serem recompostas. -
17:58 - 18:00E é isto o que adoro no sul da Flórida.
-
18:00 - 18:04No mesmo lugar, temos o encontro
da força desenfreada da civilização humana -
18:04 - 18:07e o objeto imóvel da natureza tropical.
-
18:08 - 18:13E é nessa fronteira que somos obrigados
a reavaliar nosso comportamento. -
18:13 - 18:15Quanto vale a vida selvagem?
-
18:16 - 18:19Qual o valor da biodiversidade
ou da água potável? -
18:20 - 18:23Felizmente, depois de décadas de debates,
-
18:23 - 18:26estamos finalmente agindo.
-
18:26 - 18:30Pouco a pouco, estamos realizando projetos
para canalizar mais água doce para a baía. -
18:30 - 18:34Mas cabe a nós, como cidadãos,
como residentes, como guardiões, -
18:34 - 18:37cobrar dos políticos suas promessas.
-
18:38 - 18:40E vocês, o que podem fazer para ajudar?
-
18:40 - 18:41É tão fácil.
-
18:41 - 18:43Simplesmente saiam de casa.
-
18:43 - 18:45E levem seus amigos, seus filhos,
-
18:45 - 18:47levem sua família.
-
18:47 - 18:49Contratem um guia de pescas.
-
18:49 - 18:51Mostrem ao estado
que proteger a vida selvagem, -
18:51 - 18:55para além da questão ecológica,
também tem vantagens econômicas. -
18:55 - 18:58É muito divertido, façam isso,
ponham os pés na água. -
18:59 - 19:02O pântano vai transformar vocês, garanto.
-
19:02 - 19:04Ao longo dos anos,
temos sido muito generosos -
19:04 - 19:07com as outras paisagens do nosso país,
-
19:07 - 19:10cobrindo-as com nosso orgulho,
-
19:10 - 19:12considerando-as lugares que nos definem:
-
19:12 - 19:16o Grand Canyon, Yosemite, Yellowstone.
-
19:16 - 19:18Usamos esses parques
e essas áreas naturais -
19:18 - 19:21como faróis e como bússolas culturais.
-
19:22 - 19:26Infelizmente, o Everglades
normalmente fica fora dessa história. -
19:26 - 19:29Mas creio que seja
tão icônico e emblemático -
19:29 - 19:33de quem somos como país
quanto qualquer um desses parques. -
19:33 - 19:36É só um tipo diferente de natureza.
-
19:37 - 19:38Mas estou confiante,
-
19:38 - 19:41porque, finalmente, talvez
estejamos mudando de opinião: -
19:41 - 19:44o que outrora era considerado
um pântano improdutivo, -
19:44 - 19:46hoje é considerado patrimônio mundial.
-
19:46 - 19:49É uma área úmida
de importância internacional. -
19:49 - 19:52Percorremos um longo caminho
nos últimos 60 anos. -
19:52 - 19:56Com o maior e mais ambicioso projeto
de recuperação de uma área úmida, -
19:57 - 20:01os olhos do mundo se voltam
para nós, o Estado Ensolarado. -
20:01 - 20:02Não se esqueçam disso.
-
20:02 - 20:04Eles estão prestando atenção.
-
20:04 - 20:06Porque, se conseguirmos
curar esse sistema, -
20:06 - 20:11ele vai se tornar um ícone da recuperação
de áreas úmidas do mundo inteiro. -
20:12 - 20:17Mas cabe a todos nós decidir a qual legado
queremos hastear nossa bandeira. -
20:19 - 20:22Dizem que o Everglades
é o nosso maior teste. -
20:23 - 20:26Se passarmos, conseguiremos
conservar o planeta. -
20:27 - 20:28Adoro essa citação,
-
20:28 - 20:31porque é um desafio, é um estímulo.
-
20:31 - 20:32Vamos conseguir? Vamos fazer?
-
20:32 - 20:35Temos de conseguir; temos o dever.
-
20:35 - 20:38Mas o Everglades não é apenas um teste,
-
20:38 - 20:39é também uma dádiva,
-
20:39 - 20:42e, afinal, é nossa responsabilidade.
-
20:42 - 20:44Obrigado.
-
20:44 - 20:46(Aplausos)
- Title:
- Fotos deslumbrantes do ameaçado Everglades | Mac Stone | TEDxUF
- Description:
-
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite: http://ted.com/tedx
Durante séculos, as pessoas consideraram os pântanos e as áreas úmidas obstáculos a serem evitados. Mas, para o fotógrafo Mac Stone, que documenta histórias da vida selvagem no Everglades, na Flórida, o pântano não é um estorvo, mas um tesouro nacional. Através de suas fotografias deslumbrantes, Stone lança uma nova luz sobre uma natureza selvagem negligenciada, antiga e importante. Seu conselho é: saia e veja você mesmo. "Faça isto: ponha seus pés na água", ele diz. "Prometo que o pântano vai lhe transformar."
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 20:52
Maricene Crus approved Portuguese, Brazilian subtitles for Stunning photos of the endangered Everglades | Mac Stone | TEDxUF | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Stunning photos of the endangered Everglades | Mac Stone | TEDxUF | ||
Maricene Crus accepted Portuguese, Brazilian subtitles for Stunning photos of the endangered Everglades | Mac Stone | TEDxUF | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Stunning photos of the endangered Everglades | Mac Stone | TEDxUF | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Stunning photos of the endangered Everglades | Mac Stone | TEDxUF | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Stunning photos of the endangered Everglades | Mac Stone | TEDxUF | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for Stunning photos of the endangered Everglades | Mac Stone | TEDxUF | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for Stunning photos of the endangered Everglades | Mac Stone | TEDxUF |